Observatório Alviverde

15/09/2012

DÊEM A FELIPÃO O QUE É DE FELIPÃO E AO PALMEIRAS O QUE É DO PALMEIRAS!



AINDA A RESPEITO DE FELIPÃO

Se considerei pertinentes e procedentes a maioria das críticas contra o trabalho de Felipão, não endosso e nem reputo justas aquelas que assacam contra o caráter do treinador.

Acho incrível que se coloque em dúvida as suas postura, lisura, retidão, reputação e honestidade, como cidadão e desportista, absolutamente inatacáveis.

Jamais, em toda a saga palmeirense, de 42 a 2012, nenhum técnico, nem um, foi tão leal, identificou-se tanto com o clube e vestiu com semelhante orgulho, respeito, amor e alegria, a nossa camisa.

Aliás, nunca vi Felipão em campo sem estar devidamente paramentado, vestindo, encarnando as nossas cores, fosse trajando simples camiseta de treino, camisa de jogo ou seus indefectíveis conjuntos completos de calça e blusa com distintivo e cores do Verdão.

Não, por favor, não sejam injustos argumentando que ele só usava essas indumentárias pelo fato de ser patrocinado, pois isto não é verdade,

Desde que chegou ao Palmeiras pela primeira vez, quando  sequer se falava em publicidade na camisa de técnico, Felipão já se vestia assim, como um autêntico "outdoor" humano, promovendo as cores do clube.  

O velho "treineiro" gaúcho, por cujas veias também corre o generoso sangue dos "oriundi" da velha bota", que tanto se identifica com o Palmeiras, está nos deixando em busca de outros caminhos profissionais.


Ele nos deixa por vários motivos e o principal foi o de ter, em um átimo, transitado do paraíso da conquista da Copa do Brasil para o inferno da luta contra o rebaixamento.

Mas, deixemos claro e definitivo: 

todos os motivos decorrentes da saída de Scolari são, exclusivamente, profissionais, jamais comportamentais ou de caráter!

Tudo, é óbvio em decorrencia da imprevisibilidade e da
ilogicidade inerentes ao futebol, que Francisco Sarno definiu, acertadamente, como " a dança do diabo".

O diabo dos maus resultados, bateu, trincou, balançou e, por fim, derrubou Scolari. 

Após festa da conquista da Copa em Coritiba, o curso de sua vida no Palmeiras alterou-se radicalmente.

Felipão foi dormir rei... 

Acordou plebeu.
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Felipão, agora, está fora do (curto)circuito verde!
 

Apesar de tudo, ele tem de ser exaltado, respeitado e venerado pela nossa torcida, não obstante as circunstâncias em que acabou deixando o clube, via demissional.

De Ventura Cambom aos dias de hoje, tempo em que acompanho o Palmeiras, jamais tive notícia que qualquer de nossos ex-treinadores, muitos deles palmeirenses natos, houvessem cantado em público o hino de nosso clube, mesmo quando de nossas grandes e inesqueciveis conquistas. 

Só Felipão cantou,  afinado, com ritmo, mostrando que sabe a letra de cór! E o fez com alma, coração e sentimento!

Em qualquer clube que vier dirigir, que seja feliz, exceto nas vezes em que trombar com o nosso Palmeiras.

Que o velho mestre siga em frente, e não deixe, jamais, de torcer, amar e de se identificar com o Verdão, embora muitos dos nossos, estupidamente, não pensem assim...

Mas quer alguns queiram ou não, Felipão foi um artista de primeira grandeza, e é importante protagonista,  na história da SE Palmeiras,  nos palcos do futebol.

Através dele, de sua mestria, de seu comando, de seu carisma e de seu extremado espírito de vencedor, o Palmeiras conquistou os  seus títulos de maior importância.

Com Felipão, no Japão, o Verdão chegou ao ápice em sua história, disputando com o Manchester United o título mundial que acabou indo para o ralo em razão de uma infelicidade do legendário goleiro Marcos.

Por isso e por tanta coisa mais, Felipão tem e terá um lugar de grande destaque em nossa história. 

