Observatório Alviverde

17/03/2010

(5ªFeira, 18/03/2010) PAYSANDU 1X2 PALMEIRAS: ZAGO PROVOCOU O 2º JOGO

ANTONIO CARLOS FACILITOU A VIDA DO PAYSANDU. VAI TER O SEGUNDO JOGO!
TREINADOR REPETE O PAPO-FURADO DE CANSAÇO E SACA ROBERT, PIERRE E CLEITON XAVIER.

PALMEIRAS X PAYSANDU
No mundo inteiro, só Zago acreditava que o Palmeiras faria um jogo fácil. Um deslumbramento decorrente da vitória contra o Santos, tomou conta do jovem treinador, embotou-lhe as idéias e turvou-lhe a razão.

A IGNORÂNCIA DE ZAGO
Qualquer treinador, hoje, tem a obrigação de efetuar um levantamento completo do adversário sob todos os pontos de vista, tático, técnico, físico, indivual, e até histórico. Zago conhecia tudo, mas não conhecia a história do jogo que, hoje, era o repositório que continha a fórmula mágica da vitória.

O QUE ZAGO NÃO SABIA
O Paysandu é uma espécie de Flamengo, uma espécie de Corinthians nortista. Clube de massa que o é, tem na torcida a grande aliada de seus times que, por tradição, são sempre formados por jogadores de força física e velocidade. Um time assim, jogando em casa, é sempre um rival perigosíssimo que requer um jeito todo especial de se lidar com ele.

COMEÇOU COMO DEVIA
Não se diz que, para vencer Corinthians, Flamengo, Inter, Atlético e os chamados clubes de massa, basta que se segure a impetuosidade dessas equipes até os 20 do primeiro tempo? O Palmeiras fez isso contra o Papão e até abriu contagem, mas não soube administrar o "pós-gol".


A HISTÓRIA EXPLICA
O erro estratégico do Palmeiras remonta as décadas de 80 e 90, e para que o definamos bem, vou recorrer, exclusivamente, à luz de nossos confrontos com o bicolor da rua Curuzu.

A ACADEMIA
Na década de 70 os enfrentamos em Belém, duas vezes, com aquele time fantástico de Dudu e Ademir. Ganhamos uma, empatamos outra, em um tempo em que eles dificilmente perdiam dentro de casa, e o Palmeiras dificimente perdia em casa ou fora dela.

A IMPOSIÇÃO DO TOQUE DE BOLA
Não assisti aos jogos aludidos. Eram escassas as transmissões via tv. Só que eu sabia como jogava aquele time do Palmeiras. O segredo dos dois grandes resultados em Belém em um tempo em que todos os grandes perdiam em Belém, certamente foi a imposição do melhor toque de bola, através do time que mais bem tocou a bola em toda a história do futebol brasileiro e que de forma justa e perfeita era chamado de Academia.

16 ANOS SEM VENCER EM BELÉM
Nossas históricas dificuldades com Paysandu, Ceará, Vitória, Bahia, Sport e outros times, vêm após o término do período áureo da academia. Ficamos 16 anos sem vencer o Paysandu e, outros tantos anos, muitas dessas equipes. Algumas delas nos humilharam em competições de âmbito nacional, até o modestíssimo Asa de Arapiraca.

CONVÉM QUE SE LEMBRE
Todos esses times, até hoje, mantêm as mesmas, personalidade e características. Paramos de tocar a bola, montamos times de enfeite, desprezamos o futebol força e nem nos lembramos mais que a Academia mesclava arte, beleza, técnica, velocidade e força física. Ou alguém imagina que Eurico, Baldochi, Luisão Pereira, Alfredo, Dudu, César, Artime, Ferrari e outros, Ademir da Guia, inclusive, amaciavam ou pipocavam?

VOLTEMOS AO JOGO
Feito o gol inaugural, estabelecida a vantagem, o Palmeiras, ontem, não poderia ter recuado tanto como recuou. Encostado à linha de fundo tomou, desnecessariamente, sufoco de um time muito mais fraco, que tinha, no entusiasmo, na força, na velocidade e no barulho de sua torcida as suas únicas armas.

