Observatório Alviverde

28/06/2009

PALMEIRAS 1 X 1 SANTOS: SÓ JOGAMOS BEM O 1° TEMPO. NO 2° TEMPO ABDICAMOS DE JOGAR.

Nosso primeiro tempo contra o Santos foi excepcional. Mandamos e desmandamos no jogo. Fomos intransponíveis na defesa, dominamos a meia-cancha e criamos excelentes situações para a feitura de gols. Além do belíssimo gol de Obina desfrutamos de várias situações para marcar.
Tudo o que vinhamos abordando neste espaço, configurou-se, plenamente no jogo de hoje.
A começar pelo esquema de jogo que, sem os tres zagueiros e a a partir da entrada do garoto Souza, deu-nos a dimensão exata de como um time deve equilibrar-se em busca de melhores performances. Sobraram-nos raça, empenho, luta e técnica, num primeiro tempo em que o Palmeiras exerceu o domínio absoluto da partida. Faltaram-nos, entretanto, mais jogadas pelos flancos, principalmente pelo lado de Armero.
No segundo tempo abdicamos de jogar, tomamos um vareio de bola, nas mesmas proporções do que havíamos imposto no primeiro tempo. O Santos alterou o seu desenho tático com a entrada do garoto Robson e o Palmeiras imaginou que nos contrataques liquidaria sumariamente o jogo. Não foi isso o que aconteceu. Na verdade, atuando no sacrifício após receber entrada duríssima, do próprio Robson, Pierre, que posteriormente viria a sair, não foi mais o mesmo jogador. O que se percebeu foi que o time do Santos estava orientado para quebrar os nossos principais jogadores. Domingos pegou Diego no início do primeiro tempo, tirando-o de seu melhor condicionamento; Fabão pegou forte o calcanhar de Obina que teve de ser atendido fora do campo. Robson merecia ter sido expulso após a violentissima entrada de carrinho no tornozelo de Pierre, mas o disciplinarmente fraco Gaciba facilitou tudo, nesse aspecto, para o Santos.
Arrisco-me a dizer que o nosso técnico interino não soube ganhar o jogo. Com o time capenga e vários jogadores mal em campo, retirou Willians e colocou em campo o jovem Felipe. Felipe, pelo que se viu é mais meia do que volante e jogador de pouca mobilidade. Efetivamente Willians estava mal, mas com Felipe perdemos o pouco que nos restava em pegada e o time soçobrou.
Eu diria que Jorginho diagnosticou a doença, mas não soube receitar o remédio apropriado, Ortigoza era a melhor alternativa se ele optasse por um time mais ofensivo e Edmilson ou Mozart, se quisesse um time mais defensivo. Na verdade, o interino quis deixar a sua marca nesse curto período em que vai treinar o time, lançando um jogador egresso da base. Foi de uma vaidade imensa e de uma irresponsabilidade total o Sr. Jorginho, que chegou afirmando que não mudaria em nada o esquema de Luxemburgo. Lançar um jovem imaturo sem a menor necessidade, em um momento do jogo no qual o adversário massacra é ousadia demais para quem afirma que não está querendo aparecer e que garante que vai repetir o seu antecessor.
De qualquer forma, nosso time é carente, sim, de um meia canhoto de grande habilidade, cerebral e que saiba bater bem na bola. Ouso dizer que com Diego Souza e Cleiton Xavier no mesmo time, ambos destros e carregadores de bola, nós não vamos chegar a lugar algum que não uma posição mediana neste brasileirão. Quem sabe o novo treinador arrange alguma alternativa de jogo plausível para que se possa aproveitar melhor esses dois ótimos jogadores atuando simultaneamente, mas considero pouco provável que isso venha a ocorrer.
O empate contra o Santos não me deixa triste, pelo ótimo desempenho do primeiro tempo e pela bravura e espírito de luta deixados pelo time durante todo o jogo, aspectos esses encarnados em um jogador jovem e espetacular, a expressão maiúscula do jogo desta tarde, Souza.