Será, sem qualquer dúvida,  eternamente lembrado,  com respeito e carinho pela parte racional de nossa torcida.

Como dizia o saudoso narrador palmeirense Fiori Gigliotti em seu programa de rádio "Cantinho da Saudade, Luis Felipe Scolari "estará, para sempre, incrustrado na ternura e na sinceridade" de toda a família palmeirense.

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Há muitas especulações e poucas ações práticas no que respeita a contratração do treinador que vai substituir LFS.

Pelo que depreendo a diretoria vai colocar Narciso no banco,  torcendo para que tudo dê certo e que seja procrastinada, ao máximo, a contratação do novo treinador.

Narciso, que veio recentemente do Santos para cuidar de nossa base, ex-jogador precoce em razão de uma leucemia, será "tubo de ensaio" da diretoria.

Tirone deixou claro essa possibilidade na coletiva à imprensa desta sexta-feira.

Enquanto estiver vencendo, Narciso será o treinador.  

Tomara que ele vença todas!
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Entendo, entretanto, que faltou planejamento e visão de futuro de nossa diretoria, na saída de Scolari.

Dizem que as partes chegaram a um consenso, mas por tudo o que ouvi, li e vi em tantas reportagens, parece-me  mais certo que Scolari  surpreeendeu a diretoria antecipando-se e pedindo demissão. 

Tirone e Frizzo tinham a obrigação, eles, sim, de se anteciparem aos fatos, mas foram apanhados no contrapé e, como sempre, ficaram em posição de inferioridade em relação ao treinador.

Tiveram de engolir um pedido de demissão em que as obrigações legais do clube, a princípio,  restringir-se-iam aos acertos finais da CLT e do sindicato mas que prevêem, inexplicavelmente, o pagamento de indenização ao treinador demissionário. 

O Palmeiras, a cada dia, prova que não é um clube, é mãe!
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Com todo o respeito, não dava mais para que o gaúcho continuasse à frente do elenco palmeirense em face da sequencia interminável de derrotas e da iminência de rebaixamento. 

Se a diretoria previa dispensá-lo, está provado que não, teria de ter contatado, sem r mesmo,  incontinenti, outro treinador, mas tal não aconteceu. 

Por isso vamos para o clássico comandados por um técnico interino, na esperança de que um milagre aconteça e que a esperada recuperação palmeirense possa ter o seu "start" a partir de uma vitória redentora sobre o nosso maior rival.
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Sobram especulações:

Falcão já estaria apalavrado, acertado e a sua contratação seria anunciada ainda neste fim de semana, entre hoje e amanhã.

Jorginho, que na maior parte de seus trabalhos como técnico, fracassou, mas é tido como "salvador da pátria palmeirense" tenta, em Salvador, desvencilhar-se de seu recentissimo contrato com o Bahia.

Leão, amigo pessoal de Tirone, já teria declarado que nada o prende ao São Caetano pois não há multa rescisória em seu contrato,
Que seria "bacana" assumir o Verdão com o desafio de livrá-lo do descenso. 

Cristóvão, recém saido do Vasco, faz parte da lista de possíveis nomes, na qual já constava o nome de Jorginho carioca, auxiliar de Dunga na Copa da África do Sul.

A lista vai aumentando a cada dia. 

Ontem o nome acrescentado foi o de Adilson Batista e não será nenhuma surpresa se outros forem acrescentados neste final de semana.

De minha parte, vou esperar um pouco mais, ciente e consciente de que o Palmeiras faz laboratório com Narciso.

A definição do nome do novo treinador passa, primeiro, pelo "derby".

Se o Palmeiras vencer, o interino Narciso ganha sobrevida até o jogo de seis pontos em Floripa contra o Figueirense, dia 22, sábado, semana que vem. 

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13 Comentários:

  • Às 15 de setembro de 2012 às 08:51 , Blogger Natan disse...

