Observatório Alviverde

17/04/2011

FELIPÃO VAI COM TUDO PRA CIMA DA PONTE!

 

Felipão agiu com sensatez ao anunciar força máxima para o jogo que vale a liderança contra a Ponte, hoje, às 4 da tarde em Campinas.

O Palmeiras não pode dar-se ao luxo de entrar em campo com um time reservas pois esse tipo de atitude poderia custar-lhe o título.

É óbvio que, ao dizer isso, não estamos,  como os blogs dos bambis, anunciando irresponsavelmente que o campeonato já é nosso e coisa e tal.

Estamos, apenas, salientando que a perda da liderança pode precipitar, na sequência, uma decisão contra o São Paulo no Morumbi.

Com dissemos na postagem de ontem, nossas chances de vencer os bambis naquele estádio seriam reduzidas.

Não quero dizer com isso, que não temos um time suficientemente capaz para a empreitada, mas, tradicionalmente, os bambis transformam o Panetoni em um alçapão, na verdadeira acepção da palavra.

As pressões fora de campo são insuportáveis não apenas contra os adversários do time da ditadura, mas, sobretudo contra os árbitros.

Macaco velho que é, Scolari não quer segurar essa cumbuca e a melhor maneira de fazê-lo, é evitar a perspectiva de um jogo decisivo nesse estádio ou em qualquer outro que não interesse ao Palmeiras.

Mas, além disso, eu, particularmente, só vejo vantagens na escalação dos jogadores que compõem o time principal.

A maior delas é a conservação da integridade e homogeneidade da equipe, que vem não apenas de um bom resultado, mas de uma longa série de bons resultados, sustentando uma invencibilidade de 16 jogos.

A melhor forma de manutenção de tudo isso é colocar o time A pra jogar, visando a aprimorar o jogo de conjunto, aliás, a nossa maior arma em relação aos principais adversários.

Sou do tempo em que o Santos de Pelé e a nossa Academia realizavam sucessivos jogos sem essa de poupar o time.

Lembro-me de que o Santos era um time globetrotter, isto é, que girava pelo mundo jogando em todos os continentes. Lembro-me que se dizia, à época, que o Santos treinava no avião.

Nenhum time na história do futebol mundial, em todos os tempos, jogou um número maior de partidas/ano do que o Santos de Gilmar, Zito, Pelé e companhia em suas diferentes fases e formações do final da década de 50 ao início da década de 70. Anos houve em que superou, de longe, a marca recorde dos 100 jogos.

Mas, quem for para os arquivos poderá verificar que o Santos dificilmente jogava com times reservas. Era muito comum o time descer do avião, descansar por doze horas e voltar a entrar em campo pelo Paulistão, pelo Rio São Paulo ou pela Copa Brasil, completinho da silva.

Às vezes, é claro, poupa-se um jogador ou outro em razão de problemas como cartões, contusões, tempo para recuperação física ou para armar estratégias.

Há outro caso quando um jogador força o terceiro amarelo. Ele o faz, invariavelmente, para poupar-se, abdicando de um jogo menor, a fim de poder atuar em um jogo maior. È a poupança forçada!

Valdívia, nosso melhor jogador, só está sendo poupado em razão da necessidade de recuperar-se de um pisão que o deixou de unha preta.

Felipão sabe que Valdívia precisa estar inteiro na hora em que os jogos do Paulistão começarem a valer a disputa do título.

A folga dada a Márcio Araújo é mais do que merecida, haja vista que ele atuou como titular e curinga em todos os jogos deste ano. Felipão, mais do que ninguém, também sabe da importância tática desse atleta no contexto do elenco.

Entretanto, se alguém perguntar a Araújo se ele está satisfeito por ficar fora da equipe, sou convicto de que ele responderá que não, embora respeite a decisão, que não é dele, mas do próprio treinador.

Jamais conheci em tantos anos de militância no futebol um único jogador disciplinado, sério, lúcido e responsável que gostasse de ficar fora de qualquer jogo. Nem do “rachão” após o treino, ninguém quer se ausentar!

A exceção fica por conta de alguns malandros, absolutamente irresponsáveis que colocam os prazeres da vida acima das obrigações profissionais que só jogam quando querem. Só que esses têm a carreira bem curta.

Fico muito feliz que Felipão tenha tomado essa atitude, na contramão da frescura de poupar atletas, uma bobagem lançada, aliás, há tempos, por Wanderlei Luxemburgo.

Como a iniciativa partiu de um técnico de estatus e referência, acabou virando moda e referência no futebol brasileiro por mera questão de imitação.

Não, não venham com essa preocupação de que o time pode sofrer contusões porque elas ocorrem sem prévio aviso nos próprios treinamentos ou em qualquer lugar.

Sei de casos de jogadores que se contundiram ao pisar em falso caminhando pela rua, dos que se machucaram em acidentes domésticos em suas casas ou na concentração e, até, de dois ou três casos de atletas que ficaram fora dos jogos quando, no aquecimento, dentro do vestiário, cairam de mau jeito ou chutaram a parede.

