EU E PAULO NOBRE, A CONVERSA QUE NUNCA ROLOU, MAS QUE PODERIA TER ROLADO!!

Nobre presidente!

V.Exa. acaba de contratar um gerente de futebol, Cícero de Souza, que, no barato, deve estar custando 50 mil mensais, mas dá para engolir!

Contratou o cobiçado Alexandre Mattos, ilustre desconhecido, como diretor de futebol profissional, mediante o salário mensal estratosférico de 100 mil reais, acrescido de 15 mil para auxílio moradia, conforme divulga a Web. Um disparate!

Esclareço-lhe, nobre presidente: resido em BH, e, tenho subsídios suficientes para garantir, que o seu novo diretor de futebol não é, sequer, o pontilhado da sombra ou da imagem com que o projetam no mundo do futebol. É menos, excelência, muito menos, mesmo!

Esteja ciente, portanto, de que se garanto que o referido cidadão, reúne um "know-how" razoável para tocar, com modéstia, o nosso esquema, não asseguro ou afirmo que reúna credenciais para revolucionar o futebol palmeirense, embora possa, perfeitamente, melhorá-lo! Pior do que está, não tem como ficar. 

V.Exa., certamente, por sugestões alienígenas, simbolicamente, atirou, de olhos vendados, sobre um ponto qualquer do horizonte esportivo! Não creio, porém,  que tenha acertado na mosca do alvo colimado, tomara que sim, mas isto, só tempo dirá!

Nobre presidente, não acredito, inteiramente, em seu novo protegido, ao menos em um primeiro momento. 

Estou convencido de que ele vivenciará dificuldades extremas de gestão, por imaginar que BH é Sampa e que Sampa é BH, ressaltando que, em Sampa ele não terá o trabalho amaciado pelas relações de compadrio que sempre pavimentaram-lhe o caminho em suas ações desenvolvidas na capital mineira.

Da mesma forma vai ser difícil que ele se acostume à louca realidade de que uma simples briga do Verdão para fugir do descenso, mobiliza um contingente populacional quatro vezes maior do que aquele que consegue agregar o time mineiro mesmo quando luta pelo título.  O Cruzeiro é o Cruzeiro e o Palmeiras é o Palmeiras.

Como nada e nem ninguém é mais bairrista do que um mineiro longe de sua terra, imagino, ele vai demorar, muito, a aprender!

Mas, sem querer agradá-lo, confesso-lhe, nobre presidente, que eu acredito, muito, que V.Exa., embora neófito em futebol, supere seu ignoto diretor em influência, inteligência, experiência, relacionamentos, conhecimentos de futebol, poder de negociação e muito mais, enfim! 

Não permita, por favor, que ele se torne um absorvente, indomável e incorrigível plenipotenciário na condução dos assuntos do Verdão como ele já vem ameaçando se tornar. Supervisão nele!

Não acredito em negociadores de segunda linha, instância e importância, ainda mais quando se revelam incorrigíveis praticantes da "Lei de Gerson"!

Como considerar inteligentes e respeitar aqueles que, sem compreender a estreita dimensão da aldeia global em que vivemos, querem levar vantagem em tudo, independentemente de causas, situações, fatos, pessoas e consequências? Seu novo diretor, presidente, mostrou ser, perigosamente, assim...

A prova maior do que afirmo,  não estranhe, não se espante, não se culpe, não se oprima, não se reprima, não se apoquente, sr. presidente, por incrível que pareça, é  V.Exa, mesmo! Quer saber por quê?

Quem trabalhou, sem dó, piedade, clemência, consideração, condescendência, e sem medir as consequências, para que um mico uruguaio que atendia pelo nome Vitorino se transferisse às mãos de V.Exa. e do Palmeiras, senão o astuto Sr. Mattos?

Sabia, por acaso, V. Exa., que há longos dois anos, muito antes de Mattos impor-lhe a contratação do contundido zagueiro, Vitorino, esse atleta sequer, treinava, e, na qualidade de contundido crônico incurável, tido como irrecuperável, ocupava um lugar cativo no DM do Cruzeiro? 

Ou, até hoje, V.Exa. infere como normal a anômala negociação que tanto prejuízo causou aos nossos combalidos elenco e cofre, e que tanto o desmoralizou junto ao mercado que tachou V.Exa. de presidente desinformado e despreparado?

