Observatório Alviverde

25/09/2010

ESSE PALMEIRAS É EXTRAORDINÁRIO!

Ainda me lembro, era meniníssimo e só sabia brincar, jogar futebol futebol e torcer pelo Palmeiras.

A influência do melhor amigo, Wilson e de outros tantos amigos de infância levaram-me a torcer pelo time dos  poucos epítetos: dos que me lembro e que remontam aquela época,  apenas periquito e alvi-verde do Parque Antártica.

Um cronista palmeirense que bandeou para o Corinthians e, na televisão, assim como Pedro negou  Cristo três vezes, negou 33 vezes o nome do Palmeiras, criou, na década de 80, quando militava na Rádio Jovem Pan, o epíteto de Verdão, que perdura até hoje.

Muito longe de ser um gênio criativo como muitos insistem em dizer até hoje, ele apenas copiou os aumentativos do próprio Flamengo, o Mengão, do Corinthians, Timão, do Fluminense, Flusão, do Botafogo, Fogão e de outros clubes brasileiros, em um tempo no qual tudo no futebol era colocado no aumentativo.

De qualquer forma, o apelido pegou e foi ótimo para a projeção da imagem do Palmeiras. Ao menos nesse aspecto ele colaborou, malgrado a sua mania em projetar o Corinthians e rebaixar o Palmeiras.

Não foi só isso que o seu comportamento falso, dúbio, festivo, interesseiro e  polidamente prepotente destruiu, mas esse indivíduo foi o pioneiro, no rádio, a iniciar o processo de  apequenamento e da redução de importância da classe dos cronistas esportivos chamando publicitários, cantores. famosos e celebridades para comentarem os jogos de futebol. Acho que já falamos desse assunto.

Voltemos a minha infância. Com uma bola brincávamos eu e meus amigos em frente a nossa casa, numa época em que e podia jogar futebol nas ruas e nas praças..

Lembro-me de um dia em que o som dos imensos aparelhos de rádio, na hora do jogo, soavam alto e o Palmeiras jogava com o Flamengo.

A época, o Rio de Janeiro era a capital e a cidade mais importante do Brasil. Flamengo e Vasco eram os dois times de maior investimento no pais e detentores de elencos com as maiores estrelas do futebol brasileiro.

De minha parte, criança que era, nada entendia de futebol, a não ser elogiar o time e os jogadores do Palmeiras, a exigir que o meu time nos campeonatos de futebol de botão fosse o Palmeiras e festejar os gols que, nesse dia, contra o Flamengo, surgiram em profusão.

A cada gol parávamos o jogo de bola na rua que ainda não era conhecido pelo codinome de pelada, corríamos para próximo dos imensos aparelhos ligados e perguntávamos. Gol de quem? Quem "furou" o gol?

Lembro-me, como se fosse hoje, do Sr. Lúcio, da família Palmieri, tio do Wilson, saindo de casa e dizendo, "de quem poderia ser, do Parmera" e parou de assistir ao jogo em casa indo direto par o bar do Nato, também palmeirense, para comemorar com uma Antártica  bem gelada (pouquíssimas casas davam se ao luxo de ter uma geladeira).

A Antárctica, com C no meio da palavra, era a cerveja preferida pelos palmeirenses, em decorrência do nome de nosso estádio. Os corintianos bebiam a  Brahma.

Naquela época só havia palmeirenses e corintianos, ao menos em Pederneiras. Sem medo de errar, conheci mais torcedores da Portuguesa em minha infância,  do que torcedores do "tricolor do canindé", como era chamado o SPFC.

Mas nesse dia em que o todo poderoso Flamengo, que tantos jogadores cedera à Seleção Brasileira, se curvava ante o peso do mais poderoso esquadrão da época, campeão do Mundo, nós, meninos palmeirenses, paramos oito vezes o nosso jogo de rua e comemoramos, para sempre, os 7 x 1 do time de Valdemar Fiúme e Jair da Rosa Pinto, mas que teve em Liminha o seu maior destaque, com quatro gols.

Um dia, perguntei a um Flamenguista, desses que acham o 'urubu' o maior time do mundo, se ele se lembrava dos 4 x 1 do final da década de 70 em cima de Zico, Andrade, Júnior e companhia e ele me respondeu que só se lembrava de um 6 x 2, um pouco depois, no início da década de 80 rotulada por ele como o jogo da vingança rubro-negra.  

Perguntei-lhe, então pelos 7 X 1 de 1951.

Ele respondeu-me que logo após aquele jogo, logo em seguida, o Flamengo nos sapecara um 6 X 2. Encerrei o assunto dizendo que um 6 x 2 não é maior do que um 7 x 1. Portanto, a vantagem continua do nosso lado.

Esse Palmeiras é extraordinário, nunca nos deixa sem uma resposta imediata sobre os nossos rivais.

Hoje enfrentamos o Flamengo, em péssima fase e é aí que mora o perigo.

Com Lincoln e Valdívia vai melhorar a nossa qualidade.

Como temos sido indigestos visitantes quando jogamos sem aquela importunante horda de críticos que constituem a maioria de nossa torcida em Sampa, eu acredito na confirmação da recuperação da equipe e em um grande resultado. Arrisco até um palpite, 2 x 0.

DEIXE VC TAMBÉM O SEU PALPITE PARA O JOGO DE HOJE NO ENGENHÃO, ÀS 18,30 h.

4 Comentários:

  • Às 25 de setembro de 2010 às 13:39 , Anonymous Anônimo disse...

    Anônimo Anônimo disse...

    Alcides, este sem dúvida é o melhor espaço alvi-verde na rede. Parabéns!!!
    Dinho Maniasi

    25 de setembro de 2010 10:22

     
  • Às 25 de setembro de 2010 às 13:44 , Anonymous vladimir rizzetto disse...

    Que relato bacana, Esmeraldino!
    Também sou de uma geração que jogava bola na rua e, no meu caso, brincava no antigo leito da estrada de ferro Sorocabana, que passava aqui em Jundiaí e que foi desativada no início da década de 1970.
    Tempo bom, quanta saudade! Brincavamos alegres e soltos pelas ruas, pois não tinha 10% do perigo que existe hoje. Enfim, o tempo passa...
    De todos esses jogos que você citou, lembro-me bem de dois jogos: o 4x0 e 6x2,contra o Flamengo, pois são da minha época.
    Grande abraço, Esmeraldino e boa sorte para o Verdão!

     
  • Às 25 de setembro de 2010 às 18:20 , Blogger Unknown disse...

    A poucos minutos do jogo parei para ler o meu blog preferido!
    Historia sensacional essa escrita aqui, confesso que para mim o jogo perdeu a graça!
    Abraços e continue com seu otimo trabalho!
    Caio

     
  • Às 25 de setembro de 2010 às 21:41 , Anonymous Edson disse...

    História bonita e cativante.
    Relato de um grande Palmeirense.
    Palmeiras, nossa vida é você!

    Parabéns pelo espaço e pelos textos, cada vez mais inspirados.

    Saudações!

     

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