Observatório Alviverde

02/06/2012

ESSE NEGÓCIO NEBULOSO CHAMADO FUTEBOL

 

Uma expressão popular, antiquíssima, define com exatidão o futebol de hoje no que respeita aos negócios e aos bastidores:

“Se cobrir é um circo, se cercar vira cadeia”.

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Tenho lido, estupefato, matérias de teores gravíssimos que apontam negociatas e irregularidades envolvendo quase todos os clubes do país.

Quando dizem que o futebol virou negócio, sou obrigado a concordar plenamente.

Mas, ao substantivo futebol, acrescento um adjetivo, ou, se quiserem, um pejorativo, através da palavra escuso.

Em uma frase: um negócio escuso.

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Leiam as matérias deste blog

Está certo que se trata de um blog oposicionista, parcial, mas, conforme a expressão que publiquei tantas vezes,  “na briga dos compadres é que surgem as verdades”.

Dêem, portanto, o devido desconto às publicações, mas saibam, todos, que nestas demandas não existem anjos.

Mas não se esqueça de retornar ao OAV para ler esta postagem.

http://www.nossopalmeiras.com.br/home0.asp

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A época romântica do futebol, feliz ou infelizmente,  acabou, há anos.

Foi-se o tempo dos idealistas e dos mecenas, em que os dirigentes colocavam dinheiro do próprio bolso e alienavam os patrimônios particulares a fim de viabilizar seus clubes.

Lembro-me bem do desespero das famílias quando alguém era eleito presidente de qualquer clube, porque o baque financeiro era certo e, simplesmente, questão de tempo.

Em qualquer cidade do país, entre metrópoles e "currutelas" sempre se ouvia falar de alguém que quebrara por presidir um clube de futebol.

Por isso, em um tempo em que a religiosidade marcava a vida das pessoas e das famílias, era muito comum senhoras e filhos fazerem orações e promessas para que seus maridos e pais não assumissem a presidência de clubes.

Todos sabiam que o cargo era sinônimo de prejuízo, de retrocesso econômico-financeiro, de empobrecimento e, em alguns casos, até de falência total empresarial e particular..

Muito diferente dos dias de hoje em que a eleição de qualquer cidadão à presidência de um clube, por menos expressivo que seja esse clube, é festejada por sua família com festas, banquetes, churrascos, bebidas e outras comemorações.

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Tudo isso é decorrente de dois fatores principais dos quais derivam os demais como subprodutos.

O primeiro é a Lei Pelé – que nunca se esqueça e se deixe de frisar, concebida, redigida (garantem) e disseminada por Juca, o coveiro-mor do futebol brasileiro.

Foi um golpe duro na economia dos clubes, grandes ou pequenos, que perderam os direitos econômicos dos jogadores, colocando-os nas mãos de gananciosos empresários,

Como se tudo isto não bastasse, aniquilou, completamente, o futebol do interior com o efeito devastador de uma bomba H.

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As idéias distorcidas e megalomaníacas de Juca, que jamais morou no interior e parece desconhecer a grandeza  do futebol e do bravo povo interiorano, minimizou ou destruiu as maiores potências futebolísticas do interior de São Paulo, fechando, inconsequentemente, milhares de postos de empregos.

Clubes importantíssimos, verdadeiras potências do futebol brasileiro, autênticas fábricas de craques como Botafogo e Comercial de RP, América e Rio Preto, Noroeste de Bauru, Inter de Limeira, Ferroviária de Araraquara, entre outros, estão caminhando, rapidamente, em direção à insolvência e ao desaparecimento 

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No Paraná foram aniquilados o Londrina, o Maringá e dezenas de clubes, antes perenes, hoje, sazonais.

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Em Goiás, as mudanças implementadas atingiram em cheio o Goiânia, clube do  patrimônio mais valorizado da cidade de Goiânia, o terceiro maior ganhador de títulos de Goiás, que chegou a ter a segunda maior torcida do estado.

