Observatório Alviverde

06/10/2014

QUEM PISOU NA BOLA? NOBRE, DORIVAL? OU, OS DOIS?


 
Entendo que Dorival e Nobre, literalmente, pisaram na bola! Pleonasticamente, ambos os dois!

Sexta-feira passada, 03 de outubro, marcou o encerramento das inscrições de novos jogadores para os times que disputam o Campeonato Brasileiro. 

O Palmeiras, pelo mau momento que vive no Brasileiro, esperava-se, reforçaria o elenco, no mínimo e em primeiro lugar, mediante a contratação de um atacante agudo, arisco, improvisador, artilheiro e, por acréscimo, de um meia criativo, daqueles que mais acertam do que erram, o chamado último passe. 

A partir daí, então, se possível, que viesse um bom zagueiro de área, ou, mais remotamente, um eficiente volante de contenção

Mas as nossas maiores necessidades, sem qualquer dúvida, seriam, prioritariamente, aquelas ofensivas, pois, o que mais falta ao  Verdão, (há anos) é, invariavelmente, força de ataque.

Em razão do incompreensível pãodurismo de Paulo Nobre, a chegada de Dorival animou-me em relação às perspectivas de investimento, absolutamente necessários para o time não ser rebaixado.

Os presidentes costumam atender as solicitações iniciais dos técnicos que chegam, sem vetos ou questionamentos. Não havia acontecido com Gareca?

Com moral intacta e em alta diante da diretoria, esperei que Dorival Júnior motivasse o presidente a reforçar o time na medida mais exata de nossas necessidades. Enganei-me! 

Dorival fez tudo errado, e, incompreensivelmente, na contramão, só acertou, em parte, em uma das contratações. Ele pode pagar, bem caro, por isto!

Tudo começou com sua recusa em promover uma lista de dispensas proposta pelo presidente, que teria o condão de arejar o grupo e de proporcionar a sobra de verbas para as contratações efetivamente necessárias. Não rolou!

Em seguida, optou pela contratação do treinador de goleiros, Oscar Rodriguez, em detrimento da contratação de reforços, absurdo dos absurdos, em razão, entre outras coisas, da falta de tempo para que o novo contratado, por mais eficiente que seja, possa promover algo revolucionário em termos de preparação de nossos "camisas um" para este campeonato.

Oscar Rodriguez sabia disto e da desconfiança e reclamações da maor parte da torcida contra Deola e Bruno! 

Sua primeira atitude, então,  foi a de indicar a contratação imediata (e desnecessária) de um goleiro, o desconhecido Jailson que atuara três vezes, ano passado, como titular do Ceará Sporting no impedimento do então titular, Fernando Henrique! 

Este ano Jailson até conseguiu ser titular no Ceará, mas, apenas por alguns jogos. Perdeu a disputa pela titularidade para o jovem goleiro paranaense Luiz Carlos ora o dono da camisa um do time cearense. 

Depois, perderia, também, até a condição de segundo goleiro, com a chegada de Tiago, 31anos, cria do Paraná Clube, com passagens por Matsubara, Juventus, Cu-rintia, Portuguesa, Vasco, Bahia, Grêmio Barueri, pelo próprio Ceará, Avaí e Treze. Ultimamente, estava encostado no Avaí. 

Apesar de encostado, Tiago não foi uma contratação de risco pois houvera jogado no Ceará em 2.013 e, simplesmente, estava retornando ao clube para ser mais um entre os três goleiros inscritos: Luis Carlos, Gustavo e o próprio Jailson! 

Pergunta simples, objetiva e necessária: com tantos goleiros em disponibilidade em um país de dimensões continentais, qual seria a razão que levou Júnior a ir buscar um goleiro desconhecido, baixo para os padrões atuais, e terceiro reserva de um time nordestino de menor expressão?

Jailson vai ter de jogar muita bola para me convencer de que não houve "dengo", apadrinhamento e segundos ou terceiros interesses em sua contratação. 

Teria e terá, "Mão de Onça", como Jailson é conhecido, mais bola do que Deola ou Bruno? É possível, mas, duvido! 

Deola esteve muito bem em sua passagem pelo Vitória, e, apesar de não ser um Prass ou um Marcos, é um bom goleiro que anda sem ritmo de jogo! 

Para que contratar-se outro camisa um se além de Deola, Bruno e Fábio temos, ainda, tantas promessas em nossa base?  

Para que, se Prass retornará em uma ou duas semanas? 

Se a carência de um novo goleiro era tanta e tão imediata, por que o Palmeiras não contratou alguém, antes?

