SANTOS E PALMEIRAS COMEÇAM A DECIDIR A COPA DO BRASIL!

 A Globo está tendo que engolir o Palmeiras e sua torcida!


Quando o Palmeiras decidiu o último Paulistão contra o próprio Santos entusiasmei-me além da conta, ante a perspectiva do título e acabei sofrendo uma decepção monumental.

Lembro-me ainda que escrevi um belo texto no dia do jogo, inclusive uma poesia de exortação ao time, convicto de que o Verdão ficaria com o título, mas, na prática, a teoria foi outra!

Nenhum palmeirense, muito menos eu, poderia imaginar que Dudu perdesse aquele pênalti e que seu chute às nuvens desvanecesse as esperanças de milhões de palmeirenses.  

Por tudo isso resolvi, hoje, recolher-me às minhas mais modestas humildade, discrição, sobriedade e circunspecção, a fim de que, se sobrevier outra frustração, que não me seja tão doída quanto a dolorosa entrega daquele título a um de nossos maiores rivais.

Não significa, porém, que eu tenha "jogado a toalha" e nem mesmo que esteja receoso por enfrentar um time tido e havido de forma unânime pela mídia como franco favorito.

Primeiro porque, como dizia Nelson Rodrigues, "toda unanimidade é burra"... 

Em segundo lugar porque se Marcelo Oliveira conseguir (f-i-n-a-l-m-e-n-t-e-), organizar o time, tenho a convicção plena de que o Palmeiras, se não for melhor, está num mesmo patamar técnico que o seu tradicional adversário.

Mas a conversa não acaba por aí, pois há que se colocar na balança da tendência do jogo alguns componentes extras do futebol conhecidos, também, como detalhes.

Em meu entendimento, em análise fria e calculista, os detalhes têm o poder, até, de proporcionar algumas vantagens ao Verdão. Senão, vejamos.

Se o time deles é mais ousado e veloz, o Palmeiras é mais experiente e cascudo...

Se a camisa deles pesa na decisão, imaginem, então, a do Palmeiras,  muito mais vitoriosa...

Se eles têm algumas melhores individualidades na zona de raciocínio, o Palmeiras, pode, perfeitamente, anulá-las, exercendo a marcação alta na saída de bola, procurando a antecipação ou, no mínimo "chegar junto".

O retorno de Arouca, é inegável, proporcionará ao alviverde um maior poder de marcação e, principalmente, uma melhora considerável na saída de bola e na transição para o ataque.

O maior perigo em relação ao adversário reside, em primeiro lugar, em sua força física e exuberante capacidade aeróbica que lhe proporcionam mobilidade e velocidade. 

O Santos, como de hábito e tradição, é um time predominantemente de jovens (o Palmeiras tem de seguir essa linha se quiser voltar a ser um clube com identidade e vencedor) e seu jogador mais velho ainda está inteiro com fôlego e explosão muscular para jogar na Seleção. 

O outro perigo reside no fato de os santistas tocarem a bola com grande habilidade, envolvência e competência, atacando, sempre, em bloco e com enorme perigo.

Sobretudo quando os seus jogadores mais habilidosos se aproximam da área, tabelando, tocando de primeira ou, até, arriscando o gol de média e longa distâncias.

O Palmeiras, reconheço, tem uma certa limitação em termos de ataque em virtude de seu pequeno repertório de jogadas ofensivas, a maioria manjadas e óbvias pela falta de alguém que pense e distribua o jogo.

A exceção ocorre quando Dudu ou Gabriel Jesus partem para lances individuais, abrindo e demolindo as defesas, provocando a marcação de faltas e a farta distribuição de cartões aos adversários. 

Mas como negar que o Palmeiras tem um grande poderio nas jogadas de aproximação ou de contra-ataque, sobretudo quando coloca seus laterais para apoiar, avança pelos flancos e busca o jogo aéreo. 

Nenhum outro time brasileiro é tão perigoso quanto o Verdão nesse quesito e esse tipo de lance, certamente será muito usado, tanto e quanto os córneres ou os lances originados de bola parada.

O grande defeito do Palmeiras? 

