PALMEIRAS 1 X 0 SUCRE. O IMPORTANTE FOI A VITÓRIA!
Foi um jogo como eu imaginava. Difícil, tenso, sofrido.
A vitória veio a La Felipão, calcada no defensivismo, na cautela e no mínimo risco ofensivo.
O time esteve organizado, agrupado, obediente ao treinador e foi solidário do início ao final do jogo.
A atenção ininterrupta ao jogo, a obediência tática e a determinação por vencer foram virtudes importantes do Palmeiras nessa vitória fora de casa.
TATICAMENTE
A zaga do Verdão, mais que fiel, foi fidelíssima às recomendações de Felipão.
Sem ousar nunca aventurar-se ao ataque, fixou-se na grande-área e imediações, formando um escudo protetor à frente de Deola, do começo ao fim do jogo
Danilo e Ramos não saiam da área e nem ultrapassavam nunca a própria intermediária.
Araújo foi, muito mais, um zagueiro de área pela direita do que, propriamente um ala apoiador.
O Palmeiras abdicou de atacar com Araújo e Tinga, em decorrência da função eminentemente defensiva cumprida por Araújo, mas não foi apenas por isso.
Tinga, que teria, como de hábito, a missão de fazer a dobra de marcação pelo setor e, eventualmente, puxar os contrataques que surgissem nessa faixa de campo, preferiu flutuar e jogar em todos os setores do campo. Até na ala esquerda foi visto muitas vezes durante todo o transcorrer do jogo.
Tinga serviu sempre como opção de jogo e de desafogo aos companheiros, pois sempre aparecia para aliviar as pressões de marcação dos adversários sobre os companheiros, encostando sempre para o recebimento dos passes, para ajudar na marcação e para a saída de jogo.
Essa ausência de Tinga pelo setor direito teve, porém, um aspecto negativo. Ensejou ao Sucre a criação de ótimas jogadas de cruzamento, preparação, e, até, de finalizações dos adversários pelo lado esquerdo da defesa palmeirense.
Essa vulnerabilidade obrigou Pierre a se multiplicar em campo.
Além de suas funções habituais de marcação pelo miolo da defesa no chamado primeiro combate, fez a cobertura de Araújo e salvou várias vezes a pátria palmeirense pelo lado direito da defesa, jogando pouquíssimo para a TV e muitíssimo para a equipe.
O lado esquerdo da defesa foi o que se houve melhor, pelas próprias condições estratégicas definidas por Felipão.
Gabriel Silva e Rivaldo, fizeram o habitual revezamento nas transições defesa/ataque/defesa, contando sempre com as chegadas de Kléber que, definitivamente, só atuou do meio para o flanco esquerdo, setor pelo qual o Palmeiras centralizou e conduziu todo o seu quase estéril jogo ofensivo.
Assim como Tinga, Marcos Assunção também não refugiou-se em qualquer posição.
Mais velho em idade e sem a mesma condição física do companheiro, também flutuou no jogo e foi visto em todos os setores de campo quer fosse para marcar, para apoiar, para bater faltas ou para encostar nos companheiros.
O GOL E A POUCA OFENSIVIDADE
A rigor, o Palmeiras só criou um lance perigoso oriundo da direita, em falta cobrada por Márcio Araújo. Foi um cruzamento longo, que Kléber cabeceou por cima do goleiro e do travessão.
O gol do Palmeiras veio logo depois, aos 26 do primeiro tempo. Surgiu de uma enfiada de Rivaldo para Kléber que tentou penetrar na defesa sucreana pela meia esquerda e sofreu falta.
Marcos Assunção efetuou a cobrança com a habitual mestria, sem chances para o goleiro Lampe privilegiado expectador do gol, porque ele, impotente para efetuar a defesa, viu, de perto, a bola morrer em seu canto direito alto, no gol daria cifras finais ao marcador.
Talvez possa se explicar a ausência ofensiva palmeirense por um outro aspecto, na proporção exata do mau rendimento de Valdívia, o jogador mais criativo do time.
Além da severíssima marcação individual que lhe foi imposta, o chileno começou a sentir um incômodo muscular na parte posterior da coxa, que o extraiu da partida ainda aos 36 minutos do primeiro tempo.
Foi substituído por Lincoln que, apesar da categoria, está sem ritmo de jogo.
