Observatório Alviverde

10/01/2018

OS MANTRANS NEGATIVOS DA MÍDIA INIMIGA JÁ ESTÃO RELANÇADOS!


A mídia -se o assunto é o Palmeiras e seu time profissional-, sustenta um discurso crítico segundo o qual o clube tem excesso de jogadores, ainda que, na realidade, o elenco alviverde seja menor que o do Curica e o dos Bambis!

Agora que os palmeirenses protestam e comprovam que não é nada disto, a mídia (claro que não é toda a mídia, mas a maior parte dela) mudou o discurso e passou a criticar incessantemente o elenco, para o mal ou o pior.

Muitos afirmam, contínua e categoricamente, que o Palmeiras perdeu vários jogadores, não investiu e, em razão disto, não vai chegar a nenhum título ou lugar este ano, certamente com o objetivo de minar psicologicamente o elenco e tirar-lhe completamente a confiança. 

Se o Palmeiras houvesse investido tal e qual no ano passado, diriam que o clube gastou demais e de forma irresponsável, sem a garantia de resultados práticos em campo, como se viu em 2017.

Outros seguem uma linha diversa e afirmam, maliciosamente, que o Palmeiras é o maior favorito ao título do Paulistão, porém com o desprezo e a ironia de quem pensa e deseja exatamente o contrário.

Em relação às categorias de base os narradores de TV vivem "bostejando" que o Palmeiras "nunca venceu uma Copa São Paulo", que o time, na hora H, sempre pipoca e fraqueja, que não tem força, que não tem raça e outras baboseiras mais.

Sei, perfeitamente, que é papel preponderante da mídia (até uma obrigação), analisar os fatos, realizar projeções e análises acerca dos elencos e as perspectivas de cada time.

Mas o que se observa em relação ao Palmeiras é exclusivamente a acidez constante das críticas, a impaciência desmedida em relação aos jogadores e a completa intolerância em relação ao time. Quando será que isso irá mudar? Será que muda?

Embora seja -comprovadamente- a terceira maior torcida do país, quem não percebe que o Palmeiras tem um espaço restrito, limitadíssimo, nos programas esportivos de rádio e TV, tanto e quanto nos jornais, sempre na contramão de suas importância e grandeza.

O "mantran" atual da mídia em relação aos juniores do Palmeiras, sem dúvida alguma um dos melhores times da Copinha é aquele que TODOS os narradores de TV "bostejam" o tempo todo e várias vezes por jogo: "o Palmeiras nunca ganhou uma Copa São Paulo"! 

Isto, dito toda hora e a todo instante, até em jogos dos quais o Palmeiras não está participando, funciona como autêntica lavagem cerebral e é provocativo e irritante!

Mas eles, os narradores, nunca se lembram ou mencionam que as arbitragens  sempre liquidaram o Palmeiras na maioria dos jogos semifinais, tando e quanto nas duas finais das quais o time participou em 1970, quando perdeu para o Curica por 2 x 4 e em 2003, quando foi derrotado nos pênaltis para o Santo André por 3 x 5, após um empate de 2 x 2 no tempo regulamentar. 

Da mesma forma os tais narradores não sabem e, se sabem, fingem que não sabem, que a síntese de todas as Copas São Paulo, isto é, aquela que mais do que uma rotineira Copa São Paulo foi uma "Super-Copa dos Campeões de todas as Copas São Paulo" (assim foi nominada), o Palmeiras a venceu, na qualidade de time convidado, em 1995.

A Copa São Paulo propriamente dita, de 1995, de fato, fora realizada no início do ano e vencida pelo Curica.

A Super-Copa São Paulo de Juniores, repito, síntese de todas as Copas até então, também foi realizada em meados de 1995, porém no mês de agosto e fez do Palmeiras "o campeão dos campeões".  Por que não destacam isso?

Se mal pergunto, o que o Palmeiras tem a ver se a Prefeitura paulistana, a FPF e a Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo promoveram e realizaram duas edições de uma mesma competição no mesmo ano?  Se mal pergunto me perdoem, seria ilegal, ilícito ou proibido? 