Pelo que posso depreender, parece-me que V.Exa. admitiu que houve méritos, virtudes e habilidades imensas de Mattos na condução do negócio e na lamentável transferência do mico oriental, do Palestra Mineiro ao Palestra Paulista!

No fundo, no fundo, essa rasteira negocial foi uma das mais desmoralizantes e vergonhosas mancadas da história recente do futebol brasileiro.

Perpetrada por um agente aético, finório e oportunista, o evento serviu para mostrar estágio do atraso e da desinformação de um clube defasado, superado, e demodê, o Palmeiras, que, à época,  insistia por falar em títulos!

Assim, V.Exa., que deteve nas mãos a chance de reagir à atitude perversa do Sr. Mattos, aquele que o obrigou a contratar um jogador contundido e liquidado por um alto salário, ao invés de puni-lo concedendo-lhe o merecido troco, aliou-se, incompreensivelmente a ele, contemplando-o com o mais cobiçado cargo do futebol brasileiro, de paredro remunerado da S.E. Palmeiras!

V.Exa. parece que ainda não percebeu e nem se deu conta de que o mercado brasileiro, por inteiro, riu, sadicamente, de sua inocência, no momento em que Mattos passou-lhe a perna sem o menor constrangimento e entregou-lhe em mãos, o famigerado mico uruguaio!

Imagine, agora, o que dirão e como rirão aqueles que, à moda  Aidar, já comemoraram, às pamparras, as suas hesitações, e os seus lapsos de inteligência e desinformação, ocorridos desde o primeiro episódio.

Cúmulo dos cúmulos, como se tudo o que ocorreu, por sí, só, já não bastasse, ninguém poderia, não obstante, imaginar ou mensurar o tamanho de sua santíssima ingenuidade, ao contratar Mattos, alguém que, há tão pouco tempo o enrolou e enganou! É de doer! 

V. Exa., agora, acaba de acertar com Oswaldo de Oliveira para que assuma o comando técnico do Verdão em 2015. Excelente percepção de necessidade, boa visão mercadológica, ótima aquisição individual, mas faço uma observação.

Embora o treinador carioca tenha baixado a sua pedida inicial, ele está longe de enquadrar-se ao novo sistema salarial adotado por V.Sa. e por sua administração.

Os proventos de Oswaldo extrapolam -muito- os limites estabelecidos por seu plano econômico e atingem a elevada soma de  350 mil mensais. Aí, pela primeira vez no circuito das negociações, ouvi a palavra flexibilidade, com a qual, até, concordo na emergência pela qual passamos!

Porém, se havia flexibilidade, por que, então, foi anunciado como "imexível" (royalties para Rogério Magri), inamovível e atirado como uma bomba devastadora, de  alto poder explosivo sobre todos os jogadores? 

Sob o pretexto de cumprimento de metas, V.Exa. perdeu Kardec por dinheiro de pinga e, aí, foi demais para os meus órgãos auditivos, visuais e sensoriais! 

Seria, o tal plano, essencialmente, uma ação de conveniência diretiva que funciona, apenas, em conformidade com a cara e com a influência das pessoas e dos profissionais envolvidos?

V.Exa. sabe se Cícero, Mattos e Oswaldo virão, sozinhos, para o Allianz Park? Ou irão trazer, a reboque, outros assessores para complementar as suas equipes de trabalho?

Os novos cartolas, provavelmente, não trarão ninguém! Cícero foi contratado por imposição de Mattos, numa espécie de acerto casado, outra autêntica ação entre amigos, que, jamais, deveria ter sido permitida, adotada ou tolerada! 

Esse procedimento não traz  nada de bom ou de útil, só coisa ruim, na medida em que estimula formação de grupos e grupelhos rivais, de tendências mafiosas, no organismo do clube visando ao poder!

Oswaldo de Oliveira, sou convicto, de que, ele, sim, trará agregados! Dizem, serão, dois, mas é muito mais provável que seja, somente, um! Nessa hipótese, com ampla justiça e com todo o meu apoio!

Treinador algum, hoje em dia, a não ser em casos isolados ou emergenciais, chega, simplesmente, com a mala e a coragem a qualquer clube, para instaurar uma nova dinâmica de trabalho, ainda que seja no bambi, o mais bem organizado, entre todos do Brasil, nesse aspecto, há muitos anos.

