Observatório Alviverde

29/08/2015

GABRIEL DE JESUS! UM CRAQUE OU CANDIDATO À CRAQUE?


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O canto do Uirapuru exige silêncio!


Quero falar sobre outra pedra preciosa que surge em nossa base: Gabriel de Jesus. 

Não foi à toa que o presidente bambi tentou aplicar um passa-moleque no Palmeiras a fim de ficar com o jogador, repetindo o episódio Wilsinho. 

A diferença foi que, desta vez, o Palmeiras, com uma diretoria profissional, (parece que o clube aprendeu) estava atento e não permitiu.

Pelo que mostrou na base, GJ passou a impressão -num primeiro momento- de que iria estraçalhar, estourar e se consagrar, da noite para o dia no time principal do Palmeiras. 

Não rolou com o imediatismo e ansiedade que tantos esperavam! Como se dizia antigamente, "o fruto não amadurece antes da hora"!

Pela inibição natural e pelo que deixou de apresentar após sua promoção ao time titular, GJ deu a entender aos mais afoitos de que não passaria, apenas, de outra promessa, como tantas outras que se perderam no Palmeiras.

Ainda assim o Palmeiras insistiu (com Oswaldo e com Marcelo) e persistiu com ele até o fim, digo, até o início de sua nova fase no time principal do Verdão.

A torcida teve papel preponderante pois tolerou-lhe a imaturidade e a limitada produção em muitos jogos. 

É assim que tem de ser para que se consiga estimular e ganhar os jovens jogadores, extremamente sensíveis às contestações e às vaias.

Demorou um campeonato paulista e um turno do Brasileiro, mas eis que, finalmente, pelo que mostrou nos dois últimos jogos contra  o Galo e o Cruzeiro pode-se dizer que Gabriel de Jesus, no mínimo, é um forte candidato a craque.

Agora estou convencido de que não houve exageros daqueles que tanto o exaltaram e o colocaram na condição de craque. 

Se, até então, ele tinha apenas o cacoete peculiar dessa espécie diferenciada e privilegiada de jogador de futebol, nesses dois últimos jogos ele provou que, também, tem conteúdo.

Fique claro, não estou afirmando que Gabriel de Jesus é craque, mas, ressaltando que é forte "c-a-n-d-i-d-a-t-o" à distinção!

Qualquer superdimensionamento precoce das qualidades desse jovem e talentoso jogador é perigoso e todo cuidado nesse sentido, será pouco. Infelizmente já está ocorrendo! Que a diretoria corrija exemplarmente as distorções!

Ainda bem que GJ está sob a tutela (luxuosa e especialíssima) de Marcelo Oliveira, que passou por um processo semelhante ao dele no Atlético Mineiro, clube que o revelou para o futebol. 

Da mesma forma que o aluno (talentoso), MO  tornou-se um dos grandes atacantes de sua época, tendo sido o parceiro dileto de um dos maiores gênios da história do futebol brasileiro, Reinaldo José de Lima. 

Tive o subido privilégio de narrar muitos jogos de Marcelo em seu tempo de juvenil (era assim que se falava na época) e, depois, já consagrado, no time principal, até em uma excursão do Galo à Europa.

Nessa época o futebol brasileiro tinha prestígio e seus principais clubes eram constantemente chamados para os principais torneios no Velho Continente, ao mesmo tempo em que Juca Kfouri, áulicos, seguidores (in)úteis e tchurma tentavam (conseguiram) acabar com ele, destruindo os campeonatos estaduais, fontes generosas e perenes, até então, de milhares de "Gabrieis de Jesus"

Ninguém (nem Oswaldo Oliveira a quem reputo excepcional técnico-psicólogo e conselheiro) mais indicado do que Marcelo Oliveira para aconselhar e orientar Gabriel de Jesus.

MO, na mesma esteira de Oswaldo, também é bom conselheiro, mas com a enorme vantagem de, um dia, "ter vestido a pele do lobo". Que sorte, a do menino Gabriel!

Há questão de alguns dias eu falava do sub rendimento de Gabriel de Jesus, muito abaixo de seu verdadeiro pontencial.

Lembro-me be, eu recomendava que fosse concedida ao atleta a especial concessão dele poder ser ele mesmo, isto é, que lhe fossem permitidos papéis fora do script, como driblar, partir pra cima dos adversários e tentar, constantemente, o gol.

Esse comportamento ousado ele manifestou, pela primeira vez, domingo passado contra o Atlético Mineiro, vindo a repetir, depois, em escala maior e mais ampla no jogo decisivo da quarta-feira contra o Cruzeiro quando só não fez chover, porque o resto ele fez em campo.

O drible que aplicou sobre o goleiro Fábio antes do golaço que marcou foi antológico e quem me acompanha neste blog sabe que eu sempre reivindiquei para o time atacantes leves, velozes e, principalmente, com o drible no pé. Parece que, finalmente, chegou um.

Aliás, temos dois, porque também Dudu é portador dessas características, embora seus dribles não tenham, permitam-me o neologismo,  a "desconsertância" dos dribles de GJ que parece passar por dentro do corpo de seus marcadores.

Em face disso, ainda que sem um armador de ofício e de respeito, eu tenho motivos para acreditar que, se Marcelo conseguir armar um esquema de contra-ataques baseado no pique e no improviso de Gabriel e de Dudu, o Palmeiras pode fazer furor no segundo turno do Brasileiro.

O que não pode é Marcelo ficar dando uma de Felipão e exigindo que as duas válvulas de escape da equipe se desdobrem e se desgastem correndo atrás de beques o jogo inteiro. Eles podem até ajudar, desde que não fiquem comprometidos físicamente.

Com Gabriel e Dudu à frente, time nenhum ousará avançar os defensores, isto é, com tudo e com todos para cima do Palmeiras, em face da resposta que pode ser fatal.

A tendência, ressalvadas uma ou outra situação de jogo, é que o adversário mantenha um zagueiro de área (ou os dois) na cobertura e mais dois homens em cima dos velocistas palmeirenses.

Uma pena que vai faltar ao Palmeiras um municiador de categoria, isto é, um lançador que enfie a bola à feição dos dois atacantes do Verdão.

Já que Gabriel de Jesus está indo tão bem, por que não dar as mesmas chances a alguns meninos da base,  a começar por  Juninho, canhoto, líder e categorizadíssimo meia, quase pronto para a titularidade e que pode, perfeitamente, ser esse jogador que procuramos para suprir a saída de Valdívia.

João Pedro, apesar do pênalti infantil que cometeu e de alguns erros decorrentes de seu desentrosamento com os companheiros do time principal, mostrou que tem tudo para ocupar a posição.

Nathan perdeu, um pouco, o embalo, mas pode, perfeitamente, se acertar.

Estão vendo porquê eu afirmei que houve exagero e precipitação na contratação de tantos jogadores? 

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