Em decorrência da elitização do futebol brasileiro, da falta total de perspectivas e de competições decentes e rentáveis a disputar, o “galo goiano” obrigou-se a diminuir o investimento no futebol profissional e encontra-se, hoje, na segunda divisão regional.

O Vila Nova (ainda a maior torcida de Goiás), sobrevive com enormes dificuldades.

O time vermelhinho é outra entre as grandes vítimas das elucubrações mentais desequilibradas e megalomaníacas de um desconhecedor completo da realidade do futebol brasileiro, mas politicamente forte e influente ao tempo do “terremoto” FHC.

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Em Minas, Tupi de Juiz de Fora, Uberaba, Uberlândia, estão liquidados e só conseguem existir no período mínimo do calendário dedicado aos estaduais.

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No norte e nordeste alguns clubes se apequenaram como o Santa Cruz, a maior torcida de Pernambuco, o Ferroviário, a terceira força do futebol alencarino, e o Moto Clube do Maranhão, a segunda torcida do estado, que há muito tempo luta para renascer.

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Os times do Pará e do Amazonas para que fiquemos, exclusivamente, nos maiores, Paissandu, Remo e Tuna ou Nacional, Rio Negro e Fast Clube  foram enterrados como indigentes no cemitério de Juca, em que pesem as suas tradições, torcida e a grandeza dos estádios.das duas capitais nortistas.

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Operário e Comercial de Campo Grande MS, estão liquidados em termos regionais e nacionais, também em função de não terem o que disputar em termos de competições rentáveis, em que pesem a tradição e as torcidas numerosas.

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Esse foi o legado do “grannnnde” Juca ao futebol brasileiro, a destruição de clubes e de empregos visando à estúpida elitização do futebol brasileiro, ora em voga que só interessa mesmo à Rede Globo de Televisão que, também, o emprega.

Interessante é que o cara, maior responsável pelo apequenamento e extinção de tantos clubes, quer provar constantemente, a sí e aos outros que os seus delírios e equívocos são verdades absolutas.

Sempre que pode, ainda que de passagem, açoita ou escarnece os regionais, desclassificando-os, completamente, mas eu o perdôo porque assim como os néscios, ele não sabe o que diz, embora pense que sabe.

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Eu não compreendo como que as autoridades do futebol brasileiro ainda não abriram os olhos e enxergaram que o futebol brasileiro só voltará a ter grandeza, revelará jogadores e  proporcionará milhares de postos de empregos, a partir do momento em que forem ampliados os campeonatos regionais.

Só uma medida forte dessa natureza partindo dos clubes apenados e das federações regionais poderá  proporcionar o renascimento e a viabilização do futebol do interior, sob a égide daquela que representa a maior das rivalidades, a regional.

Simples sugestão:

O Brasileirão teria o seu “start” no mês de junho e o encerramento uma semana após à data estipulada, isto é, em vez de 02 de dezembro, 09.

Haveria mais uma data disponível, atualmente preenchida pelas manjadíssimas festas de premiação televisivas, sendo esta a razão pela qual encurtaram a data do epílogo do campeonato,

O grande prejudicado é sempre o torcedor que fica quase dois meses sem ver o seu time jogar,

Os clubes concederiam férias aos atletas a partir de 10 de dezembro até 8 de janeiro quando promoveriam as pé-temporadas.

A vantagem, para os grandes do futebol brasileiro é a de proporcionar melhores condições aos que disputam a Copa do Brasil ou a Libertadores, de irem até o final dessas competições, sem a simultaneidade do Campeonato Brasileiro.

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Uma coisa é líquida e certa.

Nos moldes atuais, que estão detonando os clubes formadores de jogadores, o futebol brasileiro está sendo arrancado pela raiz.

Na verdade, Juca e seguidores, que imaginam estar certos e pensando grande, estão errados e com pensamentos anãos.

Um grande rio só manterá o volume de suas águas se forem preservados as suas nascentes e todos os seus afluentes, por mínimos que sejam.

Isto se aplica, indubitavelmente, ao futebol brasileiro.

