Observatório Alviverde

12/12/2014

SERIA, OSWALDO DE OLIVEIRA, O MELHOR NOME PARA TÉCNICO DO PALMEIRAS?


 
 OSVALDO DE OLIVEIRA: A PRIMEIRA INDICAÇÃO DE MATOS

Tenho pensado, seriamente, em retirar-me, definitivamente, de quaisquer atividades da lida jornalística, as que tenho exercido com calculado, assumido e dirigido parcialismo, apenas e tão somente por respeito e amor às cores do Palmeiras.

Muito longe de apontar como motivo as constantes, doloridas, fragorosas e sequentes derrotas palmeirenses, os meus motivos são outros, muito outros, de ordem estrutural do próprio futebol.

Na verdade, sinto-me, hoje, um cronista esportivo demodê, completamente superado para a abordagem dos atuais temas do futebol, cujo DNA foi alterado pela ação inconsequente dos incompetentes teóricos do jogo e dos que se jactam como cronistas de vanguarda tipo Jukas, Prados, Motoboys e outros... 

O atual futebol brasileiro, sob a capa e desenho de um pretenso profissionalismo, transformou-se, pela ação nefasta desses grupelhos, em um "cabide de cargos, empregos e conveniências", em que o menos importante passou a ser o próprio jogo.

Sem medo de incorrer em qualquer erro ou injustiça, afirmo, peremptoriamente, que todas as mazelas, crises técnicas, financeiras, administrativas e quase todos os problemas, enfim, pelos quais o futebol vem passando, decorrem da ação nefasta, corrosiva e destrutiva dessa gente esnobe e cheia de si, porém incompetente e incapacitada.

Ocupando, na maioria das vezes sem o menor mérito, posições de destaque nos maiores e melhores veículos de mídia do país, estrategicamente distribuídos em tv, jornal, rádio e web, parece claro que esses cronistas, aparentemente compartimentados, funcionam em lobbies, isto é, em magotes, agindo, sempre, como autênticos grupos de pressão, tal o sincronismo com que abordam, a um só tempo, os mesmos assuntos impostos por seus interesses grupais e pessoais.

Hoje, repito, o que menos importa em futebol, é a chamada  "atividade-fim", isto é, o futebol em sí, o jogo, o povão, os clubes e os jogadores! Trata-se, apenas, um detalhe!

O que tem valor, mesmo, são as organizações parasitas que sobrevivem da modalidade, como as federações e confederações taxadoras e os organizadores predadores dos eventos, com realce para a Rede Globo de Televisão, que posa e se arvora em grande mecenas, mas que não passa de uma grande e reles prostituta.

Por quatro décadas na atividade jornalística, cultivei e exercitei um estilo de trabalho honesto, neutro, isento e imparcial de ser e de agir, mera obrigação minha, aliás, longe de constituir-se em qualidade ou meritocracia.

Tudo, fique claro, imposto por minha consciência, por minha ética, por minha formação, por minha didática de proceder, inspirada na fonte clara e pura do indefectível manual ético da profissão.

Entretanto, no melhor estilo de Nori, PVC, Greco, Jota e outros cronistas, ditos, palmeirenses, por muito tempo fui um crítico áspero, mordaz e desproporcional do alviverde. 

Dos que cito, todos ainda vivenciam esse estádio, exceto o Jota, mais experiente, que já o transcendeu, malgrado uma ou outra escorregadela ou falha ocasional.

Tenho constatado fortes críticas e cobranças na mídia palestrina a todos esses profissionais (eu mesmo os critiquei) mas sei, por própria lavra e experiência, as razões pelas quais agem assim de forma tão profilática e defensiva em relação ao clube de coração.

Honestos, bem intencionados, de muito bons propósitos (feliz ou infelizmente os palmeirenses são assim), imaginam que o procedimento tenha o poder de livra-los de possíveis dramas de consciência e profissão.

Da mesma forma, imaginam que serão vistos com mais simpatia e credibilidade pelos companheiros e público que professam outras crenças clubísticas. Ledo engano! 

Em razão desse ingênuo e errôneo proceder, (ser mais realista do que o rei na análise de lances, aspectos e fatos referentes ao Palmeiras) acabei, sem querer, incluso em um contexto profissional impróprio, muito pior, no qual eles, todos, ainda que não percebam, já estão, definitivamente, inseridos!
 
