Observatório Alviverde

21/12/2020

SEJAM QUAIS FOREM OS RESULTADOS, EMPENHO MINHA PALAVRA QUE NÃO TRABALHAREI PELA DISPENSA ANTECIPADA DE ABEL FERREIRA! TORÇO POR ELE!

 

O futebol, mesmo admitindo os empates é, para o torcedor, um esporte dicotômico que funciona exatamente assim: ganhou é o maior do mundo! Se perdeu é o pior.

Lembro-me que nos tempos em que a mídia ainda não havia matado cruel e impunemente os estaduais, a Ferroviária, com um time melhor que a maioria,  foi rebaixada à 2ª divisão.

O time jogava sempre bem mas o imponderável acabava prevalecendo e a Ferrinha perdia ou empatava a maioria dos jogos nos quais sempre apresentava um futebol  superior ao da maioria dos adversários.

Aquele time rebaixado era tão bom que, no ano seguinte e sem reforços retornou facilmente à 1ª divisão, como o campeão da 2ªdivisão.                                                                                            Detalhe: só o lanterna descia e só o campeão ascendia!

Desde aquela época -e já faz tanto tempo-, aprendi que a análise do futebol só é tarefa fácil para os "resultadistas", justamente aqueles que sabem tudo e não perdem nunca, para os quais se o time ganha tudo foi feito corretamente, dentro das normas e da legalidade, mas se o time não vencer tudo terá sido feito erroneamente e de maneira ilegal. Essa gente, igual rolha, está sempre à tona dos fatos e não perde nunca!

Os "resultadistas" não se resumem a torcedores que se manifestam pelas mídias sociais e estão, sobretudo, nos grandes veículos da imprensa, onde usam o poder da palavra para arrebentar tudo aquilo que contraria as suas (deles) convicções e simpatias pessoais, ainda que equivocadas.

Em se tratando de Palmeiras, o maior exemplo é o tal Facincani da Fox, deslumbradíssimo com seu trabalho de guia para cegos em futebol, cuja palavra há tanto tempo vem desestabilizando os bastidores palmeirenses e (infelizmente) fazendo proselitismo e criando adeptos junto à torcida.

Não por ele, vale a ressalva, que do ponto de vista carismático é muito fraco para ter tanta influência, mas pela força do veículo TV junto aos clubes. 

Já vi neste e em outros espaços críticas violentas dele e de tantos a Rôny que não conseguia render o que sabe assim que chegou do Atlético Pr, sem que considerassem o tempo de adaptação requerido para que esse atleta pudesse jogar tudo o que sabe e pode.

Como disse o grande Dos Anjos "a mão que afaga é a mesma que apedreja"... 

Vice versa e nas mesmas proporções, as mãos que apedrejavam e apedrejaram Rôny agora o afagam, sem se importar com o que disseram e com o inferno astral em que atiraram -sem complacências- esse excelente jogador.

É óbvio que as críticas pontuais têm de ser feitas por todos, pois além de necessárias, são úteis. 

O problema é que os caras exageram nas manifestações, achincalham impiedosamente os atletas, sem  noção da forma avassaladoramente destrutiva como caem em cima de qualquer jogador que os desagrade ou de quem não gostam e nem se dão conta de quanto isso prejudica o trabalho coletivo de um grupo.

Dito tudo isso quero dizer que fiz (e farei) críticas pontuais a Abel quando ele merecer, mas não reivindicarei a saída dele do Palmeiras para 2021, ainda que  perca tudo o que está disputando. 

Quem tem de ser responsabilizado são aqueles que o contrataram de maneira intempestiva só para que a mídia os considerasse atualizados e para que estivessem na moda do mundo da bola e na crista da onda dos modismos midiáticos. Aliás, já faz tempo que a mídia anda administrando os clubes brasileiros!

Quem tem coerência e raciocínio lúcido, sabe que ninguém consegue milagres (um delírio dos "resultadistas")  e nem consegue montar um time de futebol coeso, consistente, competitivo e vencedor da noite para o dia.

O que existe, na maioria absoluta das vezes é a influência psicológica decorrente da chegada de um novo comando, exigindo dos titulares a prova de que são, efetivamente, os melhores e levando aos reservas a esperança de lutar por um lugar ao sol. O Palmeiras está passando por tudo isso!

Prestem a atenção no que vou dizer porque não está nos livros e só agora está chegando à Internet porquanto muito pouca gente atentou para o detalhe.

Em minha avaliação o grande erro do Palmeiras na contratação de Abel Ferreira, passa pela pouca idade do português, muito próxima às idades dos jogadores.

Ele pode, até, ser a exceção que confirma a regra, mas eu creio que, por maior que seja a liderança que ostente, Abel dificilmente irá impor uma liderança absoluta e completa sobre um elenco preexistente que tem Felipe Melo, Gomez , Viña, Luan, Weverton, Jailson, Mayke, Marcos Roche, Lucas Lima e outros, cujas experências e currículos submetem e afogam o jovem treinador recém chegado. 

Fosse um time montado exclusivamente pelo portuga e eu teria referendado plenamente sua contratação, assim como acreditaria em transformações do time do Palmeiras. A dura realidade é que ele está tentando pegar o trem em movimento. Será que consegue?

De qualquer forma, ressalvadas as críticas do "jogo a jogo", empenho a minha palavra que não trabalharei no sentido da dispensa do português que os "resultadistas' (quem viver, verá) detonarão, se ele, que parece já ter perdido o Brasileiro, vier a perder também a Copa do Brasil e a própria Libertadores!

O futebol exige que se dê tempo ao tempo mas disso os analistas de resultado não querem nem saber! Quem não sabe?

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