VALDÍVIA DESEQUILIBROU E ASSUNÇÃO DECIDIU! FINALMENTE PODEMOS DIZER QUE TEMOS UM TIME
Foi primoroso o primeiro tempo do Palmeiras contra o Inter. O segundo, muito seguro e responsável.
O time foi compacto, atacando em bloco, defendendo em bloco, marcando em bloco, com um sentido de jogo comunitário, simplesmente, espetacular.
A vitória imposta ao Inter, foi conseqüência da imposição de um time aplicado, determinado e muito bem treinado sobre outro, técnica e individualmente melhor.
Azar, o deles!
O Palmeiras de Felipão vem se articulando e encorpando a partir de um sistema tático que incomoda a imprensa e os comentaristas.
Sonhadores, partidários de esquemas ofensivos a que chamam de futebol-arte, os homens da mídia fazem seriíssimas restrições ao esquema palmeirense de povoar o meio de campo com muitos volantes, a maioria especializada na contenção. Só tenho ouvido críticas, reparos e retaliações.
Ficam batendo na tecla conveniente de que o futebol tem de ser, antes de tudo, belo, bonito e proporcionar um espetáculo visual que agrade a torcida. Mas isso só falam quando o Palmeiras joga fechado. O São Paulo joga assim há anos e é sempre elogiado.
Faz tempo que o Palmeiras vem sendo fiel a essa exigência, com resultados catastróficos em todos os campeonatos e torneios que vem disputando no suceder das temporadas.
Dócil e sensível ao comando invisível da mídia, e de uma torcida que se orgulha em proclamar-se exigente, o Palmeiras vem procurando atuar assim, preocupado em jogar bonito e em se exibir, mas sempre sem raça, sem garra e sem alma, perdendo jogos incríveis e enchendo de luto e de tristeza a sua torcida.
A perífrase "Academia" virou estigma e eles querem, a pulso, que o Palmeiras jogue bonito num 4-2-4 ou, no máximo num 4-3-3.
Felipão acabou, graças a Deus, definitivamente com essa idiotice e montou o Palmeiras de acordo com as exigências do futebol atual, ciente e consciente de que quem vive de passado é professor de antropologia.
Felipão, ao que me consta, é professor de Educação Física.
Quem acompanha este blog é testemunha e as postagens antigas (disponíveis) comprovam que este jornalista, particularmente, sempre foi partidário de um time de força, valente, competitivo, com muitos jogadores negros (que o Palmeiras sempre evitava contratar), repleto de meio-campistas, que jogasse fechado, no erro dos adversários, exatamente como sempre fizeram e fazem o Inter, os bambis os gambás e tantos outros times vencedores.
Nestes anos todos temos perdido milhares de jogos, centenas de torneios e campeonatos em função de times fisicamente fracos de baixotes e enfeitadores.
De minha parte, eu não quero jogar bonito, pois a minha primeira opção é sempre ganhar. Jogar bem tem de ser conseqüência, não objetivo.
Se sou, como dizia Nelson Rodrigues, um idiota da objetividade, a maior parte da nossa torcida é composta por "idiotas da perfumaria".
Por mais de uma vez censurei o nosso time pela falta de gana pelo gol, substituída, infelizmente pelo tal "olé", o grande orgasmo da mesma massa ignara que valoriza muito mais bola na trave, chapéu, caneta e outras perfumarias do que o próprio gol e que vive dizendo que o time tem de dar um chocolate no adversário.
Aliás, a crônica também usa o termo, mas não sabe de onde vem e nem de onde veio. Não vou contar aqui porque quem dá luz a cego é Santa Luzia. Vai sair quando eu me dispuser a escrever um livro.
Há um incômodo geral pelo que chamam de retranca do Felipão.
À medida em que o time vai ganhando e incomodando, o tom das críticas vai aumentando.
Os caras (ressalvadas as exceções de praxe) se matam e se mordem a cada vitória do Palmeiras.
Como só sabem criticar o clube, não criticam o resultado em si, mas criticam o esquema e os jogadores. Ninguém escapa, nem Valdívia.
Aliás eu ouvi semana passada, através da voz pueril de Juca Kfoury pela CBN que Valdívia não era nada daquilo com que sonhava a torcida palmeirense, pois se tratava apenas de um bom jogador.
Lembro-me de quando esse faccioso enchia o meu rádio de abobrinhas (para não dizer de outra coisa) e dizia que Lulinha e Dentinho eram jogadores extraordinários.
Quem sabe ele estivesse querendo dizer extra ordinários. Para ele, craques são os dois, não Valdívia. HAHAHAHAHAHAHA . Conte outra, Juquinha!
O que será que ele vai dizer hoje após ter visto Valdívia "esmerilhar" e mostrar, não apenas, que é um cracasso, mas que tem raça, espírito de luta e amor à camisa do verdão?
Contaram-me, também, que Juca comprou duas caixas de rojão de vareta para festejar as vitórias do Corinthians sobre o Botafogo e do Inter sobre o Palmeiras.
Como os resultados não foram bem os que ele queria, ele não sabe onde os vai enfiá-los. Alguém tem uma sugestão?
Voltando ao que interessa, o Palmeiras tem de jogar sempre no mesmo esquema que vem jogando, independentemente das críticas.
Não apenas pelo sistema em si, muito eficiente e vencedor, mas também pelo fato de os melhores e mais experientes jogadores palmeirenses serem volantes.
Temos, sempre, de escalar os melhores e ponto.
Se os outros times podem jogar com quantos volantes sem serem molestados pela mídia, por que só o Palmeiras não pode?
Eu quero adiantar aos eternos sonhadores da imprensa que o futebol artístico, essencialmente ofensivo, morreu e foi sepultado na longínqua década de 70.
