Observatório Alviverde

07/12/2017

A MAIOR PARTE DA MÍDIA NÃO VALE O QUE O GATO ENTERRA NO JARDIM!


Em todo segmento de atividade há bons e maus profissionais. Na mídia, infelizmente, escasseiam os bons e predominam os maus.  

Já fiz parte dessa "troupe", a que conheço em suas virtudes e defeitos.

Estou, neste instante, propondo uma comparação entre a imprensa de ontem e a de hoje, através da qual justificarei a minha tese. 

Sei, perfeitamente, que todo velho tem a mania de dizer que "em meu tempo era melhor", o que, nem sempre é verdade.

Mas, no caso específico que proponho, ouso afirmar (sem medo de errar) que, a imprensa de meu tempo era, efetiva e, disparadamente, muito melhor.

Para constatar o que afirmo, nem é necessário abordar o tema sob o aspecto da qualidade artística. 

N-E-N-H-U-M  narrador de TV das novas gerações pode sequer ser comparado, por exemplo, ao recém falecido Luciano do Vale. Rigorosamente, N-E-N-H-U-M!

Querem mais nomes? 

Algum narrador de TV atual existe, comparável ao discretíssimo sãopaulino, o veterano Silvio Luiz, até hoje em atividade? 

Alguém das novas gerações tem o estofo de Galvão Bueno, o Galvão, claro, do tempo em que ele era discreto, não queria aparecer e se limitava, exclusivamente, a narrar os jogos sem "tirar onda" de comentarista?

Quem, dos de hoje, é melhor do que Geraldo José de Almeida um dos maiores da história, do que meu amigo Walter Abrahão, do que Luís Noriega ou, por extensão, qualquer outro narrador menos badalado daquela época ou de períodos anteriores?

Escolham vocês e destaquem agora o MELHOR narrador dos dias de hoje!

Quais são os melhores para você?

Para mim os melhores são Nivaldo Prieto, Luis Carlos Jr., Jota Jr., Oliveira Andrade e Cledy Oliveira.

Incluo na relação Luís Roberto que precisa parar de fazer rádio em TV...

Já Gustavo Vilani (excelente) precisa ser mais profissional e menos sãopaulino), 

Milton Leite, corintiano, não tem, definitivamente, isenção suficiente para narrar os jogos do Palmeiras e precisa, urgentemente, renovar as piadas e tiradas.

Em sã consciência, podemos compará-los com aqueles que os antecederam?

Com todo o respeito aos mais novos, não dá nem para começar a comparação! É covardia!

Mas o aspecto principal da decadência da mídia, reside principalmente na mentalidade facciosa e distorcida dos profissionais de hoje que (com raríssimas exceções) vão aos programas de TV para, antes de exercer a função de cronista, agir como um assessor de imprensa dos times para os quais torcem. Uma vergonha!

Antigamente não se sabia para que clube torcia este ou aquele cronista. Hoje não há como não saber, porque, se uma coisa essa "caterva" não tem é a tal vergonha na cara. 

"Cronistas" que usam a televisão em que trabalham (com a maior desfaçatez) para ajudar o próprio time ou para prejudicar os adversários, contam-se às centenas.

Sem forçar a memória e ir muito longe, lembro-me de um gol irregular de Edmundo contra o Mogi-Mirim, em que uma figura asquerosa do Sportv (até hoje lá) mais corintiano do que o Juca, o pior exemplo nacional, ajudou a anular informando a arbitragem.

E o gol de Barcos, nas mesmas circunstâncias, contra o Inter em Porto Alegre, anulado nas mesmas circunstâncias pela gang global?

E o gol de mão de Adriano para os bambis que a TV escondeu e o soprador de apitos Paulo César Oliveira, irresponsavelmente, validou apenas para não desprestigiar a bandeirinha, mesmo tendo sido informado da irregularidade do lance? 

Quantas vezes a mídia voltou ao assunto na semana seguinte e quantas vezes criticou PCO e a bandeirinha pelo grave erro cometido? 

E o gol irregular do Fluminense "dedurado" por um repórter global, recentemente, é algo que se possa considerar justo?

Muitos dirão que quando estou criticando essas informações passadas pela "tchurma" da TV eu estaria defendendo a ilicitude, o que não é verdade.

Cobro, apenas, isonomia desses moleques da imprensa (o termo é pejorativo mesmo) cujos compromissos estão atrelados apenas aos seus interesses clubísticos ou à promoção dos chamados clubes de massa, mais especificamente ao Fla e ao Curica. 

Estou assistindo neste instante ao Sub-20 do Palmeiras enfrentando o FLU, e ouvindo os profissionais do SPORTV, Eduardo Moreno e Eduardo Lino os quais, ressalvo, são bons, principalmente Lino, um dos melhores.

Mas como concordar com o que dizem "que o Palmeiras esteve presente em todas as decisões de juniores deste ano, ganhou muitos títulos, mas que o importante não é ser campeão mas revelar jogadores".

Dois minutos decorridos, já se esqueceram do que disseram e agora criticam o Palmeiras por não ter nunca conseguido vencer uma Copa São Paulo.

Mas, se mal pergunto, por que -ao menos- não citam que a mais importante de todas as copas de juniores, a Super Copa São Paulo de 1995 reunindo todos os campeões da competição até então, foi vencida pelo convidado Palmeiras ganhando dos bambis por 1 x 0 na "morte súbita" e tornou-se o Campeão dos Campeões? 

Conclusão:

Se o Palmeiras é campeão eles dizem que o importante é formar jogadores. 

Se o Palmeiras forma jogadores eles dizem que o título é o mais importante.


Se o Palmeiras disputa a Sul-Americana eles dizem que a competição não vale nada.

O Flamengo disputa a final e eis que a Sul-Americana torna-se milagrosamente mais importante do que a Libertadores.

Se o Palmeiras contrata um jogador acima da média eles dizem que é um jogador comum.

Se o Curica, o Bambi ou Fla contrata um jogador comum eles dizem que é um craque.

O Palmeiras ganha o primeiro campeonato de âmbito mundial patrocinado pela Fifa e documentado pelas mídias do Brasil e dos países participantes como Campeão Mundial mas a imprensa tendenciosa e vagabunda (poucos eram nascidos e nada viram) contesta a validade do torneio e da conquista, ficando tudo como se não houvesse acontecido.

O Curica compra a participação no Torneio de Verão de 2012 do Palmeiras (adivinhem quem vendeu?) e ganha um torneio de verão em que a maior parte dos jogadores de todos os clubes participantes se perdeu na noite carioca e eles enchem a boca e proclamam o time como Campeão Mundial.

Outro dia eu acompanhei o tal Vilaron bostejando, digo, comentando Palmeiras x AtléticoPr e verifiquei que em 90 minutos ele não conseguiu ver um único lance que favorecesse o Palmeiras. Fiz questão de contar. 

Vejam, eu não disse dois lances, mas apenas e tão somente um e não aconteceu. 

Assim como Vilaron, a maioria dos palpiteiros de todos os canais, por osmose ou não, age da mesma forma.  É incrível, mas acontece.

Eu poderia acrescentar centenas de casos e de outras situações de desprezo, omissão e de preterição ao Palmeiras, ao Vasco, ao Galo e a todos os clubes que não simpáticos à mídia.

Deu pra constatar que, de fato, a maior parte da mídia não vale -mesmo- o que o gato enterra no jardim?

ALCIDES DRUMMOND