    Para uma "grande" minoria
    Que se posicionou intransigente
    Um poema para celebrar


    Não precisam mais sentir medo porque o Sr.Medo foi embora.
    Não tem mais tristeza, nem cara feia, nem bronca fora de hora.
    Acabou o jogo sujo, a prepotência, a arrogância
    Acabou a teimosia, a insistência, a ignorância
    Não, para a invenção, desconstrução, não, para a retranca
    Acabou o grito, o mito, acabou a carranca.

    Não, para a vergonha, desonra, desfaçatez
    Não, para a mentira, para a soberba, estupidez
    Acabou a injustiça, o protegido, a preferência,
    Acabou o bélico, a desordem, a incompetência
    Não, para o egocentrismo, o narcisismo, a vaidade
    Acabou o pranto, acabou o santo, a divindade

    Não precisam mais temer a covardia porque o Sr.Covarde foi embora.
    Não tem mais fuxico, não tem mais fofoca, nem noticia pra fora
    Acabou o bigode, o gaúches, o treino sem bola
    Acabou a bola parada, o gol de escanteio, o meio-campo que embola
    Não, para quem mancha a história, a Academia, a eterna busca da vitória
    Começou um novo tempo de paz, esperança e chance de gloria.

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 09:07 , Anonymous Anônimo disse...

    Ah tá!

    Mais um pretendente a membro da ABL...

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 09:22 , Anonymous Mirandola disse...

    Dizem que o pior tipo de cidadão que se pode encontrar na vida é o mal agradecido.

    Existe um, porém, muito pior.

    É aquele que não tem reconhecimento pelos que um dia lhe fizeram o bem.

    Isso tem alguns nomes, entre os quais destaco arrogância, prepotência e auto-suficiência.

    Eu tenho tenho muita pena de pessoas assim.

    Espíritos mal iluminados...

    No Palmeiras tem, também. Inúmeros

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 09:29 , Anonymous Alcides Drummond, o editor disse...

    O fato de elogiar Felipão em sua saída e reconhecer tudo o que ele fez de positivo principalmente em sua primeira passagem pelo Palmeiras...

    Os elogios que fiz a ele quando venceu a Copa do Brasil

    Não impediram que este bloog trabalhasse por sua saída, doída, mas necessária, a bem o próprio Palmeiras.

    O Palmeiras foi é e será, eternamente, maior do que eu, do que você, do que Tirone, Frizzo, Mustafá, Murtosa, Felipão ou de quem quer que seja.

    Mas é necessário que se reconheça, sim, como disse o Mirândola o mérito e o valor daqueles que nos fizeram o bem.(AD)

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 09:57 , Anonymous Marcelo disse...

    FELIPÃO, ÃO,, ÃO,, ÃO,, ÃO...

    Você é meu ídolo, um exemplo a ser seguido.

    Siga em paz, e que retorne ao meu. ao seu, ao nosso Palmeiras!

    ~Desassossegos João Chagas Leite
    Meus desassossegos sentam na varanda
    pra matear saudade nesta solidão
    cada por de sol
    doi feito uma brasa
    queimando lembranças
    no meu coração

    Vem a noite aos poucos
    alumiar o rancho
    com estrelas frias
    que se vao depois
    nada é mais triste
    neste mundo louco
    que matear com a ausência
    de quem já se foi

    que desgosto o mate
    cevado de mágoas
    pra quem não se basta
    pra viver tão só
    a insônia no catre,
    vara a madrugada
    neste fim de mundo
    que nem deus tem dó

    Então me pergunto
    neste desatino
    se este é meu destino
    ou deus se enganou
    todo desencanto
    para um só campeiro
    que de tanto amor
    se desconsolou

    Meus desassossegos sentam na varanda
    pra matear saudade nesta solidão
    cada por de sol
    doi feito uma brasa
    queimando lembranças
    no meu coração

    Vem a noite aos poucos
    alumiar o rancho
    com estrelas frias
    que se vao depois
    nada é mais triste
    neste mundo louco
    que matear com a ausência
    de quem já se foi

    que desgosto o mate
    cevado de mágoas
    pra quem não se basta
    pra viver tão só
    a insônia no catre,
    vara a madrugada
    neste fim de mundo
    que nem deus tem dó

    Então me pergunto
    neste desatino
    se este é meu destino
    ou deus se enganou
    todo desencanto
    para um só campeiro
    que de tanto amor
    se desconsolou



    Quero te deixar aquele abraço bem chinchado, tipo duas volta e meia. Fique com o Patrão lá de riba.