Seria, Jailson, finalmente, melhor do que o craque Fernando Prass que, repito, pode voltar ao time contra o Bota, quarta-feira que vem? 

Como eu gostaria de estar errado e completamente equivocado em minhas previsões... Mas os fatos e as circunstâncias, convencem-me de que, não! 

Os novos fatos provam, outra vez, que o Palmeiras jamais desiste ou abdica de sua marca registrada e negativa de clube que contrata para não escalar! Jailson será escalado?

Além de Jailson, o Palmeiras fiel à outra estúpida tradição da "defesa que ninguém passa" e de contratar tão poucos atacantes, apenas para o gasto, foi buscar o volante de contenção, Washington, do Joinvile, de 25 anos, ex-Penapolense. 

Washington vinha se constituindo em uma das principais peças do Joinville na série B, tendo atuado em 24 dos 26 jogos realizados pelo JEC, sendo 23 como titular.  

Trata-se de um jogador forte e saudável, que, dificilmente visita o departamento médico. Não se pode discutir que, em tese, é uma boa contratação!

Quero deixar claro que não contesto a aquisição de Washington, considerando-a muito útil, mas, coloco-a como uma inversão de prioridades e necessidades, por entender que as nossas maiores carências de time e de elenco residem do meio campo para a frente. 

A melhor defesa é, justamente, aquela de que não dispomos, isto é, um bom ataque! Será que Júnior ainda não deu conta disto?

Na verdade, Dorival parece que não teve e nem tem a percepção tática, técnica ou QI para constatar que, sem Valdívia, seu time não passa de um amontoado de jogadores, sem objetivos, sem força ofensiva e absolutamente previsível. 

Por sua falta de visão das reais necessidades do time, Dorival, agora, se torna refém dos impedimentos de Valdívia, sejam eles de ordem médica, disciplinar ou qualquer outro, sem dispor de ninguém à altura para substituí-lo.

Da mesma forma, faltou ao novo treinador a antevisão da falta de outro centro-avante!

O Palmeiras precisava de alguém que pudesse estar no elenco como uma sombra ou alternativa a Henrique, jogador mediano, oscilante, de altos e baixos!

Aliás, não se iludam com o número de gols que ele marcou neste Brasileiro! Henrique, o único centroavante de que dispomos,  só é artilheiro em face de sua condição, mais, de exímio batedor de pênaltis, menos de um jogador produtivo, no chamado jogo em si. 

Do ponto de vista do rendimento, na função específica de centro-avante, reconheça-se, Henrique é um atleta de boa estatura, forte, valente, lutador, esforçado, empenhado, só razoavelmente técnico e com a vantagem (muitas vezes utilíssima, importantíssima) de ser um imprevisível canhoto jogando no miolo.

Apesar de tudo, no máximo e com muito boa vontade, só podemos atribuir a esse jogador em termos de capacidade técnica, uma nota máxima de sete. Habitualmente, ele oscila entre quatro, e seis, na média de suas atuações. 

Precisaríamos (ainda precisamos), sim, de um centroavante de características diferentes das de Henrique, mais completo, mais técnico, mais veloz, mais decisivo, mais driblador, mais ousado, mais insinuante, mais chutador, daqueles que, como se diz, cheire a gol. 

Apesar de todo o esforço, ele está longe de personificar este atleta. 

Mas, se Henrique não puder jogar, como é que o Palmeiras vai se virar?

Estão vendo porquê eu disse, antecipadamente, antes mesmo que Dorival fosse contratado que ele era, simplesmente, um técnico mediano?

Como não acompanho os treinamentos, fico conjeturando se, talvez, exista algum jogador em nosso elenco ou em nossa base com potencial para ser lançado, caso necessário, imediatamente, no time titular no caso de uma contusão ou da impossibilidade de Henrique entrar em campo. 

Teria, o Palmeiras, alguma promessa da base previamente descoberta por Dorival e pronta para suprir a lacuna? Só isso pode justificar, em parte a não contratação de um novo camisa nove!

O jovem Rodolfo, contratado junto ao Rio Claro e artilheiro da segunda divisão em seu tempo, estaria em vias de ser aproveitado após tanto tempo na "cerca"? 

Aliás, por que o Palmeiras contratou esse jovem, se, até hoje não lhe proporcionou uma única e exclusiva chance de atuar por uma partida inteira?

Creio que, no máximo, ele tenha atuado, apenas, em três pedaços de jogos, ao tempo de Kleina! Gareca, simplesmente, o ignorou pois almejava encher o time de compatriotas. Encheu! Deu no que deu!