AH SE FOSSE A ACADEMIA
Com um a zero, fosse a academia em campo, o Paysandu não teria mais a bola para jogar. Morreria cansado, exaurido, hipnotizado e jamais cresceria em campo. Não é à toa que aquele time ganhava quase sempre por 1 x 0 . O toque de bola, e a administração do jogo era o que Zago deveria ter exigido quando o seu time abriu o marcador.

O TIME ATUAL TEM QUALIDADE
O atual time do Palmeiras, ressalvada a distância quilométrica dos pontos de vista técnico e artístico na comparação com a Academia, também tem qualidade para o jogo de envolvimento através do toque de bola. Mostrou isso antes de fazer o primeiro gol e ganhou o jogo a partir daí. Tocou a bola impositivamente e depois se acomodou, se apequenou, se acoelhou e recuou. Por quê recuou? Recuou por quê?

RESUMINDO
Se Zago conhecesse a história teria vencido o Paysandu com mais facilidade. Após o gol de abertura aplicaria imediatamente, o antídoto, a prevenção contra o jogo forte inicial do Paysandu. Exigiria que a equipe tocasse a bola e administrasse o jogo, fazendo o adversário correr para cansar e perder o ímpeto. Recuar para contratacar não é, nunca, o melhor caminho contra times tipo o Paysandu, porque, ao recuar, eles vêm pra cima, a torcida empurra e o seu time leva o abafa. O Palmeiras começou como devia, caiu na artimanha, mas com sorte, atitude, inteligência e toque de bola no segundo tempo, conseguiu virar o jogo.

FICHA TÉCNICA
PAYSANDU 1 x 2 PALMEIRAS

Local: Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão), em Belém (PA)
Data: 17 de março de 2010, quarta-feira
Horário: 21h50 (Brasília)
Árbitro: Rodrigo Nunes de Sá (RJ)
Assistentes: Ricardo M.F. de Almeida (RJ) e Gean Carlos Menezes de Oliveira (RR)
Cartões amarelos: Léo, Eduardo e Pierre (Palmeiras); Zé Augusto, Zeziel e Sandro Goiano (Paysandu)
Gols:
PAYSANDU: Bruno Rangel, aos 25 minutos do primeiro tempo
PALMEIRAS: Lincoln, aos 12 minutos do primeiro tempo; Ewerthon, aos três minutos do segundo tempo.

PAYSANDU: Alexandre Fávaro, Cláudio Allax, Leandro Camilo, Paulão e Zeziel; Tácio, Sandro Goiano, Fabrício (Zé Augusto) e Marquinhos (Alexandre Pereira); Moisés e Bruno Rangel
Técnico: Charles Guerreiro

PALMEIRAS: Deola; Eduardo (Pierre), Léo, Danilo e Armero; Márcio Araújo, Edinho, Lincoln e Diego Souza; Lenny (Cleiton Xavier) e Ewerthon (Robert)
Técnico: Antônio Carlos Zago.

ANÁLISE INDIVIDUAL
Foi tão bem o Deola que eu nem me lembrei do Marcos.
Eduardo tem de ter + confiança e marcar melhor. Foi útil não comprometeu. Precisa melhorar.
Léo firme, duro, resoluto, um leão.
Danilo é o nosso melhor zagueiro.
Armero, muito bem. A dancinha devolveu-lhe a confiança. Parece que fechamos o lado esquerdo.
Márcio Araújo, culpado pelo gol de empate, mas foi bem. Principalmente jogando de ala.
Edinho se impôs físicamente e marcou forte. Atuou muito recuado Foi mais beque que volante.
Pierre entrou mal no jogo e fez muitas faltas desnecessárias, mas jogou com garra e disposição.
Lincoln ainda longe de sua forma ideal é um craque. Vai dar muito o que falar. Jogou muito bem.
Diego Souza pode jogar muito mais do que jogou. Em certos momentos, some do jogo.
Lenny fez o que pode dentro das suas limitações físicas e técnicas.
Ewerthon, em proceso de adaptação, ainda sem ritmo de jogo, mas sempre perigoso. Fez um gol
Robert só entrou no 2º tempo. Ruim para ele que precisa de sequencia para ganhar confiança.
Cleiton Xavier jogou para o time, não brilhou, mas procurou, com inteligência o toque de bola.