A falta do homem pensante e criativo que o time tinha no elenco (o melhor das Américas e um dos melhores do Mundo) que Mattos tentou atirar na lata de lixo do ostracismo, para onde, certamente, ele, Mattos,  irá se o Palmeiras não vencer esta CdB. 

Outro aspecto interessante a se colocar em discussão é a comparação entre os homens de área das duas equipes.

O curioso é que todo mundo imagina que o falso pastor, artilheiro do Brasileiro, é  o artilheiro do Santos também na Copa do Brasil, mas não é.

Embora tenha chegado à boa marca de 5  dos 24 gols gols santistas, que provam a sua condição de um jogador importante a ser marcado, Ricardo Oliveira não é o artilheiro do peixe na CdB.

Marquinhos Gabriel o iguala na marca mas ambos são superados por Gabriel, que assinalou 6 gols em 12 jogos, com a expressiva média de meio gol por jogo.

O Palmeiras, que marcou 22 gols em 11 jogos (fez um jogo a menos porque eliminou o Vitória da Conquista em um único  jogo), não tem um artilheiro destacado, mas três que assinalaram, cada um, também três gols: Cristaldo, Gabriel Jesus e Lucas Barrios.

Em relação às defesas, a do Santos tomou 11 gols em 12 jogos e a do Verdão 12 gols em 11 jogos. O equilíbrio é total...

Em relação aos outros ítens, a vantagem santista é mínima, quase imperceptível:

O Santos, com um jogo a mais tem 10 vitórias, 1 empate e 1 derrota. 

O Palmeiras em 11 apresentações, ganhou 7, empatou 3 e perdeu 1 e se beneficiou, uma única vez, da decisão por pênaltis na semifinal contra o Flu.

Fiz questão de levantar esses números para que a torcida do Palmeiras constate o exagero do favoritismo que a mídia paulistana, a pior do Brasil, empresta ao Santos em detrimento do Verdão, exclusivamente para humilha a equipe.

Entretanto, até acho bom que eles tenham esse tipo de comportamento, destacando o Santos como o grande favorito ao título, na medida exata em que aumenta demais a carga de responsabilidade do time de fedelhos, imaturo e atrevido do Santos, na mesma medida em que mexe com os brios dos jogadores alviverdes, motivando-os para a vitória.

DETALHE FINAL: 

Se o Palmeiras souber explorar Barrios à feição de suas características, isto é, sempre enfiado, sem a obrigação de marcar, segurando dois beques (um na marcação e outro na cobertura) e fazendo o papel de pivô, as chances de vitória do Palmeiras aumentam, consideravelmente.

Goleiros: Fernando Prass e Fábio
Laterais: João Pedro, Lucas e Egídio 
Zagueiros: Nathan, Jackson e Vitor Hugo 
Volantes: Andrei Girotto, Amaral, Arouca e Matheus Sales 
Meias: Zé Roberto, Robinho, Fellype Gabriel e Allione  
Atacantes: Cristaldo, Rafael Marques, Mouche, Kelvin, Lucas Barrios, Dudu e Gabriel Jesus.

Que time eu escalaria?

Prass, Lucas, Jackson, Vitor Hugo e Egídio.
Arouca, Mateus Sales, Dudu, Rafael Marques e Robinho.
Dudu e Lucas Barrios.

Este é o meu time que, certamente, não é o seu e, menos ainda, o time de Marcelo Oliveira.

Mas, qualquer que seja o time que entre em campo, que ele esteja iluminado, faça um bom jogo e leve o melhor resultado possível para o jogo decisivo no Allianz, dia 02 de dezembro.

A decisão terá transmissão ao vivo para todo Brasil não só pela RGT, mas também pela Band, FOX SPORTS, ESPN Brasil e Sportv.

É interessante destacar que em apenas dois jogos o Palmeiras, com o reforço da ESPN, terá uma amplitude de divulgação televisiva maior e mais abrangente do que quase todos os jogos televisados do Curica.

Pouquíssimos foram os jogos deles que passaram para todo o Brasil pois em face dos interesses regionais, as transmissões eram divididas com o Flamengo ou outras equipes cariocas. 

Por isso, com qualquer resultado eu estou, muito mais do que satisfeito, realizado e extasiado, porque todos esses canais, perversos inimigos do Palmeiras, estão (parafraseando Zagalo), tendo que nos engolir!

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