Observatório Alviverde

14/01/2014

CRITICAR KLEINA ANTES DA TEMPORADA COMEÇAR É COVARDIA!


 










Gilson Kleina, apesar das críticas que recebeu -continua recebendo-, dos protestos e da desaprovação de parcela ponderável da torcida, está dando uma lição de profissionalismo no comando técnico do Palmeiras.

Convém esclarecer, antes de tudo, que, quando Tirone e Frizo foram buscá-lo na Ponte, tentando evitar o rebaixamento, eu fui radical em minha opinião e garanti, a-n-t-e-c-i-p-a-d-a-m-e-n-t-e,  que, em razão de seu temperamento e pela sua forma de exercer a liderança não seria capaz de fazê-lo. Acertei na mosca!

Parecia-me claro e cristalino que Kleina, que vinha de boas referências e de ótimas campanhas na Ponte campineira-independentemente de seus bons conhecimentos-, não daria certo naquele momento desesperador. Não deu e não daria! Nunca!

Tudo em função de sua personalidade gregária, educada, adaptável e afável, dessas de nunca dizer não sob qualquer hipótese, e de querer ajudar a tudo e a todos... 

Dessas, também, de não dizer, jamais, que dois e dois são quatro para não magoar o um e o três!

Como poderia alguém, dessa têmpera, ter o poder de mobilização imediata sobre um elenco desconhecido? Não teve!

Eu sabia e tinha consciência de tudo o que estava falando naquele tempo, quando pedia um treinador mais velho, mais fechado, mais sisudo e de um caráter mais impositivo e explosivo...

Tinha de ser alguém assim, um nato motivador de grupos, tipo sargentão como Picerni, cujas chances de tirar o Palmeiras do buraco, naquela eventualidade, eram infinitas vezes maiores do que Kleina.  Picerni sequer foi lembrado e deu no que deu, ponto!

Somente Tirone, Frizzo, alguns torcedores sem a visão realistica dos fatos e aqueles que imaginavam que Kleina pudesse dar estabilidade psicológica a um time destroçado e desestabilizado emocionalmente, completamente desprovido de autoconfiança malgrado o título da Copa do Brasil, poderiam defender a chegada de um treinador pouco experiente, nada sanguíneo e, pelo contrário, acentuadamente, fleumático.

A antítese de Kleina, mas muito mais rodado, vivido e experiente, Picerni -repito- era o nome mais indicado.

Importante: digo isso com total naturalidade, da mesma forma que afirmo, com total convicção, que, neste momento que vivemos, Kleina é o homem certo, no lugar certo, no clube certo! Kleina, ficou provado, é muito melhor, mais  saudável e palatável no chamado longo prazo!

Minha militância no futebol por mais de 40 anos, ensinou-me que, via de regra, técnicos de temperamento forte são importantes e dão certo, em situações em que haja necessidade motivacional imediata, em que se tem um objetivo fixo e pouco tempo para planejar e trabalhar.

Da mesma forma, técnicos de temperamento calmo e cordato, tipo irmão mais velho, -Gilson Kleina é um formidável exemplo- são muito mais úteis e eficientes quando o trabalho é a longo prazo, pois têm a amizade e o carinho do grupo, administram melhor as crises e mantêm o ambiente grupal, tranquilo e sem sobressaltos.

É óbvio que ao falar dessa peculiaridade inerente a Kleina, não estou querendo, exclusivamente, afirmar que o trabalho de um técnico se limite à obrigação de ter comando e liderança sobre um grupo e de manter incólume a boa convivência social entre os atletas.

A função impõe, também, que o profissional tenha um certo carisma,  além de outras virtudes como a liderança!

Porém, sobretudo e acima de tudo,  é absolutamente necessário que tenha conhecimento pleno e amplo domínio sobre essa intrincada matéria chamada futebol. 

Isso Kleina conhece e já provou por A+B, nesta sua boa passagem pelo Palmeiras, ao menos até agora, embora esteja, ainda, muito longe de ser um mestre!  

A índole pacificadora, a alegria, o jeito conciliador, a pacatez, o baixo tom de voz em qualquer circunstância pública, traços fortes de sua personalidade, seriam insuficientes para despertar o Verdão de sua letargia no sofrido ano de 2011.  

Por tudo isso eu previ, muito antecipadamente, o nosso rebaixamento. Estava mais na cara do que verruga!

Antes de dar sequência à linha de pensamento de minha crônica a respeito do jovem treinador alviverde, quero deixar claro e explícito que, a princípio, eu considerava que Kleina não era, sob qualquer hipótese, o nome ideal para dirigir o Palmeiras no importante ano de nosso centenário.

