O PARTO DA MONTANHA!

Diz uma conhecida, importante e exemplar fábula latina que uma montanha enorme e colossal estava prestes a dar a luz.

Em razão disso, urrava, grunhia e bramia estrepitosamente fazendo a terra tremer e provocando um barulho de tal calibre que aqueles que a rodeavam discutiam e apostavam como poderia ser o filho da montanha:

" -Ela vai dar à luz outra montanha", dizia um!

" -Engano seu,  será um dinossauro", dizia outro!

"- Enganam-se vocês dois pois logo logo nascerá um dragão" retrucava outro!

E as especulações seguiram...

Foram tantas, tantas e tantas, quanto foram as frustrações, no momento em que a montanha deu à luz um rato!

A inesperada contratação de Róger Machado, que sempre correu por fora e não teve nenhuma publicidade, promoção ou divulgação, ao menos para mim, não passou de um "parto da montanha"!

Para  quem esperou o nascimento de outra montanha, simbolicamente o gigantesco Mano Menezes, decepcionou-se...

Para quem esperou um dinossauro daqueles mezozóicos, supostamente Abelão, desapontou-se completamente....

Para quem falou em Luxa, Felipão, Leão, Vágner Mancini ou qualquer outro "dragão" frustrou-se inteiramente...

A montanha, isto é, o Palmeiras, ao contratar Róger Machado, acabou decepcionando enormemente a todos os palmeirenses.

Pode-se dizer que, metaforicamente, deu à luz um rato, haja vista que Róger era o menos badalado, o menos alardeado, o menos cotado ou o menos esperado profissional para o cargo mais importante que pode oferecer em seus quadros, o de técnico da Academia!

Conclusão:

Se antes eu, apenas, supunha, agora estou convicto, de que o gastador oficial do futebol do Palmeiras, Matos, não está disposto a bater continência ou submeter-se, do ponto de vista hierárquico a qualquer treinador porventura de maior status ou tradição maiores do que ele, seja já por quaisquer circunstâncias e conveniências...

Para terminar, sintetizando o meu ponto de vista (jamais fugi de opinar antecipadamente quando dessas contratações) quero dizer, simplesmente, isto:

"Embora (para mim, para mim, para mim...) Róger seja e não fosse a melhor solução, em face da juventude e da reduzida experiência, ele tem potencial e não é um "zé mané"!

Como jogador é multi campeão com a camisa do Grêmio onde atuou de 1994 até 2003 e ganhou 3 Copas do Brasil (1994, 1997 e 2001), 4 Campeonatos Gaúcho (1995, 1996, 1999 e 2001), Taça Libertadores de 1995, Recopa Sul-americana e Campeonato Brasileiro de 1996, e Copa Sul de 1999. 

Fora do Brasil, atuou no futebol do Japão de 2004 a 2005. 

Retornou em 2006 importado pelo FLU, clube pelo qual ganhou a Copa do Brasil de 2007, sendo o jogador brasileiro com o maior número de títulos (quatro) desta competição. 

Será que algum "do contra" ou algum "louco" palmeirense terá o desplante de querer comparar Róger a Eduardo Batista? 

Será que algum fanático do time dos "do contra" ou algum maluco tentará desestabilizar Róger (como fizeram com Eduardo Batista) antes mesmo dele assumir? 

Só se for gente assim, mesmo!

Moral da História: 

A torcida não pode e nem tem o direito de fazer com Róger tudo o que fez com Eduardo Batista, isto é, liquidá-lo sem conceder-lhe o direito de, ao menos, mostrar o que sabe, o que pode e o que está vindo fazer no Palmeiras!

Como jogador, cria de Felipão (também velha indicação de Felipão ao Verdão) , RM sempre foi honesto, competente e exemplar dentro e fora de campo, sendo que estes aspectos o qualificam, potencialmente, à possibilidade de que ele se transforme em futuro próximo, num técnico de primeira grandeza do futebol brasileiro. 

Não foi isso o que ocorreu com Luxa em 93, cujo currículo quantitativamente era maior, mas qualitativamente inferior ao atual com que Róger se apresenta no Verdão?

Acompanhei à distância porém com interesse e curiosidade o trabalho de Róger, em 2.015, assim que o Grêmio resolveu conceder-lhe a grande chance de treinar o time principal, no qual permaneceu por 94 jogos, classificando-o em 3º lugar no Brasileiro e habilitando o tricolor gaúcho para a Libertadores de 2016. 

Antes de assumir o Grêmio em 2015, Róger também realizou dois trabalhos no interior gaúcho, respectivamente em Caxias e Novo Hamburgo em 2014 e 2015, sem, no entanto, ser valorizado como merecia.

O acompanhei relativamente de perto quando de sua passagem de sete meses pelo Clube Atlético Mineiro e posso garantir-lhes que foi um profissional competente e exemplar em sua passagem pelo Galo.

De fato, aqui em BH se reconhece sua seriedade, exigência, dedicação tanto e quanto a sua condição de ser muito amigo dos jogadores, residindo nesse último fator a sua maior deficiência.

Enganam-se aqueles que imaginam que Róger Machado foi demitido sumariamente pelo Atlético. 

Na realidade, por discordar de algumas contratações e por ter entrado em uma série reversa de derrotas, ele sucumbiu à cobrança da torcida e acabou por fazer um acordo com a diretoria atleticana para deixar o clube.

Se minha opinião tivesse algum peso junto à massa alviverde eu solicitaria a todos que "recebessem bem Róger Machado"...

Digo isto porque no cômputo geral dos prós e dos contras, Róger Machado, diferentemente de Eduardo Batista, é um profissional bem rodado com passagem, como técnico, por dois clubes  de primeira grandeza do futebol brasileiro, Grêmio e Galo!

E fique sabendo a torcida que, ao contrário do ocorrido na época concedida inutilmente a Eduardo Batista, desta vez o Verdão não vai começar do zero.

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