UM PALMEIRAS BUROCRATA EMPATA EM CASA COM O MODESTÍSSIMO AMÉRICA DE NATAL!
Na postagem de ontem que antecedeu o Palmeiras x América de Natal, falei sobre a diferença técnica abissal entre as campanhas e os elencos dessas duas equipes
Discorri, sobre tudo, sobretudo, acerca do favoritismo explícito do Verdão.
Não deixei, porém, de afirmar, categoricamente, que um resultado diferente poderia, perfeitamente, vir a ocorrer, ainda que em circunstâncias especiais. Aconteceu!
Sobrepondo-se a todas as expectativas, respaldado por um esquema essencialmente defensivista, o time natalense, ainda que abdicando de jogar, apostou no empate, e conseguiu atingir, plenamente, o seu objetivo de pontuar, para fugir do descenso..
Recluso na defesa e ultrapassando, raramente, a linha limítrofe do meio de campo, ainda assim o time potiguar chegou a criar três ou quatro situações reais de gol, muito, aliás, para o pouco que realizou de prático em 101 minutos de bola rolando.
Nesse aspecto, o Palmeiras foi diferente. Dominou, completamente o jogo e, poucas vezes, deixou o adversário jogar, mas, infelizmente, cumpriu atuação meramente burocrátiva.
Computadas e consideradas as situações de perigo real ou de relativo perigo, eventualmente criadas, pode-se dizer que o Palmeiras não jogou o que pode e sabe. Esteve, sempre, muito longe desse patamar!
E, se me permitem, para que sejamos bem francos, sou convicto de que o Palmeiras entrou em campo picado pela "mosquinha verde do já ganhou".
Como consequência pagou um bom preço pelo fato de seus jogadores entrarem em campo - salvo raras exceções - com o pé mole, cheios de si, acreditando que, pela péssima posição do adversário na tabela, ganhariam o jogo na hora em que quisessem e que melhor lhes aprouvesse. Não foi isso o que aconteceu!.
Vale a pena ler a retrospectiva das oportunidades criadas pelos dois times:
NO PRIMEIRO TEMPO
12 - Luís Felipe recebeu de Valdívia e chutou forte, de fora da área. Andrey defendeu em dois tempos.
18 - Adriano Pardalzinho em contra-ataque pela direita, bateu Henrique na corrida e chutou forte. A bola descreveu um trajeto distorcido em relação ao alvo, porém retilíneo, tomando um efeito diferente, como se fosse, não um arremate, mas um cruzamento. A bola atravessou a pequena área, a um metro do gol, sem que aparecesse nenhum jogador do vermelhinho para empurrar a bola para as redes.
19 - Juninho cruzou em direção à área, Kardec desviou com o pé direito, atingindo o travessão e perdendo ótima chance para abrir o marcador.
20 - Confusão na área do América em bola cruzada que Cléber desviou mal, quase fazendo gol contra.
35 - Rente a linha de fundo, quase na entrada da pequena área, sem ângulo, Valdívia dominou, levantou a cabeça, viu Leandro livre de frente para o gol, tocando-lhe, na medida. Em vez de simplificar, tocando de prima, Leandro optou pelo mais difícil, chutando forte para tentar estufar a rede, pegando errado na bola e cobrindo o gol. O lance exigia, apenas e tão somente, um toque lúcido e consciente, preferentemente à meia altura.
42 - Em bola alçada por Juninho, pela esquerda, Kardec cabeceou para o chão, mas Andrey, inspiradíssimo, saltou para a bola no tempo certo, fez excepcional defesa e evitou a abertura do marcador.
NO SEGUNDO TEMPO
2 - Leandro recebe na entrada da área e chuta por cima, mas assustando o goleiro.
5 - Valdívia ajeita para Leandro que chuta fraco, nas mãos do goleiro.
12 - O América arriscou - de longe - com o canhoto Chiquinho, cuja intenção era cobrir Prass, adiantado. De fato, cobriu Prass e, por pouco, o travessão, em lance muito perigoso.
31 - O time natalense descolou outro contra-ataque, novamente com o velocista Pardalzinho, seu atacante mais lúcido, efetivo e perigoso, mas a .saída providencial com os pés, desse goleiraço chamado Fernando Prass, evitou a marcação do gol americano, que, em face, então, do tempo de jogo decorrido, poderia precipitar uma incômoda derrota em casa e liquidar o bom ambiente reinante no time.
33 - Valdívia enfiou uma bola a Caio que penetrou - livre - e chutou em cima do goleiro Andrey, desperdiçando a melhor chance palmeirense do segundo tempo.
