Observatório Alviverde

06/05/2010

VOLTE PRA CASA, CIPULLO

Se houvesse coerência da parte do presidente Belluzzo, Cipullo seria demitido, sumariamente, hoje, e defenestrado da condição de vice de futebol da S.E. Palmeiras, por absoluta incapacidade administrativa.

Ele já provou, comprovou e ratificou que não tem a menor condição de exercer o cargo, de tamanha relevância, importância e responsabilidade, comportando-se como um autêntico apedêuta em matéria de futebol.

Seus erros crassos já foram apontados por este e por outros espaços da Web e da mídia, mas o presidente Belluzzo, movido, talvez, por injunções políticas ou de amizade, finge não ver nada e parece refém do homem errado, que ocupa o cargo errado. Cipullo, na gestão atual, já fez no futebol do Palmeiras todas as experiências possíveis e imagináveis, e, de há muito, parece ter perdido o contrôle da situação.

Nem a chegada de um líder como Seraphin Del Grande, sempre lúcido em suas análises e ações, conseguiu devolver a tranquilidade e a confiança ao futebol do Palmeiras. Já não há mais nada que Cipullo, a esta altura, possa alegar ou tentar fazer, pois, se o fizer, pode acabar nos levando à segunda-divisão em 2011.

Sob Cipullo, o futebol do Palmeiras perdeu a identidade e virou cobaia de um laboratório de experiências, fracassado, inócuo, caro, desproposital, que levou o clube ao vermelho em alguns milhões de reais e ao aumento sensível de seu endividamento.

Mas do que isso, é imperioso que se realce os prejuízos de marketing, os prejuízos morais e, principalmente, os de imagem, irreversíveis e irreparáveis, decorrentes do processo de desgaste, descrédito e de desmoralização que tomou conta do clube, a partir da pífia campanha do futebol profissional.

Na projeção para os futuros patrocínios, direitos de imagem, novos uniformes, venda de produtos e todo o marketing agregado, algum economista teria capacidade de calcular os prejuízos do Palmeiras? Quem sabe o professor Belluzzo saiba realizar esse cálculo? Acredito que não, pois se o soubesse, de há muito teria substituído o vice-de-futebol.

Cipullo entende pouco de bola, mas na vida real e em seus pronunciamentos mostra-se um cidadão inteligente, bem articulado e, principalmente, maquiavélico. Senão, vejamos!

Desde que assumiu a vice-presidência, agiu com inteligência, exatamente como fazem todos aqueles que detêm o poder, mas não conhecem o ofício que desempenham. Como água amoldou-se aos frascos e conseguiu, sempre, transferir para outrem a responsabilidade dos maus resultados e dos desmandos do futebol palmeirense. Murici que o diga.

Do início da gestão Belluzzo até os dias de hoje perdeu-se nos desvãos dos erros de decisões, das procrastinações, da projeção de culpa das derrotas aos subalternos, das contratações caríssimas de jogadores velhos, e demissões sumárias daqueles a quem por certo imputava os ônus dos fracassos da equipe.

Sua atitude, esperta e conveniente, o fez ganhar tempo e sobrevida para manter-se com longevidade no cargo que ocupa até hoje e no topo do poder. Só que, agora, Cipullo não tem mais a que se agarrar e nem a quem culpabilizar para justificar os fracassos da equipe.

Suas precipitações administrativas, seus equívocos de decisões, seus gastos excessivos com contratações e, principalmente, com as desnecessárias demissões saltam, agora, à vista. Já são do domínio e conhecimento de todos os palmeirenses e não podem mais ser escondidas debaixo do tapete ou onde quer que seja..

A esta altura, conclui-se que não há mais ninguém mais a demitir que não seja ele, Cipullo, e o neófito aprendiz que ele próprio mandou contratar em função de detestar a independência de Murici e a forma profissional como esse técnico comandava o elenco palmeirense.

Todos se recordam que Muricy pedia, suplicantemente, por reforços, mas os reforços nunca chegavam. O fato é que não havia interesse do Departamento de futebol do Palmeiras na manutenção do treinador que exercia com ampla independência e personalidade o seu trabalho junto ao elenco e não se curvava diante dos interesses da parceira do clube.

Foi por isso que ele caiu! Pode-se dizer que, antes, tínhamos um técnico mas não tínhamos jogadores. Hoje, temos jogadores (embora não sejam todos de meu agrado), mas não temos um técnico.

Antonio Carlos provou que não tem a menor condição, ainda, para dirigir um time das dimensões da S.E. Palmeiras e vem sendo chamado, injustamente, de Professor Pardal, quando ele, nesse aspecto, de fato, é, menos ainda, apenas um aprendiz.

Não queremos criticar acerbadamente o técnico, haja vista que ele é o menor culpado de tudo o que vem acontecendo e que aconteceu novamente, ontem, no Palmeiras.

Dizer que ele jogou contra o Atlético Goianiense de forma covarde, medrosa, retrancada, inconveniente, inconsequente, errada, com um time muito mal escalado, recuado e no sistema 4-6-0 é chover no molhado. Todo mundo sabe disso. O Noriega disse na televisão para o Brasil inteiro ouvir. Será que Belluzzo ouviu?

Eu via e não acreditava que pudesse estar acontecendo. Parecia que o Atlético Goianiense era o Palmeiras e que o Palmeiras era o Atlético Goianiense. A que ponto chegamos!

Então é esse o técnico que quer fazer carreira a partir do Palmeiras?

Um técnico que não enxerga a dimensão de grandeza do clube que dirige? Que pensa que o Palmeiras é o São Caetano?

É esse o técnico que vai dirigir o Palmeiras no Brasileirão?

Dirigir para onde se ele ainda nem aprendeu que a menor distância entre dois pontos é uma reta?

Que, por analogia, deveria saber que um gol na casa do adversário vale por dois na hora da decisão?

Que ignorava que era preciso, muito mais, privilegiar a feitura do gol do que não tomá-lo?

Para onde pode nos levar um treinador assim, senão para o buraco da segunda divisão?

Ou Cipullo e Belluzzo estão dispostos a gastar, novamente, mais alguns milhões por conta da demissão do aprendiz e da contratação de um técnico de verdade, mais experiente e capacitado?

Como se nota, o epíteto de professor Pardal não pode ser atribuído a Zago, mas a quem teve a ousadia e a petulância de inventá-lo como treinador do Palmeiras.

Volte pra casa, Cipullo!

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(Nota importante: Este comentário refere-se, exclusivamente a nossa opinião sobre atuação de Cipullo como vice-presidente de futebol do Palmeiras e os assuntos aqui tratados não são colocados no sentido de depreciá-lo como ser humano ou como pessoa física).