Observatório Alviverde

03/12/2018

SALVE PALMEIRAS, O LÍDIMO CAMPEÃO BRASILEIRO DE 2018!


Deixo de lado a magnífica festa do Palmeiras para por pra fora algo que muito me incomodou e ficou entalado em minha garganta.

Refere-se a um comentarista que, se nunca foi um expoente ou um primor de comentarista, ao menos era alguém que, pela ponderação, eu o julgava diferenciado em relação à vala comum dos chamados "analistas televisivos".

Refiro-me a Lédio Carmona, aquele que quando o Curica ganhou (com o auxílio vergonhoso das arbitragens) o título Brasileiro de 2017, teceu loas e enalteceu "a beleza e objetividade" do futebol retrancado do time de Carile, colocando-o no pedestal de melhor de 2017, malgrado o rotundo e grotesco fracasso curicano logo em seguida na Libertadores do mesmo ano.

Acho estranho e inadmissível que o mesmo Carmona, (não o confundam, por favor com o veterano repórter paulistano Roberto Carmona, palmeirense e muito mais profissional do que ele) tenha dito sábado, quando do jogo do Flamengo, que o Atlético Paranaense era "o melhor time brasileiro desta temporada".

Lédio perdeu uma grande oportunidade de ficar calado porquanto, a partir da estúpida declaração conduziu-nos ao seguinte ponto.

Das duas, uma!

ou Lédio está louco (se ainda não estiver pode estar a caminho) ou loucos estamos todos nós que acompanhamos o Brasileirão/18.

Será que ele não constatou mas apenas nós, que o time campeão da temporada estabeleceu uma folga de 8 pontos em relação ao segundo colocado?

Será que só ele desconhece que o Palmeiras impôs um novo recorde de invencibilidade e quebrou todos os recordes possíveis e imagináveis referentes à competição?

Será que apesar das espessas lentes de seus óculos ele ainda não conseguiu ler e constatar que o Verdão obteve o maior número de vitórias deste Brasileiro (23)?

Que sofreu o menor número de derrotas (4), que estabeleceu entre os demais participantes o maior número de gols marcados (64) e, de quebra, teve o menor número de gols sofridos (26)?

Que, em razão de tudo isso, impôs o maior saldo de gols do certame (38), apresentou o time mais entrosado,mais lúcido, mais consciente e objetivo, tanto e quanto procedeu de seu elenco o craque do campeonato, Dudu?

Como mostram, provam, comprovam, evidenciam explicam e  justificam todos os números, o Palmeiras superou o mediano Atlético PR (time eleito por Lédio como o melhor hahahahaha)   com ampla folga, em todo e qualquer quesito que se queira tomar como parâmetro. 

De fato, como poderia o sexto colocado de um campeonato de vinte contendores que conquistou apenas 57 pontos ( 23 a menos que o Palmeiras) e portador de um elenco mediano que sequer atingir o patamar de classificação para a Liberta ser o melhor time do campeonato. É coisa de louco ou de apedeuta em futebol.

Como alegar irresponsavelmente que um time que, num determinado momento do campeonato, fez parte do grupo dos rebaixados por várias rodadas e no final do Brasileiro não conseguiu ser melhor do que qualquer dos clubes que o anteciparam na tabela, como o Galo Mineiro, os Bambis, o Grêmio, o Inter e o Flamengo tenha sido o melhor do campeonato? 

Melhor em que? Melhor do que que quem? Quanto mais em relação ao Verdão Campeão? É muita miopia profissional!

Eu tinha pelo Sr. Lédio Carmona, talvez por sua moderação ao microfone um grande respeito profissional, mas a partir de uma declaração esdrúxula, anômala e desprovida de senso como essa, à beira da cretinice, já o coloco no baixo clero da crônica esportiva brasileira, haja vista que o seu equívoco de sábado além de  desmedido e monumental é, tecnicamente, imperdoável.

Nada nesta crônica contra o cidadão Lédio, contra o pai de família ou contra a pessoa elegante e ética que ele parece ser, mas tudo contra o mau comentarista que ele encarna, absolutamente estrábico em seus pontos de vista, completamente ineficiente e despreparado para a importante função de análise esportiva.

Para que vocês que me leem tenham uma ideia do tamanho da bobagem por ele vociferada, vejam a diferença das campanhas de Palmeiras e Furacão a começar pelos jogos travados entre ambos. 

No primeiro turno em Curitiba o Palmeiras venceu por 2 x 3 e no segundo turno em Sampa, o Verdão meteu 2 x 0. Detalhe: nos dois jogos o Verdão deu um "showcolate" neles"

Do ponto de vista meritocrático o Palmeiras foi um incontestável Campeão Brasileiro somando 80 pontos, contra 59 do time araucariano, sexto colocado, estabelecendo uma vasta diferença de 21 pontos.

Não obstante a enorme diferença, o Palmeiras teve melhor ataque (64x56) melhor defesa (26x37) melhor saldo de gols (38x13) e um aproveitamento percentualmente muito melhor (70% a 50%).

Se Carmona dissesse -simplesmente- que, do ponto de vista artístico, gostou mais da bola mostrada pelo Furacão eu não concordaria com a opinião, mas a relevaria e até a aceitaria numa boa, porquanto cada qual tem o inalienável direito de opinar e de  estabelecer os seus valores quando o assunto é estética.

Afinal, "gosto não se discute!" dizia antigamente uma velha acostumada a comer "ranho"!  A maior parte da mídia é, exatamente assim, sobretudo quando fala acerca do Flamengo, do Curica, dos Bambis, do Cruzeiro, do Grêmio e, algumas vezes, do Santos FC.

