PORQUE RESPEITO E ADOTO A QUARENTENA!
A prisão mais cruel não é a do corpo, mas a do espírito.
O corpo, quando a sina é inexorável, tudo aguenta tudo tolera e a tudo se adapta.
Não fosse assim e aqueles presidiários que cumprem penas recordes morreriam, todos, antes da sacratíssima libertação.
E, no entanto, não morrem. Sobrevivem para voltar a viver em plenitude e em consonância com os seus anseios, motivações e evolução espiritual.
Recluso em minha casa em tempos de pandemia apenas por estar "triplecemente" enquadrado no grupo de risco, ouso manifestar o meu sentimento via blog.
Do ponto de vista corpóreo material, confesso-lhes, sinto-me muito bem, mas o mesmo não ocorre, do ponto de vista espiritual.
Meu espírito, do murmúrio monossilábico ao urro forte, embora contidos, trafega sôfrego por todos os níveis de sensações que, se vividas, sei bem, são capazes de por termo à minha vida...
E na insana briga que o meu eu trava com a razão ele sai vencido, derrotado, humilhado, perde seu poder de argumentação e, premido pelas circunstâncias, simbolicamente se curva e humildemente se entrega à verdade incontestável da razão.
Refiro-me e falo de algo sublime, eivado de sapiência, de uma necessidade cruel mas necessária, que faz prevalecer a lei da sobrevivência sobre a da conveniência.
Refiro-me e falo de algo sublime, eivado de sapiência, de uma necessidade cruel mas necessária, que faz prevalecer a lei da sobrevivência sobre a da conveniência.
É por ela que aguento firme, pés fincados no chão e olhos num futuro que, espero, não será tão delongado assim, nessa permuta que faço -com ampla paciência- de minha liberdade por minha sobrevivência.
Sei
que nestes tempos bicudos, impróprios, perigosos e muitas vezes
mortais, necessário se torna e é imperioso que o herói que habita em nós sobreviva.
E penso assim:
Se o herói que está em mim não sobreviver, cadê eu?
Num átimo menor que a menor partícula de um átomo eu parto rumo ao desconhecido!
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Se alguém se dispuser a comentar e-mail-me, por favor:
alcidesdrummond@yahoo.com.br
Hoje me eximi de abordar assuntos políticos para dar um refresco ao meu espírito!
NOTA FINAL
Consternadamente registro o falecimento do grande compositor Aldir Blanc meu contemporâneo , companheiro e amigo dos tempos em que trabalhei na imprensa esportiva do Rio de Janeiro.
Seu passamento foi decorrente da COVID e, embora lamentável, não será em vão.
Servirá de exemplo àqueles que mesmo pertencentes aos grupos de risco se aventuram em saídas de casa sem a menor necessidade.
Detalhe: não sei se ele era portador de alguma doença, mas pela idade era do grupo de risco!
Descanse em paz, grande Aldir! (AD)
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