FLAMENGO X PALMEIRAS

Não é pelo fato de Zé Roberto ter feito um passe espetacular em profundidade e na medida para o gol de Willian que vou rever meu ponto de vista segundo o qual ele deveria estar no banco e não ter começado o jogo.

Consideremos o buraco existente na meia cancha ocasionado pela falta de condições físicas desse jogador já sem possibilidades para efetuar um trabalho de marcação e cobertura à altura das necessidades da equipe.

Fique claro, porém, que em hipótese alguma estou colocando ZR como "bode expiatório" se sobrevier qualquer resultado negativo! 

A culpa é do teimoso Cuca que o escala, abdicando, na maioria das vezes, de jogar para ganhar.

Aliás, o que mais faltou ao time do Palmeiras neste primeiro tempo?

Faltou transição da defesa à meia cancha tanto e quanto lançamentos em profundidade dos meio-campistas para os atacantes.

Com um meia categorizado lançando (nem precisava ser um Valdívia) e os atacantes velozes que tem, o Palmeiras teria feito muito mais gols se atuasse dessa forma. (AD)

ANÁLISE FINAL:
Mal escalado a partir da opção de Cuca, de colocar novamente em campo seu compadre Zé Roberto, o Palmeiras, que provou ter um time individualmente superior ao Flamengo, em vez de impor-se em campo e ganhar com folga, apenas e tão somente achou um empate ontem no Rio.

No 1º tempo o Verdão enfrentou uma enorme pressão, levou o gol de abertura logo aos 7 minutos e, de quebra, um vareio de bola para além dos 30 minutos, quando, em sua primeira incursão efetiva contra a defesa carioca, chegou ao empate, aos 31 minutos do segundo tempo.

Foi assim: Mina desarmou Guerrero no campo de defesa palmeirense e tocou a Zé Roberto (livre) no meio de campo, na primeira vez em que o Palmeiras conseguiu promover uma boa transição entre defesa e meio de campo...

ZR, então, recolheu a bola, levantou a cabeça e visualizou Willian, que disparava na diagonal por trás dos beques. 

Numa das poucas vezes em que conseguiu realizar o efetivo papel de meia de ligação, tarefa -teoricamente- de sua responsabilidade, ZR efetuou um lançamento de vinte a trinta metros (genial) em profundidade para o companheiro que penetrou por trás da zaga e fulminou o goleiro Tiago, empatando o clássico.

O segundo gol não tardou a acontecer e foi marcado aos 42 em nova jogada de contra-ataque e transição que também começou com Mina (pela meia direita) lançando Róger Guedes quem na corrida, bateu os marcadores, penetrou e tocou rasteiro para o fundo do gol. Palmeiras 2 x 1 Fla.

Quando se esperava que o Palmeiras virasse o primeiro tempo em vantagem, o Fla empatou logo um minuto depois em razão de um relaxamento na marcação.

Tudo começou lá na frente, em face da distensão muscular sofrida por Willian que não teve  condições de marcar a saída de bola do goleiro, permitindo que ele batesse forte para o meio da defesa palmeirense, onde Luan falhou na última marcação e permitiu que Guerrero empatasse o jogo pela segunda e definitiva vez. 2 x 2!

No segundo tempo o Palmeiras teve alguns momentos de imposição de toque de bola, embora muitos jogadores do Verdão se revelassem inseguros.

O Flamengo, impelido pela ordem do banco de ganhar a qualquer preço, percebeu isso, voltou a marcar forte, recuperou o domínio do jogo e atacou com muito perigo sempre pelo lado esquerdo da defesa palmeirense, para onde Cuca havia deslocado seu compadre, em rodízio com Michel Bastos, que passou a exercer a função de meio-campista.

Quando era amplo (quase total) o domínio flamenguista e o Palmeiras estava mais encolhido do que brim em primeira lavagem, eis que ocorreu outra jogada pelo lado direito (era lá, como sempre, que estava o mapa da mina) e Geovânio, que acabara de entrar em lugar de Éverton Ribeiro foi derrubado por Michel Bastos. 

Jailson Macedo de Freitas não hesitou e nem titubeou assinalando pênalti contra o Palmeiras, pênalti esse que ele, caseiro que é, jamais apitaria fosse contra o Flamengo.

Diego bateu muito bem a penalidade com força e à meia altura no canto esquerdo, mas Jailson defendeu espetacularmente, num lance que, em meu entendimento, carimba-lhe o passaporte para a titularidade.

Apesar de tudo e de todas as dificuldades que encontrou (Viram como eu tinha razão em tudo que escrevi na postagem anterior acerca do jogo, da escalação e da arbitragem?) o Palmeiras esteve a pique de fazer o terceiro gol e de vencer a partida.

