Observatório Alviverde

03/10/2011

QUEM SERÁ CAPAZ DE DECIFRAR O ENIGMA DESSA ESFÍNGIE CHAMADA S.E.PALMEIRAS?

 

Hoje eu não quero divagar, não quero viajar, não quero sonhar…

Quero ter os pés muito firmes no chão, e estar seguro de minhas convicções.

Quero olhar o presente implacável sem o tom nostálgico e a magia de um passado glorioso do Palmeiras, que insistem em se manifestar.

Afinal, não sou locutor do Sportv, não sou antropólogo, não sou professor de história e, menos ainda, tenho vocação ou inclinação para diretor de museu.

Respeito demais aquele Palmeiras m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o  do passado que me proporcionou as incomensuráveis alegrias que vivem em minha lembrança, dando-me força e alento para suportar esta hora triste de vacas tão magras e de uma seca impressionante de títulos e conquistas.

Eu, que pude ver, ouvir, viver, vivenciar e me emocionar com o Verdão, em seu poder e  plenitude de time de ponta do futebol brasileiro, pergunto-me, hoje, se, de fato, estou torcendo pelo mesmo clube, tantas são as decepções de ultimamente.

Ter um passado tão glorioso é Da Guia, isto é, é divino, mas o Palmeiras que importa é o de hoje, esse que aí está, louco, imprevisível, sofrido, trôpego, cambaleante, sinistro, revogadas quaisquer disposições contrárias.

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NOSSO PROBLEMA NÃO É TREINADOR

Responda rápido:

Quais os três treinadores mais importantes do futebol brasileiro nos últimos  20 anos?

A resposta é instantânea, clara, rápida, incisiva, categórica: Luxa, Muricy e Felipão!

Há algum outro desse jaez?

E, no entanto, nenhum deles deu certo, no Palmeiras.

Lembremo-nos, sempre, que cada qual usou um estilo diferente e um modo diverso de trabalhar.

Foram três tentativas, três fórmulas diferentes, distintas, que não deram certo no Palmeiras mas que vingaram em outros clubes.

No ano subseqüente a sua saída do Palmeiras, fazendo uso usando dos mesmos métodos usados no Verdão, Muricy foi campeão brasileiro treinando o Fluminense.

Luxa ganhou o carioca e faz boa campanha com o Flamengo que está inserido no ról das equipes que brigam de fato, pelo título.

Felipão está à espreita de um vacilo de Mano Menezes para ser o treinador da Seleção que disputará a próxima copa, com o aval de Ricardo Teixeira e com a anuência de 90% dos jornalistas esportivos do Brasil.

Se Felipão serve para a Seleção, por que não serve para o Palmeiras?

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FELIPÃO NÃO É MAU, ESTÁ MAL

Felipão está mal, mas ele, em si, não é o problema do Palmeiras.

Um time com atletas acusados de combinar uma derrota de goleada em Curitiba a fim  de derrubar o treinador, este, sim é que é um grande problema.

Não existe justificativa plausível ou explicações lógicas para um procedimento irracional e antiprofissional como esse. 

Ora, quem boicotou uma vez, boicota duas, três ou quantas forem necessárias, até atingir os seus objetivos escusos.

Aí é que está o grande nó-do-górdio.

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A CAUTELA DE PITUCA E DE FRIZZO

Eu cheguei, num primeiro momento, a admitir a dispensa de Felipão, mas refleti melhor e, creio firmemente, que a diretoria está certa e que esta não é a hora mais propícia para uma medida tão extrema.

Colocando-me nos lugares de Pituca e Frizzo, analisando o caso sem emoção e com atenção, com mais realismo e menos lirismo, concluo que Felipão, apesar dos pesares, tem  de continuar. Ao menos, por enquanto!

Tá ruim com ele? Não tá! É claro que tá!

Mas, creiam, pode ser muito pior, sem ele!

Por que demitir um técnico sério, correto, honesto, trabalhador, exigente, líder, cumpridor de suas obrigações e manter jogadores descomprometidos com o clube, como Kléber e outros?

Não seria a consagração da indisciplina, um brinde à anarquia,  um presente aos irresponsáveis e um monumento aos ídolos-de-barro do elenco que se acham maiores do que o clube?

Então eu pergunto a todos, pois, como dizem por aí, perguntar não ofende:

Quem seria o próximo treinador a ser demitido e o próximo adversário a nos vencer de goleada?

E se os boleiros que engendram essas aleivosias inventassem de deixar que os bambis ou os gambás nos goleassem, a fim de derrubar o novo líder?

Cesteiro que faz um cesto, faz um cento!

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CONCLUSÃO

A leniência de muitos dos nossos para com aqueles que ganham dinheiro no Palmeiras, mas que desrespeitam o seu passado, dão os ombros para as nossas glórias e para a nossa história, desprezam a nossa camisa e cospem em nosso distintivo, parece ser maior do que a tolerância para com o nosso treinador.