São coisas do Palmeiras, há anos, sempre, o mais mal administrado entre todos os grande clubes brasileiros. Mudaremos algum dia?

VOCÊ CONSIDEROU CORRETAS E AS MAIS NECESSÁRIAS ESSAS INDICAÇÕES DE CONTRATAÇÃO DE DORIVAL?

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10 Comentários:

  • Às 6 de outubro de 2014 às 09:07 , Anonymous Anônimo disse...

    Prezados Palmeirenses
    Volto a afirmar:
    1. necessitamos de qualidade não quantidade,
    2. há necessidade de definir o elenco no máximo 25 atletas,
    3. diminuir o custo (dispensando/comercializando jogadores pouco aproveitados),
    4. jogadores decisivos que possam alterar o resultado,
    5. investir em dois setores: atacante agudo, rápido e driblador (estilo Paulo Nunes) e armador inteligente, do bom passe,
    6. mudar o dep. médico
    7. associar ao Avanti
    abraços
    Marcelo Dinardi

     
  • Às 6 de outubro de 2014 às 10:59 , Anonymous Anônimo disse...

    Concordo plenamente, até quando o torcedor palmeirense necessita sofrer com elenco e diretoria?

     
  • Às 6 de outubro de 2014 às 12:08 , Anonymous Marco disse...

    O texto de hoje do OAV e o primeiro comentário (Marcelo Dinardi) trazem observações que devem refletir o pensamento geral dos palmeirenses.
    São avaliações que podem e devem servir para reflexão e debate na formação do elenco 2015.

    Na última sexta feira tivemos o encerramento do prazo para inscrição de jogadores neste campeonato brasileiro, o que significa a definição final dos elencos dos participantes.
    Considero até um prazo longo demais, pois estamos há dois meses do final da competição e ainda foi possível a inscrição de novos jogadores. Porém, essa é a regra que vale para todos.
    Outra data marcante para esse final de ano é a da eleição no clube. Segundo matéria de imprensa, a data mais provável seria 29/11. Não sei se já ocorreu a confirmação oficial dessa data.

    Sendo essa data definida, o Palmeiras terá dois compromissos no campeonato brasileiro, após o dia 29/11. Jogará em Porto Alegre contra o Inter, em 30/11 e em casa contra o Atlético PR no dia 07/12.
    Em 30/11, dia do jogo de Porto Alegre, já saberemos quem será o novo presidente e caberá a ele a montagem da equipe para 2015. Com o término do Brasileiro e o Palmeiras mantido na série A, todo o debate deverá ser feito para que os erros de planejamento e montagem da equipe não se repitam.

    Há muitos anos temos diretorias sem malícia e sem a capacitação necessária para administrar o futebol e esperamos que a próxima gestão tenha finalmente a condição técnica necessária para montar uma equipe competitiva, seja pelo aprendizado com os erros cometidos ou pela observação do que foi feito.

    Nunca podemos nos esquecer de que a montagem equivocada dos elencos é fruto da cultura instalada no clube, sempre optando pela grife, pelo nome, pela falta de jogadores que decidam, enfim como bem resumiu o blog nesta última semana, quando exemplificou sobre a opção do “olé” pela torcida e não do “mais um”. Essa é a cultura geral que domina o Palmeiras como um todo, há muito tempo.

    No momento, nossa prioridade é salvar o ano, manter o time na série A, sabendo que enfrentamos adversários do mesmo nível e em muitos casos piores, devido ao péssimo momento do futebol brasileiro.
    Basta ter um pouco de boa vontade, deixando o masoquismo de lado para perceber que o Palmeiras não pode perder sua vaga para verdadeiros catados desse nacional ou para clubes que correm o risco até de fechar as portas. Enfrentamos clubes que só não fecharam o Departamento de Futebol porque torcedores passaram a pagar salários dos seus jogadores!

     
  • Às 6 de outubro de 2014 às 12:43 , Anonymous MarcelSEP disse...

    O Paulo Nobre deveria participar daquele programa na TV a cabo chamado de Acumuladores... sabe aquelas pessoas que pegam lixo na rua e levam pra dentro de casa porque algum dia pode ser útil... e vai se acumulando tranqueira!!!

     
  • Às 6 de outubro de 2014 às 15:07 , Anonymous Anônimo disse...

    Alcides, o jovem Rodolfo está no DM quase 3 meses já.

    Não sei o que acontece com o nosso DM...

    Dinho Maniasi

     
  • Às 6 de outubro de 2014 às 16:43 , Anonymous Marcelo I disse...

    O Departamento Médico do Palmeiras deveria se chamar Horto ou Morto.


