BRASIL 2012: UM DESERTO DE CRAQUES E TALENTOS!
Não me chamem de nostálgico por tudo o que vou dizer neste post.
Tampouco não me acusem de saudosista ou de piegas.
O que vou ousar afirmar é respaldado pelo conhecimento de quem acompanha o futebol de perto há décadas.
Repetindo a manchete deste “post”, que é dura, mas, necessária, que é forte, mas isenta e proferida com sinceridade, honestidade, sem subterfúgios, defino, nesta frase, o futebol de nosso pais:
Brasil 2012 “um deserto de craques e talentos”.
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O declínio do futebol brasileiro é uma realidade que salta aos olhos e só não vê quem não quer.
Atualmente, a quem podemos atribuir o título de craque, noves fora a dupla Neymar e Ronaldinho Gaúcho?
Não vejo ninguém nessa condição, ainda que recorra à vasta lista de exportados que atuam nos campos da Europa e de todos os continentes, pois até na África e na Oceania militam jogadores brasileiros.
Valdívia entraria facilmente nessa relação e formaria uma trinca com Neymar e Gaúcho, logo atrás de ambos, mas estamos enfocando neste “post”, exclusivamente os jogadores brasileiros.
Para a mídia paulistana Valdívia não é considerado um craque que desequilibra, sendo tratado, apenas, como um bom jogador.
Sabem por quê?
Simplesmente porque veste a camisa verde do Palmeiras, tão odiada pela maior parte da mídia.!
Para reconhecer a condição de craque do chileno, a maior parte dos jornalistas continua esperando que o Mago se transfira para outro clube brasileiro, preferentemente o Flamengo como chegou a ser cogitado recentemente.
É impressionante como torcem pela saída de Valdivia, como forçam, como falam todo dia, sem parar, que ele está saindo do Palmeiras!
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Qualquer grande jogador que o Palmeiras contrate, a cronistada antipalmeirense se exaspera, se preocupa, fica colocando defeitos, insinuando ou anunciando o tempo todo que o clube A, o B, o C ou qualquer outro se interessam por ele.
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Quero falar porquê, em meu entendimento e ao juízo de todos aqueles que conhecem a matéria, o futebol brasileiro já não tem (tantos) craques como antigamente
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A estrutura do futebol brasileiro sofreu um abalo terrível e rachou completamente, quando “Juca et amicus” trabalharam para liquidar os certames regionais e obtiveram êxito..
Se atingiram o objetivo colimado, não foi por força do proselitismo de suas crônicas, comentários e palavras, senão por política.
Esse foi, seguramente, o mais hediondo crime cometido contra o futebol brasileiro de Charles Muller aos dias de hoje. só comparável a outro crime de igual monta também por eles perpetrado, a implantação “Lei Pelé” nos termos em que está vigendo.
Tudo isso decretou o atual estado semifalimentar do futebol interiorano que, arrancado pela raiz, vivencia, de há muito, “a crônica da morte anunciada”, não a de Garcia Marques, mas a de um certo Juca tupiniquim com prefácio e posfácio de seus míopes seguidores da mídia.
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Com o apequenamento de alguns clubes e o fechamento de outros tantos, encolheu-se o mercado futebolístico brasileiro em número de jogadores contratados, postos de emprego e de cifrões..
Conclusão:
Já não dispomos mais de quantidade para extrair a qualidade.
A interminável rotatividade e o conseqüente rodízio sempre dos mesmos jogadores para os poucos clubes perenes hoje existentes, estão obstando e impedindo a revelação de novos talentos, mas isso ainda é, apenas, uma consequência..
A causa principal da falência do futebol interiorano é a falta de regionais mais longos que proporcionem aos clubes a possibilidade de se organizar e de obter renda nos confrontos com os grandes clubes de seus estados, além da captação dos recursos oriundos da televisão,
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O Brasileiro, de maio a dezembro,. vem se tornando monótono, ano a ano.
Este campeonato, sim, deveria ser enxuto, voltando à fórmula antiga mais estimulante e muito mais motivante do mata-mata, em que cada jogo é decisivo e nenhum time entrega o resultado para quem quer que seja, na hora das decisões.
Sob o regime de mata-mata e o encurtamento do Brasileiro, haveria mais datas disponíveis não só para a ampliação de competições como a Copa do Brasil, Libertadores, Sul-Americana, mas para a própria Seleção Brasileira.
Infelizmente, a maioria dos grandes clubes interioranos, cerceada em seu direito de viver vai sobrevivendo como pode, mas se consumindo em processo irreversível de decomposição e destruição.
O interessante é que os próprios coveiros do futebol interiorano, e, por extensão, do Brasil, têm a desfaçatez de vir a público proclamar que não está havendo a suficiente renovação do futebol brasileiro!