A ANÁLISE DE ZAGO
Quem saca o principal meio-campista defensor e o melhor meia ofensivo, e o artilheiro do time, positivamente, não está acreditando no adversário.
ENTROSAMENTO
Zago reclama que não tem tempo para treinar e que os cartões e contusões o impedem de escalar duas vezes o mesmo time. Quando ele tem a chance, muda tudo e escala uma equipe sem tres de seus melhores jogadores, o cabeça-de-área, o meia-esquerda e o centro-avante. Tudo em nome de um pretenso cansaço. Cansaço? Cansaço tem o estivador, o pedreiro, o ajudante de pedreiro,
o servente, o operário que trabalha de sol a sol. O que ele quis fazer mesmo foi média com alguns jogadores. Deu certo ontem, mas poderia ter dado errado
PAPO-FURADO
Já chega de papo-furado. Esse desculpa de cansaço já não desculpa mais nada. Se no 3º mes os jogadores já estão com estafa imaginem quando chegarmos aos 5º, ao 7º, ao 11º. É preciso um pouco mais de respeito com aqueles que pagam ingressos e que querem ver em ação os nossos melhores jogadores em busca das vitórias, dos títulos e da consagração
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6 Comentários:

  • Às 17 de março de 2010 às 22:58 , Anonymous Alcides Drummond OAV disse...

    Se o jogo é importante, se é um jogo da única competição em que o Palmeiras está bem, como é que o técnico entra em campo sem a sua orça máxima?

    Como é que se faz um gol contra um time só de correria, muito mais fraco
    e depois se volta para jogar atrás da linha de bola?

     
  • Às 18 de março de 2010 às 08:38 , Blogger Jack and the Daniel`s disse...

    Olha o que eu disse ontem: "Licoln e Ewerthon devem jogar e se depender da vontade dessas feras vao balançar as redes!" Dito e feito! 2 a 1 para o Palmeiras, com um gol de cada estreiante. Mas que gol bobo nós tomamos heim?! Nao entendi o Zago tirar o Ewerthon e colocar o Robert, deveria ter tirado o DS7 que estava "ausente" no jogo. Ficamos com 3 meio campistas e 1 atacante, teve um hora que a bola sobrou la e ngm chegou, se tivessemos com 2 atacantes era bem provável de ter um pezinho lá pra empurrar pras redes. Esse time tem potencial, Ewethon e Liconln são ÓTIMOS jogadores, o Lincoln matou uma bola com o lado de fora do pé, deu um toque de calcanhar no alto que só não chegou nos pés do Ewerthon pq o zagueiro colocou a mão. Mas um time ofensivo como o Palmeiras nao pode em hipótese alguma recuar como recuou após o primeiro gol. Temos zagueiros bons, temos bons volantes, mas nossos meias e eventualmente os laterais sao bons para jogar ofensivo, e nao ficar segurando um time que estava sendo empurrado pela torcida, além do fato do Palmeiras sempre sentir dificuldades contra times pequenos. Compartilho da opinião com os amigos que o Zago pecou em nao escalar o plantel titular, mas ele estava o tempo todo dizendo ao time nao recuar e teimosamente o time recuou. Nao acho que o Pierre entrou mal como o M. Leite disse na transmissao, ele tirou no minimo umas 4 bolas entre a intermediária e a marca do penalti que certamente resultariam, no minimo, em jogadas perigosas pró Papão. Ele também fez uma falta e tomou um cartao amarelo merecidamente, mas nao acho que teve uma atuação abaixo da média. E tem mais, o Deola joga muito, teve uma bola que ele saiu pra frente da intermediária para cortar, que o Marcos nao teria pique NUNCA para fazer o que ele fez, estamos tranquilos de goleiros, nosso Santo pode curtir a aposentadoria "numa boa", ele nao vai sair nunca do Palmeiras e é isso que importa, vai estar sempre por lá seja no banco incentivando, seja na comissão técnica ou na diretoria. Abraços Alcides e todos os amigos.