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 11:24 , Anonymous Jorge Araçatuba disse...

    Esse tal de Natan já é manjado de outro blog.
    Sempre fala a mesma coisa e não tem outro assunto.
    Foi rifado do outro blog pela teimosia em falar sempre a mesma coisa.
    Engraçado um teimoso desse criticar a teimosia de outro.

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 11:33 , Anonymous Edson disse...

    Se não concordamos com um trabalho, podemos discordar e criticar, tanto positivamente quanto negativamente.
    Outro dia falamos sobre um cronista, que na transmissão de um jogo nos desagradou, e ele se manifestou com total razão, a respeito de se separar o trabalho e a pessoa.
    Isso tem que ser feito. O trabalho é público, mas a intimidade das pessoas não.
    Ofensas não são bem vindas, críticas pessoais também não.
    É só rodar a internet e ver que o Scolari é sim uma pessoa bem querida da coletividade alviverde.
    A maioria acha que ele deveria sair pelos resultados, mas todos respeitam a sua história no futebol e em particular no Palmeiras.
    Desejo sucesso ao Felipão por onde passar.
    Respeito o sr. Scolari.

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 13:08 , Anonymous Anônimo disse...

    Não sei a sua opinião Alcides,e como assiduo leitor de seu blog, gostaria de saber o que você pensa a respeito desta minha suspeita, mas a cada momento que se passa, com as "indefinições" atitudes, e posturas deste bando de imbecis e acéfalos que "descomanda" nosso futebol, fica a mais nitida impressão de que, eles querem o PALMEIRAS na 2º divisão!
    Veja os motivos:
    1- Sabedores de que, um campeonato tão dificil e complicado quanto o brasileirão, não reforçaram o elenco com jogadores de qualidade.
    2-O Palmeiras perdeu, no minimo 09 pontos por erros absurdos de arbitragem que agora nos fazem muita falta, e a diretoria nada fez de concreto para punir(juizes) os responsáveis.
    3-Vários problemas de relacionamento e atitudes incorretas dos "boleiros" pipocaram constantemente após a conquista da Copa do Brasil, e nada foi feito para a resolução dos problemas, nenhuma atitude foi tomada.
    4- Se o Felipão era o problema pelo baixo rendimento da equipe, porque não foi mandado embora antes, para que a equipe e o novo técnico tivessem tempo de reação?
    5- É notório que o Felipão antecipou-se e pediu demissão. Se isso não ocorresse será que o bando de bananas tomaria alguma atitude?
    6-Efetuaram contratações típicas de 2º divisão, como correa, Obina, Betinho, Leandro Bochecha, Tiago Real( será que tudo de caso pensado?)
    7- Estamos sem técnico, as vesperas de um derby que se perdido, sela e ratifica o nosso rebaixamento, e não vejo nenhuma preocupação por parte das "otoridades" palestrinas.Na minha opinião, se houvesse planejamento( e se eles realmente tivessem a intenção de dispensar o Felipão), um novo técnico capaz de reverter esta situação, já deveria estar apalavrado e acertado para assumir o comando assim que o anterior se desliga-se.
    8-O Intuito de manter Narciso como comandante técnico, denota a pouca preocupação se o PALMEIRAS,vai ou não conseguir se salvar do rebaixamento.(Narciso não tem experiência, não tem vínculos com o clube, não tem carisma, e com certeza não tem muitos conhecimentos táticos, que possam revolucionar e esquema de jogo da equipe). Mantê-lo no comando, mesmo após uma hipotética vitória no clássico, é uma temeridade e demostra a total falta de compromisso destes vagabundos que estão a frente do futebol.Se o intuito é unir a equipe,aparas as arestas entre os boleiros, acertar detalhes e lavar roupa suja, poderiam chamar ex-jogadores como Evair, Ademir da Guia, e o próprio Marcos, para que neste exato momento estivessem ao lado dos jogadores, motivando-os para enfrentar um jogo de vida ou morte, como o clássico de amanhã!