Seria por isto que ignoram a conquista e ninguém a menciona? Ou, na verdade, o fazem porque o Palmeiras foi intempestivamente foi campeão e eles detestam o Palmeiras?

De qualquer forma, a Super Copa de 95 foi elaborada sobre o contexto das Copas São Paulo, com a mesma estrutura das Copas São Paulo até então realizadas e com o mesmo nome, sendo, igualmente, patrocinada pela Prefeitura paulista, organizada pela FPF, envolvendo todos os campeões e vice-campeões da Copinha até então. 

Na realidade foi uma competição coada, filtrada, aprimorada, aperfeiçoada e elitizada que não pode ser tomada ou encarada como estanque em relação à Copinha, porque assim não foi considerada pela própria mídia àquela época, quando de sua realização. 

Aliás, fosse estanque, não se chamaria Super-Copa São Paulo e nem reuniria os campeões e vices desta competição até então. 

Como os locutores de rádio e TV (com brilhantes exceções) adoram criticar por criticar o Verdão e proclamar que o Palmeiras nunca foi campeão da Copa São Paulo.

Coube ao veterano Jota Júnior do Sportv a quem cumprimento e parabenizo pela lembrança, pela iniciativa, pela isenção e pelo profissionalismo, ser o ú-n-i-c-o entre todos os cronistas que cobrem a Copinha via TV, a registrar o importante título da base alviverde, um dos maiores de todos os tempos, mostrado à época para todo Brasil pelas TVs ESPN e Band. 

Fiquei muito feliz com o registro de Jota, um contemporâneo de profissão, até hoje em atividade... 

É por isto que eu sempre digo aos mais jovens, ao meu filho, inclusive, um futuro jornalista, que, em meu tempo tudo era completamente diferente do que se vê hoje em dia. Sobretudo em relação ao amadurecimento e, muitas vezes, ao caráter dos profissionais.

Anos luz à frente e muito mais atualizado do que qualquer desses estudantes de faculdade que pululam, hoje, nas portas das redações, uns, brilhantes, a maioria, sem conteúdo, Jota continua sendo não sei se a única, mas, certamente,  uma grande exceção da mídia paulistana quando o assunto é imparcialidade e isenção.
  Segundo ele mesmo revelou em seu blog tempos atrás, "na época em que torcia, teria tido preferência (deixou a dúvida) pelo Palmeiras ou pelo Santos", até que se tornou um "cronista esportivo", como se dizia naquela época.

Tomei conhecimento que, de fato, ele sempre foi palestrino, mas, como quase todo jornalista palmeirense, teve sempre força moral para separar o racional do emocional e exercer com proficiência e isenção o chamado jornalismo imparcial, o que bem poucos, aliás, sabem, podem ou conseguem fazê-lo nos dias de hoje.

Da mesma forma que Jota, eu, em meu tempo de atividade como cronista, também fui implacavelmente duro e inflexível em minhas crônicas, observações, e análises referentes ao Verdão, procurando portar-me com isenção, sem paixão e guiado, apenas e tão somente, pelos olhos da razão.

Alcancei o equilíbrio, simplesmente, desligando-me das emoções e seguindo exclusivamente os ditames de minha consciência, sem dúvidas e tergiversações, mirando, repito, a neutralidade, a imparcialidade e a isenção.

E o fiz tanto e quanto fazia meu amigo e comentarista da Band  Mauro Pinheiro, "o Senador", cearense, um dos mais conceituados nomes da mídia brasileira em todos os tempos, grande e fervoroso palmeirense. 

Pinheiro sempre conseguiu despir-se da camisa do Verdão que envolvia-lhe mais que o corpo, a própria alma, antes de falar ao microfone. Um exemplo que "in totum" sempre segui e cultivei!

O mesmo, porém, não poderei dizer em relação a Roberto Silva, mineiro de Poços de Caldas, repórter, um dos melhores de todos os tempos.

Roberto o mais palmeirense de todos os repórteres, divide a hegemonia da reportagem em São Paulo com o curicano Juarez Soares, aquele que, tempos depois, tornar-se-ia um intragável e inaudível defensor, digo, comentarista do Curica, foi um palmeirense fanático, frenético e ultra-participativo, também ao microfone!