     
  • Às 18 de março de 2010 às 10:09 , Anonymous vladimir rizzetto disse...

    Caro Esmeraldino

    Você não está sendo um pouco duro com nosso técnico?
    Eu nem vou me atrever a comentar essas questões físicas, porque não entendo patavinas! Mas, o que eu realmente queria dizer é que parece que o time está recuperando a confiança.
    A equipe parece mais solta em campo e, continuando assim, com a moral elevada, todos jogadores poderão praticar um futebol de bom nível.
    Eu considero este aspecto muito importante, pois, acho que todos concordam que nos últimos anos cansamos de perder jogos devido a falta de coragem, de raça e de determinação de nossos atletas que sempre amarelavam de forma obscena em qualquer jogo decisivo
    Sobre o jogo da volta, temos totais condições de vencer.
    Saudações alviverdes

     
  • Às 18 de março de 2010 às 12:55 , Anonymous Alcides Drummond , O EDITOR disse...

    Prezado Rizetto
    O futebol é simples e objetivo. Os caras entram em um time grande, ficam deslumbrados e começam a dar uma de professor pardal. Custava o Zago manter o mesmo time que jogou contra o Santos, sem o Lenny? O Lenny treina bem e volta sempre ao time porque em treino ninguém joga pesado, ninguém dá pancada. Mas chega a hora do jogo e as coisas mudam e ele some. O Robert tnha que ter uma sequencia, não tinha?
    O Cleiton que era o melhor jogador do time (eu disse era porque o páreo entre ele e Lincoln vai ser difícil) não era? Então,porque fica de fora em um jogo tão importante? Infelizmente o nosso técnico pisou na bola ontem à noite a começar da escalação, passando pela postura do time dentro de campo. Mas isso não significa que eu o estou censurando muito forte ou pedindo-lhe a cabeça. Não, vida longa ao Zago mas que ele não venha dar uma de professor pardal.
    Um grande abraço a você e obrigado pela brilhante participação.
    NOTA: Infelizmente a matéria do jogo não foi a que eu queria porque a minha Internet saiu do ar as tres horas da manhã fazendo-me perder um farto matereial que seria divulgado. Por essa eu não esperava.

     
  • Às 18 de março de 2010 às 16:40 , Anonymous vladimir rizzetto disse...

    Caro Esmeraldino

    Em dois pontos fica difícil não concordar com você:
    A escalação equivocada do Lenny menudinho e a NÃO escalação do Robert.
    Robert deveria estar em campo para, entre outras coisas, aprimorar o entrosamento do time.
    Dito isto, vou me aproximando da questão física, e aí, a coisa pega para mim.
    Falta-me convicção e conhecimentos técnicos para defender ou não a questão do rodízio, pois, como disse anteriormente, não entendo absolutamente nada de fisiologia, preparação física e etc.
    Hoje eu estou "liso"...
    Sobre o Cleiton, eu também acredito que no momento que o Lincoln estiver no máximo do seu condicionamento técnico e tático, vai sobrar para ele, ou para o D. Souza.
    Lamento que você tenha perdido o material, e quero lhe dizer que seu blog é excelente.

    Vida longa ao Zago!

    Grande abraço, Esmeraldino e demais palestrinos!

     
  • Às 18 de março de 2010 às 17:25 , Anonymous Alceu Gutierrez disse...

    O nosso time jogou bem e ganhou dos homi lá dentro de Belem e isso é o que é mais importnte, mas o Zago pisou na boa porque onde é que já se veiu tirar o centro avante que está metendo os gols e que precisa ganhar maais moral. o robert não m arcou gols ontem e pode sentir isso para o jogo que vem. O Rizeto falou uma coisa que eu concordo com ele que esse Limcol vai obribar o Creito a jogar mais bola. Um abraço a todos.

     

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