É elementar que não há. É óbvio que não há! Não há e nem haverá!
Não haverá porque eles próprios, por incompetência, orgulho, falta de visão futurista, vaidade, arrogância, prepotência, a mando de alguém ou coisa assim se encarregaram de destruir o outrora portentoso futebol do interior.
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Esses almofadinhas midiáticos que se consideram e se autoproclamam gênios de vanguarda da imprensa nacional, só tem olhos para enxergar as suas idiossincrasias e vaidades, fingindo desconhecer a gravidade e as consequências de suas estúpidas ações.
Jamais saíram de São Paulo, jamais viveram em qualquer cidade do interior paulista ou do Brasil.
Por isso, desconhecem, simplesmente, a força. a grandeza e a enorme importância do interior brasileiro.
Eles não têm a menor idéia do significado das rivalidades regionais em todos os quadrantes do país, rivalidades essas muito maiores e mais acirradas do que aquelas que campeonatos interestaduais jamais alcançaram desde 1971 e, sequer, vão alcançar.
Essa gente parece não ter nenhuma noção ou consciência dos danos e do arraso que causaram ao futebol do interior e ao próprio futebol brasileiro, quando promoverem a ridícula elitização do futebol em nosso país
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Na esteira dessa excrescência, a rede Globo quer aproveitar o ensejo para montar um novo cenário, o da bipolarização do futebol brasileiro, naquilo que o jornalista Odir Cunha definiu inteligentemente como “espanholização do futebol brasileiro”.
Os clubes considerados de maior torcida, Flamengo e CU-ríntia, estão sendo pagos a maior pela Rede Globo em relação aos demais, para que ganhem corpo, se robusteçam, reforcem,os seus elencos e passem a exercer, nas mesmas proporções, aqui no Brasil, os papéis que Barcelona e Real Madrid exercem no futebol ibérico.
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Um país de dimensões continentais como o Brasil não pode ser tratado como qualquer minúsculo país oi republiqueta européia que se atravessa em poucas horas de carro, motocicleta ou por trem.
A França, um dos mais extensos países europeus, por exemplo, tem a extensão geográfica aproximada do estado de Minas Gerais.
O campeonato nacional frances, em quilômetros rodados, não passa de um regional mineiro.
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A estratificação do futebol brasileiro com séries além da A, da B,C,D e outras que podem vir, é danosa, não resolve o problema do futebol interiorano.
Obriga os clubes a gastos excessivos para minguadas arrecadações em torneios absolutamente deficitários.
Definitivamente, é um tiro no pé.
Em razão das distâncias em dimensões continentais, essas séries, disputadas de forma eliminatória, desmotivadamente, entre equipes de praças muito distantes, são deficitárias e não despertam qualquer interesse do público.
A maior parte das equipes cumpre de duas a quatro partidas e, tão logo são desclassificadas, ficam sem ter o que fazer de junho a dezembro.
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Em minha militância na imprensa do interior transmiti e assisti a eventos memoráveis com casa cheia, ainda que envolvessem, exclusivamente, equipes interioranas.
Quando havia o confronto contra os grandes clubes, os estádios, mais do que enchiam, entupiam e os dias eram marcantemente festivos.
Chega das farsas do público mínimo, da média de renda inferior e de outros factóides citados habitualmente para a manutenção o atual “status-quo” reconhecidamente nocivo aos interesses gerais do futebol brasileiro.
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Hoje só temos no Brasil, a rigor, cinqüenta clubes, entre os grandes, os médios e os mais fracos compondo as séries A, B e C, com atividades perenes de janeiro a janeiro. Os demais são sazonais e a maioria está morrendo.
A maior parte deles vive em extremíssima dificuldade, com o pires na mão, lutando tenazmente para tentar sobreviver.
Esse universo de clubes viáveis, atingia, em cálculo bem pessimista, mais de 200 antes.
Isso existia até que o “jênio” Juca e seguidores empurrassem o futebol brasileiro no abismo da segmentação elitizada, sob o falso argumento de que os clubes pequenos eram parasitas dos grandes e que o Brasil tinha a obrigação de se “adequar” ao calendário europeu. Pura cascata!.
O tempo, senhor da razão, já provou por A mais B e pelas outras 24 letras de nosso alfabeto que os grandes, sim, é que eram e ainda são os parasitas dos pequenos.
Quando precisavam contratar, todos os grandes de São Paulo se socorriam nos times do interior, mormente o Palmeiras clube que não aproveita a sua base embora tenha até um time B. teoricamente criado com essa missão..