Silva transmitia ao Verdão um apoio massivo e não há nenhum exagero em se afirmar que ele jogava com o time em qualquer lugar, fosse em campo, fora de campo, no ar ou fora do ar,  em qualquer circunstância ou lugar... Até torcida organizada ele comandava!

Mais do que Roberto Silva só existiu um, Milton Primo Pierini Peruzzi, ou, como ele era conhecido, simplesmente, Milton Peruzzi.

O "italiano", que cunhou a famosa expressão "vai terminar em pizza", a propósito das reuniões acaloradas das diretorias do Palmeiras, das quais ele participava, com xingamentos e, ás vezes, até com agressões pessoais, mas que acabavam numa pizzaria qualquer perto clube, foi o profissional mais lúcido, mais inteligente e preparado que conheci em minha condição de "globetrotter" do rádio...

Trabalhei em mais de três dezenas de emissoras por nove estados da federação, e posso garantir que ,ele, Peruzzi, (aberta e escancaradamente um torcedor de microfone, tanto e quanto o maior, melhor e o mais influente que o Palmeiras já teve no decorrer de sua longa saga de 1914 aos dias de Peruzzi.

Ele constituiu-se, sempre, em uma espécie de conselheiro de luxo e tinha voz muito ativa nas decisões do clube, 

Líder da equipe esportiva da Rádio Gazeta, foi um excepcional comentarista de estúdio e, ressalvando-se o mito Mário Moraes, nesse quesito, dos que eu me lembro, apenas Carlos Aymar e Loureiro Júnior podem ser comparados a ele. Quando meteu-se a narrar, já em idade provecta, foi, até, um razoável narrador .

Para que todos tenham um parâmetro de sua cultura e de seus conhecimentos gerais, resolvia um cruzadão, (publicação diária da Gazeta Esportiva, um problema de palavras cruzadas gigantesco de nível dificílimo) de página inteira que às vezes ocupava duas páginas, com apenas duas ou três passadas pelas linhas horizontais e verticais.

O homem era mesmo fera, um fenômeno nos então chamados "conhecimentos gerais" e dominava a maioria dos assuntos e temas em voga em sua época.

Nós, simples mortais, demorávamos horas e nem sempre conseguíamos resolver todas as questões propostas por aquelas cruzadas desafiantes, cujas resoluções só eram divulgadas na edição de "A Gazeta Esportiva!" do dia seguinte.  

As soluções porém, chegavam-nos de forma antecipada se recorrêssemos ao próprio Milton.

Quem quiser saber mais sobre o grande Peruzzi entre neste endereço: Vale a pena!
http://terceirotempo.bol.uol.com.br/que-fim-levou/milton-peruzzi-3380

A propósito de cronistras que assumiram o ônus de torcer pelo Palmeiras, que não se esqueça também de Roberto Avallone, hoje veterano, que atuava com destaque no setor televisivo da Fundação Casper Líbero, na TV Gazeta.

Avalone, muito mais contido, discreto e limitado do que Milton, sempre fez o que pôde no sentido de ajudar o Verdão.

Noves fora alguns erros que cometeu por intromissão excessiva no trabalho dos técnicos, ele ajudou -continua ajudando- o Palmeiras, na medida do possível. 

Infelizmente o tempo e as circunstâncias o fizeram perder suas melhores tribunas.
Em razão disto seu fogo profissional, tornou-se de menor alcance e abrangência e já não permite que ele consiga interferir no processo decisório do futebol como o fazia antigamente, somando, sempre, pró Palmeiras.

Nem sei se Avallone, por seu temperamento, aceitaria, mas, fosse eu o responsável pelo marketing do Verdão, contrataria um espaço televisivo e proporia a ele que liderasse um programa semelhante às muitas mesas-redondas de outrora que ele próprio criou, desenvolveu e comandou, sempre ao seu modo.

En Passant: 

Ao falar em Avallone, lembrei-me de um assunto que não posso deixar de abordar,  usando o cruel exemplo dele, Avalone e de outros profissionais como o ex-presidente da ACEESP, Luís Ademar demitido pela Globo há poucos dias, profissionais que, com tanta experiência acumulada, estão lotados em veículos de comunicação de menor grandeza ou até fora do contexto profissional, justamente no momento em que são repositórios de grande experiência e sabedoria.

