PALMEIRAS 3 X 0 BOTAFOGO PB. VERDÃO COM UM PÉ NA CLASSIFICAÇÃO!
Confesso-lhes, invadiram-me um certo temor e uma grande preocupação, após eu ter assistido ao decepcionante 1º tempo do Palmeiras contra o Botafogo da Paraíba.
O jogo terminara em 0 x 0 sem que o Verdão fosse apenas uma sombra do time que vem liderando o Brasileiro.
O meu temor não era exatamente aquele de o Palmeiras perder o jogo, hipótese que -honestamente- jamais passou pela minha cabeça...
A minha preocupação era outra, da possibilidade de o time sofrer um ou mais gols que poderiam tornar sua vida extremamente difícil no jogo de volta, em João pessoa, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.
Meus temores multiplicaram-se em razão da contusão que determinou a perda prematura do onipresente Moisés, o jogador mais criativo e realizador do meio de campo do Verdão, e, sem qualquer dúvida, o mais importante, mas essa não foi ainda a minha maior preocupação.
Preocupou-me, sim, (muitíssimo) a equivocada titularidade de Cleyton Xavier, fator num primeiro momento desencadeante, e, depois, determinante, do mau rendimento da equipe na etapa inicial.
Cuca, o autor da bobagem, reabilitou-se ao retirar CX no intervalo do jogo promovendo a entrada do argentino Allione.
Allione aproveitou bem a oportunidade e deu nova dinâmica ao setor, embora não se possa afirmar que tenha sido o argentino o fator causal da ascensão do time (que ontem jogou de azul) dentro de campo.
Essa ascensão, em meu entendimento, tem de ser atribuída, i-n-q-u-e-s-t-i-o-n-a-v-e-l-m-e-n-t-e, à passagem de Tchê Tchê para o trabalho de criatividade e armação de jogadas.
Com tudo e apesar de tudo, pode-se dizer que o Palmeiras, ontem, não cumpriu uma grande performance, e sem medo de incorrer em erros, afirmar-se que jogou apenas para o gasto.
Graças ao protagonismo, ao individualismo e à categoria de alguns jogadores conseguiu impor um resultado elástico sobre o Bota paraibano estabelecendo uma diferença considerável de três gols, difícil de ser revertida, e, sobretudo, invertida, no chamado "jogo de volta" ainda que seja em João Pessoa.
Sou convicto de que o resultado pavimentou o caminho da classificação alviverde para as quartas-de-final da CDB e só uma improvável catástrofe poderia alijá-lo da próxima fase da competição.
Aproximadamente 25 mil palmeirenses se dispuseram a comparecer ontem ao Allianz e, certamente, só gostaram mesmo do resultado, haja vista que, dentro de campo, o Palmeiras jogou pouco, quase nada, mormente no 1º tempo.
O gol que abriu o caminho para a vitória foi fruto de um pênalti assinalado equivocadamente pela arbitragem, porquanto a perna de Rafael Marques foi puxada fora da área em lance detectável apenas na TV e com o recurso do "replay".
Aliás, o árbitro paraense Dewson Fernando Freitas da Silva no primeiro momento acertou ao indicar o local da falta (na entrada da área), mas em razão da convicção do bandeirinha Marcio Gleidon Correia Dias que correu para a linha de fundo sinalizando o pênalti, acabou errando.
Eu, particularmente, gostaria que esse pênalti não houvesse sido assinalado, mas, pensando bem, a mim pouco me importa em face de tantos erros dos árbitros e das arbitragens, sempre em detrimento do Verdão.
Os gols de Rafael Marques e Tchê Tchê foram legítimos e, simplesmente, confirmaram a nítida superioridade do time palmeirense mesmo sem jogar tudo o que sabe e pode.
Individualmente toda a defesa alviverde esteve bem e Zé Roberto foi o melhor entre todos. Por mera questão de justiça tem de ser apontado como o melhor defensor.
No meio de campo os destaques foram aqueles que só entraram no decorrer do jogo, Allione e Gabriel.
No ataque, gostei "demaaaaais" da atuação de Rafael Marques que, paulatinamente, vai voltando à forma apresentada à época em que foi contratado junto ao Botafogo.
A personagem, a figuraça, a personalidade do jogo foi, sem qualquer dúvida, Dudu que, conforme diz meu irmão, sempre cresce e se transforma no melhor do time na hora da dificuldade e, sobretudo, nas decisões.
Mas o craque do jogo, em meu critério de análise, foi Tchê-Tchê, sobretudo por sua versatilidade.
No primeiro tempo, com Cleyton Xavier no time, Tchê foi obrigado a jogar atrás, apenas defendendo comportando-se individualmente muito bem na missão, como de hábito.
Há que ressaltar, porém as visíveis perdas decorrentes do recuo desse atleta para a defesa pois limita a força da equipe tornando-a sem força, sem alma e sem a menor criatividade para impor seu ritmo de jogo.
No segundo tempo, já com o volante de contenção Gabriel no time substituindo Moisés, Tchê pôde se soltar e livrar-se da tarefa exclusivamente defensiva que tanto o limita dentro de campo.
A partir daí Tchê Tchê pôde se soltar, ir para o ataque, encostar nos companheiros como opção para a troca de passes e para as tabelas, enfiar (em sua melhor especialidade) as bolas no vazio para os companheiros, arrematar ao gol e, enfim, infernizar a defesa adversária. Até um golaço ele fez.
Por tudo isso e pela personalidade forte outra vez evidenciada, Tchê-Tchê, em meu entendimento, foi, destacadamente, só isto, apenas isto: "o craque do jogo"!
Precisava mais?
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