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SEM RADICALIZAÇÕES

Meus amigos, raciocinemos sem radicalizar:

Uma mudança de treinador a esta altura seria, (teoricamente, teoricamente, teoricamente) boa, mas, primeiro, é necessário que se mensure os impactos de uma medida tão extrema, a poucas rodadas do final do Brasileirão.

Sob o aspecto financeiro seria um desastre porque teríamos de proceder da mesma forma como procedemos com Luxa e Muricy, isto é, parcelar a multa, pagar juros e parcelar.

Além disso, teríamos de arcar com o salário de uma nova comissão técnica, que seria, no mínimo, 50% do que pagamos a atual.

Até quando vamos arcar com multas e salários extras a gente que não está mais prestando serviços ao clube.

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A GRANDE INCÓGNITA

Um novo treinador poderia dar certo, mas, também, pode não dar.

Quem garante que a simples mudança de comando provocaria uma metamorfose radical ou uma revolução em um elenco pobre, limitado, tecnicamente, e com vários jogadores descontentes?

Nem uma tendência para essa evolução parece existir, haja vista que, no Palmeiras, qualquer treinador que chegue tem prazo de validade compatível ao de produtos lácteos nos supermercados, nada mais que isto.

Como se diz aqui em Minas, com um novo treinador e um grupo condicionado a jogar da forma como jogamos atualmente, à Felipão, “periga” a gente entrar na turma do rebolo e ficar fora até da sul-americana.

Um novo técnico, a esta altura do campeonato, apenas poderia melhorar o astral da equipe e a sua parte psicológica, nada mais. Até que ele viesse a conhecer internamente o grupo de jogadores, o Brasileirão teria terminado.

Eu conheço (quem não conhece?) uma fórmula mágica, esta sim, com o condão de poder trazer o milagre da vaga da Libertadores e, em caso de muita sorte e combinação de resultados, o título: Essa fórmula tem um nome, bicho!

A diretoria faria uma combinação com os jogadores e pagaria um bom bicho por objetivo, isto é, se não chegar lá, a boleirada não recebe nada.

Nessa hipótese, com Felipão ou sem Felipão, ter-se-ia uma certeza: os jogadores dariam o máximo e a superação em campo poderia levar um time limitado a objetivos situados acima de sua capacidade.

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SUGESTÃO

A diretoria tem de fazer a sua parte, urgentemente, sob pena de perder outro ano da vida do Palmeiras.

Esse bicho por objetivo poderia ser o elemento catalizador a amalgamar um elenco disperso e desunido.

Da mesma forma, tornar-se a força propulsora com poder suficiente para catapultar o time a um objetivo útil de classificação para a Libertadores, já que o título fica sempre mais distante a cada rodada que disputamos

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PENSANDO POSITIVO

Apesar do trabalho de sapa contra Felipão, engendrado por minoria absoluta do elenco, apesar da mesmice tática de nosso treinador e de sua insistência com jogadores fracos,  ele ainda pode nos conduzir à Libertadores.

A cada rodada a tarefa fica mais difícil na exata proporção da diminuição do número de jogos, mas se analisarmos a rodada deste final de semana, vamos verificar que:

A nossa distância em pontos para Vasco e Corinthians não se alterou.

Ganhamos 1 ponto em relação ao São Paulo.

Ganhamos 1 ponto em relação ao Botafogo

Ganhamos 1 ponto em relação ao Internacional.

Apenas Flamengo e Fluminense aumentariam a vantagem sobre nós em dois pontos, mas vamos enfrentá-los dentro de duas e três semanas, sendo o Fla no Engenhão e o Flu, em nossa casa.

É obvio que uma vitória sobre o América nos deixaria melhor na fita, mas o empate nós não devemos encará-lo como um desastre.

Os números que colocamos provam isso.

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O TIME DO AMÉRICA NÃO É TÃO RUIM

Vocês, tenho certeza, quase não acompanham o América, mas eu, sim. Tenho muitos amigos e conhecidos na diretoria e simpatia pelo clube cuja camisa é verde.

Anotem aí: apesar da lanterna, o time do América não é tão frágil quanto dizem ou como os números podem indicar.

O América, neste brasileiro, tem sempre sido acompanhado por muito azar e prejudicado na cara dura pelas arbitragens. Certamente  vai tirar muitos pontos de várias equipes que lutam por títulos e vagas neste Brasileirão;

Esse é um raciocínio correto que até nos reconforta, mas quando pensamos que o nosso time é limitado dá vontade de chorar…

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PERGUNTAS FINAIS

Com 11 rodadas pela frente, o que poderemos fazer, ainda, neste Brasileiro?

Raciocinando com mais frieza, como fiz, você ainda considera que seria uma boa a saída de Felipão, praticamente no fim do campeonato?

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