Observatório Alviverde

29/09/2013

UM PALMEIRAS BUROCRATA EMPATA EM CASA COM O MODESTÍSSIMO AMÉRICA DE NATAL!


 

 Na postagem de ontem que antecedeu o Palmeiras x América de Natal, falei sobre a diferença técnica abissal entre as campanhas e os elencos dessas duas equipes

Discorri, sobre tudo, sobretudo, acerca do favoritismo explícito do Verdão.

Não deixei, porém, de afirmar, categoricamente, que um resultado diferente poderia, perfeitamente, vir a ocorrer, ainda que em circunstâncias especiais. Aconteceu!

Sobrepondo-se a todas as expectativas, respaldado por um esquema essencialmente defensivista, o time natalense, ainda que abdicando de jogar, apostou no empate, e conseguiu atingir, plenamente, o seu objetivo de pontuar, para fugir do descenso..

Recluso na defesa e ultrapassando, raramente, a linha limítrofe do meio de campo, ainda assim o time potiguar chegou a criar três ou quatro situações reais de gol, muito, aliás,  para o pouco que realizou de prático em 101 minutos de bola rolando.

Nesse aspecto, o Palmeiras foi diferente. Dominou, completamente o jogo e, poucas vezes, deixou o adversário jogar, mas, infelizmente, cumpriu atuação meramente burocrátiva. 

Computadas e consideradas as situações de perigo real ou de relativo perigo, eventualmente criadas, pode-se dizer que o Palmeiras não jogou o que pode e sabe. Esteve, sempre, muito longe desse patamar!

E, se me permitem, para que sejamos bem francos, sou convicto de que o Palmeiras entrou em campo picado pela "mosquinha verde do já ganhou".

Como consequência pagou um bom preço pelo fato de seus jogadores entrarem em campo - salvo raras exceções - com o pé mole, cheios de si, acreditando que, pela péssima posição do adversário na tabela, ganhariam o jogo na hora em que quisessem e que melhor lhes aprouvesse. Não foi isso o que aconteceu!.

Vale a pena ler a retrospectiva das oportunidades criadas pelos dois times:

NO PRIMEIRO TEMPO

12 - Luís Felipe recebeu de Valdívia e chutou forte, de fora da área. Andrey defendeu em dois tempos.

18 - Adriano Pardalzinho em contra-ataque pela direita, bateu Henrique na corrida e chutou forte. A bola descreveu um trajeto distorcido em relação ao alvo, porém retilíneo, tomando um efeito diferente, como se fosse, não um arremate, mas um cruzamento. A bola atravessou a pequena área, a um metro do gol, sem que aparecesse nenhum jogador do vermelhinho para empurrar a bola para as redes.

19 - Juninho cruzou em direção à área, Kardec desviou com o pé direito, atingindo o travessão e perdendo ótima chance para abrir o marcador.

20 - Confusão na área do América em bola cruzada que Cléber desviou mal, quase fazendo gol contra.

35 - Rente a linha de fundo, quase na entrada da pequena área, sem ângulo, Valdívia dominou, levantou a cabeça, viu Leandro livre de frente para o gol, tocando-lhe, na medida. Em vez de simplificar, tocando de prima, Leandro optou pelo mais difícil, chutando forte para tentar estufar a rede, pegando errado na bola e cobrindo o gol. O lance exigia, apenas e tão somente, um toque lúcido e consciente, preferentemente à meia altura.

42 - Em bola alçada por Juninho, pela esquerda, Kardec cabeceou para o chão, mas Andrey, inspiradíssimo, saltou para a bola no tempo certo, fez excepcional defesa e evitou a abertura do marcador.

NO SEGUNDO TEMPO

2 - Leandro recebe na entrada da área e chuta por cima, mas assustando o goleiro.

5 - Valdívia ajeita para Leandro que chuta fraco, nas mãos do goleiro.
  
12 - O América arriscou - de longe - com o canhoto Chiquinho, cuja intenção era cobrir Prass, adiantado. De fato, cobriu Prass e, por pouco, o travessão, em lance muito perigoso.

31 - O time natalense descolou outro contra-ataque, novamente  com o velocista Pardalzinho, seu atacante mais lúcido, efetivo e perigoso, mas a .saída providencial com os pés, desse goleiraço chamado Fernando Prass, evitou a marcação do gol americano, que, em face, então, do tempo de jogo decorrido, poderia precipitar uma incômoda derrota em casa e liquidar o bom ambiente reinante no time.

33 - Valdívia enfiou uma bola a Caio que penetrou - livre - e chutou em cima do goleiro Andrey, desperdiçando a melhor chance palmeirense do segundo tempo.

46 - Kardec penetrou pela meia esquerda e caiu na área, sem que houvesse falta, mas recebeu, injustamente, cartão por simulação.

O OUTRO LADO DO EMPATE

PRASS, O MELHOR EM CAMPO!



Vou resumir meu pensamento a respeito do jogo em uma única  frase. 

um time -o Palmeiras- que teve em seu goleiro o melhor em campo, não pode ter jogado bem. 

De fato, o Palmeiras não jogou bem!

Muito longe disso, apesar do estéril domínio territorial, do exagero da posse de bola e de ter atuado cerca de 80% da partida do meio de campo à área americana.

As ausências de Mendieta e, principalmente, de Wesley, pesaram, demais,  na atuação da equipe  e foram fatores decisivos na falta de poder ofensivo evidenciada, ontem, no Pacaembu!

Sem esses dois jogadores, o América pôde simplificar seu sistema de marcação vigiando, individualmente, Valdívia, cujo poder de criação resumiu-se a pouquíssimas jogadas.

