Observatório Alviverde

26/02/2011

MESMO COM VALDÍVIA E JOGANDO COM O TIME COMPLETO, O “CHOQUE-REI” FORA DE CASA SERÁ MUITO COMPLICADO. MIGUEL ESTÁ FORA DO CLÁSSICO!

 

O jovem Miguel não figura entre os 20 relacionados para o clássico.

Até aí, nenhuma novidade. Quem desconhece que ele ainda não está técnica e psicologicamente pronto?

A falta de um camisa 9 de ofício vai ser sentida muito mais, amanhã contra os bambis, cujos zagueiros além de serem gigantes, sabem jogar.

A falta de quem os prenda na área, vai proporcionar condições para que eles avancem, apoiem o ataque e se transformem, muitas vezes, em elemento surpresa.

Na prática, o ponto forte dos bambis, o setor defensivo, vai medir forças com o nosso setor mais fraco e vulnerável, o ataque,

A recíproca não é verdadeira porque o ataque deles tem muito mais contundência do que o nosso.

Sem nenhum dircurso mais pessimista, mas com base em clássicos anteriores, considero que estamos em desvantagem nesse duelo de setores, apesar da presença de nosso craque, Valdívia.

Apesar de contarmos com uma defesa muito sólida, esse fator pode decidir o clássico, visto que estamos, hoje, com pouco poder de fogo e com enormes dificuldades para fazer gols

Vocês se lembram quando eu dizia, ano passado, a propósito das retrancas armadas por Felipão/?  “Nosso treinador está tentando inventar a vitória sem gol”. Com tudo o que melhoramos, a situação não se alterou.

O meu temor, no “choque rei” de amanhã, reside, justamente, no fato de antever o time palmeirense jogando hermeticamente fechado na defesa, com muita pegada, marcação e dedicação, mas com pouco ou nenhum poder ofensivo, como vem sendo a nossa característica..

Não que essas atitudes de dedicação e precaução, jogando como time pequeno, per sí, representem nada de negativo quando se sabe que Felipão é fervoroso adepto do futebol de resultados.

O problema é que, em razão das circunstâncias, podem se transformar em instrumento de vitória para os inimiigos tricolores, na medida em que tudo indica que vamos ficar acuados na defesa, sob o fogo cerrado de um adversário ofensivamente muito forte, motivado e que atua em seus domínios.

O meu receio é que, procurando, exclusivamente, os contrataqes e criando ofensivamente pouco, como é de praxe, quando detivermos a posse de bola, poderemos ser uma presa fácil, considerando-se que o time de Carpegiani tem peças individuais mais representativas do que o nosso limitadíssimo elenco de operários.

Nossa vantagem reside no estupendo entrosamento e determinação da equipe, muito bem treinada, que pode encontrar o melhor caminho para um triunfo, se souber explorar o avanço dos laterais e as jogadas pelos flancos.

Outra alternativa é a imprevisibilidade do genial  mago Valdívia que tem sempre uma motivação extra quando enfrenta esse inimigo, que, diga-se en-pasant, de há muito deixou de ser, apenas, um adversário.

Dois componentes extras esquentam o “choque-rei”. O primeiro é a rivalidade entre Kléber e Pirulito. Como Kléber não pipoca e Pirulito é um jogador muito alto e forte, o duelo pode provocar até faíscas.

O segundo é o ódio que Rogério Ceni alimenta e destila, toda a vez que tem de enfrentar o carrasco chileno que antende pelo cognome de Mago e pelo nome de Valdívia.

Rogério ainda não engoliu o “chora bambi” e, se puder, vai, certamente, partir para a desforra. É um aspecto que o Palmeiras, com inteligência, pode usar em seu próprio benefício.

Há quem diga que Ceni, com dores nas costas, não vai para o jogo e será substituído por Dênis, mas eu não apostaria nessa possibilidade.

A dois gols da incrível marca de 100, diante de um adversário contra o qual já marcou sete vezes, acho difícil que o goleiro bicholor, digo, tricolor, abra mão de entrar em campo.

CREIO QUE O PALMEIRAS JOGARÁ ASSIM:

Para tentar supreender nos contrataques (não creio que o Palmeiras peite o adversário de igual para igual) Felipão deve recuar o time inteiro, a fim de formar duas linhas de quatro:

À frente de Deolla, a primeira linha com Cicinho, Danilo, Tiago Heleno e Gabriel Silva (Rivaldo).

À frente da becada, Chico (Tinga)  Márcio Araújo, Assunção e Luan.

À  frente destes, dois atacantes, Valdívia e Kléber que podem virar três ou mais, com a aproximação de Luan ou com a chegada de algum meiocampista.

Se jogar Chico vamos ter um time mais preso à defesa, embora Márcio Araújo, nosso jogador mais lúcido, mais regular e mais consciente,  possa sair mais para o jogo, promovendo a conexão com a dupla de ataque.

Se entrar Tinga teremos mais força para contratacar desde que o garoto esteja com mais inspiração do que, ultimamente, tem mostrado.

Há uma motivação extra envolvendo o clássico, mas que depende da escalação ou não do veterano Rivaldo, o original, pelos bambis.

Particularmente, eu preferia que eles começassem com ele, ainda que conhecendo o repertório individual desse craque excepcional que já vestiu nossa camisa.

Ocorre que pela lentidão  de Rivaldo, decorrente do peso dos anos, os bambis não teriam a velocidade que terão, caso optem por escalar os seus jogadores mais jovens.

Encerrando, reitero que a minha grande preocupção quando enfrentamos os bambis, é sempre a arbitragem. A escala para amanhã é esta:

Jogo: 95 - São Paulo X Palmeiras
Data: 27/02/2011 Horário: 16:00
Estádio: Cícero Pompeu de Toledo Cidade: SAO PAULO
Arbitro: Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza
Arbitro Assist 1: Marcio Luiz Augusto
Arbitro Assist 2: Marco Antonio Gonzaga da Silva
Quarto Arbitro: Leonardo Ferreira Lima
Árbitro Assist. adicional 1: Raphael Claus
Árbitro Assist. adicional 2: Leandro Bizzio Marinho

Não creio que em um clássico como o de amanhã, em que estão em jogo apenas a rivalidade e a simples pontuação em uma tabela classificatória, que a arbitragem possa aprontar.

Creio que correremos riscos maiores no momento crucial da competição, justamente na fase dos mata-matas.

De qualquer forma, apreciaria muito vencer esse clássico, porque, como disse, não podemos mais chamar os bambis, como fazíamos antigamente, de grandes adversários.

Muito longe disso, eles deram, no decorrer do tempo, no dia a dia e nas relações diretas, de clube para clube, de torcida para torcida, motivos mais do que suficientes para que os chamemos de inimigos

Aliás, sempre os chamei de grandes inimigos!

Eles nunca me enganaram!

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