Observatório Alviverde

02/09/2012

FELIPÃO ATÉ QUE OUSOU, MAS O PALMEIRAS SÓ EMPATOU

 

Ontem foi o Grêmio que veio para empatar e, se possível, fazer um golzinho esperto para levar os três pontos.

Luxa sabia que, premidos pelas circunstâncias e ameaçados de rebaixamento, os jogadores palmeirenses entrariam em campo motivados e dando tudo de si.

E assim aconteceu!

A exemplo do que fizera contra o Santos o verdão foi senhor absoluto de todas as iniciativas e partiu pra cima do adversário, contundentemente.

O tal equilíbrio que o argumentador Vilaron verberava na transmissão do Sportv  jamais existiu, em momento algum do jogo.

O Palmeiras acuou os gaúchos no campo defensivo desde o começo e dominou territorialmente a partida, de forma envolvente, completa e avassaladora.

Azar o nosso, que o gol redentor, não aconteceu.

Vilaron e Linhares procuravam salvar a banda do Grêmio na tv, tentando justificar a predominância verde, absoluta e total, respaldados no sofisma da expulsão de Kléber.

Quando Kléber saiu, aos 18 minutos do primeiro tempo, o Grêmio não houvera chegado sequer à entrada da grande área palmeirense.

O time gaúcho estava completamente recuado, retrancado, desesperado, espremido contra sua linha de fundo, guarnecendo apenas o seu campo de defesa.

Era um time completamente envolvido, cercado, sem alternativas para o desafogo porque o Palmeiras marcava forte, não dava espaços e atacava sem parar, embora com pouca profundidade.

Quando o Sportv divulgou que o Palmeiras havia permanecido com a bola em seu poder em mais de 60% do jogo, considerei o número um pouco abaixo de meus cálculos de uma predominância que beirava os 70%.

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Faltou, ontem, ao Palmeiras o que falta, na maior parte das vezes, a quase todos os times brasileiros que enfrentam adversários com um homem a menos: saber tirar proveito da vantagem.

O Palmeiras teve muita disposição, correu e lutou muito, mas  a criatividade alviverde foi manga de colete, isto é,  não existiu.

Foi exatamente isso o que faltou ao time, como declarou e lamentou Barcos na entrevista que concedeu no vestiário ao final do jogo.

Eu acrescento que, além de criatividade, faltou ao time, também, inspiração, num dia em que o Palmeiras foi só transpiração.

Ao colocar Maikon Leite, aos 38 do primeiro tempo, sacrificando João Vitor, Felipão pensou bem.

Retirou um volante e ousou, o que não é de seu feitio, colocando em campo um atacante de velocidade e que tem o costume de arriscar o chute a gol.

Aliás um dos defeitos crônicos do time do Palmeiras é  chutar pouco, arriscar pouco contra o gol adversário.

Como eu disse em outras oportunidades o Palmeiras não tem - poucos de nossos times no decorrer dos tempos tiveram - vocação para o gol.

Quando fazemos um, ou dois gols em qualquer jogo, temos o péssimo costume de ficar tocando a bola pra torcida gritar olé e sempre nos acomodamos em cima de vantagens minguadas e ridículas, sem empolgar.

Essa cultura tem de mudar, sobretudo porque quem luta para não cair, tem de obter um maior número de vitórias, melhorar o saldo de gols e aumentar o número de gols marcados, que, em ordem decrescente são os principais critérios de desempate.

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Agora quero falar sobre Tiago Real que, a julgarmos pelas circunstâncias, até que saiu-se muito bem.

Apesar de deixar boa impressão e mostrar que sabe de bola, Tiago Real é só mais um dos “anões” que o circo Palmeiras contrata para cada campeonato, ano a ano.

Além de ser destro - necessitávamos de um canhoto - ele mostrou disposição e personalidade, o que já é muito.

Agora, permitam-me questionar. É esse o homem que vai substituir Valdívia? Em nossa base temos jogadores até superiores, a julgar pela primeira amostra.

Tomara que eu esteja errado, mas tudo leva a crer que está chegando outro Pedro Carmona.

O Palmeiras, novamente, está com o elenco coalhado de baixotes e a falta de jogadores de um maior porte físico, influiu, decisivamente, no resultado do jogo contra o Grêmio.

Na hora da definição das  jogadas, na última bola, os grandalhões do Grêmio se impunham facilmente e bloqueavam todas as nossas tentativas.

Nem Barcos, alto, forte, mas exclusivamente técnico e pouco vocacionado às batalhas de atrito contra os zagueiros adversários, conseguiu se impor.

Ora, se vamos jogar com bolas alçadas em direção à área, por que Obina não entrou?

Era um jogo talhado para o baiano que tinha massa corporal suficiente e altura para brigar, no,mínimo, em condições iguais aos zagueiros gremistas.

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O empate, ao menos até agora, não foi um resultado tão deletério. Mas hoje poderá vir a ser.

Explico:

Nosso campeonato é embaixo da tabela e os times com os quais disputamos o descenso que jogaram ontem, também perderam a oportunidade de somar pontos.

O Figueirense empatou com o Flu, alcançou 15 pontos, mas  a diferença entre o Palmeiras e o time catarinense permanece a mesma porque o Palmeiras também empatou: dois pontos.

Ganhamos um ponto em relação à Portuguesa que perdeu para o Vasco por 2 x 0 e continuou com 25 pontos.

Muita gente há de me criticar por estar sendo otimista pelo ganho de um ponto.

Nunca se esqueçam que foi pela falta desse pontinho que fomos para a segundona em 2002.

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Hoje temos de torcer por derrotas

do Bahia que joga em casa contra os bambis,

do Sport, que joga em casa contra o Santos,

do Coritiba que enfrenta o Botafogo no Rio,

do Náutico que joga em Belo Horizonte contra o Cruzeiro

do CU-rintia, - por que não?- contra o Galo Mineiro. A galinhada têm a mesma pontuação da Lusa, 25 e se não vencer entra, de novo, no “rebu”.

Temos de torcer, também,

por um empate entre Ponte e Atlético GO em Campinas. Se houver um vencedor que seja o Atlético, para que a Ponte não saia do bolo.

Quanto mais times envolvidos no processo, maiores são as nossas chances de sair do buraco e dar a volta por cima.

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Vou fazer um comentário que muitos vão desaprovar e não vão concordar, mas é o meu sentimento.

Com a ida de Barcos para a Seleção Argentina, o Palmeiras vai se acertar e voltar a fazer gols com a entrada de Obina no comando do ataque.

Não que Barcos seja ruim, muito longe disso, mas porque na forma como o time joga, precisamos de um centro avante rompedor, bom no jogo aéreo.

Os retornos simultâneos de Valdívia e Luan vão dar mais força de marcação, consistência tática  e criatividade ao time.

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Se o Palmeiras entrar em campo com a mesma disposição apresentada nos jogos contra o Santos e contra o Grêmio, sairemos da má situação que estamos enfrentando.

Sei, perfeitamente que o momento é muito preocupante e que esse aspecto pode interferir psicologicamente, de forma negativa na atitude dos jogadores.

Mas, ao contrário do que declarou à imprensa o tal Pelaípe, diretor do Grêmio, especialista em terrorismo, o time do Palmeiras não é fraco e nem vai cair.

Tenho tanta certeza disso quanto tenho que o Grêmio não será campeão brasileiro.

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