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O segundo fator é a necessidade premente da regularização da profissão de jogador de futebol, adaptando-a e enquadrando-a a legislação trabalhista vigente.

Os absurdos decorrentes dessa legislação arcaica, facciosa, tendenciosa, ilógica e parcial, estão minando a resistência financeira dos clubes sejam eles grandes ou pequenos, com indenizações milionárias, a maior parte, indevidas.

Vocês acreditam que o Palmeiras livrou-se, definitivamente, de uma ação trabalhista de Kléber, o traidor, digo, o gladiador?

Ele ainda tem, incompreensivelmente, a esta altura, quase dois anos para mover uma ação contra o Palmeiras. Alguém duvida que irá faze-lo?

Ouvi de Andrés Sanchez, ao tempo em que era presidente do CU-rintia, a categórica declaração, de que não montaria um time de futebol feminino porque após o término do campeonato haveria uma corrida aos tribunais trabalhistas reivindicando direitos indevidos pela maioria das atletas, quase sempre cedidos pelos juízes..

Como os tribunais, principalmente agora que estamos vivendo a república dos piqueteiros, e tornou-se  politicamente correto sangrar os patrões, qualquer investimento em material humano para a formação de um time pode transformar-se em formidável bola de neve via CLT, levando ainda mais prejuízos aos minguados cofres dos clubes.

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Mas a abordagem de um assunto como este, importantíssimo, jamais ouvi do senhor Juca e de seus afiliados, seguidores  e correspondentes em seus respectivos veículos de mídia.

Portanto, sugiro que Juca, que se arvora em ter o blog mais visitado do país, inicie, imediatamente, uma campanha no sentido de ajustar o regime profissional dos jogadores e suas relações com os clubes, à CLT.

Atenuaria o sofrimento imposto aos clubes por suas infelizes idéias, clubes esses que têm sobre a cabeça uma  implacável e ameaçadora “espada de Dámocles” também conhecida como Lei Trabalhista.

Se ele topar encarar a responsabilidade, que a sua cruzada, neste sentido, tenha dele o mesmo empenho e devoção das campanhas que deflagrou, com amplo sucesso, pelo estabelecimento da Lei Pelé e pelo extermínio dos campeonatos regionais.

Nessa hipótese, mesmo sendo um contraponto à maioria de suas idéias e voz discordante de sua eterna postura de denuncismos baratos, consagrando o quanto pior, melhor, eu teria a humildade de segui-lo na empreitada, ressalvadas as limitações das insignificâncias de meu blog e minhas.

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Na verdade, é preciso evitar que jogadores caros e famosos como Ronaldinho e outros, contratados sempre com ingentes sacrifícios possam reivindicar verdadeiras fortunas em simples rescisões de contrato, que deveriam restringir-se, essência e exclusivamente, aos direitos e preceitos previstos nas leis.

Por que um clube que só tem direito a faturar sobre a venda de um jogador  enquanto ele estiver sob contrato, tem a obrigação de indenizá-lo,  mesmo quando o próprio atleta rompe o vínculo?

Por que pagar em dobro os domingos e feriados trabalhados, assim como o abono noturno, se a profissão é exercida nestes dias e neste período?

Daqui a pouco os jogadores vão reivindicar acúmulo de funções por jogar em duas ou três posições.

É só o que está faltando!

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É necessário e urge uma reforma transcendental nas leis que regem as relações clubes-jogadores.

Quando se diz isso, como deixar de citar, atravessadores, identificados, por parentes, amigos, firmas de fachada, procuradores interesseiros, empresários gananciosos e dirigentes mal-intencionados?

Seria uma forma de reparar e resgatar, ao menos em parte, dois graves erros cometidos por Juca & Tchurna que causaram tanto mal ao futebol brasileiro.

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Depois de tudo o que escrevi, algum palmeirense existe que se interesse pela contratação de Ronaldinho?

Afinal, como diziam os antigos, “se você vir a barba de seu vizinho pegando fogo, trate de colocar a sua de molho!”

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