Como é que Luxemburgo conseguiu esconder durante tanto tempo esse imenso jogador ?
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TRANSMISSÃO NOTA 9 DO PFC
Quando vi que Jota Jr. iria transmitir o classico, corri para a gaveta e ressuscitei o meu surrado cronometro de corda, 30 anos de precisão suíça. Eu disse de mim para mim, "hoje vou cronometrar quanto tempo de abobrinhas teremos na transmissão do Jota". Comecei a marcar, considerando, apenas, o que ele dizia fora do contexto do jogo ou o que era dito em prejuízo do relato do jogo, desde que a bola estivesse em movimento. Para a minha surpresa, Jota tratou de fazer o que ele sabe fazer muito bem, isto é, de narrar o clássico. Narrou, narrou, narrou e ao final do primeiro tempo só havia ocupado dois minutos e meio do jogo, uma estupenda marca.
Veio o segundo tempo e Jota conseguiu ser ainda mais objetivo. Não perdeu nunca o foco do jogo e deixou quase sempre a opinião para o comentarista Luiz Ademar que, a exemplo de Jota, estava muito inspirado. Os repórteres esstiveram muito bem. Ao término do primeiro tempo Edgar Alencar correu e entrevistou Obina, a principal notícia, pois fizera o gol. De quebra, no repique ainda entrevistou Souza, o melhor em campo. O outro repórter, André Erlan também esteve bem na escolha das entrevistas. A falha de Edgar Alencar residiu no fato de ele não trazer nenhuma notícia sobre o novo técnico do Palmeiras, ainda que no terreno das hipóteses. Foi preciso que Jota Jr cutucasse para que saísse uma resposta evasiva.
Nota 9 para Jota, 9 para Luiz Ademar, 8 paraAlencar e 8 para Erlan.
Técnicamente houve muitos erros. Hoje mostraram a entrada em campo do Palmeiras, mas o diretor de TV não cortou, mais uma vez, para as arquibancadas. Ou o cara é torcedor de outro time, ou é distraído ou incompetente. Não dá pra aceitar que isso se repita indefinidamente.
Dos cinco aos doze minutos, o relógio do tempo sumiu, inexplicavelmente.
Mais uma vez o narrador chamava os comerciais e levava uma eternidade para que entrassem.
A partir do segundo tempo o áudio das publicidades estourava, com excesso de volume, judiando do tímpano dos telespectadores. Por duas vezes, pelo menos em Belo Horizonte, a transmissão foi cortada por alguns segundos. Nota 7 para a transmissão, do ponto de vista técnico.
Referente ao Jota.
Quando o Souza levantou o pé, e fez aquele lance lindíssimo que o Jota relatou com entusiasmo e frisou, acertadamente, que não foi falta. Só que Jota só não soube definir porquê. Rodrigo Souto não sofreu a falta porque antes de saltar para a bola usando a cabeça, Souza já estava com o pé no alto para o toque. Foi Rodrigo quem colocou-se em perigo ao saltar de encontro ao pé de Souza e não o contrário. Nos tempos de Leopoldo Santana, Mario Vianna, Gama Malcher ou Esteban Marino, marcava-se falta contra o zagueiro que fosse com a cabeça em direção à botina.
Finalmente foi hilariante quando Jota disse que BABÃO mandou a bola para a lateral. Era Fabão!
Hahahahahahahahahahahaha. Essa foi ótima!
Sei que a turma que posta por aqui não gosta quando elogio o trabalho da turma do Sportv ou do PFC, mas devo dizer que sigo os ditâmes de minha honestidade e de minha consciência. Não posso dizer que a transmissão foi ruim quando foi ótima. Jota, hoje, estava, repito, iluminado e transmitiu com entusiasmo do começo ao fim. De minha parte, nada a queixar.
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