46 - Kardec penetrou pela meia esquerda e caiu na área, sem que houvesse falta, mas recebeu, injustamente, cartão por simulação.
O OUTRO LADO DO EMPATE
PRASS, O MELHOR EM CAMPO!
Vou resumir meu pensamento a respeito do jogo em uma única frase.
um time -o Palmeiras- que teve em seu goleiro o melhor em campo, não pode ter jogado bem.
De fato, o Palmeiras não jogou bem!
Muito longe disso, apesar do estéril domínio territorial, do exagero da posse de bola e de ter atuado cerca de 80% da partida do meio de campo à área americana.
As ausências de Mendieta e, principalmente, de Wesley, pesaram, demais, na atuação da equipe e foram fatores decisivos na falta de poder ofensivo evidenciada, ontem, no Pacaembu!
Sem esses dois jogadores, o América pôde simplificar seu sistema de marcação vigiando, individualmente, Valdívia, cujo poder de criação resumiu-se a pouquíssimas jogadas.
Quando atuam Mendieta e, principalmente, Wesley, o adversário se complica em razão de ter de realizar, sempre, uma tarefa, senão impossível, difícil, de vigiar individualmente três jogadores acima da média comum.
Nessas eventualidades sempre sobra espaço e condições propícias para que um deles se destaque. Valdívia, hoje, não contou com essa prerrogativa, pois sofreu marcação forte e, reconheça-se, leal!
Ademais, quando atuam juntos, o tríplice deslocamento e a movimentação constante do trio os torna imarcáveis na chamada vigilância individual. Com os três em campo até Vinicius e Leandro conseguem jogar bem. Não foi de hoje!
Como, apenas, o diferencial Valdívia estava em campo, a vigilância sobre ele pôde ser mais rígida, embora seja forçoso reconhecer que cerca de 80% dos bons lances criados pelo Verdão, foram pensados e concebidos pelo chileno.
Tive a oportunidade de ler o prestigioso site PTD discorrendo sobre as atuações e notas atribuídas aos atletas pelos editores do site e pela torcida.
Discordo, frontalmente, radicalmente, completamente, das notas atribuídas ao chileno, que, embora longe de seus melhores dias e de suas mais inspiradas atuações pretéritas, não jogou tão mal.
Basta que se diga que as principais situações de ataque criadas pelo Palmeiras foram arquitetadas por ele, por sua visão e por seu imensurável talento.
O CRAQUE
Valdívia não foi o melhor em campo, mas tem de ser eleito o craque do jogo!
Não, pelo que jogou, mas por tudo o que falou em rápida coletiva após o jogo..
Na condição incontestável e indesmentível de craque, de ídolo e de um dos jogadores mais importantes em atividade no Brasil, Valdívia teceu críticas duras, explícitas, claras fortes e contundentes ao STJD, o folclórico tribunal de exceção do futebol brasileiro de Shimidt, Aprobato & Assemelhados, que, de há muito, deveria ter sido destituído e reformulado a bem da própria justiça esportiva brasileira.
Lamentável que um jogador injustiçado e sequioso por justiça seja obrigado a prestar-se a a esse papel, devido a omissão de uma diretoria cabaço, metida a moderna, que pouco sabe de futebol, de tribunais e de temas umbelicalmente ligados ao futebol.
De há muito que o Palmeiras deveria ter denunciado os dois pesos e duas medidas do tribunal curintiano-flamenguista ao julgar os casos Valdívia e Elias sob diferentes enfoques e perspectivas, mas a inexperiência ou a pusilanimidade de Nobre e seus pares os fizeram se calar diante da injustiça perpetrada.
Foi preciso que o próprio jogador se manifestasse, o que gera, a partir de agora, uma nova preocupação. Alguém acredita que Shimidt, Aprobatto e os vaidosíssimos togados do STJD perdoarão o mago pelo que considerarão desrespeito e aleivosias, isto é, acusação infundada, calúnia, injúria e etc?
Furiosos por terem sido desmascarados, os doutos, egrégios, ilustres e ínclitos juízes, que, certamente se julgam mais importantes do que o próprio futebol a que, pretensamente, servem, ou, do que o -em antítese- humilde, obscuro, rebelde, revoltado e contestante atleta, haverão de puni-lo, mais do que com o rigor da lei, com o rancor de seus egos inflados e contrariados! Quem viver, verá!
Será que em um universo tão amplo e infinito de jornalismo, relações públicas, direito e atividades afins, Paulo Nobre e diretoria não conseguem encontrar um porta-voz que evite a exposição de atletas e dirigentes e, ao mesmo tempo, reivindique, via mídia, os interesses do clube?
Não creio, outra vez, que Valdívia livre-se de uma exemplar punição!
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