Observatório Alviverde

22/09/2010

ALGUMA COISA ACONTECE NO CORAÇÃO DE BELLUZZO!

No domingo passado fui internado às pressas e nem pude assistir ao "choque-rei". Sofri muito, por isso. Fico com a impressão de que se tivesse assistido ao jogo o Palmeiras não teria perdido. Afinal, tenho o direito, também, de ter as minhas superstições.

Ontem foi a vez de Belluzzo, o nosso presidente, ser internado no Sírio-Libanês. Sorte, a dele, que o Palmeiras só joga hoje à noite.

A cautela e a recomendação médica deveriam dissuadí-lo de assistir ao Palmeiras X Gremio, mas aposto e, mais que isso,  garanto que Belluzzo verá o jogo.

Nem a bico de carabina os  cautelosos cardiologistas do importante hospital vão tirá-lo da frente da TV, ainda que ele esteja internado.

Belluzo ama o Palmeiras e, apesar de Cipullo, da oposição, de tantos erros  e dos maus resultados, está em minha lista de grandes presidentes.

Seu grande pecado foi manter Cipullo, mais do que um inepto, inapto para a função de diretor de futebol.

As contratações de grandes técnicos e de grandes jogadores, após muitos anos, voltaram a acontecer e o Palmeiras concorreu forte no mercado da bola, ainda que em buscas equivocadas de  jogadores superados.

Na verdade, após as aquisições de  Kléber e Valdívia e a chegada de Felipão, em que pesem os custos estratosféricos, corrigiu-se, ao menos em parte, os primeiros erros cometidos.

Infelizmente a falta de competência de Cipulo, aliada a alguns rompantes e sonhos delirantes do próprio Belluzo, como a dispensa de Luxemburgo para contratar Muricy,  foram danosos e fatais levando o clube à desestabilização e às derrotas.

Não nos esqueçamos, porém, que sob Belluzzo ganhamos um Paulistão. É pouco para as nossas necessidades, mas é substancial.

Ou vocês vão fazer coro com Sócrates e com a imprensinha de merda que continuam afirmando "Tanto gasto para ganhar só um Paulistinha"?

O Santos ganhou este ano e ele e eles não só disseram que foi um Paulistão, carregando no aumentativo, como ajudaram a proteger os "meninos" da Vila. Só falam do título, mas nada disseram ou dizem do roubo, a mão de apito, em cima do Santo André. Que  mídia!!!

Voltando a Belluzzo, considere-se, também, a construção da Arena que já está  saindo do papel e que vai representar a redenção econômica do clube. Isso se os invejosos da oposição não impedirem o empreendimento como vêm tentando à exaustão.

Ressalte-se, também,  a modernização (pequena) administrativa de um clube de gueto como era o Palmeiras, sendo Belluzzo o primeiro presidente a assistir aos jogos no meio da torcida. Foi um avanço e tanto.

Foi o primeiro presidente a "peitar" de forma real e acintosa um juiz que nos prejudicou, Simon, o finório.Conquanto errasse na forma da pressão e na medida dos termos, encarnou o pensamento da torcida e firmou uma liderança como de há muito não se via na história recente do clube.

São marcas indeléveis da capacidade executiva de Belluzzo, certamente o presidente mais apaixonado pelo futebol do Palmeiras, entre os tantos que conheci.

Infelizmente, Cipullo, por seu amplo desconhecimento da intricada matéria chamada futebol, impediu que Belluzzo colocasse em prática os seus planos e idéias de modernidade administrativa, pois o futebol em sí o absorveu e asfixiou.

Belluzzo errou ao ouvir Cipullo e contratar Luxemburgo, mas errou muito mais em dispensar Luxa por um motivo banal.

Errou, novamente, em dispensar Jorginho, o interino substituto, que engatou uma série de formidáveis resultados, para a contratação de Muricy que pegou o bonde em movimento e deu no que deu.

Deveria ter procrastinado mais um pouco a saída do interino e ter paciência para esperar até onde iria a série de tantos bons resultados conseguida por Jorginho. cuja continuidade era recomendada até pelo próprio elenco.