    Poderia ficar listando pelo menos mais 15 motivos que me levam a acreditar que o projeto destes malditos é justamente levar o Palmeiras a nova segundona.
    Não acredito em nenhuma palavra destes patifes e se você puder avaliar a entrevista daquela coisa que é o nosso presidente( concedida ontem ao uol), vai com certeza, ter ansia de vômito, e vai se surpreender com tamanha falta de preparo, discernimento e vergonha na cara deste sujeito!
    Até quando estes sujeitos vão continuar a frente do PALMEIRAS?
    Um grande abraço, Alcides! Aguardo sua opinião!

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 15:24 , Anonymous UOL Esporte disse...

    Valdivia sugere Bielsa, reclama de dedo-duro e diz que superou briga com Felipão

    Danilo Lavieri
    Do UOL, em São Paulo

    Se fosse em outros tempos, Valdivia comemoraria a demissão de Luiz Felipe Scolari. Hoje, no entanto, o camisa 10 só lamenta a saída do gaúcho. Em entrevista ao UOL Esporte, o chileno admitiu que chegou a ter brigas com o treinador, mas afirmou que os problemas foram superados antes mesmo do título da Copa do Brasil.

    O meia ainda defendeu o treinador recém-demitido e explicou que o episódio do dedo-duro, que ainda não foi revelado para o elenco, realmente influenciou no ambiente ruim que precedeu a queda do treinador. Apesar disso, ele afirma que esse problema não justifica a péssima posição na tabela do Brasileirão.

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 15:25 , Anonymous UOL Esporte disse...

    Valdivia também afirmou que não sairá do Palmeiras mesmo se o time for rebaixado e pediu o argentino Marcelo Bielsa no comando da equipe.

    Confira a entrevista completa de Valdivia ao UOL Esporte:

    UOL Esporte: Como foi para você ver o Felipão sair agora, em plena crise do Palmeiras?
    Valdivia: Foi uma surpresa, porque depois do jogo contra o Atlético-MG ele falou que ia continuar com a gente até o final, que não nos abandonaria. Mas, depois do jogo contra o Vasco, acho que ele acabou decidindo que iria embora. Então foi uma surpresa. É uma decisão que a gente lamenta, porque era nosso escudo, era "o cara" do Palmeiras, treinador de experiência, nos dava tranquilidade e sempre teve boas palavras de mim. Ele nunca falou que eu sou mau elemento, que eu sou ruim pro grupo... Ele sempre vinha na imprensa para falar bem de mim e falava que eu era importante, que tinha qualidade e tudo isso ele repetia para mim também. Muitas vezes, ele me chamava na sala dele para conversar, para dizer que eu podia mudar a situação. Mas sozinho não dá. Eu não sou goleiro, zagueiro, lateral e artilheiro. Eu sou camisa 10 que tem a mesma responsabilidade dos outros. Eu lamento a decisão dele, mas temos que respeitar.

    UOL Esporte: O Felipão, claro, tinha desgastes normais de qualquer pessoa que está há dois anos no mesmo emprego. Você acha que isso foi decisivo para ele sair?
    Valdivia: Pelo que eu via do grupo, nunca ninguém sequer comentou que a saída dele ia mudar o ambiente, que ia melhorar ou que as coisas poderiam mudar. A gente teve um golpe duro contra o Guarani (no Paulistão deste ano), mas o grupo se fechou e a gente conquistou a Copa do Brasil. Nunca sentimos que se ele saísse poderia melhorar ou mudar o ambiente. Pelo contrário. A gente sabia que a permanência dele aqui fazia a gente ganhar muito. A gente sabia que estávamos bem protegidos, porque ele defendia a gente na imprensa, peitava todo mundo. É importante ter alguém como ele.

