Observatório Alviverde

25/08/2011

FELIPÃO ESTÁ MUITO MAIS PARA YUSTRICH DO QUE PARA OSVALDO BRANDÃO. PALMEIRAS X VASCO PELA SUL-AMERICANA, O JOGO É HOJE!

 

Se o Palmeiras vencer o Vasco e classificar-se para a seqüencia da Copa Sul-Americana, muitos, da torcida e da mídia dirão que Felipão é um gênio.

Muito longe disso, Felipão jamais passou de um grande motivador de grupos, de um paizão, do que, propriamente, de um gênio da tática e da estratégia.

Ele me faz lembrar o grande Osvaldo Brandão, mas está, muito mais, para Dorival Knipel, o inesquecível Yustrich.

Brandão era conhecido pelo paternalismo com que tratava os atletas, sempre com rigor respeitoso, como o de pai para filho, calcado na moral, na honestidade e na sinceridade de relacionamento.

Pode-se dizer que a simples presença de Caçamba era um fator positivo para qualquer time que ele dirigia, pelo respeito que a boleirada devotava a sua figura de homem probo, sério, trabalhador e sempre amigo dos jogadores.

Mais do que, a exemplo Brandão, ser gaúcho, ou, também, como Brandão, de haver sido um inexpressivo zagueiro, Felipão encarna muitas virtudes do grande mestre, embora a sua forma de carisma seja diferente.

A psicologia descreve as diferenças entre um chefe e um líder. Felipão tem liderança, sim, mas está mais para chefe do que para líder. Além de ter de fazer força para liderar, são constantes os seus atritos com os jogadores.

Comparado a Brandão, não passa de um chefe bem-sucedido. Brandão foi um líder bem-sucedido e nunca teve de fazer força ou de brigar com ninguém para impor os seus carisma e liderança.

Eu diria, sem medo de errar, que Felipão está muito mais para Yustrich, o maior chefe entre os treinadores do futebol brasileiro em todos os tempos, mais, até, do que Flávio Costa ou qualquer outro.

Yustrich, um gigante físico para os padrões de sua época, era um técnico que se impunha não apenas por esse aspecto, mas, principalmente, por sua personalidade forte, pesada, policialesca, muitas vezes atrabiliária e, pior do que isso, violenta.

Implicava com tudo, no que dizia respeito aos jogadores. Cabelos compridos, moda que se iniciava naquela época, nem pensar!  Barba por fazer, também não!

Definitivamente, Yustrich não permitia extravagâncias de moda ou de comportamento. Jogador para trabalhar com Yustrich tinha de submeter-se a um enquadramento disciplinar rígido, quase militar.

Yustrich, maldosamente alcunhado pelos desafetos de Zé Mingau, chegou a agredir Mosquito, atacante de qualidade do América Mineiro na década de 60, hoje cirurgião-dentista renomado em Belo Horizonte, que agradece ao ex-chefe pelos socos recebidos que o levaram a mudar de profissão.

Embora sem chegar a esse extremo, Yustrich foi o responsável direto pela saída de Nelinho do Cruzeiro para o maior rival, o Atlético, sob a alegação de influência negativa e maus exemplos .

Agrediu, depois, o goleiro Luiz Antônio, também do Cruzeiro, no intervalo de um jogo. A essa altura, já velho e sem o viço dos velhos tempos, não contava com a reação do subordinado e acabou também, levando uns cateripapos.

Sob a ótica da função de treinador, Yustrich jogava de um jeito só, sem preocupar-se de que forma viria o adversário. Defendia forte, tocava de primeira quando de posse da bola, abria os pontas e cruzava para a área em direção a um centro-avante referência, via de regra alto e exímio cabeceador.

Seus times corriam muito, tendo em vista o excelente preparo físico que ministrava e a tática da cavadinha, termo inventado pelo próprio treinador, foi copiada de um time inglês que goleou o Porto de Portugal por 4 x 2, na década de 60, quando Yustrich dirigia o time tripeiro. 

Implicava com os repórteres e, constantemente, os ameaçava. Chegou, até, a agredir alguns, num tempo em que a maior parte dos conflitos era resolvida pelos próprios protagonistas que dificilmente recorriam à esfera judicial.

Vejam se Scolari não é o Yustrich de hoje. Há muito mais do que simples semelhanças, muitas coincidências na forma de trabalhar de cada um.

São formadores de grupos fortes, aguerridos, de muita pegada e determinação, sem, entretanto, exibir um futebol de alta expressão técnica. Ambos são adeptos e promotores do chamado futebol de resultados.

Há muita similaridade no comportamento de Yustrich e Scolari, a partir da forma como tentam se impor sobre o comando dos clubes, passando pela maneira como vêm e reagem ao trabalho da mídia, chegando aos métodos usados para formarem os times e aglutinarem os grupos e às intermináveis brigas e questiúnculas extra campo.

Projetando esse imenso comentário ao jogo de hoje, eu quero dizer que Scolari erra clamorosamente ao fugir do campo de batalha. Ele prefere ser Montgomery a Patton, o general americano que não ficava abrigado no QG nos momentos cruciais das encarniçadas batalhas contra os alemães.

Felipão está se omitindo, fugindo de uma batalha em que tería de enfrentar um único alemão, Roberto Braatz. Talvez aí esteja a grande diferença entre Scolari e Yustrich.