Esse era, também, o pensamento da atual diretoria que chegou a contatar alguns técnicos de maior renome -o controvertido argentino Bielsa, inclusive- e até foi acusada de desmoralizar o jovem treinador.

Mas as pedidas absurdas dos procurados, fizeram com que a diretoria recuasse, refletisse, pensasse um pouco mais e amadurecesse devidamente o assunto. Isto, na prática, tem um nome, m-a-t-u-r-i-d-a-d-e!  Nobre e Brunoro, sim, foram maduros!


Com o aval de todo um elenco, unânime pela permanência de GK, com o crédito da diretoria e com o respaldo da maior parte da torcida, Kleina ficou!

Quem não sabia que com Brunoro e Nobre o Palmeiras faria inúmeros investimentos, -de fato os fez- e que teria um elenco numeroso, difícil de ser administrado? Só todo mundo!

Esse, em meu entendimento, é o maior desafio de Kleina que, surpreendentemente, está dando conta do recado, agindo de forma altamente lúcida e profissional. Estou gostando, muito, das atitudes dele, ao menos até agora, nesta fase de preparação.

Gostei quando GK disse, com grande sinceridade, que lamentava as saídas, entre outros jogadores, de Vilson, de Charles e, principalmente, de Márcio Araújo, este, o seu líder e homem de confiança dentro de campo.

Kleina afirmou de forma sapientissima que se os três -jogadores estratégicos- fossem mantidos, o Palmeiras adiantaria muito o trabalho de campo neste início de temporada. Isso, realmente, é fato, verdade verdadeira!

Porém, ao mesmo tempo, -isto é muito mais importante- Kleina deixou transparecer que com os jogadores de que dispõe agora e com outros que estão chegando, tem condições de montar uma estrutura tática muito mais forte, ainda melhor do que aquela que perdeu.

A isso chama-se otimismo, com muita confiança no taco e no trabalho desenvolvido até agora É assim que tem de ser!

Não acredito que a manifestação de Kleina tenha ocorrido por conveniência ou por conformismo, em face das dispensas de alguns jogadores os quais ele considerava de total confiança e imprescindíveis em seu esquema como Araújo, por exemplo. Creio, antes de tudo, na sinceridade de Kleina.

Kleina, também, tem sido exemplar em sua conduta na rotina e na administração do dia a dia do Verdão. 

Ao revelar que está lendo e aprendendo a história do Palmeiras a fim de usá-la nas preleções, informando os jogadores com o fito de motivá-los, mostra que está plugado e em perfeita sintonia com o clube a que serve, na qualidade de treinador.

Mas o principal mérito de Kleina, sem qualquer dúvida, diz respeito e se conecta, harmoniosamente, com  a recuperação de Valdívia, cracaço de bola e o melhor jogador em atividade no atual futebol brasileiro.

Kleina tem consciência disso e sabe, perfeitamente que com o Mago em forma, terá nas mãos a arma mais letal para arrebentar e demolir os adversários. 

Por isso e para devolver a autoconfiança ao chileno, GK o tem elogiado, muitíssimo, de forma sistemática e contínua. No que obra muito bem, é claro!  

Ontem Kleina chamou Valdívia -mui merecidamente- de gênio, não apenas na entrevista coletiva, como, também, nos contatos mantidos com os repórteres que cobrem o clube. 

E o fez de forma espontânea, sem temer queimar-se junto à mídia por conta do descontentamento e do azedume da maior parte dos homens de imprensa quando o assunto é Palmeiras.

Como se sabe, a maioria deles detesta reverenciar ou reconhecer a qualidade e o inigualável talento do craque chileno a quem chamam, desprezivelmente, de "apenas um bom jogador", simplesmente pelo fato de atuar com a camisa verde do Palmeiras! Craque, para eles é Ganso! Faz-me rir que eu gosto!

HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!

Falando seriamente, Valdívia foi uma parte ponderável, um bom  pedaço de nosso patrimônio, queimado pela teimosia, pela ignorância e pelo analfabetismo tático de Felipão, que, como se sabe, sempre foi fissurado pelo futebol de destruição e de pouca construção, viciado que é em marcação.

Em vez de colocar Valdívia para jogar solto e descontraído, em consonância com as suas melhores características e talento, respeitando os limites de sua condição física e as suas esgarçadas e enfraquecidas fibras musculares, obrigava o chileno a marcar o tempo todo,  como se fosse ele um volante de contenção como Márcio Araújo ou qualquer jogador dessa característica. 

