Observatório Alviverde

02/11/2010

JANAÍNA XAVIER DISSE NO SPORTV PARA TODO MUNDO OUVIR. "- RENATO ME PERGUNTOU SE FOI PENALTI. EU DISSE A ELE QUE JÁ VAMOS MOSTRAR A REPRISE. ENTÃO QUER DIZER QUE OS REPÓRTERES DA TV NÃO DIZEM NADA AOS TÉCNICOS E AOS BANCOS DAS EQUIPES? COMO TODOS VIRAM, O PEIXE MORRE PELA BOCA!


FELIPÃO ERROU?
A turma da imprensa, na maioria das vezes, está errada. Desta vez quem está errado é Felipão.

DESTEMPERO
Por quê e para que semelhante destempero? O que os repórteres tinham a ver com o fato de o  time ter sido roubado ou de não ter atuado bem?

FRANQUEZA OU GROSSERIA?
Felipão continua confundindo franqueza com grosseria e má educação. Em nome de uma pretensa franqueza comete muitos erros, dos quais, mais tarde, se arrepende. Os grosseiros, como ele, normalmente, são bons e  têm um ótimo coração.

A VERDADE II
Creio que, principalmente, ele anda aborrecido com uma série de eventos que ocorrem no clube, entre os quais eu destaco o atraso dos salários do elenco.

A VERDADE IV
Ele parece triste, preocupado, com o olhar distante, como se perguntasse: "o que vim fazer neste clube destroçado, demolido, desestruturado e de tantas brigas políticas?"

IMPRENSA CRI-CRI
Eu conheço bem a imprensa brasileira, do Amazonas ao Rio Grande do Sul e posso garantir que não existe ninguém mais cri-cri do que um repórter paulistano.

BAIXOU O NÍVEL
As faculdades conseguiram melhorar o nível intelectual dos jornalistas, mas é inegável que a atual geração, com raríssimas exceções, fica longe em talento e criatividade das gerações mais antigas.

ROBERTO SILVA
Existe algum repórter, hoje, que possa ser comparado a ele, o "olho vivo" ? Belíssima voz, grandes "tiradas", humor finíssimo, alto astral,

OSVALDO PASCOAL
Para que não aleguem que falei de um passado muito distante, quem da atual geração é melhor do que era o repórter Osvaldo Pascoal? Mas o excelente comentarista de hoje, Pascoal,  seria melhor do que um Loureiro, do que um Aymard ou Sérgio Cunha, para que nem se mencione um Mauro Pinheiro ou o papa Mário Moraes?

OS MAIS ANTIGOS
Eu nem quero falar de Étel Rodrigues, de Silvio Luiz, de Otávio Pimentel, de  Vitor Moran, de  Juarez Soares, de Eli Coimbra, de Tom Barbosa, porque quem é do meio sabe o que esses craques do microfone representaram na imprensa esportiva brasileira.

IMATUROS
Há muita gente imatura e de péssima voz ocupando microfones. Naquela época só falava mesmo quem tivesse um grande talento e maturidade para exercer o ofício, Antes a função era exercida por homens, hoje, na maior parte das vezes, apenas por garotos esforçados, deslumbrados, ambiciosos e inexperientes.

NÃO É SAUDOSISMO
Não, não é saudosismo de nossa parte, mas pura constatação. Só nega o que eu disse ou considera exagerado quem não viveu aquela época. Quem duvida ou não acredita, pergunte a qualquer pessoa mais velha, ouça gravações e pesquise.

FELIPÃO NÃO É O ÚNICO AGRESSOR
Rubens Minelli, na década de 60, agrediu o maior nome da crônica de Rio Preto, José de Alencar,  
um dos maiores profissionais da história do rádio no Brasil, por comentários desfavoráveis.
Detalhe: Alencar já fora agredido pelo técnico argentino Nestor no tempo em que trabalhara em sua terra, Presidente Prudente. Também não sei se Nestor treinava a Prudentina ou o Corintinha PP.

PAULO AMARAL, O TRUCULENTO
Paulo Amaral, então técnico do Bahia, invadiu certa vez os estúdios da Rádio Cultura de Salvador para tentar agredir o maior fenômeno de audiência do rádio brasileiro em todos os tempos, França Teixeira. França fugiu por uma porta lateral, mas a partir de então nunca mais trabalhou sem a devida proteção de um  ou mais guarda-costas com revólver e tudo.

UMA EXPERIÊNCIA PESSOAL
Era a década de 60. Atlético e Botafogo no auge da rivalidade, disputavam quem seguia na Taça Brasil. O jogo era decisivo com muita catimba e troca de acusações. Ao microfone da Rádio Jornal, fui entrevistar Zagalo.

CORPO A CORPO
Naquela época não havia coletivas e nem biombos protetores para ajudar os repórteres a se prevenir contra entrevistados agressivos. As entrevistas eram feitas cara a cara, corpo a corpo. Ao ser agredido verbalmente no ar com ironias e palavras agressivas, tirei o microfone da boca de Zagalo, fui para um canto do vestiário e pedi para que o trabalho fosse encerrado por lá, por falta de educação do técnico botafoguense. Fui atendido! O Botafogo ficou sem cobertura.

ATÉ TELÊ AGREDIU
Em uma viagem do Galo, Telê esculachou o repórter Gil Costa em pleno restaurante, à frente de muitas pessoas, por imaginar que ele consumia água mineral à custa do clube. Ao expor todos esses fatos, procuro explicar que as reações agressivas e truculentas de Felipão não são exclusividades dele. Existe alguém mais agressivo do que Luxemburgo quando contrariado? Aqui em BH, em pleno ar, ele colocou o radialista Emanuel Carneiro, dono da Rádio Itatiaia, em uma situação de constrangimento, agredindo-o com palavras e críticas mordazes. Emanuel ouviu, encerrou o papo, engoliu e, vida que segue, hoje é presidente da Abert..