Quero falar da abominável invasão dos bárbaros, isto é, dos ex-jogadores, na profissão de radialista-jornalista, com seriíssimas consequências para a classe, um mau exemplo iniciado por Luciano do Vale na TV e por Osmar Santos no rádio, em prejuízo de toda uma classe. 

Você se lembra, Ademar, que escrevi isto e o critiquei por isto quando você ainda detinha o poder, pedindo-lhe providências em relação à invasão da horda?

Como nem você e nem ninguém da classe se mexeu para contê-los, Casagrande, o confesso seguidor de Lúcifer, tanto e quanto Júnior Capacete, Ronaldo Fenômeno, Ronaldo goleiro, Veloso, Muricy, Róger Flores, Neto (livre-me, Deus, dele e deles!), todos milionários,  tomaram de assalto a profissão. Por isto, demorou, mas, finalmente você foi despedido como tantos colegas pelo país.

Além desses tem ainda o conveniente Marsiglia, o curicano  Paulo César Oliveira, o sofrível Márcio Rezende, o suportável Caio e até aquele ex-zagueiro curicano Willian, sotaque caipira, sem a menor presença midiática, dicção ou improviso de fala, tanto e quanto centenas de outros "luminares da bola", ocuparam os poucos postos de trabalho existentes nos principais órgãos da mídia brasileira!

Agora que Gilmar Mendes (até nisto este mau brasileiro está metido), legalizou a imoralidade que permite aos oportunistas da bola, sem diploma ou formação técnica, de uma hora para outra se tornarem jornalistas, o imoral virou legal.

Doravante, qualquer indivíduo pode se tornar radialista e jornalista, sempre na contramão da existência das faculdades e universidades do ramo que perderam, completamente, suas finalidades. Só loucos (meu filho é louco) ousam cursar uma faculdade de jornalismo. 

Vejam todos e constatem que os milionários do futebol tomaram conta dos melhores cargos midiáticos (colunismo esportivo e comentarista de rádio e TV), mas os profissionais da mídia, definitivamente, não encontram brechas ou reciprocidades para ingressar nas novas profissões criadas pela bola. Quem tentou entrar se deu mal e não foi aceito! Pode? 

E, no entanto, os inocentes jornalistas (99% da classe) abrem os braços servil,  idólatra e subservientemente para receber todos os ex-jogadores, ex-técnicos e ex-árbitros contratados pelos veículos de comunicação (TV, rádio e jornais) a cada ano, sendo que alguns até sugerem e indicam os que podem ser os melhores nomes.

No tempo de Waldir Amaral na Rádio Globo havia um slogan que dizia: "lobo não come lobo, clássico é com a Rádio Globo".

Hoje na Rede Globo (literalmente e sob todos os aspectos) lobo come lobo, sim e não fica apenas por aí.

Lá tem também rato comendo gato, touro toureando toureiro e uma incontível inversão de valores típicas de um Brasil que, já faz tempo, definitivamente, acabou!

Voltando ao tema da isenção jornalística quero deixar claro que, por questões de formação e temperamento, sempre abominei a ação dos profissionais desprovidos de imparcialidade e neutralidade, ainda que atuassem pro Palmeiras, criticando-os nesse quesito, até, com alguma veemência. Roberto e Peruzzi, inclusive.

Em minha maneira de ver, sentir, analisar e interpretar os fatos, eu não conseguia compreender e nem admitir certas formas de jornalismo parcial ou dirigido a alvos específicos.

Em razão disso, confesso-lhes, durante todo o tempo em que exerci a profissão, sempre rejeitei e fiz severas restrições aos modelos deformados que me expunham e propunham, diversos de minha ética natural.

Orgulho-me, hoje, de dizer que em mais de cinquenta anos de profissão nunca, jamais e em tempo algum, identifiquei-me com qualquer time, trabalhei para qualquer time ou Federação ou fui ligado a qualquer clube ou dirigente! Oportunidades não faltaram...