    UOL Esporte: Você já teve problema de relacionamento com ele? Muito se falou sobre isso.
    Valdivia: Olha, a gente teve problemas. Muitos. Tivemos relacionamento complicado no começo, especialmente no começo dele (em 2010), sobretudo porque eu me machucava muito. Ele precisava de mim e eu não podia jogar, então ele desconfiou de mim. Mas, a partir do momento que a gente conversou, se olhou nos olhos, eu expliquei que não tinha sacanagem, que eu não queria fazer corpo mole porque era ele o treinador. Todas as minhas lesões foram sempre referendadas pelos médicos. Nunca teve doutor nenhum falando na imprensa que eu estava de "migué". Claro que as pessoas de fora podem duvidar do nosso relacionamento, mas ultimamente tem sido bom. E ele sempre pedia mais para mim. Só que eu não posso jogar sozinho, porque futebol não é tênis, tem que ter elenco, um grupo querendo as mesmas coisas. Não sou goleiro, artilheiro eu não sou, estou aqui para ajudar, para deixar meus companheiros na cara do gol e eu tenho feito isso. Nunca tivemos problemas de um tempo para cá. Era sempre na boa. O problema é que as pessoas achavam que eu precisava ficar falando bem dele no microfone, mas isso não é necessário. Eu não sou baba-ovo.

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 15:26 , Anonymous UOL Esporte disse...

    UOL Esporte: No gol contra Grêmio, na Copa do Brasil, você pulou e abraçou o Felipão. Aquele episódio foi logo depois do sequestro relâmpago. Esse problema de violência aproximou vocês?
    Valdivia: Fechou mais, sim. Porque a gente estava melhorando a relação, conversando, um precisando do outro. Então os que falam que eu não gostava dele e vice-versa... Tem muitos exemplos que aconteceram e as pessoas se esquecem. Esse é um exemplo muito vivo, muito recente. E outra: quando alguém falou que ele não gostava de mim, ele foi na imprensa e não disse nada disso. Disse que a hora que eu voltasse, eu seria titular. Se o treinador não gosta de mim, não precisava falar bem de mim. Até agora, ele nunca foi ao público dizer que eu sou ruim para o grupo. Eu estou tranquilo, sou um dos que mais apanha e por isso ficam mais de olho em mim. Quem insiste em falar mal de mim são pessoas ignorantes, que inventam coisas que não estão acontecendo. As pessoas não podem me culpar por tudo que acontece de ruim. Aqui, ninguém está de corpo mole, ninguém está de sacanagem, ninguém queria que ele fosse embora. Estou jogando direto, faz tempo que não me machuco, jogo de domingo e quarta.... e tem gente ignorando esse fato

    UOL Esporte: Você não acha que por ser a referência é natural que seja mais criticado? Por que isso te incomoda tanto?
    Valdivia: Se eles falam que eu tenho que voltar a jogar, eles também precisa falar dos outros. E se o problema sou eu, é só me tirar e que o time vai ganhar, não é? Mas isso não aconteceu. Eu fiquei fora e o time perdeu. Não tem só um culpado. O Palmeiras joga em grupo, são 11 jogadores, mais sete do banco e todo mundo que não é relacionado. Não tem isso de três ruins e o resto certinho. Eu fico triste porque um ex-jogador (Denílson, no Jogo Aberto, da Band) pediu para eu jogar mais. Mas e os outros estão jogando muito? Você fala mal de um e não fala do outro. Quer dizer que o goleiro está pegando todas, que o zagueiro tira todas, e que o artilheiro mete todas pro gol? O único culpado sou eu? Não sou goleiro, artilheiro, lateral. Eu sou meia. É porque eu ganho mais salário do que os outros? Não! Se você olhar lá dentro, tem gente que ganha mais... Vai procurar, não vou falar, mas procura.

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 15:27 , Anonymous UOL Esporte disse...