O gol que poderia ter conduzido o Verdão à vitória esteve perto de ocorrer em alguns poucos lances, mas em nenhum deles como aquele, já nos acréscimos, assim:

Dudu puxou com incrível velocidade um contra-ataque e abasteceu Borja que penetrava, "no facão", pelo lado esquerdo do ataque, completamente livre.

A bola chegou limpa aos pés do colombiano que ficou cara a cara com o goleiro flamenguista, mas, na hora da definição ele arrematou sem confiança ou convicção, ensejando ao goleiro do Flamengo a defesa que garantiu a igualdade entre os dois times de maior investimento deste brasileiro.

Com o empate, Fla e Palmeiras, abraçadinhos, não conseguiram tirar proveito da vantagem decorrente do empate do Curica ontem em Florianópolis e permanecem a largos  12 (o Fla) e 14 (o Verdão) pontos de distância do lider do campeonato.

Detalhe: o Botafogo joga hoje contra o Atlético Pr em Curitiba e, se vencer, ultrapassa Flamengo e  Palmeiras na tábua classificatória. 

Meus amigos, sobretudo os que admiram o trabalho de Cuca, as invencionices de nosso treinador estão extrapolando todos os limites.

Conforme eu mencionei ao final da etapa inicial a ausência de um apoiador qualificado impediu o Palmeiras não apenas de vencer, mas de estabelecer uma larga vantagem no placar.
 

FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 2 x 2 PALMEIRAS
Data: 19/07/2017, 4ª-feira
Local: Estádio Ilha do Urubu, em Rio de Janeiro (RJ)
 
Árbitro: Jailson Macedo Freitas (BA-CBF) -
Caseiro, sofrível conforme nossas expectativas. Fez de tudo para o Flamengo vencer, marcando um pênalti que certamente não marcaria fosse para o Palmeiras. Foi capaz de amarelar 9 jogadores do Palmeiras, cuidando para que Mina, Dudu e Tchê estivessem na relação. O absurdo cartão amarelo  apresentado ao goleiro Jailson mostrou bem a índole do baiano em relação ao Palmeiras 

Assistentes: Alessandro A. Rocha de Matos e Elicarlos Franco de Oliveira (BA-CBF)
Surpreendentemente, não vi nada desabonador em relação aos bandeiras que acertaram e erraram para ambos os times.

Gols:
FLAMENGO 1 x 0: Pará, aos 7 minutos do 1º Tempo,
PALMEIRAS 1 x 1, gol de Willian, aos 31 minutos do 1º Tempo,
PALMEIRAS 2 x 1, gol de Róger Guedes, aos 42 minutos do 1º Tempo
FLAMENGO 2 X 2, gol de Guerrero, aos 43 minutos do 1º Tempo

FLAMENGO: Thiago; Pará, Réver, Rafael Vaz e Trauco; Márcio Araújo (Berrio) e Cuéllar; Everton Ribeiro (Geuvânio), Diego e Everton (Mancuello); Guerrero
Técnico: Zé Ricardo

PALMEIRAS:
Jailson: Saiu da fogueira para a titularidade. Defendeu até pênalti. Nota 8.

Mayke: Pouco exigido e coberto por Róger Guedes nem assim apoiou o ataque. Nota 6 

Mina: Jogou por toda a defesa e os gols sairam de seus pés. Foi o craque do jogo. Nota 9

Luan: Tremeu na base. Precisa ganhar mais cancha. Falhou no gol de Guerrero. Nota 6.

Tchê Tchê: Lutou, correu e contribuiu muito para o empate, mas não brilhou. Nota 6

Michel Bastos: Muito exigido como lateral não jogou bem lá e nem no meio de campo. Nota 6

(Keno): Esteve em campo por pouco tempo. Realizou uma jogada e colaborou na marcação. Nota 6

Bruno Henrique: Está, completamente, sem condição física e sem ritmo de jogo. Nota 5

(Thiago Santos): Raçudo e combativo, como destruidor 8, como armador, 6. Nota 7

R. Guedes: É um desperdício vê-lo na lateral, mas ele obedece Cuca. Após Mina, o melhor, Nota 8 

ZR: Para Cuca ele é o armador ideal, nas não é nada disso. Pelo empenho e luta de ontem, Nota 7.

Dudu: Contido à pancada pela defesa do Fla e pelo apito de Jailson de Freitas. Nota 7,5. 

Willian: Jogador importante, sempre empenhado a vencer. Fez um gol e saiu contundido: Nota 7

(Borja): Não marca como Willian, mas tem presença de área, chuta e incomoda o adversário: Nota 6

Cuca: Inventou demais. Por birra e teimosia escalou ZR e matou o time poupando jogadores: Nota 6


Cartões amarelos: Márcio Araújo, Mancuello (FLA) Bruno Henrique, Mina, Luan, Borja, Dudu, Michel Bastos, Thiago Santos, Jailson e Tchê Tchê (PAL)

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