É ignorância demais para o meu gosto, com a agravante de provir  de um técnico que comanda a Seleção do Brasil , que parece desconhecer que um esquema de jogo tem de ser armado em função das peças que se dispõe, não ao contrário!

As uniformizadas também deveriam ler, interpretar e refletir em tudo o que dissemos, escrevemos e publicamos neste post.

Depois disso, analisar, ponderar e passar a ter uma outra postura em relação ao nosso melhor jogador que, com a saída de Neymar,  -bis- é o melhor futebolista em atividade no Brasil.

Kleina, quando elogia, de forma pública e nominal, tantos jogadores,  principalmente o Mago, enaltecendo-o como gênio, está, ainda que possa não ter consciência disto, valorizando tremendamente o grupo e, sobretudo, o atleta que representa a cumeeira desse elenco. 

Pensando bem, essa é uma estratégia de marketing interessante que poderia ser adotada, considerando-se a pouca importância que a mídia liga e empresta aos jogadores palmeirenses. 

Por último, quero destacar a discrição absoluta de Kleina em face das contratações. Isto é importantíssimo!

Em momento algum ele quis aparecer mais do que a diretoria dando com a língua nos dentes e antecipando os nomes dos atletas em negociação, fossem os que estavam acertando ou, outros, que, embora contratados, eram mantidos em sigilo até o anúncio oficial da diretoria.

Se os resultados que Kleina obtiver em campo forem satisfatórios neste ano do centenário, -anotem- vamos ter treinador para muitos anos, a exemplo do saudoso Osvaldo Brandão.

Pelo profissionalismo, pelo caráter e pela aplicação constante de Kleina, torço para que venha a acontecer!

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10 Comentários:

  • Às 14 de janeiro de 2014 às 04:51 , Anonymous Anônimo disse...

    Eu quase tive um treco quando li o começo do seu post, hehehe. É aquele negócio, nunca estamos satisfeitos. Troca pra um técnico amigão, troca pra um xerifão, troca pra um camarada, troca pra um Leão.

    Eu não gosto do Kleina, teria uns 3 nomes de meu gosto. Mas ele é o nosso técnico e tem ao menos 2 virtudes: 1) assume a bomba pra ele em benefício do grupo 2) soube administrar bem a fogueira das vaidades e os que eram ou foram pra reserva aceitaram sem criar confusão.

    Só tenham paciência, não queiram queimar esses reforços antes do tempo com uma preparação inadequada. O Mago precisa de um esquema especial, melhor ele bem nos jogos importantes. Cabe ao técnico saber a hora de usar e tirar o Valdivia, mesmo que o Mago reclame.

     
  • Às 14 de janeiro de 2014 às 08:57 , Anonymous Torcedor Realista disse...

    Kleina vai precisar trabalhar muito para arrumar esse time.

    Foram duas derrotas em dois jogos treinos da equipe titular (uma contra o red bull e outra contra o time reserva).

    Será que dá pra animar ?

     
  • Às 14 de janeiro de 2014 às 09:07 , Anonymous Marco disse...

    Deve ser brincadeira avaliar a perspectiva de uma equipe na temporada após uma semana de treinamentos e dois jogos treino.

     
  • Às 14 de janeiro de 2014 às 09:47 , Anonymous Anônimo disse...

    "Deve ser brincadeira avaliar a perspectiva de uma equipe na temporada após uma semana de treinamentos e dois jogos treino."

    E sem 90% dos jogadores que serão titulares em campo.

    O portal não é grande coisa, mas acesse a folha do Palmeiras do UOL e vejam o seguinte vídeo:

    "Juarez acredita que Leandro vai
    arrebentar no Palmeiras em 2014"

    O jogador entrevistado - para desgosto do entevistador - afirma com todas as letras, que Valdívia é um craque, um jogador diferenciado que resolve as partidas.

    Simples assim!

    Dinho Maniasi

     
  • Às 14 de janeiro de 2014 às 12:28 , Anonymous Anônimo disse...

    como foi o treino

    http://www.espn.com.br/noticia/381621_sem-valdivia-titulares-do-palmeiras-perdem-coletivo-para-reservas

     
  • Às 14 de janeiro de 2014 às 12:57 , Blogger Unknown disse...

    Há dois aspectos importantes , o antes e o atual, estagio que Gilson Kleina esta, pois o leque de opções se abriu de forma que as cobranças também serão mais fortes, não há duvida, mas vamos aguardar os cinco primeiros jogos no estadual, para termos um esboço da atitude tática e postura estratégica implantada pelo treinador!