Os dirigentes do trio de ferro e do Santos, sabiam onde estavam as grandes revelações e os futuros talentos e craques do futebol brasileiro os quais compravam a preço de banana.
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Hoje o que se vê é um rodízio constante dos mesmos jogadores meias-bocas que vão trocando de clube à medida que seus empresários desbravam novas oportunidades ou pagam as taxinhas de praxe a dirigentes sem caráter que têm interesse na negociação..
Em razão disso, o aproveitamento das categorias de base é mínimo, já que há um número reduzidíssimo de clubes para absorver tanto “pé-de-obra” disponível no mercado.
Ademais a ameaça de rebaixamento impõe aos clubes uma enorme responsabilidade que os impede de conceder oportunidades às revelações oriundas da base.;
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Até os anos 80(s) os narradores comentaristas e repórteres de rádio e tv do interior eram festejadas celebridades em suas cidades e regiões.
Em Rio Preto, Ribeirão Preto, Presidente Prudente e tantas outras praças, a maior parte da categoria recebia, em média, bons salários e as estrelas, salários e vantagens quase nas mesmas proporções dos cronistas paulistanos,
Os patrocínios nem sempre eram fortes, mas o número de clientes que anunciavam em rádio, especificamente no futebol, era enorme, e uma coisa compensava a outra.
Hoje o rádio do interior está, se não completamente liquidado, semifalido, à imagem e semelhança dos clubes de futebol..
A maior parte dos cronistas está desempregada ou sub-empregada e as rádios, outrora grandes potências regionais, alugam os seus espaços às igrejas por conta da própria sobrevivência.
Os jornais reduziram drasticamente os seus espaços para o futebol e diminuíram, também, o número de profissionais que cobriam as atividades dos clubes.
As idéias mirabolantes dessa “tchurma” de cronistas paulistanos caíram sobre o futebol do interior como a bomba que devastou Hiroshima, Não ficou nada em pé! Nem o rádio!
O delírio megalomaníaco de Juca pulverizou a profissão de jornalista esportivo no interior, mas muitos profissionais nunca deram conta disso e até o apoiaram na cruzada maligna pela execução do futebol interiorano. Como são inocentes!
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O futebol do interior deveria se unir neste momento em que ocorreram mudanças radicais na CBF e na alta cúpula do futebol brasileiro, ao menos em termos de pessoas..
O momento é propício.
Por mais insensível que possa ser, Marin não é burro.
Ele, que já foi jogador de futebol profissional e governador do principal estado da federação, conhece bem a importância do futebol do interior.
Os clubes interioranos deveriam se mobilizar e realizar uma massiva assembléia nacional questionando tudo o que os incomoda e os destrói, exigindo um novo regime e tratamento por parte da CBF que os salve, os mantenha e os reconstrua.
O calendário, os campeonatos, a diversificação das redes de televisão na cobertura dos campeonatos, tudo isso teria de ser revisto e resolvido.,
Sobretudo, a famigerada Lei Pelé, cujo puto que a pariu (não foi Pelé) mas aquele que se jacta em ser o maior, melhor, mais elegante, mais bonito, mais ilibado e mais importante cronista do país.
A falta de visão futurista, repetindo um termo já usado neste post, dele e de outros trouxas que o seguem foi tão grande que conseguiram o grande feito de tirar os jogadores da escravidão para com os clubes, transferindo-os para a servidão dos empresários.
Como são inteligentes, não?
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E não é que essa gente ainda têm o topete alto, a petulância, e o descaramento de bostejar aos microfones e câmeras aquilo que todos nós estamos cansados e carecas de saber?
Então eles dizem:
que o nosso futebol decaiu,
que já não temos mais craques,
que os times europeus são melhores do que os nossos.
que o futebol do “velho-mundo” é superior ao nosso,
que os novos jogadores brasileiros são, simplesmente, iguais ou piores do que os europeus,
que a Seleção Brasileira atual é muito fraca,
que, do jeito que está, não iremos ganhar a copa,
O que eles jamais vão admitir é que essa conta, por simples questão de justiça, eles é que deveriam pagar.
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3 Comentários:
Às 18 de agosto de 2012 às 14:17 , Anônimo disse...
Mais um excelente texto do OAV, assim como o de ontem.
Textos que deveriam servir para ampla discussão no meio esportivo.
Às 18 de agosto de 2012 às 15:10 , Anônimo disse...
Onde é que eu assino?
Dinho Maniasi
Às 18 de agosto de 2012 às 22:55 , Pensador disse...
eu já acredito que o brasileiro não gosta tanto assim de futebol como gostava decádas atras (em especial paulistas e caricas). São estádios vazios pra todos os lados. Como competir com a internet, tv a cabo, videos games ultra modernos etc ?? É para se pensar mesmo
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