HABEMUS ELENCO, HABEMUS TÉCNICO E HABEMUS TIME, MAS É PRECISO VALORIZAR!

Serei franco, explícito e contundente, posto que honesto eu sou e procuro, sempre, ser ao afirmar o seguinte:

"Não há torcida mais prepotente, arrogante, cheia de sí, e muitas vezes prejudicial ao time do que a torcida do Palmeiras".

Após a belíssima e contundente vitória sobre o forte time do Santa Cruz, fico estupefato ao verificar nas redes sociais que as críticas ao time e a determinados jogadores continuam ferozes, tanto e quanto exageradas e injustas.

Fique claro não existe -nunca existiu- nenhum time perfeito ou infalível, nem a Seleção de 70, considerado - no papel, no papel- um dos times mais fortes que já se formou na história do futebol brasileiro.

A Seleção de 70, em que pesasse o esquadrão que continha o maior jogador do planeta em sua época, o mito Pelé, além de Gerson, Rivelino, Tostão e outros jogadores excepcionais, tinha suas vulnerabilidades e deficiências.

O Brasil, na Copa daquele ano, ganhou com grandes dificuldades da Romênia (3 x 2), ganhou sem merecer da Inglaterra (1 x 0), o que deixa claro que o rendimento dos times não é uniforme e varia de acordo com múltiplas facetas de ordem tática, técnica, física, climática, organizacional e outras.

O Palmeiras atual, excelente time para os padrões atuais, é preciso que muitos se conscientizem não é diferente. Dias haverá em que o time vai jogar muito e outros nos quais vai jogar pouco, quase nada e, às vezes, até, nada mesmo. 

Excetuados os jogos em que o time vai vencer e convencer, dias haverá em que ele vai convencer sem vencer, tanto e quanto não convencer e vencer.

Mas motivo de preocupação sempre haverá se o time não vencer e nem convencer porque, via de regra, é o prenúncio de crises.

Ontem, contra o Santa, o time venceu, convenceu e jogou muito, mormente no primeiro tempo. 

Creio ser normal afirmar-se que o time teve esta ou aquela deficiência, ou jogador tal e qual não jogou o que sabe e pode. 

Ontem, por exemplo, Vitor Hugo não esteve à altura de suas atuações anteriores, mas isso não é motivo -como fazem muitos- para que se diga que ele não serve para o clube ou que tem de ser mandado embora. 

Tolerância, gente, calma, gente, porque se trata do melhor quarto zagueiro do país, desentrosado neste momento com os novos companheiros de zaga.

Querem outro jogador que esteve aquém de seu potencial? Egídio! 

Muita gente o criticou fortemente pela atuação de ontem e -açodadamente- exige que ele deixe a equipe, sem ao menos considerar que ele esteve muito tempo fora e retornou fora de seu melhor ritmo. 

Creiam, com todas as deficiências, o time é outro -sobretudo ofensivamente- quando Egídio ocupa a asa lateral esquerda e apoia o ataque palmeirense. Não há, ao menos no momento, ninguém no elenco melhor do que ele!

Tenho visto, por exemplo, críticas a Prass injustas e imerecidas, tanto e quanto ao garoto Gabriel de Jesus, coincidentemente os dois melhores jogadores do time atual.

Prass tem jogado tão bem, mas tão bem, mas tão bem que do alto de sua veteranice -38 anos- está sendo chamado para a Seleção Brasileira. Não há, atualmente, no Brasil nenhum goleiro como ele, com as suas virtudes e experiência.

Gabriel de Jesus é um dos artilheiros do campeonato brasileiro, mas os seus detratores só se calam quando ele faz gol, mas já ficam à espera do jogo seguinte para colocá-lo na mesma linha dos medíocres ou dos covardes, justamente aquilo que o garoto nunca foi.

G.J. vem se constituindo em um verdadeiro "ariete" para demolir as portas fechadas das defesas adversárias com jogadas individuais, dribles, lançamentos precisos, jogo sem bola (confundindo as zagas com constantes deslocações) como, principalmente, com a feitura de gols, posto que ele é um dos artilheiros deste Brasileiro.

Mas não é que palmeirenses existem que o chamam de "pipoqueiro"? 

É de lascar! Uma coisa é criticar o garoto -pontualmente- visando a aprimorá-lo profissionalmente e outra é atribuir-lhe pejorativos imerecidos que só o rebaixam. 

Aliás quero dizer que esse "pipoqueiro" vai render alguns milhões de Euros para o Palmeiras.

Cito esses dois casos para ilustrar que a torcida palmeirense tem provado através dos anos que ela é oito ou oitenta e que não tem a noção da boa medida. 

É por isso que nenhum time brasileiro gastou tanto dinheiro em múltiplas contratações de meias-bocas e queimou mais jogadores no decorrer dos tempos do que o Palmeiras. 

Contra o Coritiba, no 2 x 2, o Palmeiras enfrentou um time de antigos jogadores e sofria para vencer quando faltavam dois minutos para o encerramento do jogo, até que a Mancha cometeu a estupidez que paralisou o jogo e ensejou ao Coritiba a retomada de fôlego e o alento de que o time araucariano precisava para empatar. 

Detalhe: os jogadores do Coxa se superaram e deram a alma pelo resultado, mas é sempre assim quando o Palmeiras enfrenta times formados por seus ex-jogadores sequiosos por vingar-se do clube.

Não existe, por parte -reconheçamos- de um vasto contingente de torcedores a noção da boa medida no trato com o time e com os jogadores.

Vamos criticar, sim, -até veementemente- porém de forma construtiva e visando ao aprimoramento da equipe, mas, na medida certa, vamos aplaudir, também, quando os jogadores e o time merecerem. 

Da mesma maneira, um pouco de tolerância e condescendência com alguns jogadores que não vêm rendendo o que sabem e podem, teria o poder de levar tranquilidade ao elenco e proporcionar aos jogadores a segurança de que tanto necessitam para jogar cada vez melhor.

Se "habemos" elenco, técnico e time, por que não valorizá-los?

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Em Pederneiras, espero poder, a partir de hoje, colocar em dia, novamente,  as postagens.