    Caiu no Horto tá Morto. Coitado do Rodolpho.

     
  • Às 6 de outubro de 2014 às 18:37 , Anonymous Alcides Drummond, o Editor disse...

    Dinardi

    Como sempre, ótimas observações

    Marco
    Como sempre, um show de bom-senso.

    Marcel
    O homem devia cuidar só da parte administrativa do clube. Do futebol, não, porque ele revelou que sabe muito pouco.

    Dinho
    Onde andava vc, amigão? Juro que ia mandar um e-mail perguntando.
    Bom tê-lo de volta, enriquecendo este espaço.

    Marcelo I
    Quando as contusões se amontoam e o Depto Médico não dá conta, o problema, via de regra, é da preparação física.

    Um médico muito amigo, disse-me que todos os deptos médicos são iguais porque a tecnologia, os métodos de cura e os remédios são os mesmos.

    Ele acha que no Curintia, nos bambis e no Santos, existe mais promoção dos médicos e babação de ovo por parte da mídia.

    Como ele conhece da matéria e eu sou leigo, fico com ele, citando o exemplo de Praas.

    Tem gente na nossa torcida que acha que se o Prass estivesse nos nossos inimigos já estaria jogando, mas isso não é verdade.

    O Cruzeiro tinha um lateral chamado Maurinho que era, em sua época, disparadamente, o melhor do Brasil.Veio do Santos.

    Aqui em Minas o Depto médico do Cruzeiro fez em Maurinho uma cirurgia simples de menisco e acabou inutilizando o jogador para o futebol.

    Os bambis, metidos a ter o melhor Depto Médico do Brasil, visando a aparecer, disseram que tinham como recuperar o jogador e vieram buscá-lo.

    Maurinho nunca mais jogou bola mas a mídia nunca disse nada, nem a respeito da incompetência do médico do Cruzeiro na cirurgia e nem da basófia do Depto bambi que é igual, rigorosamente igual ao do Verdão.

    Obrigado a todos pela participação.(AD)

     
  • Às 6 de outubro de 2014 às 20:51 , Anonymous Soberano, aqui tem DM disse...

    O são paulo recuperou Maurinho sim.

    O calvário de Maurinho no futebol começou no segundo semestre de 2004, quando o jogador passou a conviver com sérios problemas no joelho direito. Por causa das contusões, o jogador não conseguia ter uma sequência de jogos. Deixou o Cruzeiro em 2006 para tentar a recuperação no São Paulo.

    No Tricolor Paulista, o atleta usufruiu a estrutura do Reffis (Reabilitação Esportiva Fisioterápica e Fisiológica).

    Quando ganhou condições de jogo, Maurinho foi preterido por Muricy Ramalho, que contava no elenco sãopaulino com Ilsinho e Reasco para a posição.

    Em 2007, Maurinho foi a aposta do Goiás para a lateral-direita. Não deu certo. Além das contusões, a torcida esmeraldina acusava o jogador de "baladeiro". Em 2008, Maurinho retornou ao Cruzeiro. Mesmo com o carinho da torcida cruzeirense, o jogador não conseguiu repetir, nem de longe, o brilho de 2003. Sem sequência de jogos, Maurinho reincindiu, amigavelmente, o contrato com o clube.

     
  • Às 6 de outubro de 2014 às 21:16 , Anonymous Edson disse...

    Interessante, recuperou...
    mas nunca mais jogou!
    No Goiás, além das contusões...ué, não estava recuperado?
    Um jogador daquela qualidade, não jogou mais porque não foi recuperado.
    É óbvio.
    Aliás, relembrando Reasco, temos um outro exemplo.

     
  • Às 6 de outubro de 2014 às 21:47 , Anonymous Marco disse...

    Jogador que fracassa no time do Jardim Leonor, por deficiência técnica ou por falta de condição física some dos noticiários.
    Por que será que os setoristas deles noticiam apenas o que interessa para o clube?
    Maurinho nunca mais jogou, isso é fato e agora desculpa é porque era baladeiro? Reasco ficou uma eternidade sem jogar até voltar para o seu país e lá jogar.
    E o Luís Fabiano, que entra e sai do DM. Por que não se fala em custo benefício?
    Assunto negativo por lá, todo mundo sabe, a imprensa sabe, mas não divulga, não explora. Atraso de salários para jogadores e funcionários, briga política pelo comando da base, tudo isso não ganha destaque.
    Por que será?
    Interessante é saber que tem gente do outro lado do muro policiando o que se discute em blog da torcida do Palmeiras. Já pensaram como é o controle sobre o que se divulga na imprensa?

     

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