A verdade nua e crua é que a maioria esmagadora da imprensa esportiva ainda resiste em admitir o título do Palmeiras. 

Muitos cronistas ainda se beliscam e perguntam: "será que é verdade? O Palmeiras é campeão mesmo? É lamentável!"

O que eu vejo todos os dias naquele ababelado "Fox Sports Rádio" e nos programas do famigerado Sportv é de fazer raiva e de corar u'a madre carmelita ou um frade franciscano. 

Sempre que podem, supostos cronistas e n a realidade torcedores de microfone, a maioria sem a menor ética decência, honra ou pundonor, enaltecem título do Curica do Brasileiro do ano passado sem nunca afirmar que as arbitragens impediram que eles o perdessem para o Palmeiras de Cuca.

Eles fazem levantamento até de que tipo de sunga usam os jogadores. Mas alguém já viu algum levantamento de quantos pênaltis foram marcados pró e contra o Curica?

Ainda pior, eles são capazes citar e elogiar a todo o instante a vergonha curicana na conquista do Paulistinha/18, em que o árbitro, sob influência externa, voltou atrás após marcar um pênalti efetivamente ocorrido e legítimo, regularíssimo, num dos maiores "furtos" já perpetrados na história do futebol de São Paulo em todos os tempos. 

Desde aquele tempo, ninguém fala mais na irregularidade do pênalti, só na importância do título manchado que insistem em dizer que foi limpo.

Tive notícia esta semana que o tal Carile, ex-técnico deles,  endeusado pela esmagadora maioria midiática de imbecilóides e de torcedores de microfone está à pique de voltar a dirigir o Curica.

Tendo como exemplo aquele título surrupiado e o que vi nos últimos tempos de permanência desse treinador (muito mais retranqueiro do que o próprio Felipão) lá no Curica, sou convicto em lhes dizer o seguinte.

Daqui para a frente, sem o apoio do presidiário de Curitiba e com o retorno -assim espero- das arbitragens neutras, aposto que o jovem treinador voltará para o lugar de onde ainda não deveria ter saído, isto é, para vala comum dos treinadores do baixo clero e não terá o sucesso do ano passado.

Viram o que aconteceu com Tite, sem o apoio "luxuoso" daqueles pênaltis malandros que decidiam os jogos difíceis ou dos lances irregulares com aquele gol de mão do Jô nunca apontados pelos subservientes sopradores de apito?  

É o que fatalmente ocorrerá com  Carile ou com qualquer treinador mediano que vier a treinar o Curica. 

Aconteceu com Jair Ventura, repararam? Com uma derrota a mais eles teriam caído para a segunda divisão, mas, outra vez foram amparados e beneficiados pelas "benesses" de muitos árbitros a que eu chamo de tendenciosos e que os tiraram do rebaixamento.

Aliás, se mal pergunto me desculpem, pois sou convicto de que bem pergunto:

"há quantos anos desavergonhados homens do apito dão cobertura e arrimo a esse clube? Ainda bem, não são todos!

Eu disse tudo isso, meus amigos, para que vocês possam sentir em plenitude o quanto é difícil ao Palmeiras levantar um troféu.

As forças antagônicas ao clube são formidáveis, muito além de nossos cálculos e de nossa imaginação. Isso não é recente, procede de tempos imemoriais.

Em relação à festa de ontem a simples presença do presidente Bolsonaro por si só define o sucesso da comemoração.

A presença recorde do público estabeleceu outro recorde superando o público do jogo do pênalti assinalado e que a FPF ordenou que voltasse atrás, entregando, vergonhosamente, o título para o Curica.

Apesar da diferença ter sido de apenas 29 pessoas a mais, serviu para retirar "o time do sistema" da história do recorde de público  do Allianz Parque. Pagaram ingressos 41 mil 256 pessoas.

A renda não foi recorde e ficou na casa dOS R$ 3.514.618,30, muito abaixo do recorde da final da Copa Brasil de 2015, quando o público foi menor, mas os ingressos majorados.  

Agora é bola pra frente e esperar o reforço pontual de atletas para a próxima temporada.

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PS - Quero (faço questão) de registrar a boa narração de Milton Leite neste Palmeiras x Vitória.
Além de vibrante, não engoliu a voz quando usou o mezza-voce e não narrou com a má vontade que o caracteriza quando relata os jogos do Palmeiras..
Da mesma forma usou muito pouco alguns bordões ultrapassados como aquele do "eu se consagro" (o boleiro de hoje, de uma forma geral já tem nível, alguns até maior do que ML) e outros, dos quais ML precisa se livrar, a fim de se atualizar e se modernizar.. 
Sem essas perfumarias Leite torna-se o melhor narrador da TV Brasileira, (incluam o Galvão,  o chatíssimo Kléber, o gritador esportivo Luís Roberto ou qualquer outro) ao menos em meu entendimento.
Com as perfumarias proferidas, com as mesmices verbais, excesso de brincadeiras e em alguns momentos pela falta de seriedade, Leite se transforma em um Zé Mané da narração.
Ele tem de abrir os olhos para isso, tanto e quanto cuidar para não virar narrador-comentarista como ele adora fazer, induzindo o comentarista a falar apenas o que ele deseja ou quer.
Mas a escolha do estilo tem de ser dele. Milton Leite.
Se ele almeja ser o principal narrador da matriz, tem de parar (ontem) de brincar tanto, tem de parar com as piadas de clichê e, principalmente, falar, como ocorreu hoje, sempre para fora, deixando de ruminar as palavras. (AD)