Lincoln assinalou um gol, equivocadamente anulado pela arbitragem no segundo tempo.Após um arremate de Kléber, o goleiro espalmou e Lincoln, vindo de trás, bateu cruzado para o fundo dos cordéis. Seria um gol de vital importância para a classificação palmeirense.
Ressalte-se que o Palmeiras ainda teve, no segundo tempo, um penalti escandaloso a seu favor, não marcado. Passaram o rodo em Rivaldo dentro da área, e o árbitro fez vistas grossas.
VITÓRIA DIFICÍLIMA
O Universitário de Sucre não foi um adversário daqueles que se chama de "galinha morta".
Mostrou velocidade, envolvimento, arremates de média e de longa distância,
Sua equipe dispõe de bons passadores, de bons cruzadores, de bons chutadores, de alas e atacantes muito rápidos.
Em determinados momentos do segundo tempo abafou, asfixiou e anulou, completamente,o time do Palmeiras que perdeu a saída de bola e o próprio controle do jogo.
A vitória palmeirense deve ser creditada, primeiro, ao envolvimento e comprometimento do time com o esquema de Felipão. O Palmeiras jogou focado e determinado a ganhar e ganhou!
Segundo, ao desempenho heróico de Kléber que jogou sozinho contra a defesa boliviana, impedindo-a de apoiar. Sofreu a falta que acabou no gol que deu a vitória ao Palmeiras.
Terceiro, ao talento incomparável de Marcos Assunção nas bolas paradas, fator que, novamente, pesou e decidiu em favor do Palmeiras.
Quarto, ao desempenho fabuloso de Deola, bafejado, também, pelo fator subjetivo a que chamamos sorte, como de há muito não se via em um goleiro do Palmeiras.
AS NOTAS
Deola, 10 (Salvou o resultado).
Ramos e Danilo 9. (Defenderam bem, perfeitos no jogo aéreo e comandaram a defesa.
Araújo, 8 (Cumpriu determinação tática e só defendeu. Quase não passou do meio de campo.
Pierre 9 ( Marcou forte na intermediária e ainda cobriu Araújo na ala direita. Jogou, exclusivamente, para o time.
Gabriel 8, (Jogou bem. Apoiou muito, correu muito, mas falhou sempre no passe final e nos cruzamentos. Precisa amadurecer)
Rivaldo 8 ( 10 pela força, pelo empenho, pela luta, pela raça e 6 pela atuação. Dividido por dois, 8).
Marcos Assunção, 10 (Decidiu o jogo)
Tinga 8 (O esquema de Felipão e sua missão tática no jogo impediram-no de brilhar individualmente)
Valdívia 6 (Além de muito marcado, estava contundido. Saiu, precocemente, aos 36 do 1º tempo).
Lincoln 7 (Fez o trivial e o que pode. Está sem ritmo de jogo)
Kléber 10 (Sozinho, valeu por três ou mais atacantes e foi um jogador decisivo.)
Leandro Amaro entrou aos 44 do segundo tempo e não tem nota.
CONCLUSÃO
Vitória importante, mais de meio caminho percorrido.
Apesar disso, não temos nenhuma garantia de que já estamos classificados.
É preciso cultivar a auto-confiança, acreditar sempre e crer que podemos, sim. passar para a próxima fase da sul-americana.
Entretanto, não podemos deixar de ter em mente que o Universitário não é um time bobo e tem condições de enfrentar o Palmeiras,em São Paulo, de igual para igual.
É óbvio que temos um time melhor e que as nossas condições de vencer são melhores.
Mas ter cautela é bom e eu gosto. Aprendi com os mineiros!
DEIXE O SEU COMENTÁRIO SOBRE O JOGO
10 Comentários:
Às 15 de outubro de 2010 às 12:35 , Alvaro Martins - Salvador-Bahia disse...
Jogo e resultado como previ ontem. 1 a zero sofrido. Obriga a gringaiada a vencer lá em Sampa. Sem a altitude fica ruim pra eles. Pra vencer vão ter que jogar abertos. Concordo que o tine deles é bom. Só que o nosso é muito melhor. Em casa arrisco o palpite 3 a zero pra nós. Dá neles, Verdão. Alvaro Martins - Salvador - Bahia.
Às 15 de outubro de 2010 às 17:03 , Walter Porcão disse...