Sem que se dessem conta, passaram a integrar uma velha "troupe", dirigida, que, há anos hostiliza o Palmeiras, cujo lema sempre foi, "... o meu (cu-ríntia, bambi, Santos) não tem defeito, mas o Palmeiras, se não tiver, eu invento, eu encontro, eu coloco, eu denuncio"!

Foi por isso que de dez anos a esta parte, coloquei toda a minha particularíssima experiência, amealhada nesse latifúndio de tempo e militância no esporte, a serviço das causas honestas do Verdão! 

Sinto-me, porém, apesar do retorno e a audiência deste blog, como se estivesse pregando no deserto pois quanto mais falo, quanto mais advirto, menos eu sou ouvido! 

A cada nova transição ou situação pelas quais passa o Palmeiras, renova-se o formidável estoque de equívocos, desmandos e falta de visão daqueles que comandam o clube. 

É desencanto e desilusão demais para este velho e remendado coração alviverde que, graças a Deus, ainda me anima.

Neste instante, por exemplo, estou boquiaberto, em face de todos os absurdos que o Palmeiras vivencia dentro, fora de campo, nos bastidores e, sobretudo, na mídia, sob o olhar contemplativo, subjugado e submisso, de nossos incompetentes dirigentes. 

Belisco-me, a cada instante, para constatar que ainda estou vivo e acordado, tal a dose de surrealismo que persiste no dia a dia daqueles palmeirenses que conseguem ver sem óculos ou enxergar sem binóculos, entre os quais me incluo.

Ah, eu disse isso porque, neste momento, não dá para entender a contratação de tantos gerentes e burocratas, a peso de ouro, como vem fazendo, também, a Sociedade Esportiva Palmeiras, em detrimento dos profissionais que vestem a camisa e entram em campo para jogar.

Seria essa a tal profissionalização futebolística de que ainda não dispomos?

Quanto vai custar, isto é, quanto já está custando, Cícero de Souza, o novo gerente, aos cofres do Palmeiras? Daria para contratar um atacante?

Quanto irá custar o seu indicante, padrinho e protetor Alexandre Matos, em processo de saída do Cruzeiro EC, prestes a assumir a direção de futebol remunerada do Palmeiras, mediante proventos muito acima do mercado comum? 

O que essa gente tem que outros não têm? 

O que os faz profissionais de milhares de reais, euros e dólares, em um futebol no qual os clubes vivem na corda bamba e os jogadores ainda não ungidos pelo sacratíssimo óleo da fama, vivem situações de extrema penúria?

Então quer dizer que o Sr. Matos, aquele que jamais comandou, de fato, quaisquer contratações no Cruzeiro, mas, apenas as tocou, restringido, sempre, a um teto previamente estabelecido, já está colocando, no Palmeiras, as manguinhas de fora, exigindo a contratação de Oswaldo de Oliveira?

Pois fique sabendo Nobre, que, Matos, tanto e quanto o atual presidente cruzeirense, estiveram, sempre, um pouco à margem das indicações e, ambos, a serviço da ala Perrela, aquela... 


Aquela, sim, que continua mandando e desmandando no Palestra Mineiro, onde o sr. Matos, de fato, trabalhou, mas, nunca, solitariamente, mandou ou desmandou como reza no folclore. Apenas e tão somente, obedeceu!  

Não, não sou um opositor ferrenho, daqueles, visceralmente, contrários à contratação de Oswaldo, 64.

Sabemos que, apesar de sua extensa militância no futebol brasileiro, trata-se de um treinador de poucos títulos, todos eles, conquistados no Corinthians, campeão mundial do extracampo! (assim é muito fácil)

Oswaldo, segundo as publicações, ganhou um Paulista (1999), um Brasileiro (1999) e um arremedo de Mundial de Clubes (2000), por estranha concessão do inefável Mustafá Contursi, aquele que, a exemplo de Osmar Santos, ninguém sabe, ao certo, se é palmeirense ou curintiano!  Mas como um verdadeiro palmeirense jamais admitirá ser curintiano...

Osvaldo, além de um grande caráter, tem experiência suficiente, sim, para tocar o Palmeiras!

Mas, se deveria ser o primeiro nome da lista, essa é uma outra e importantíssima discussão!

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