TRÊS SITUAÇÕES REVERSÍVEIS, TÊM AJUDADO A AFASTAR O PALMEIRAS DOS TÍTULOS!
Com o passar dos anos, observo que três situações têm sido madrastas ao Palmeiras e, em parte, explicam o porquê do Verdão ter ficado tanto tempo sem ao menos brigar pelos títulos.
A primeira tem sido a crônica falta de um balanceamento na formação dos elencos, registrando que a grande dificuldade do time campeão de 2016, que poderia ter ganho o título com muito mais folga foi exatamente esta: jogadores demais em um setor e em determinadas posições e jogadores a menos em outros setores e posições.
Este ano repetiu-se e agravou-se o problema, a ponto de o Palmeiras ter excesso de atacantes (fato inaudito e inédito na vida do clube) e ao mesmo tempo não ter, sequer, um meia de ligação em razão da fracassada aquisição de Guerra.
Evidenciando o rotundo fracasso no balanceamento do elenco, por obra e graça de Matos, o Palmeiras jogou 2016 todinho sem jogadores de defesa de qualidade, incompatíveis com as suas necessidades, do mesmo modo que, por incrível que pareça, jogou com laterais defasados e todos, individualmente, muito abaixo da média geral.
Os números traduzem fielmente essa situação!
Conforme publicamos ontem, o Palmeiras mostrou um ataque superior a todos os concorrentes do Brasileiro, marcando 61 gols. Fico imaginando se o Verdão tivesse um armador experiente e categorizado, quantos gols teria marcado neste Campeonato.
Não me venham com essa conversa de que Matos tentou reforçar o setor contratando Yohran, da Chapecoense e Raphael Veiga, do Coritiba, haja vista que embora fossem dois jogadores de boa qualidade técnica, estavam apenas ao nível dos inúmeros jogadores de que o Palmeiras dispunha em sua base.
A isso eu denomino "investimento inócuo com desperdício de dinheiro". Muito melhor teria sido um investimento em laterais, desde que não viessem do Cruzeiro como Matos gosta tanto de contratar, ninguém sabe a título de que!
Certamente é por isso que o Palmeiras sofreu 45 gols no Brasileiro!
Que Róger possa corrigir, definitivamente, o recorrente problema do balanceamento de elenco, exigindo que os jogadores contratados sejam aqueles de que ele precisa e não aqueles da simpatia e do interesse pessoal do diretor de futebol.
A segunda situação é grave pois envolve a política financeira de contratações do Palmeiras.
Tomei conhecimento de que o clube, além do salário fixo, paga prêmios extra-salariais acoplados aos jogadores por jogo jogado, naquilo a que se chama de produtividade.
Alguém do elenco que ganhe, por exemplo, cem mil reais e deseja aumentar os rendimentos, precisa entrar no time de qualquer forma visando a poder auferir rendimento extra.
Alguém, nessas condições, vai querer colaborar com quem ocupa o lugar que ele tanto almeja no time titular e do qual precisa para aumentar seus proventos?
Ou vai fazer tudo o que for possível, certo ou errado, lícito ou ilícito para entrar no time?
Trata-se de um equívoco essa política, na medida em que promove a inveja, a rivalidade e a desagregação do grupo. É preciso rever e alterar essa prática.
A terceira e última situação tem sido a falta de valorização que o Palmeiras continua dedicando às suas categorias de base, algo, aliás, que vem ocorrendo há muitos anos, sem que as tantas diretorias que se sucedem no comando do clube, coloquem um paradeiro.
Aqui entra a influência nefasta da mídia que, conforme eu disse ontem, tem dois discursos prontos para o mesmo tema.
O primeiro é aquele em que sempre diz quando o Palmeiras não ganha os títulos da base, que qualquer clube que se preze tem de ser Campeão citando, sempre, a Copa São Paulo.
Por outro lado, se o Palmeiras for Campeão, muda o discurso e afirma que o importante não é ganhar o título, mas, revelar novos valores.
Tirante Nobre que investiu na base (tudo o que se vê na base do Palmeiras, atualmente, provém de Nobre) e o atual presidente que, tenho esperança, ainda pode prestigiar a garotada, os demais não têm aproveitado como deveriam os jogadores da base.
Em razão também disto, o Palmeiras tem sido, exclusivamente, um clube comprador. Isso não é bom!
Ainda mais agora com Matos que ganhou notoriedade comprando e vendendo jogadores e que não parece interessado em mudar a política vigente, se sabe porque razão!
Mas quem tem de exigir isso é a própria diretoria, a fim de recuperar os altos investimentos e, principalmente, tentar formar craques.
A torcida palmeirense precisa compreender que o time só terá craques se os fizer em casa, porque os clubes que os têm não os cedem, não os emprestam e não os vendem para clubes brasileiros.
O que cobro da torcida é paciência, muita paciência, algo que ela nunca teve, quando o time lança jovens jogadores egressos de sua base.
A torcida, por sua vez, deveria cobrar da comissão técnica o aproveitamento dos jogadores que se destacam na base e exigir o aproveitamento da garotada no time principal.
Ou todos já se esqueceram que Gabriel Jesus foi um dos principais jogadores do Palmeiras no título Brasileiro de 2016?
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