Desprovido do amparo de uma comissão de assessoramento de sua inteira confiança, espécie de mini guarda-pretoriana, nenhum técnico resiste à estrutura viciada dos bastidores dos clubes, tendente a linchar o treinador!

Ao mencionar tudo isso, nobre presidente, vem-me à cabeça, num átimo, o nome de Alberto Valentim, que ostenta, hoje, um status mais relevante do que aquele de um simples auxiliar técnico e tapa buracos de seus primeiros dias de contrato com o Verdão.

Valentim é o auxiliar técnico oficial e efetivo do clube, olheiro e seu homem de confiança, com amplos poderes de interferência, direta ou indireta, no trabalho do elenco, teoricamente, um elo entre a nova comissão técnica de Oswaldo de Oliveira e a diretoria!  

Como é que será contornada essa situação, Exa., porquanto ele jamais negou ou nega que a sua maior ambição, um dia, é a de vir a ser o técnico principal do Palmeiras? Aí é que mora o perigo!

Por ambicionar, claramente, o poder, Valentim é uma espada de Dâmocles suspensa a sobre o cocuruto de qualquer profissional que esteja na função ou que assuma a direção técnica do clube. 

É preciso acabar com isso, presidente! Um auxiliar oficial, para funcionar a contento, não pode ter como alvo a conquista, sequer, da interinidade técnica, quanto mais a definitiva! 

Não acuso Valentim de nada, mas julgando-o na medida exata de suas declarações e do alcance de suas ambições profissionais,  obrigo-me a desconfiar de tudo!

O Palmeiras tem, em seu organograma estrutural, dois excelentes preparadores físicos, Marco Aurélio Shiavo e Thiago Santi Maria. 

Sem nenhuma excepcionalidade, ambos têm se mostrado, simplesmente, competentes na condução da preparação física da equipe. Mantenha-os assim, presidente, livres e independentes!

Se os técnicos caírem, que eles não caiam. Gareca, caiu, Dorival, caiu! Schiavo e Thiago, não caíram! Tem de continuar assim pois é bom para o Palmeiras.

Para encerrar, nobre presidente, além de todos os citados, de algum esquecido e dos preparadores de goleiros Oscar Rodriguez e Fernando Miranda, o Palmeiras dá-se, ainda, ao luxo de ter sob contrato um "analista de desempenho", Rafael Costa.

Perguntam-me, muitos, o que é que faz, em tese, em qualquer clube, um analista de desempenho, também conhecido como "personal coach"?

Se Nobre me permite responder, é quem analisa e interpreta o comportamento de todos os atletas, os adversários, inclusive, envolvidos em uma partida de futebol, transmitindo-lhes as reações e informações ao comandante técnico de sua equipe.

Tanto e quanto oferecer análises psicológicas direcionadas, estabelecer conclusões individuais de comportamento e atitudes no campo de jogo, abordar temas de desempenho e de resultado em face do jogo em si, do estresse, de performances técnica, tática e outros. Pura enganação!

Essas funções, presidente., em meu entendimento, teriam de ser, como antigamente, da lavra e responsabilidade do auxiliar técnico de confiança do treinador. 

Mas, para que e por que manter sob contrato, a peso de ouro, alguém especializado em uma matéria, cuja influência no jogo, se é que, realmente, existe, é mínima?

Ao meu sentir, não passa de um adereço inútil, de  pura teorização, daqueles que vivem criando, desnecessariamente, novos quadros e funções, absolutamente dispensáveis, nos clubes de futebol.(AD)
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Alguém sabe ou estima quanto o Palmeiras investe, por mês, em sua estrutura individual paralela, de sustentação de estrutura? Pergunto-lhes porque, eu mesmo, sou incapaz de calcular!

Os clubes (o Palmeiras, também), deveriam, na medida do possível, reduzir, ao mínimo, essas despesas.

Grande parte delas, desnecessárias, são assumidas em razão dos modismos que vão surgindo, dos cargos que vão criando e das cobranças exacerbadas dos teóricos da mídia que pensam que sabem de tudo que imaginam poder tudo!

São os mesmos que tanto criticaram, que tanto falaram e que tanto fizeram, até que conseguiram europeizar o futebol brasileiro ao mesmo tempo em que o futebol europeu garantia, no velho mundo que se modernizava, "sulamericando-se"! (AD)

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