O palmeirense Rubens Minelli montou, então, a mais eficiente máquina de jogar futebol que apareceu no Brasil após a primeira copa da Alemanha, o Internacional, cujo time
começava com Manga, passava por Marinho Perez e Figueroa, seguia com Carpegiani depois Falcão e terminava com Valdomiro, Dario e Lula.
Era uma equipe quase perfeita tática, técnica e fisicamente, muito alta para os padrões da época, muito forte, com preparo físico de soldado em tempo de guerra e que aplicava com perfeição a linha burra que com eles era mais que inteligente, genial.
Esse time foi um divisor de águas no futebol brasileiro. Tinha no meio de campo Carpegiani, Caçapava, Batista e Valdomiro, um ponta estilo trabalhador, extraordinário, que voltava para auxiliar na marcação compondo um quarteto. além de puxar os contrataques e se aproximar para os arremates. Se o Inter podia jogar fechado, por que o Palmeiras não pode?
O futebol essencialmente ofensivo, presente nos sonhos e no imaginário da mídia já não existe e, provavelmente, não voltará a existir.
Se existir, será derrotado sempre pelo futebol da força e da aplicação tática.
Santos (de Zito, Pelé) contra e Palmeiras de Julinho Botelho e Djalma Santos ou o Santos (de Pelé e Clodoaldo) contra Palmeiras de Ademir da Guia e Dudu, o maior espetáculo da terra, nunca mais.
Quem viu, viu. Quem não viu, jamais verá. Nem em tape.
Meninos, eu vi!
O atual jovem time do Santos cantado em prosa e verso pela imprensa ganhou a Copa do Brasil pela moleza da tabela, pelo caráter decisivo dos jogos contra adversários fracos e desestruturados e pela surpresa que representou o seu jovem time, com uma proposta diferente e inesperada para a maioria dos clubes do país.
O Campeonato Paulista foi ganho escandalosamente no apito, em um furto aviltante e revoltante que a imprensa toda omitiu.Que mídia!
Que se diga, também, que a maior parte da crônica preparou, vergonhosamente, o terreno para a caminhada do Santos, na vã esperança da ressureição do futebol-arte.
Criticaram violentamente os árbitros a qualquer entrada mais dura em cima de qualquer jogador mais jovem do Santos, mormente Neymar e Ganso.
Como se não bastasse, tudo o que envolveu esses jogadores foi convenientemente omitido pela mídia.
Ganso saiu na mão com Fábio Costa na concentração e ninguém repercutiu o assunto.
Ganso agrediu covardemente Ronaldo do Corinthians e disse, para quem quisesse ouvir, que o fez para que todos soubessem que no Santos não havia só meninos, mas homens, também. Detalhe: não foi expulso,
O que disse a imprensa? Com raras exceções das broncas de alguns cronistas corintianos, nada. Agora censuram levemente Neymar sem assumir que ajudaram a criar a "fera" a quem chamam de "o melhor jogador em atividade no futebol brasileiro". Nem Ganso um jogador espetacular, que joga para o time, mereceu tal honraria.
Foi patético ver e ouvir um cronista da estatura de Alberto Helena condenar Dorival Júnior pela punição aplicada a Neymar, censurar quem censurou o jovem jogador, como fez Renê Simões e criticar Mano Menezes pela não convocação de um rebelde, mascarado e desrespeitador da hierarquia do clube.
Conhecido pelo equilíbrio, desta vez Alberto Helena perdeu-se completamente ao tentar defender o indefensável. De qualquer forma, ninguém é mesmo perfeito!
Já imaginaram se fosse Valdívia ou algum garoto da base do Palmeiras, o que teriam dito?
VOLTANDO AO PALMEIRAS
Felipão não introduziu no Palmeiras um futebol ofensivo e eu o agradeço por isso.
Cansei de apanhar, de perder para times medíocres, de reabilitar a reborréia e de torcer por um time também conhecido como o "Robin Hood brasileiro", isto é, aquele que tira dos grandes mas entrega para os pequenos.
Vocês repararam como está sendo difícil para os outros times derrotarem o novo Palmeiras de Felipão?
Perdemos o jogo para os bambis em razão das ausências de Kléber e de Edinho, da arbitragem facciosa e de duas falhas individuais.
Se o jogo fosse hoje e com uma uma arbitragem correta, não perderíamos para eles. A nossa fase é melhor.
A propósito, alguém da imprensa vai anunciar a crise tricolor? Duuviiidoo! Vou ficar de olho nas manchetes.
Desculpem-me, por tudo o que eu disse, dessa forma informe e sem ordem, sem seqüencia, fugindo do foco do jogo, mas procurei externar tudo o que estava preso no âmago de minh´alma palestrina.
Falei tanto que esqueci de abordar o principal, a vitória espetacular, importantíssima sobre o campeão da Libertadores, considerado o de melhor elenco deste brasileirão.
A vitória contra o Inter teve o condão de pulverizar , definitivamente, o pesadelo do descenso.
Foi uma grande meta alcançada, pois o próprio Felipão afirmara no início de seu trabalho que corríamos riscos. Ufa!
Mais que isso, o estupendo resultado de ontem confirma, definitivamente, a ascensão palmeirense.
Finalmente, e com toda a certeza, podemos dizer que temos um time, com amplas chances de ganhar a Sul-Americana.
O resultado de ontem foi tão bom que me leva, novamente, a exercer o meu direito de sonhar com a Libertadores e, quem sabe, até com coisas muito maiores, se os deuses do futebol assim o permitirem.
Só estou esperando a hora de parar de torcer pelo Fluminense.
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