O time deles não é galinha morta. Você tá certo. Eles não fizeram gol porque o Palmeiras jogou na retranca e pq Deola pegou tudo. Alem disso a sorte estava do nosso lado. A gente vai ter trabalho no jogo de volta. Todo o mundo precisa lembrar que eles eliminaram o Colocolo lá dentro de Santiago.
Às 15 de outubro de 2010 às 17:05 , vladimir rizzetto disse...
Eu deveria comentar somente o jogo, mas, não consigo...
Ontem, o Palmeiras foi flagrantemente roubado pelo CORNO que apitou a partida. Ele foi cirúrgico! Impediu de maneira deliberada uma vitória por um placar maior, o que dificultaria sobremaneira a tarefa do Sucre para o jogo da volta. O canalha anulou um gol legal e não assinalou um pênalti clamoroso.
E se fosse contra um time de maior expressão, como por um exemplo, alguma equipe argentina? O Palmeiras superaria o prejuízo? Provavelmente não…
É por essas e por outras que eu não permito-me empolgar ou iludir com o Palmeiras e tornei-me um torcedor resignado por natureza.
De que adianta pagar 700 “paus” para um treinador e ser roubado incessantemente, inclusive, em jogos contra times de merda, como o Sucre?
De que adianta contratar Valdívia para ser caçado em campo e ser vítima de rótulos negativos, fora dele? A mesma pergunta também cabe ao Kleber.
Esmeraldino, o Palmeiras está evoluindo, porém, enquanto a diretoria tratar dos assuntos extra-campo dessa forma, continuarei com "um pé atrás".
Grande abraço
Às 15 de outubro de 2010 às 22:54 , Alcides Drummond disse...
Rizzetto
O Palmeiras não tem trabalho forte de bastidores desde a década de 70 do século passado. Às vezes (muitas) criticamos a imprensa neste espaço,mas esquecemos de falar do orgulho, da prepotência e da arrogância dos dirigentes palmeirenses,algo além do limite. Melhoramos muito nesse aspecto com Belluzzo, mas ainda é insuficiente Na década de 80 tinha um tal Raiola lá no Palmeiras. Nunca vi homem mais arrogante e prepotente do que ele. Tive o desprazer de encontrá-lo em Turim na Copa de 90 e o homem era mesmo afetado, deslumbrado e achava que ser diretor do Palmeiras dava-lhe aura de rei. Tenho visto o Luxemburgo criticar um Raiola do Palmeiras. Seria o mesmo? Seria parente, seria aderente ou descendente? Enquanto os nossos dirigentes cultivam o orgulho e a ostentação do cargo, os de outras equipes cultivam as relações públicas, a amizade com os cronistas e o trabalho de bastidor.
Não sei se vc sabe mas o SPFW dá camisas aos árbitros que apitam os jogos no Morumbi.O Palmeiras dá xingamentos. É preciso esperar que desapareça essa geração rançosa de dirigentes e que surjam novas lideranças no clube.Porém as amostras que têm surgido não são bons exemplos. Diretor do Palmeiras só quer ostentar e se exibir. Trabalhar pelo clube que é bom, poucos querem.
Às 16 de outubro de 2010 às 00:11 , Minerin de Belrizonte disse...
Ce num aprendeu nada com mineiros não pq torce pro Porco. Mineiro come porco. Cr$ 3 Porco 2 no Porco. Foi lá em Sp. De virada.Tomô, bacana? rsrsrsrsrs
Às 16 de outubro de 2010 às 10:14 , Marcelo disse...
Oh mineirim volta para a mina do Chile, você tem jeito de diretor do Palmeiras ou é Raiola mesmo?
Quanto ao time, o Felipão vai acertar o time para ganhar no domingo e quarta, afinal dependemos de Valdívia e Kleber mas temos Felipão e a torcida do Palmeiras.
Vamos torcer que a contusão do Valdívia seja de menor intensidade e também chega de Porco neste blog, deixa para corinthia e jardim leonor falar.
Abraços Palestrinos, Alviverdes, Periquitos, Verdão, Esmeraldinos, etc.
Às 16 de outubro de 2010 às 11:11 , Anônimo disse...
