O BRASIL PERDEU O ÚNICO NARRADOR DE TV REALMENTE IMPARCIAL! ADEUS, MESTRE LUIS NORIEGA!

 
 MESTRE LUIZ NORIEGA


A crônica esportiva brasileira está de luto, pois perde para o céu outra de suas reservas morais.

Morreu Luiz Noriega, cuja importância profissional, subdimensionada, esteve sempre aquém de seu real valor e justo merecimento, muito em função de sua personalidade irretocável, marcada pela discrição e pela sobriedade.

É outro mestre que nos deixa em 2012, assim como ocorreu com os inesquecíveis Loureiro Júnior e Joelmir Betting, também imensos profissionais.

Reto, correto, honesto, simpático, cordial e de convivência muito agradável, assim era o cidadão Noriega.

Sério, meticuloso, talentoso, competente, explêndida capacidade de improviso, narração televisiva perfeita sem cacos, comentários ou floreios, dono de  uma voz baritonal maravilhosa, singularíssima, assim era o profissional Noriega.

Lembro-me, na década de 50, quando construi uma antena para poder ouvi-lo pela Rádio Difusora SP cujo sinal não chegava bem em minha região.

Lembro-me, também, de Noriega, vivendo uma imerecida fritura na década de 60, subaproveitado na equipe 1040, embora fosse um locutor de primeiríssima linha, ao nível dos titulares.

Tive o prazer de reencontrar Noriega, anos depois, nas ondas da TV Cultura e não me surpreendeu o seu imensurável talento também como narrador de tv.

Seu programa Esporte Opinião na TV Cultura, só teve um senão: o âncora deveria ter sido Noriega, não Orlando Durte, ótimo como comentarista.

Sem medo de errar, aponto Geraldo José de Almeida, Walter Abraão, Luciano do Vale e Luiz Noriega como os maiores expoentes da narração televisiva no Brasil.

Seria embaraçoso e extremamente difícil estabelecer-se o maior entre esses quatro baluartes, mas, sem qualquer dúvida, Noriega os superou em alguns quesitos importantíssimos, entre os quais a precisão, a quase perfeição e a imparcialidade do relato.

Acompanhando a mídia há mais de 50 anos, quero, a propósito de Luiz Noriega, que já não está mais entre nós, resumir o meu pensamento a seu respeito em uma única frase:

"Perdemos o único narrador realmente imparcial em toda história da televisão brasileira"
 À sua esposa Ângela, aos filhos Renata, Fernanda e Maurício, netos e parentes as condolências deste OAV e de todos os que aqui escrevem. (AD)
  
DUPLA TRISTEZA

Jota Júnior, o narrador do Sportv, jurou que fecharia seu blog.

Assim que divulgou a última postagem, fiz um pedido para que ele não parasse pois os espaços qualificados têm de continuar vivos na Web.

Acessei, então,  o blog do Jota por vários dias, mas não houve renovação de postagens. Concluí, então, que havia sido encerrado e não voltei a abri-lo.

Surpreso, verifiquei, hoje, em site de busca, que Jota (com licença pela blag) jurou falso e manteve vivo o seu espaço cibernético, no que fez muito bem.

Mas, o ler as postagens, tive o dissabor de ler sobre o falecimento de um dos melhores amigos que tive na crônica esportiva brasileira.
 

O taquaritinguense Wilson de Freitas, deixou a matéria no dia 1º de dezembro, justamente quando eu passava férias em minha querida Pederneiras. Por isto, passei batido!

Wilson hospedou-se em minha casa, a meu convite, em várias oportunidades, quando viajava pelo Brasil para a transmissão dos jogos, épocas em que eu ainda era solteiro.

Almoçamos e jantamos juntos várias vezes e ele fez questão de levar-me, certa vez, a sua casa a fim de apresentar-me a esposa e a filha.

Interessante é que, esta tarde, eu, sem querer,  resgatei o telefone de Wilson em uma de minhas antigas e empoeiradas agendas, disposto a tentar um contato com sua esposa Laura e saber notícias sobre a sua saúde.

É, meus amigos, o tempo passa, as coisas mudam, tudo se renova e a morte é o grande mecanismo dessas fatais metamorfoses. 

Talvez seja por isso que dizem por aí que "quem vive mais sofre muito mais!"

Temos de nos render à vontade do Criador, convictos de que o espírito sobrevive e que, um dia, haveremos, todos, de nos encontrar.

Siga, amigo Wilson, agora na espiritualidade, pelo mesmo caminho de luz que você trilhou quando de sua passagem sobre este planeta de expiação e de provas. (AD)