    UOL Esporte: E essa polêmica de dedo-duro? Isso atrapalhou vocês com o Felipão? Você ficava de 'pé atrás' com a comissão técnica dele?
    Valdivia: Não é pé atrás, mas eu desconfiava de todo mundo. A gente falava qualquer coisa e aí sai na imprensa. Mas não podemos dizer que é por isso que estamos na parte de baixo da tabela. Não tem nada a ver. Claro que a gente desconfia, porque coisas de dentro do vestiário vazam, todo mundo fica sabendo. Lamentavelmente, essas coisas... A verdade é que quem fica atingido, claro que fica chateado, porque desconfia do outro, do cara que está do lado. Há um tempo, uma matéria dizia que eu dormia no DM (departamento médico). Mas todo mundo dorme, cara! É tão chato ficar no DM que você não quer nem falar e todo mundo dorme. No DM, você vem, dorme, troca de aparelho, dorme, mas isso não muda nada. É que tem gente de fora do grupo que tenta passar para o torcedor que alguém está de sacanagem, corpo mole, que quer derrubar treinador.. Não tem nada a ver, porque, se cair, vai cair todo mundo, não só o Valdivia. Se os outros estão esperando que é só o Valdivia que vai ser cobrado pela fase ruim.... até o goleiro que não vai pro jogo vai ficar marcado. Se eles estão aqui, eles vão ser cobrados. Todo mundo precisa ser cobrado. Claro que você tem de cobrar mais de mim, que tenho persoalidade, história no clube, bagagem aqui. Até aí, normal, mas não adianta cobrar só a mim e não cobrar todo mundo. Se os jogadores não mudarem esse pensamento, vai todo mundo ser cobrado pela queda... todo mundo pode ser, de um dia para o outro, agredido. Não adianta você relaxar porque um ou dois estão sendo mais criticados e você não.

    UOL Esporte: Mas por que o Palmeiras está nesta situação?
    Valdivia: A gente também não tem explicação. Nosso time joga bem e, nas vezes que não jogamos bem, não damos chance para o outro time fazer a mais que o Palmeiras. A gente não sabe o que acontece. Fazemos um gol e dois minutos tomamos o empate e depois a virada. Eu sempre falo que o futebol não é o mais poderoso e o mais fraco. É coisa de momento e o nosso momento não é bom. Depois que tomamos gol, não temos poder de reação. Não temos a capacidade para virar. E não tem nada a ver o treinador. O mais responsáveis somos nós. E eu concordo com eles (Felipão e Sampaio): não sei o que acontece. Como vamos virar isso? Trabalhando, melhorando o posicionamento desde o goleiro até o atacante e trabalhar. Vamos mudar isso.

    UOL Esporte: Mas e se cair? Você fica? Você sai?
    Valdivia: (Respira fundo) Se cair, todo mundo vai cair. Primeiro de tudo, vai ganhar menos, porque você é jogador de segunda divisão. Se cair, eu vou cair junto com o time. Eu não penso em sair, se o time cair, é porque eu não fiz minha parte, nem o goleiro, nem o lateral... Eu não estou pensando em sair. Temos que assumir a responsabilidade. Mas o que vamos fazer, mesmo, é lutar para não cair.

    UOL Esporte: Se o Tirone te perguntar uma sugestão de técnico, quem você fala?
    Valdivia: Eu queria o Bielsa, né? É um cara que trabalha sério, é responsável, trabalha muito bem os detalhes. E outro cara que é muito bom, que tenho boas referências é o (Jorge) Sampaoli, técnico da La U. Pelo que sei, ele é um grande treinador, tem a mesma filosofia do Bielsa e que tem ganhado muitas coisas no Chile e no âmbito internacional. São dois técnicos estrangeiros, né?

    UOL Esporte: Tem muita gente que te considerava ídolo e agora não te considera mais. O que dizer para eles?
    Valdivia: Eu nunca me garanti como ídolo, nunca falei isso, mas beleza. Se o torcedor não me quer mais como ídolo, ele pode considerar o que está jogando bem. Pensa em quem está jogando bem e o tenha como ídolo. Eu vou continuar tentando fazer meu trabalho.

     
  • Às 15 de setembro de 2012 às 22:49 , Anonymous Edson disse...

    Parece que está tudo dando errado.
    O CAG ganhou do Flu.
    Se o nosso goleiro fosse igual o do CAG, a gente estaria melhor colocado na tabela
    O cara pegou tudo.

     

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