Observatório Alviverde

23/02/2024

ESTÁ MUITO SEM GRAÇA O FUTEBOL NOS DIAS DE HOJE !!!

Não quero nem me referir à presença do público nos estádios que, antigamente, chegava a duzentas mil pessoas em confrontos da Seleção Brasileira e em alguns clássicos cariocas.

Os clássicos paulistas, muito pela falta de estádios, eram mais modestos, mas abrigavam, sempre, de setenta a oitenta mil pessoas.

Em Minas, num Cruzeiro x Vila, ultrapassou-se a casa dos 130 mil, ao passo que no Rio Grande do Sul em Pernambuco e na Bahia, os públicos ultrapassavam os cinquenta mil . 

Um aspecto importante dessa marca popular do futebol era a convivência pacífica das torcidas que dividiam os estádios, até que muitos torcedores se reuniram como "Gaviões" e passaram, em bando e covardemente, a hostilizar e agredir as torcidas dos outros clubes. 

Os resultados disso todo mundo sabe porque foi assim que se instalou a violência no futebol brasileiro e eu, como cronista, tive o desencanto de passar por isso, enquanto a maioria de meus colegas de mídia, lamentavelmente, aplaudiam pra fazer média com o time.

Mas, nos grandes jogos,  nada se comparava à presença dos repórteres em campo (várias dezenas) e as batalhas campais pelas entrevistas, tanto e quanto as contratações de reforços que você ficava sabendo pela mídia (rádio e jornal).

Hoje vive-se uma situação muito diferente e o futebol, que o veículo rádio praticamente construiu no Brasil foi defenestrado e relegado à condição de intruso, como um pai que chega a uma certa idade e é expulso de casa pelos filhos.

Antigamente os programas de rádio passavam as notícias, os bastidores e o dia a dia dos clubes com todos os seus detalhes e consequências, mas eram eminentemente informativos.

Mais do que isso continham menos comentários e as piadas não eram frequentes. Emissoras havia que proibiam as tais piadas o que dava aos locutores credibilidade e imagem de seriedade.

As contratações feitas pelos clubes eram sempre debatidas pelo povão que (este sim) nunca esquecia de "tirar" um sarro do adversário.

Os cronistas, embora tivessem um time de coração, não o manifestavam publicamente pois a profissão, em antítese ao que se vê hoje, exigia imparcialidade.

Para que se fale nos dois maiores expoentes do rádio paulista daquela época, alguém sabe dizer para quem torciam Mário Moraes e Pedro Luis?

Assim era o futebol, acima de tudo engraçado, irreverente e gostoso, uma verdadeira ação entre amigos e é por tudo isso e muito mais que eu digo, respeitando quem pense diferente:

ESTÁ MUITO SEM GRAÇA O FUTEBOL NOS DIAS DE HOJE !!!

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1 Comentários:

  • Às 23 de fevereiro de 2024 às 11:52 , Blogger ester abea disse...

    Alcides querido

    aos 105 anos (quase 106) e depois de ver no campo TODAS as Batalhas da Guerra do Paraguay, Tia Ester acha que os grandes tempos da imprensa no futebol foram akeles dos repórteres em campo, do rádio onde o grande Fiori Giglioti inventava bordoes inesquecíveis.

    Hoje temos o futebol da internet. Para os jogadores, vale aparecer no Faicebuque, no Instagrama, Tuíter ou outro local, em festas escabrosas. Bom era quando o fantástico Ademir da Guia aparecia fazendo jogadas maravilhosas, na TV. Ademir nao ia a festas, mas suas jogadas eram festivas.

    Muitos jogadores, mormente os que nenhum título ganharam(como Neymar José da Silva Xavier) posam em festas e acreditam que com isso estao "ostentando".
    Nao! o Rei Pelé ostentava, mas ostentava Títulos. Na mesma idade que Neymar José da Silva Xavier, Pelé já tinha ganhado tudo, tudinho. Isso sim é ostentar.
    Teve um moço aki da roça que falou que Neymar José da S. X. é "riquissimo" pois ganha nao sei quanto de seu clube. Santa ignorante ignorância. Rico mesmo é quem pode paga-lo e ao resto do time.

    Mas, lembremo-nos de koisas fantásticas: na Guerra do Paraguay as batalhas eram transmitidas pelo rádio. Só depois chegou a TV aberta, onde o chato Galvao Bueno foi expulso por torcer abertamente para o adversário.

    Tia Ester ia a todas as batalhas, comprava com antecedência seu ingresso de estudante. Só nao fui em uma que Osório nao jogou por lesao no joelho. Mesmo assim, ganhamos. Mas nao fui, pois batalha sem Osório nao tinha graça. Todos queriam ver o grande general entortando o adversário com suas canhonadas possantes. Depois da batalha, Osorio posava para as câmeras, sobre seu cavalo (talqual se vê lá perto da cracolândia e da sede da Folha)

     

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