VITOR HUGO, UM ZAGUEIRO QUE DEIXOU SAUDADES!

Quando o Palmeiras se desfez de Vitor Hugo, então o melhor zagueiro interior esquerdo do futebol brasileiro, houve palmeirense que vibrasse e aplaudisse a negociação.

Essa gente considerava o zagueiro que veio do América mineiro, o grande culpado por todos os problemas defensivos da equipe.

O fato, porém, é que conforme este blogueiro antecipou naquela época, a saída desse atleta desmontou, completamente, o sistema defensivo palmeirense que, a partir de sua saída, jamais foi o mesmo.

A partir da saída de VH a fragilidade tomou conta da defesa alviverde, principalmente do setor esquerdo, onde a ausência de um lateral eficiente comprometeu o trabalho de todo ano.

Vitor Hugo, tido, havido e considerado por muitos palmeirenses um jogador tosco, fraco e sem capacidade suficiente para vestir a camisa alviverde, foi crucificado, da mesma forma como ainda fazem com Thiago Santos e outros, simplesmente pelo fato de não jogarem bonito.

Para não ir tão longe em relação a essa mania da torcida em preterir jogadores, Márcio Araújo, sempre trabalhador e dedicado em campo, um autêntico operário da bola, tem de ser tomado como exemplo. 

Com o ônus de ter de fazer em campo, além de sua parte, também a de Marcos Assunção, ele acabou caindo em desgraça junto à torcida que nunca quis saber tomou conhecimento ou disto.

Foi assim que embora jogasse bonito e cobrasse faltas muito bem, Assunção estava envelhecido, já não corria e, sem mobilidade, ficava como estátua, parado, à espera da chegada da bola em seus pés.

Quando aquele fraquíssimo Palmeiras de Felipão ganhou a Copa do Brasil os méritos todos foram indevidamente transferidos para Assunção que só não renovou com o Verdão em decorrência do salário exagerado que exigiu e que muitos até defendiam que fosse pago.

Naquele mesmo ano, quando o Palmeiras, pela falta de paciência da diretoria em esperar que Scolari (que houvera ganho a Copa do Brasil) livrasse o time do rebaixamento contratou o "cabaçudo" e inexperiente Kleina e deu com os costados na segunda divisão, a conta todinha foi apresentada a Márcio Araújo que, no ano seguinte, foi- em média- o melhor jogador do Verdão na dura jornada de retorno à Série A, embora sempre tachado de grosso, de tosco e de incapacitado.

Na temporada seguinte Araújo, completamente sem ambiente, Araújo teve de ir embora e muitos de seus algozes até vibraram imaginando que seria o fim desse correto e esforçadíssimo atleta.

No entanto, o maranhense acabou sendo contratado pelo Flamengo onde foi titular até há poucos meses com todos os treinadores que passaram por aquele clube e mesmo quando esteve no banco foi escalado no decorrer dos jogos.

Hoje tentam fazer o mesmo com Thiago Santos, outro jogador daqueles a que se chama de operário pois joga com o time e para o time, sendo, estatisticamente, um dos jogadores palmeirenses que mais desarmam.

Voltando a Vitor Hugo, quem é que não sente saudades desse jogador? 

Quem pode esquecer o seu eficaz trabalho de cobertura do lado esquerdo da defesa palmeirense em que, com ele em campo, até o veterano Zé Roberto conseguia jogar com eficiência?

Como não lembrar sua eficiência no jogo aéreo defensivo e ofensivo e os seus inúmeros gols de cabeça nas bolas alçadas em cobranças de falta e, sobretudo, nos escanteios?

Como esquecer a pirueta que dava no ar e que fazia realçar a destreza física de sua silhueta longilínea de quase dois metros de altura e outros tantos de envergadura?

O torcedor precisa compreender que, definitivamente, é utópico esperar que os grandes times -todos eles- sejam formados, exclusivamente, por craques ou por jogadores acima da média.

Antes que alguém me acuse de estar querendo Márcio Araújo novamente no Palmeiras, quero dizer apenas que cito esse jogador e outros de seu estilo apenas e tão somente como exemplos.

Ter dois ou três jogadores destes aos quais chamamos "de força", é salutar para qualquer time de ponta e nomeada. 

Reparem que todos eles têm jogadores assim.