ASPECTOS DO PALMEIRAS X VASCO DESTA NOITE:

O Palmeiras luta pela sobrevivência na Sul-Americana, a abreviação do caminho para a Libertadores de 2012. A eliminação significaria uma pressão violenta sobre o elenco para o clássico contra os gambás, na luta por uma posição no G-4 do Brasileirão. 

Como venceu o primeiro jogo por 2 a 0, em São Januário, o Vasco pode perder por um gol de diferença que se classifica mesmo assim.

O Palmeiras terá de vencer, no mínimo por diferença de dois gols a fim de levar a decisão para os pênaltis. Se o Vasco fizer um gol,  o Verdão terá de vencer por diferença de três para não ser eliminado pelo primeiro critério de desempate, o gol fora de casa.

O Palmeiras terá como reforço a volta de Valdivia para tentar melhorar a criação no meio-campo.

Anuncia-se, também, uma improvável escalação de Chico no lugar de Márcio Araújo, sendo certa a escalação de Cicinho na lateral direita. Cicinho está suspenso pela automática, apenas do clássico de domingo pelo Brasileirão contra os gambás.

Na coletiva de ontem Felipão disse que pediu um gol assim que comece o jogo, para que a torcida se entusiasme e passe a jogar com o time.

No Vasco, Ricardo Gomes está poupando três titulares: Juninho, Anderson Martins e Julinho, que nem viajaram.

Os três vão se preparar para o clássico contra o Flamengo, domingo, que vem em jogo que vale briga pelas primeiras posições no Brasileirão.

O Palmeiras, também no domingo, vai encararar o seu maior rival, o Corinthians, mas Felipão e o grupo de jogadores não quer pensar nisso, pois está determinado a seguir na sul-americana e concentra todos os seus esforços nessa perspectiva.

O árbitro de Palmeiras x Vasco será Heber Roberto Lopes (Fifa-PR), auxiliado por Roberto Braatz (Fifa-PR e o jogo será no Pacaembu, com início previsto para as 20,15 H.

Você poderá assistir ao jogo apenas pelo Sportv, em transmissão exclusiva para todo o Brasil. O que se pede aos narradores é para que nos poupem dos assuntos aleatórios, narrem o jogo e deixem os comentários para os comentaristas.

Relação dos concentrados:

Goleiros: Marcos e Deola
Laterais: Cicinho, Paulo Henrique, Gerley, Rivaldo e Gabriel Silva
Zagueiros: Thiago Heleno, Henrique e Leandro Amaro
Volantes: Márcio Araújo, Chico, Marcos Assunção e João Vitor
Meias: Valdivia e Patrik
Atacantes: Kleber, Luan, Maicon Leite e Vinícius

ESCALAÇÃO

O mais provável time do Palmeiras (sem Felipão no banco) será este:

Marcos, Cicinho, Thiago Heleno, Henrique e Rivaldo (Gérley) (Gabriel Silva) Márcio Araújo (Chico) Marcos Assunção. Valdívia e Luan. Maicon Leite e Kléber.

No banco, Deola, Paulo Henrique, Leandro Amaro, João Vitor, Patrik, Vinicius e um dos alas esquerdos, Rivaldo, Gabriel Silva ou Gérley.

QUE TIME VOCÊ ESCALARIA PARA O JOGO DE HOJE?

TEMOS DE JOGAR NA FRENTE SEMPRE AGREDINDO OU O MEIO TERMO SERIA MAIS ACONSELHÁVEL PARA QUE FICÁSSEMOS COM A VAGA.

FELIPÃO VAI FAZER FALTA?

COM VALDÍVIA O RESULTADO SE TORNA MENOS DIFÍCIL?

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2 Comentários:

  • Às 25 de agosto de 2011 às 14:13 , Anonymous Mestre dos Magos disse...

    Felipão tanto não vai fazer falta, que nem ele próprio faz questão de ir pro jogo.

    O próprio Felipão esse ano cravou uma frase assim para irritar um jogador:

    - QUEM NÃO ESTÁ AQUI, NÃO FAZ FALTA.

    E é justamente nesse jogador que não fazia falta, que esse técnico deposita suas fichas.

    E vejam que ironia do destino, a frase se aplica ao próprio treinador.

    Força Palestra.

     
  • Às 25 de agosto de 2011 às 17:11 , Anonymous Benê disse...

    Alcides olha eu conheci muito bem o Iustrich que aqui no nosso estado de São Paulo dirigiu os gambás mais não deu certo. conheci muito o Brandão que dirigiu todos os grandes do estado de são paulo só não sei se tamem o Santos mais que só fez sucesso nos gambás e na gente porque ele não foi feliz na seleção. O primeiro time que ele tocou como tecnico foi o Parmera. Olha o seu comentario foi perfeito porque o Brandão de fato era um lider mesmo desses que não deixava as coisas ruins do elenco explodir na midia e sabia cativar os jogadores. Eu sei que o tempo era outro que a bolerada era bronca mas se o Brandão ainda fosse vivo e tocasse o Parmera eu garanto que ele ia ser muito melhor do que o Filipão do que o Luxa do que o Murici ou do que qualquer um outro. Não dá pra comparar ninguem de hoje com o seu Brandão Eu concordo que o Filipão é um Iustrich mas bastante melhorado.Ele vai fazer falta no nosso banco daqui a um pouco Hoje 2 a zero pra nós e com Marcão no gol a gente ganha a vaga nos penaltis. Valeeu.

     

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