Quando atuam Mendieta e, principalmente, Wesley, o adversário se complica em razão de ter de realizar, sempre, uma tarefa, senão impossível, difícil, de vigiar individualmente três jogadores acima da média comum. 

Nessas eventualidades sempre sobra espaço e condições propícias para que um deles se destaque. Valdívia, hoje, não contou com essa prerrogativa, pois sofreu marcação forte e, reconheça-se, leal!

Ademais, quando atuam juntos, o tríplice deslocamento e a movimentação constante do trio os torna imarcáveis na chamada vigilância individual. Com os três em campo até Vinicius e Leandro conseguem jogar bem. Não foi de hoje!

Como, apenas, o diferencial Valdívia estava em campo, a vigilância sobre ele pôde ser mais rígida, embora seja forçoso reconhecer que cerca de 80% dos bons lances criados pelo Verdão, foram pensados e concebidos pelo chileno.

Tive a oportunidade de ler o prestigioso site PTD discorrendo sobre as atuações e notas atribuídas aos atletas pelos editores do site e pela torcida.

Discordo, frontalmente, radicalmente, completamente, das notas atribuídas ao chileno, que, embora longe de seus melhores dias e de suas mais inspiradas atuações pretéritas, não jogou tão mal.

Basta que se diga que as principais situações de ataque criadas pelo Palmeiras foram arquitetadas por ele, por sua visão e por seu imensurável talento.

O CRAQUE 

Valdívia não foi o melhor em campo, mas tem de ser eleito o craque do jogo!

 Não, pelo que jogou, mas por tudo o que falou em rápida coletiva após o jogo..

Na condição incontestável e indesmentível de craque, de ídolo e de um dos jogadores mais importantes em atividade no Brasil, Valdívia teceu críticas duras, explícitas, claras fortes e contundentes ao STJD, o folclórico tribunal de exceção do futebol brasileiro de Shimidt, Aprobato & Assemelhados, que, de há muito, deveria ter sido destituído e reformulado a bem da própria justiça esportiva brasileira.

Lamentável que um jogador injustiçado e sequioso por justiça seja obrigado a prestar-se a a esse papel, devido a omissão de uma diretoria cabaço, metida a moderna, que pouco sabe de futebol, de tribunais e de temas umbelicalmente ligados ao futebol.

De há muito que o Palmeiras deveria ter denunciado os dois pesos e duas medidas do tribunal curintiano-flamenguista ao julgar os casos Valdívia e Elias sob diferentes enfoques e perspectivas,  mas a inexperiência ou a pusilanimidade de Nobre e seus pares os fizeram se calar diante da injustiça perpetrada.

Foi preciso que o próprio jogador se manifestasse, o que gera, a partir de agora, uma nova preocupação. Alguém acredita que Shimidt, Aprobatto e os vaidosíssimos togados do STJD perdoarão o mago pelo que considerarão desrespeito e aleivosias, isto é, acusação infundada, calúnia, injúria e etc?

Furiosos por terem sido desmascarados, os doutos, egrégios, ilustres e ínclitos juízes, que, certamente se julgam mais importantes do que o próprio futebol a que, pretensamente,  servem, ou, do que o -em antítese- humilde, obscuro, rebelde, revoltado e contestante atleta, haverão de puni-lo, mais do que com o rigor da lei, com o rancor de seus egos inflados e contrariados! Quem viver, verá!

Será que em um universo tão amplo e infinito de jornalismo, relações públicas, direito e atividades afins, Paulo Nobre e diretoria não conseguem encontrar um porta-voz que evite a exposição de atletas e dirigentes e, ao mesmo tempo, reivindique, via mídia, os interesses do clube?

Não creio, outra vez, que Valdívia livre-se de uma exemplar punição!

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NA TELINHA

Excelente a transmissão de Osvaldo Luiz, sem maiores comentários, pois limitou-se a acompanhar a bola sem enrolar..
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Luis Ademar, foi o de sempre. 
Ademar parece-me, mais, um profissional de crônica escrita adaptado, do que, propriamente, um analista de TV.
Passa a impressão de não gostar de comentar os jogos do Palmeiras, mas esta é, apenas, uma dedução pessoal.

Esteve, surpreendentemente, bem, hoje, na análise de todos os lances de arbitragem. Não errou nenhum, nem no que se relacionou a supostos pênaltis favoráveis ao Palmeiras (dois) pois nenhum deles aconteceu.
O MELHOR REPÓRTER DO SPORTV

André Hernan, devagarinho, vai se consolidando como um dos expoentes da reportagem do Sportv!
Além de boa voz microfônica e ótima dicção, André é um dos poucos, entre os novos valores, que procura fazer, verdadeiramente, jornalismo em tv
Perguntando aquilo que os outros repórteres, por medo ou conveniência, nem sempre têm coragem de perguntar, pode-se dizer que ele seja uma revelação, embora diste, ainda, anos luz dos repórteres mais antigos, muito mais ousados do que os que atuam hoje!

Quando eu vejo papagaios e "coisas" como Joana Assis e outras, chovendo no molhado, realçando o óbvio e  efeminando a profissão - sem demérito a muitas mulheres repórteres espetaculares que conheci, que sabiam da matéria e tinham coragem de perguntar o que era preciso - eu fico pasmo e não acredito no que virou a minha profissáo!

André - fico satisfeito por isso - resgata, em parte, essa condição. Como é um profissional novo, com um largo caminho a percorrer, é uma das grandes promessas do jornalismo esportivo da atualidade!

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