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ERROU!
A pergunta sobre Valdívia era óbvia, pertinente  e  previsível. Se Felipão sabia disso, por que errou? 

TRUCULÊNCIA INÚTIL
Foi um episódio de truculência, absolutamente inútil por parte de Felipão, em cuja folha corrida no futebol consta até agressão física a um repórter.

A VERDADE I
Ouso afirmar que ele age assim em razão de seu temperamento explosivo (pura TNT nervosa), dominador, vaidoso, arrogante, de quem não gosta de perder, visivelmente contrariado pela irregularíssima campanha do time que dirige,.

A VERDADE III
Felipão bem que gostaria de apontar a sua metralhadora verbal para Palaia, diretoria e conselheiros, mas se contém para não agravar a crise. 

A VERDADE V
Tudo isso se compreende, se explica, mas nada justifica a agressão aos repórteres que tantas vezes são maldosos, intragáveis e facciosos. Desta vez, não houve nada disso.

O QUE É CRI-CRI
No jargão popular, cri-cri é um sujeito chato, pegajoso, insistente, daqueles que perguntam a mesma coisa mil vezes. Em suma, é um chato que dá no próprio chato.

COMPAREM
Da turma do rádio atual, só o Quartarolo trabalharia com destaque em tempos pretéritos. O Carmona, que hoje é cobra, era do baixo clero naquela época.
Essa turma nova está longe da turma de outrora.

SÉRGIO CUNHA
Onde anda Sérgio Cunha repórter que virou comentarista e dos bons? Tem alguém, hoje, do gabarito de um Márcio Bernardes? De um Fausto Silva?

QUEREM MAIS NOMES?
Certamente não me lembrarei de todos os nomes, mas tirante o Quartarolo, o Vanderley Nogueira e o Carmona, todos ainda em atividade, quem entre os atuais é melhor do que Angelo Ananias (não sei se ainda atua), do que um Roberto Monteiro, um Flávio Prado, um Henrique Guilherme,  ou até mesmo do que o Ligeirinho?

ESQUECIMENTO
É claro que esqueci de muitos nomes, mas a minha pretensão foi apenas de estabelecer um paralelo entre a crônica antiga e a de hoje, em função do episódio Felipão. Esse negócio de que os tempos eram outros não cola, pois estamos analisando talentos e capacidades.

 QUALQUER UM SERVE
 Hoje qualquer um é repórter de rádio ou TV, Basta que se ouça as rádios, canais de TV aberta, que se veja a ESPN e o Sportv para que se constate a queda abissal da qualidade  da reportagem e dos repórteres com raríssimas exceções. A Rádio Bandeirantes está à pé com os seus repórteres metidos a comentaristas.

 NÃO FALEI DA MÍDIA IMPRESSA
Se eu fosse relatar os nomes da mídia impressa daquela época, ficaria digitando por um largo tempo lembrando nomes como Vital Bataglia, Roberto Avalone, Sérgio Baklanos, Solange Bibas, e tantas figuras exponenciais. Hoje tem isso?

CILINHO TAMBÉM QUASE AGREDIU
Eu estava em um  treino do São Paulo quando vi uma confusão e Cilinho partindo para cima de um repórter do Jornal da Tarde cujo nome nem me lembro mais. O técnico teve de ser contido para não perpetrar a agressão. Detalhe: O jornal abafou a notícia e não divulgou uma única linha a respeito do incidente. Claro que era o SPFW, mas ah se fosse o Palmeiras!

 EVARISTO, O IRÔNICO
Quem cobriu equipes dirigidas por Evaristo sentiu na pele as agressões verbais daquele que, talvez, tenha sido o mais irônico de todos os treinadores brasileiros. Quando de mau-humor, Evaristo destratava e tripudiava sobre os repórteres. Lembram-se do episódio "estou preocupado é onde eu vou gastar os meus 5 milhões de dólares?

FUI AGREDIDO POR ZAGALO
Muito jovem, talvez tão inocentemente quanto foi Rafael Prates com Felipão, eu nem podia imaginar a agressão verbal de Zagalo no ar, a minha pessoa, ao Atlético e ao povo mineiro. Foi constrangedor.

MURICI, O CAMPEÃO DA AGRESSIVIDADE
Murici Ramalho é o campeão das agressões. Só foi criticado veementemente na época em que treinou o Palmeiras. No SPFW agredia sistematicamente a imprensa mas ninguém dizia nada. Só o chamavam, de vez em quando, de ranzinza.  Se alguém se dispuser a escrever um livro sobre o tema, vai encontrar um farto material. Em cidades menores a agressão de treinadores a repórteres é recorrente.

EXPLICA MAS NÃO JUSTIFICA
Se muita coisa explica, nada justifica a atidude de Scolari. Ele não poderia ter agido da forma intempestiva como agiu. O currículo vitorioso de um dos melhores treinadores da história do futebol brasileiro ficou manchado por uma atitude vaidosa, desnecessária, absolutamente juvenil. Que o episódio passe depressa e não aumente a tensão e a turbulência desse imenso vulcão chamado S.E. Palmeiras. Que a imprensa também faça uma reflexão e pare de criar factóides do clube. O lado positivo de tudo é que Scolari mandou um recado objetivo à turma da mídia: "Respeitem o Palmeiras"! Respeito é bom e todos nós gostamos.

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