Errou ao permitir que Cipullo, em pleno ar, via rádio e tv, fizesse o que mais desejava a imprensa, isto é, demitir Maurício e Obina por uma briga banal, na reta final do Brasileirão quando não tínhamos reservas a altura para Obina e disputamos os jogos decisivos sem nenhum centroavante.                                                                                                
Cipullo apareceu em rede nacional de tv exibindo "otoridade" e seus exibicionismo e  vaidade, apoiados pelo presidente, custaram-nos o título do brasileiro e a ausência da Libertadores neste 2010.

Belluzo tinha de entender que quem não tem competência para administrar uma simples crise disciplinar de elenco, como pode administrar todo o futebol do Palmeiras?

Errou ao permitir o visível boicote, ou, se querem um eufemismo, a má-vontade de Cipullo em relação a Muricy.

Como pôde admitir a  própria demissão milionária de Muricy em hora imprópria, pelo simples fato de Cipullo não gostar de Muricy?

Essa foi outra chance que teve Belluzzo para encerrar a medíocre carreira de Cipullo e, no entanto, não o fez. Foi leal a Cipullo, não  ao Palmeiras.

Errou ao permitir que Cipullo inventasse e parisse o estagiário Antonio Carlos. Foi uma autêntica aventura sem a necessária medida de conseqüencias, em plena disputa do Paulistão, quando o certo seria, novamente, a demissão do próprio Cipullo.

Errou, logo em seguida,  ao permitir que Cipullo demitisse Antonio Carlos nas circunstâncias em que ocorreu, após um incidente interno, que já fora devidamente contornado, desmoralizando o técnico, a hierarquia e a própria instituição perante os jogadors, torcedores, imprensa e a opinião pública.

Deixou o time nas mãos do interino Parraga por um lapso de tempo extenso, enquanto contatava Felipão, gerando um clima de instabilidade e insegurança no elenco, que perdurou por muitos meses.

Sim, Belluzzo tem sido um presidente de muitos erros, embora esses erros tenham mais a ver com Cipullo, a quem, por motivos políticos, de fidelidade pessoal, de amizade, ou, não se sabe de que órdem, não ousou demitir. Chegaram a dizer que eram irmãos maçônicos. Quem sabe, sim, mas isso eu não posso garantir.

Como consequência Belluzzo está pagando uma dívida monumental decorrente de todas as precipitadas ações e  demissões perpetradas pelo seu perdulário diretor de futebol que endividou o clube en proporções geométricas e mandou a contra para o presidente.

Mas as boas intenções de Belluzzo, sua popularidade junto à maior parte da torcida, a vascularização, oxigenação da mentalidde do clube e o pequeno passo de modernidade dado pelo Palmeiras em  sua gestão, são fatores extremamente favoráveis em um tempo de excessiva turbulência política, que devem ser realçados e ressaltados.

Ah, como eu poderia esquecer que Belluzzo quase acabou com a ditadura da Traffic. Isso foi ótimo e conta pontos demais para Belluzzo. O Palmeiras para os palmeirenses, não para os empresários ambiciosos e visionários.

Ligando-se todos esses fatos ocorridos no Palmeiras à internação do presidente, explica-se e elucida-se, agora, outro fato muito importante.

Belluzzo vinha dizendo, afirmativamente, categoricamente, que não queria e nem aceitaria a reeleição. Com todas as condições para ganhar um segundo mandato, Belluzzo declinou formalmente da candidatura e hoje se sabe porquê!

De há muito ele já devia estar sentindo o estresse decorrente de  um cargo espinhoso e difícil que acabou minando as resistências de seu coração, culminando com a sua hospitalização. No Palmeiras, verdade seja dita, não há coração que aguente tamanha é a pressão..

Se havia alguma dúvida quanto à real intenção do presidente, (muitos garantiam que era jogo de cena) creio que o fato, agora, está plenamente consumado. Sem querer fazer futurologia penso que Belluzzo pensará, não uma nem duas, mas, dez vezes, antes de arriscar-se em um novo mandato.

Aliás, já não estou nem contando com a presença forte e com a força atuante de nosso presidente até a entrega do cargo em 2.011. As recomendações médicas  e a cautela devem afastá-lo do cargo e dos encargos.

Positivamente, não é nada fácil ser presidente de um clube em que a inquietude, a traição, o terrorismo, o motim e a ambição alimentam egos vorazes na luta pelo poder.

O velho orgulho e o intrínseco anarquismo dos italianos dos primeiros tempos se multiplica como praga através de seus descendentes que, hoje, comandam o clube.