     
  • Às 14 de janeiro de 2014 às 13:53 , Anonymous Edson disse...

    Eu ressalto que as qualidades do Kleina são, principalmente, a paciência, a parcimônia, a calma e personalidade distante da colérica.
    Ao contrário do texto, acho que nem Picerni (no qual vejo muitas qualidades), nem nenhum outro técnico nos tiraria da queda, uma vez que ela já havia sido decretada via STJD, CBF, Globo e mídia em geral.
    Nunca houve tanta perseguição a um time de futebol que necessitava de pontos.
    Técnico colérico e sargentão, nós tínhamos um, na melhor acepção da palavra, e justamente foi esse um dos motivos que nos rebaixou.
    Quem não se lembra daquelas entrevistas encolerizadas, acusatórias, que só pioravam as situações?
    Desde o início, independente de tática, acho o Kleina um indivíduo agregador e que joga a favor do elenco que tem, respeitando as características dos jogadores e assumindo toda a bronca dos insucessos.
    Em relação ao elogios ao Valdívia, sempre que pode, ele fala do jogador e se refere como craque, indo contra a mídia manipuladora.
    Se o Valdívia se recuperou, como parece, pode creditar ao Kleina, e a fase ruim dele, pode creditar ao Felipão, que achava que o craque do time deveria ser volante.
    Enfim, aguardemos.
    Gosto do comportamento do Kleina e da diretoria, e respeito a opinião de todos que são contrários.

     
  • Às 14 de janeiro de 2014 às 16:50 , Anonymous Marco disse...

    O comentário do Edson cita um fator preocupante.

    Com raras exceções notamos algum torcedor se referir ao problema crônico (HISTÓRICO) do Palmeiras: a fragilidade nos bastidores.

    Em relação às diretorias, tanto essa quanto qualquer outra que tivemos, o comportamento é o mesmo: o total desinteresse. Julgam nossas diretorias que não existe o problema e que temos apenas que nos preocupar com a nossa parte interna. Por incrível que possa parecer, dentro do clube se fala abertamente sobre os prejuízos que sofremos, sobre a parcialidade da imprensa, mas quando há a necessidade de alguma ação, ela não ocorre. Tem sido assim há décadas.

    Na Mídia Palestrina, parece que somente o OAV e o Blog da Clorofila procuram levantar as questões extra campo. Não acompanho todos os blogs e posso cometer uma injustiça ao não citar algum outro que tenha como prática denunciar rotineiramente o que é feito contra o Palmeiras.

    Para criticar jogadores, treinadores, diretores, para falar da política do clube, não faltam voluntários. Caso seja para falar mal, denegrir e desmerecer tudo o que é do Palmeiras, mais participações ainda. Para defender os interesses do Palmeiras somente os gatos pingados de sempre e mesmo assim, tendo que enfrentar os intelectualóides de plantão que se apressam a argumentar que estamos arrumando desculpas e que devemos apenas nos preocupar em montar bons times.

    Em termos técnicos, tenho boa expectativa para esse temporada, pois o Palmeiras além de fazer contratações eficientes, manteve a base com os melhores jogadores de 2013. Entretanto, sob o ponto vista do extra campo, estou pessimista pois não vejo dentro do clube a mudança de pensamento. Neste ponto, também espero estar enganado e que a direção esteja se movimentando junto aos formadores de opinião na imprensa e as Federações e Tribunais. Caso o Palmeiras continue sendo tratado como foi em 2012, onde não caiu, foi derrubado, não teremos sucesso, pois nos momentos decisivos aparecerá um soprador de apito, um levantador de bandeira (como aconteceu na Copa do Brasil 2013) ou um procurador pavão, com toda a retaguarda global nos meios de comunicação para justificar o que for feito.

     
  • Às 14 de janeiro de 2014 às 17:58 , Anonymous Mestre dos Magos disse...

    Nosso bastidor era tão ruim, que Felixão acertou com a CBF para treinar a seleção e não estava nem aí com o Palmeiras. Ele não teve respeito pelo clube e ficou esperando a multa rescisória, quando sabia que se saísse bem antes, talvez desse tempo de salvar o time, seja com Picerni, seja com quem fosse, pois todos lembram que com Kleina ganhamos várias partidas em seguida, mas depois perdemos dos veados e a coisa desandou de novo.

     
  • Às 14 de janeiro de 2014 às 18:00 , Anonymous Anônimo disse...

    Acertou debaixo do olho da diretoria.

     

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