JOTA JUNIOR, VILARON E A TRANSMISSÃO DO SPORTV

Galvão Bueno parece ter feito escola na TV Brasileira, entre os seus erros e acertos como narrador de TV. Ultimamente, muito mais erros !

Antigamente quando se dizia que um narrador houvera feito escola, a afirmação era positiva e uma homenagem ao precursor de um estilo de transmissão de futebol.

Foi assim que tivemos as escolas de Edson Leite, Pedro Luiz, Geraldo José de Almeida, Jorge Cury, Fiori Giglioti, e, mais recentemente, Osmar Santos.

Galvão Bueno, velho e desgastado, sentindo o peso dos anos, parou, por absoluta necessidade profissional, de narrar futebol e criou a função de narrador-comentarista.

A escola de Galvão Bueno tem fiéis seguidores, começando pelo fraquíssimo Cleber Machado chegando ao ótimo Jota Júnior, ressalvada a sua posição marcantemente anti-palmeiras que, hoje, ainda bem, não aflorou, no relato de Palmeiras X Ferroviária pela Copa São Paulo.

Jota, no cômputo geral do jogo, não deve ter narrado mais do que quinze minutos.

O resto foi um festival de comentários pertinentes e impertinentes, não apenas da parte dele como do comentarista Vilaron e dos repórteres Garmendia e M.Aurélio

Não vou criticar, açodadamente, precipitadamente, os protagonistas, mas critico a situação criada pelo excesso de conversa-fiada nas transmissões do Sportv, um vício cronificado nesse canal.

Quem sabe, os profissionais estejam cumprindo apenas as orientações dos produtores cariocas, tão vaidosos e auto-suficientes quanto sem o "feeling" suficiente para saber o que o público quer ver.

O Sportv, aliás, parece uma arca-de-noé. Tem bichos de todas espécies, sobretudo quando se fala em narradores. Bichos feios, por sinal, ruins de serviço. O Jota é uma das excessões.

Porém, convenhamos, ficar ouvindo o Jota abdicar da transmissão e conversar com o Vilaron o tempo todo coisas que nada têm a ver com o jogo a que se assiste, é demais... Constrange, aborrece, irrita...

Ficar ouvindo os dois repórteres chamando o tempo todo: JOTA, jota, JOTA, jota, JOTA, jota, desesesperados para entrar no papo, é dose pra mamute. Os caras não têm a noção da boa medida e não conseguem resistir ao impulso de falar, ainda que o que falem nada tenha ver com o jogo exibido.

Em razão da tagarelice exagerada, importuna, inoportuna, abusiva que dominou a transmissão de hoje, Jota cometeu dois pecados gravíssimos para um locutor de sua experiência e categoria: perdeu a narração dos dois primeiros gols do Palmeiras.

Quase perde um terceiro, na bola que bateu na trave da AFE, ainda no primeiro tempo.

Que não se diga que Jota não vibrou nos gols do Palmeiras. Ele cultiva, por estilo, um gol mais curto, a la Pedro Luiz Paoliello. Como NÃO é de costume, hoje ele gritou de forma vibrante os gols do Palmeiras, conforme determina o figurino da boa locução esportiva.

Tirante a essas situações, do ponto de vista técnico a equipe do Sportv foi bem e, pela primeira vez, Jota não deixou transparecer facciosismo ou má vontade na narração de um jogo do Palmeiras.

Jota cometeu um erro de português que eu consideraria grave vindo de outros narradores iletrados. Sou convicto de que, da parte dele, que quase não erra, foi um descuido ou um erro de dicção e não de desconhecimento do vernáculo. Explico:

Quando em um daqueles sonolentos papos furados em detrimento da identificação de quem está com a bola, um dos repórteres sugeriu que, em razão do sol quente e do excesso de luminosidade, os componentes do trio de árbitros usassem óculos escuros, Jota respondeu de pronto: -"Não é uma MAL observação"!

Conquanto S-O-N-O-L-E-N-T-A, a jornada foi boa e o quarteto Jota, Vilaron, Garmêndia e Marco Aurélio recebe de minha parte uma nota 6 que poderia ter sido 8 ou mais, tivessemos tido narração de jogo e não papo-furado hoje em Araraquara.

REGISTRO FINAL:
No final do bate-papo esportivo que substituiu a narração de Palmeiras X AFE, Jota mostrou o seu grande conhecimento do futebol do passado e fez uma menção muito bonita ao Palmeiras citando grandes craques que defenderam Ferroviária e Palmeiras. Falou no goleiro Rosan, em Dudu e em outros jogadores.

Hoje não há restrições de qualquer ordem ao trabalho do Jota !

As restrições devem ser feitas à filosofia BURRISSIMA do Sportv que continua irritando os telespectadores com a forma universalmente rejeitada de muito comentário e pouca narração.

ESSA GENTE NÃO SABE, OU, SE SABE, FINGE NÃO SABER QUE NÓS QUEREMOS SABER MESMO É COM QUEM ESTÁ A BOLA E NÃO DE PIADINHAS,ESTATÍSTICAS, HISTÓRINHAS, E OUTROS QUETAIS QUE NADA TEM A VER COM O JOGO TRANSMITIDO.