Observatório Alviverde

08/08/2019

ESTA É A HORA MAIS PROPÍCIA PARA SE CONHECER OS VERDADEIROS PALMEIRENSES!!!



Não sou adepto do uso de estatísticas em futebol para mensurar a qualidade ou o poderio das equipes.

Talvez seja esta a razão pela qual não ligo a menor importância  pelo trabalho de "cronistas aritméticos" tipo PVC que colocam o o futebol na condição de uma ciência exata. 

Eu parto do princípio segundo o qual o futebol não é -nunca foi- uma ciência, quanto mais exata, mas, pura e simplesmente, arte. 

Defendo a tese de que, do ponto de vista técnico, os números são apenas um subproduto dos jogos e os jogos não são, necessariamente,  um subproduto dos números.

De qualquer forma, ressalvo que respeito os únicos números que são capazes de definir com exatidão a performance de todos os times num campeonato,  justamente aqueles dos pontos ganhos.  

Os demais, ao menos para mim, são apenas meros detalhes, curiosidades, coincidências, ou, por outra, simples constatações que só terão peso ao final das competições! 

Exemplifico com os números referentes aos gols marcados, nem sempre confiáveis no sentido de retratar o poderio ofensivo de um time, da mesma forma que os gols sofridos nem sempre revelam as vulnerabilidades de outro.

Trata-se de números circunstanciais, pois um time que dispute quatro jogos e os perde sem marcar gols, pode golear no quinto jogo e passar a impressão de que tem um ataque produtivo, quando essa produção circunscreveu-se, exclusivamente, a um jogo.

O mesmo aspecto aplica-se aos gols sofridos. Quando um time perde quatro jogos seguidos pelo resultado mínimo pode apresentar uma defesa menos vazada em relação a outros que venceram por placares dilatados e que tomaram muitos gols. 

Isso me faz relembrar a segunda academia palmeirense da década de 70, cantada em prosa e verso até hoje pela torcida, embora, eu que vi as duas, considere a primeira que fazia gols, goleava e dava espetáculo comandada pelo maior camisa 7 da história, Julinho Botelho, como o maior time que o Palmeiras já montou da década de 50 aos dias de hoje.

A Academia dos anos 70(s) é aquela de Leão, Eurico, Luís Pereira, Alfredo Mostarda e Zeca. Dudu e Ademir da Guia. Edu Bala (Ronaldo), Leivinha , César e Ney (Pio), além do melhor reserva da história do futebol brasileiro em todos os tempos, o armador e artilheiro Fedato.

Comandado por outro gaúcho, o também retranqueiro Brandão, esse lendário Palmeiras ganhou três Campeonatos Paulistas, dois brasileiros seguidos e só não foi o primeiro Tri-Campeão Brasileiro porque -em pleno andamento do Brasileirão-, cedeu nada mais nada menos do que seis jogadores à Seleção Brasileira que disputou a Copa da Alemanha em 1974: 

Leão, Luis Pereira, Alfredo, Ademir da Guia, Leivinha e César. O Palmeiras chegou às quartas de final do Brasileiro daquele ano com um time de jovens.

Sabem de quanto esse time denominado "Segunda Academia" ganhava mais de 80% de seus jogos? Só de 1 x 0. Se duvidam do que eu relato, consultem a estatística.

E, no entanto foi (é) considerado como um dos maiores times da história do futebol brasileiro!

Então eu digo aos mais novos que não desfrutaram do prazer de acompanhar aquele Palmeiras transcendental, para que não liguem importância pelo fato de o time atual só vencer mediante placares baixos e apertados e, da mesma forma,  sem apresentar o futebol de nossos sonhos.

Lamentavelmente existe uma cultura arraigada na torcida do Palmeiras e apoiada pela mídia conveniente e inimiga segundo a qual, para convencer, o time tem de ganhar por diferença mínima de dois gols e, de quebra, tem de dar espetáculo, como se fosse um time circense. 

Por esse e por outros exemplos, até mesmo pela campanha realizada em 2018, quando chegou ao título de Campeão Brasileiro, o Palmeiras guarnecido na defesa e até retrancado, tem de ser respeitado.

De nada adianta querer exigir mudanças de treinador a esta altura do ano, até porque não há necessidade ou justificativa. Big Phill vai continuar sendo o técnico palmeirense até o final do ano e temos de torcer, independentemente de seus métodos de trabalho, para que o Palmeiras atinja os seus objetivos de títulos.

Vejam que temos dois torneios importantíssimos em disputa, sendo um em âmbito local, o Brasileirão e o outro em âmbito internacional, a Libertadores, com uma passagem (uma só) para a disputa do Mundial de Clubes. 


Tanto no Brasileiro como na Libertadores o Palmeiras está muitíssimo bem e disputando palmo a palmo com os adversários as primeiras posições.

Em razão disso, vamos parar de procurar chifre em cabeça de cavalo, passar a torcer pelo time, apoiar o comandante, os jogadores e esperar pelo melhor.

Com os reforços que chegaram -só faltou um meia de armação categorizado- espero que Scarpa possa assumir a função criativa e jogue tudo aquilo que jogava no Fluminense. Que  ele possa ser o criador e assistente do time que mais tem centroavantes no atual futebol brasileiro.

Quem não se dispuser a torcer pelo verdão, por qualquer motivo que seja, que ao menos não o atrapalhe. 

Esta é a hora mais propícia para se conhecer os verdadeiros palmeirenses!

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