O  "non ducor duco" da bandeira paulista é a definição mais exata da conduta de cada sócio, em um clube que tem mais alas do que a escola-de-samba da Mancha.

O mal do Palmeiras pode ser, realmente, definido pelo "não sou comandado, comando" em um clube em que todo mundo quer ser, antes de tudo, " capo di tutti capi", isto é chefe de todos os chefes.

Transformando e traduzindo tudo para o mais elementar português eu diria que "é muito cacique para tão poucos indios".
VOCÊ APROVA A ADMINISTRAÇÃO DE BELLUZZO?  APESAR DE TUDO ELE DEVERIA TENTAR A REELEIÇÃO?

2 Comentários:

  • Às 22 de setembro de 2010 às 15:37 , Anonymous Alcides Drummond, o editor disse...

    MEUS AMIGOS
    EM RAZÃO DA MUDANÇA DE TEMA, FICOU POUCO EXPOSTA NO POST ANTERIOR A MENSAGEM ABAIXO DE UM ANÔNIMO SÃOPAULINO, PESSOA DE BOM NÍVEL E GRANDE ESCLARECIMENTO QUE MERECE SER LIDA COM ATENÇÃO.
    obs - Se não concordar com o que ele disse, manifeste-se em nosso espaço.
    leiam o comentário, transcrito ipsis-literis, do bloco anterior:

    sic
    Sou são-paulino, e relevo as agressões gratuitas (SPFW, bambi...) porque tenho respeito pela história do Palmeiras, e acho que não é à toa que nosso clássico recebe o épico nome de CHOQUE-REI.

    A imprensa esportiva é um lixo universal: se hoje dão mais importância para o SPFC e menos para a SEP, o contrário acontecia na época da Parmalat.

    Salvo raras exceções, os 'jornalistas esportivos' são parvos imediatistas (não por maldade, mas por incapacidade mesmo) que não merecem minha atenção.

    Faça como eu: NÃO ASSISTA PROGRAMAS TELEVISIVOS. Seja SporTV, Band, Globoesporte, Bola na Rede... estou imune. De fato, a imprensa é composta de abutres que enaltecem a vitória e esfacelam a derrota, independentemente do que haja entre elas.

    Também não leio Kfouri, Paulinho, Miltoneves, e mais um bando de pseudojornalistas por aí.

    Quanto à grandeza do Palmeiras: a 'teoria da conspiração' sãopaulina é um mito muito pouco razoável, uma bobagem. O problema do Palmeiras é ele mesmo: é sua fragmentação interna, é sua 'falta de norte' - que nem o Belluzzo pôde resolver, apesar da boa vontade.

    É um problema seriíssimo - que, se não fosse pela Parmalat, completaria mais de 30 anos consumindo a SEP como um câncer.

    O Palmeiras precisa descobrir um rumo, para seu próprio bem, para o bem do Choque-Rei, para o bem do futebol de São Paulo e do Brasil.

    Concluo: saibam que fora dos seus verdes muros há também vida racional, equilibrada, e que merece respeito - apesar das diferenças futebolísticas.

    Saudações tricolores.

    22 de setembro de 2010 13:01
    NOTA DO EDITOR
    De minha parte quero dizer que da mesma forma que sou chamado de porco, o horrível apelido que os idiotas da Mancha adotaram e assumiram, não estou desrespeitando o SPFC ao chamá-lo de Bambi. Não tenho culpa se a resposta ao porco tenha sido tão contundente. Afinal, chumbo trocado não dói e tudo isso, enfim, faz parte da rivalidade clubística. ADEMAIS ESTE BLOB É DIRECIONADO, APENAS, A PALMEIRENSES
    QUE SABEM RESPEITAR ADVERSÁRIOS INTELIGENTES E ESCLARECIDOS.

     
  • Às 22 de setembro de 2010 às 18:09 , Anonymous Anônimo disse...

    Alcides o que é que faz aqui um bambi perdido. Acho que é uma ovelha desgarrada rsrsrsr. Aqui é Palmeiras catso.Lugar de Bambi é em blog de bambi.Tá bão? Hoje é reabilitação 2 a 0 no Prudente.Isso se a gente não entregar de novo para os menos favorecidos como o Parmera gosta de fazer e entrar no grupo do rebolo.
    ALVARO MARTINS - SALVADOR - BAHIA

     

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