Olá Drummond, tudo bem? É a minha primeira participação aqui no blog, mas te acompanho e gosto muito de sua linha de pensamento. Venho pra te informar que Fábio Raiola era o diretor-financeiro do Palmeiras no primeiro ano da gestão Luiz Gonzaga Belluzzo.
O novo Assessor especial Fabio Raiola da S.E. Palmeiras é sobrinho do antigo diretor de futebol Vicente Raiola (diga-se que como diretor participou da época vitoriosa da S.E.P. e também da fila).
Abraços Drummond!
Dinho Maniasi
Às 16 de outubro de 2010 às 12:20 , vladimir rizzetto disse...
Esmeraldino
Concordo integralmente com seu comentário e gostaria de acrescentar, que esta raça de dirigentes ultrapassados são também racistas, no sentido mais amplo que essa palavra significa.
Exalam um orgulho italiano exacerbado e injustificável. Este é, talvez, o maior "calcanhar de Aquiles" do Palmeiras.
A imagem que eles passam subliminarmente é a de que são "superiores", "puros" e de "sangue azul", por simplesmente serem descendentes de italianos...
No dia que esta geração sumir do Palmeiras (se é que sumirá...)o clube tem tudo para voltar a trilhar seu caminho natural, ou seja, das vitórias e do crescimento da torcida.
Às 16 de outubro de 2010 às 13:30 , Alcides Drummond, o editor disse...
ALô, rapaziada.
Alvaro acertou na mosca o placar e que o jogo seria duríssimo, como, de fato, o foi. Desafio o Álvaro para acertar o palpite do jogo contra os gambás, porque domingo eu tenho certeza de que a gente vai vencer o Ceará.
Walter, Viu como a turma aqui não gosta do Porco? Eu tmbém abomino esse estúpido apelido, mas respeito o seu gosto. Voce é das uniformizadas?
Rizetto. Um ex diretor de um time do interior paulista me contou que recebeu, há uns 15 anos, o telefonema de um diretor do Palmeiras, conterrâneo e amigo dele. O palmeirense fazia a sondagem de um jogador que estava fazendo muitos gols na então 2ª divisão, hoje série A2. Lá pelas tantas, após receber todas as informações e acertar detalhes do negócio e até o preço de compra do jogador, na maior cara de pau, perguntou: "Ele é Macaqui?". Ao receber a resposta que sim, nunca mais telefonou e nem mostrou interesse pelo jogador, negociado posteriormente com os gambás.
Esse ranço, hoje, foi bastante minimimizado e devagarinho estamos nos modernizando. Vamos chegar lá!
Dinho: não sei se estamos falando das mesmas pessoas. Esse dirigente novo eu não conheço, mas o que conheci (se ainda vive é um velho) era um verdadeiro purgante e sem medo de errar afirmo que foi o homem mais prepotente que conheci depois de João Havelange - simplesmente, "our concour". Por incrível que pareça, o diretor de clube mais simpático com quem me relacionei foi Vicente Matheus, o presidente dos gambás, um homem simples, sábio,um analfabeto genial, inteligentíssimo, muito acima da média geral! Uma antítese perfeita da maior parte dos dirigentes palmeirenses, novos ou antigos! Como eu gostaria de ter no Palmeiras dirigentes como ele, mas só bem tarde constatei que o quadro social palmeirense transpira arrogância e prepotência.
(AD)
Às 21 de outubro de 2010 às 11:19 , Anônimo disse...
Alcides, são as mesmas pessoas, sim! O Vicente Raiola é um veterano da cartolagem alvi verde. Não sei se ainda esta vivo, mas me parece que foi ele quem trouxe o centroavante Toninho (o catarinense) que fez muitos gols pelo palestra. Se não me engano ele e o Nicola Racciopi trouxeram o Beto Fuscão em 78 (hj ele não é bem lembrado pela torcida mas qdo foi contratado ele era jogador da seleção brasileira do mestre Osvaldo Brandão e muito valorizado jogando pelo Grêmio Portoalegrense - em 76 no jogo da briga de Brasil vs. Uruguai pela Copa Atlântico qdo o Rivelino desceu sentado a escadaria dos vestiários do Maracanã, ele era o nº 14 e estava na reserva da dupla Miguel do Fluminense e Amaral do Guarani). O diretor de hj é sobrinho do velho Vicente, não sei se é mais humilde que o tio, mas não me parece.
Abração!
Dinho Maniasi
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial