POUPAR OU NÃO POUPAR, EIS A QUESTÃO!
A "poupança" do time titular por parte de Felipão, contraria as minhas convicções acerca da condução de um elenco de futebol profissional do estofo e estatura do Palmeiras.
Desde o ano passado declarei isto de maneira taxativa e categórica, sem, no entanto, criticar ou condenar Felipão por ter adotado o sistema de rodízio da equipe.
Como ele se deu bem, havemos, ao menos, de respeitá-lo em suas convicções e atitudes adotadas também neste ano, ressalvando-nos, porém, o direito de criticá-lo construtivamente sempre que necessário.
Afirmei, por exemplo, que em casos extremos de perspectivas de fadigas pessoais ou musculares haveria o recurso da mescla que, parece-me, foi adotado por Felipão para este ano.
Nessa perspectiva concordo com o velho treinador que, no ano passado, em sexto lugar e a 8 pontos do líder do Brasileirão, afirmou, quando assumiu que iria priorizar a Copa do Brasil e a Libertadores, escalando, sempre que julgasse conveniente, um time quase que completamente reserva no Brasileirão.
Ninguém, então, poderia imaginar que o time reserva passasse a render tanto o quanto rendeu no ano passado, ao ponto de encaminhar precocemente o título do Brasileiro.
A partir daí Scolari passou a mesclar mais, mantendo sempre 4 ou 5 titulares disputando todas as competições e o Palmeiras saiu-se bem em todas.
Na Copa do Brasil o time só não chegou às finais por ter sido operado por um obscuro árbitro Sul-mato-grossense.
Ocorreu naquele lance do Palmeiras x Cruzeiro em Sampa, em que o goleiro e o zagueiro do Cruzeiro trombaram e Antonio Carlos mandou a bola pra rede!
No entanto, o soprador de apitos (pra mim muito mal intencionado) anulou, num lance em que o árbitro de fundo e o bandeirinha (locupletados com o juiz) preferiram acompanhar a equivocada interpretação do soprador.
Na Libertadores o Palmeiras também chegou às semifinais, perdendo para o Boca em dois lances de infelicidade da defesa que Benedetto transformou em dois gols, a partir dos 35 minutos do segundo tempo, já sem tempo para uma reação.
O que importa, afinal, é que, além do título nacional, o Palmeiras mostrou a sua grandeza ao disputar os três títulos no ano passado, ao contrário de nossos concorrentes diretos que ficaram pelo caminho até na Copa do Brasil, exceto o Curica que só chegou à final em razão do chamado apito amigo, mas perdeu a decisão para o Cruzeiro.
O que vem acontecendo neste momento no Palmeiras é que a torcida não está aceitando que o time abdique de jogar com o que tem de melhor no elenco, apesar, repito, da nova formulação mesclada de Scolari, com a qual concordo inteiramente.
Na verdade e muito cá entre nós, a nova atitude de Scolari de mesclar o time em caso de necessidade de poupar o elenco, tem muito a ver com o jogo contra o CSA no qual ele teve a necessidade de alguns titulares estratégicos para as possíveis emergências do jogo, mas eles não estavam sequer no banco de reservas.
O resultado foi ter de amargar um empate, o mesmo empate de domingo passado diante dos Bambis, suficiente para o time marcar passo e os adversários se aproximarem cada vez mais na tabela do Brasileirão.
Essa conversa mole, esse "bla-bla-bla" de que o segundo time é tão bom quanto o primeiro é conversa de sonso, ou como se dizia antigamente, conversa pra boi dormir.
Excetuadas quatro ou, no máximo, cinco ou seis posições, nas demais os reservas são muito inferiores aos titulares, não há como negar.
Acrescente-se a tudo isso a imprevisibilidade dos treinos, a falta de jogos e a ausência completa de entrosamento dos que entram em campo sem ser titulares.
O primeiro tempo de domingo contra os Bambis foi o retrato fidelíssimo do que estamos colocando, ainda que o time que foi para o jogo estivesse mesclado.
O que me causa espécie é o fato de alegar-se "descanso" para atletas jovens, em pleno vigor de suas respectivas capacidades físicas que ficaram por longos 20 dias apenas e tão somente treinando.
Sei, perfeitamente, da impossibilidade de manutenção de um time titular quando se disputa três competições simultaneamente.
Então, em situações congêneres que Felipão realize (está realizando) a mesclagem, sem deixar de levar os seus jogadores de maior importância, os craques, para que estejam sempre no banco para quaisquer emergências ou eventualidades.
Poupar ou não poupar, eis a questão!
A atitude é de Felipão, mas o comentário (elogiando ou criticando) é todo seu!
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