Com força quase integral, eu, que já acreditava na perspectiva de uma vitória consagradora sobre a Ponte, reforço, ainda mais, o meu ânimo e a minha confiança em um triunfo consagrador que nos mantenha na ponta da tabela.

Foram 18 os convocados por Felipão para o jogo desta tarde. A relação é esta:

Goleiros: Deola e Bruno 
Laterais: Luis Felipe e Cicinho
Zagueiros: Thiago Heleno, Danilo, Maurício e Leandro Amaro
Volantes: João Vítor, Chico, Rivaldo e Marcos Assunção
Meias: Tinga e Luan
Atacantes: Kleber, Adriano, Vinícius e Max Santos

Não acredito que Scolari processe alterações radicais no time do Palmeiras, Ele não é disso.

Assim, arrisco a seguinte formação:                  

Deola, Cicinho, Danilo e Rivaldo.                                                         João Vitor, Assunção, Chico e Tinga.                                                Kléber e Luan.

Sem o Mago e sem Araújo, você acha que ainda estamos sobrando?  Ou só vai dar para o gasto?

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REGISTRO, CONSTERNADAMENTE, O FALECIMENTO DE SIDNEY COLONIA CUNHA, O INESQUECÍVEL CHINEZINHO, UM DOS JOGADORES MAIS TÉCNICOS ENTRE TODOS OS QUE VESTIRAM A NOSSA CAMISA!.

Contratado junto com Enio Andrade junto ao futebol gaúcho, Chinesinho veio como ponta esquerda, mas foi como meia esquerda que ele mostrou a plenitude de seu futebol com a “maglia” verde e branca.

Nossa segunda arrancada, no final da década de 50, deveu-se muito à categoria desse jogador que serviu à Seleção Brasileira e que foi um expoente em seu tempo.

Assisti a muitos jogos de Chinesinho e posso dizer que ele, com a bola no pé, foi, talvez, o meiocampista mais técnico que vi jogar com a nossa camisa.

Tive um único contato pessoal com Chines em Módena, na Itália, no final da década de 70 quando ele, já aposentado,  exercia função diretiva nessa equipe e eu cobria a excursão de um grande clube brasileiro, narrando os jogos pelo rádio!.

Vocês não avaliam a minha tristeza neste momento em que desaparece um de meus ídolos de infância e um dos maiores jogadores que eu vi jogar em toda a minha vida.

Lembro-me de um 3 x 0 do Palmeiras sobre a Ferroviária no início da década de 60 em Araraquara, em que ele arrebentou com o jogo e até fez gol.

Não, ele não jogava contra um time galinha morta. Do outro lado tinha um meio de campo formado por Dudu (que contramos depois) e Bazani, até hoje um dos melhores de todos os tempos entre as equipes formadas do interior de São Paulo.

DESCANSE EM PAZ, CHINEZINHO, HONRA, GLÓRIA E ORGULHO DA LEAL TORCIDA VERDE E BRANCO.

2 Comentários:

  • Às 17 de abril de 2011 às 13:01 , Anonymous Benê disse...

    Alcides
    Também gosto que Felipão tomou essa atitude. Jogar com bancários e entregar pra Ponte, pode custar o titulo, se acaso a gente tiver que jogar a decisão no campo das meninas. Meio a zero hoje vai ser legal. O Parmera precisa ficar em primeiro prá depois levar a decisão ao interior em Ribeirão, Prudente ou Rio Preto, porque nessas cidades o Verdão tem mais torcida do que os nossos inimigos. Até mais que a gambazada.
    Olha eu não vi o Chinesinho jogando, mas meu tio Mario disse que ele foi melhor do que o Divino. Vc acha que foi mesmo ou titio tá exagerando? Dá pra me responder? Um abraço.

     
  • Às 17 de abril de 2011 às 14:23 , Anonymous Alcides Drummond, o editor disse...

    Benê
    Seu tio Mário, assim como eu, e os palmeirenses de antigamente, gostava do futebol vistoso e bem jogado.
    Por isso ele, com justa razão, elogia Chinesinho um dos meias mais técnicos da história do futebol brasileiro e o coloca acima de Ademir.
    Chines foi um jogador raro que lançava à distância melhor do que Ademir.
    Era um pouco mais rápido, se movimentava mais em campo, procurando encostar nos atacantes.
    Talvez pelo fato de ter começado como ponta esquerda, tinha uma capacidade de improvisação um pouco maior do que Ademir e arriscava um pouco mais o drible. Sua canhotinha era certeira tanto para passar como para arrematar, embora ele não fosse um artilheiro. Era ótimo na bola parada.
    Em compensação, não marcava tão bem quanto Ademir, não tinha a saída de jogo de Ademir, não tinha a presença física de Ademir, não tinha a chegada na área de Ademir.
    Eu diria que ambos se equivaleram em técnica, e em produtividade, mas o fenômeno Ademir durou anos a fio, até quase a década de 80, ao passo que Chinesinho foi apenas mais um ótimo jogador no calcio italiano. De qualquer forma eu queria ter tido os dois em nosso time, porque foram dois cracassos de bola. Um abraço (AD)

     

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