Hoje, porém, diante de tantos fatos e circunstâncias a que tenho assistido e dos quais sou testemunha, ainda que sem concordar filosoficamente com o clubismo exacerbado de alguns saudosíssimos companheiros, ao menos já consigo entender, explicar e até justificar.

Por isto já não condeno mais, no tribunal de minha consciência, o parcialismo contundente de Peruzzi, as ações enérgicas do "Olho Vivo" Roberto Silva quando o assunto era Palmeiras, , tanto e quanto até a discretíssima tendência alviverde de Avalone! 

Concluo que eles, enfim, foram os únicos entre todos os cronistas palmeirenses militantes em São Paulo que ousaram defender abertamente um clube tão perseguido, tão agredido, tão prejudicado, tão vilipendiado! 

Hoje eu só posso dizer obrigado, sinceramente, aos três! Hoje, compreendo as razões que os levaram às posturas profissionais radicais pro clube que eu imaginava equivocadas!

Por extensão, também, entendo e compreendo, hoje, os porquês das omissões constantes de PVC, de Greco, de Betting e de outros cronistas palmeirense de menor expressão e estofo em relação aos assuntos do Verdão, sobretudo aqueles temas que exigem discursos duros e posições muito fortes.

Da mesma forma, também sei e compreendo (já faz tempo), a razão das opiniões sobre arbitragem ou bastidores de Noriega, invariavelmente contra o Palmeiras, sob quaisquer circunstâncias.

A minha conclusão é que a lei da sobrevivência profissional, num mercado cada vez mais restrito, invadido e estrangulado é que leva tantos profissionais a ter de agir politicamente em desacordo com seus princípios profissionais! Deploravelmente, chegamos a esse ponto!

Fiori Gigliotti e Osmar Santos, que, no coração eram palmeirenses, na profissão -por incrível que pareça- em vez de reagir contra o sistema capitularam e, convenientemente, se entregaram!

Ao contrário de PVC, Greco, Betting e Noriega, ambos tinham a força, decorrente de suas condições respectivas de líderes de equipe...

No entanto, mesmo assim, não se sabe se por conveniência ou necessidade,  aderiram ao sistema vigente e passaram a se identificar com o Curica, ainda que cientes e conscientes do estrago e do prejuízo que causavam ao time pelo qual afirmavam que torciam e amavam desde a mais tenra infância.


Osmar e Fiori, foram duas legendas de todos os tempos da narração esportiva de São Paulo e do Brasil. Sem medo de errar, ouso afirmar que nenhum dos atuais profissionais que militam, hoje, no rádio paulistano, nenhum deles, nenhum mesmo, (os do interior não os conheço) seria digno de segurar-lhes o microfone no quesito narração... 

Mas na hora da opinião, que desastre, que vexame, em face de suas tendências curicanas nítidas, abertas e cristalinas, sobretudo de Osmar, porquanto Fiori era um mestre na arte da prestidigitação verbal, isto é, da arte de falar muito por muito tempo mas sem dizer, absolutamente, nada. 

Osmar Santos, sem qualquer dúvida, o maior cara-de-pau da história da mídia brasileira, não só aderiu ao Curica, mas ajudou-o a crescer em proporções geométricas, sem se preocupar nem um pouco com o clube que dizia amar, que passou a ser relegado a terceiro, quarto, quinto, décimo ou milionésimo plano... 

Depois que Osmar conheceu o Curica de perto e externou sua ideologia esquerdista, o Palmeiras, para ele, pouco ou nada passou a importar, só o povão!

Na verdade, a julgar por entrevistas que ele concedeu na TV, uma delas ao Fantástico, ele parecia arrependido de ter nascido palmeirense. 

Propuseram-lhe em reportagem (vi e ouvi na TV com estes meus olhos que ainda enxergam) a escolha de um time de futebol-de-botão para um jogo entre Palmeiras e Curica e ele optou pela ralé.  Literalmente, voltou às suas origens!

Hoje, em todo o lugar por que passa, Osmar autoproclama-se um palmeirense-curicano ou um curicano-palmeirense, como se isso fosse lógico e possível!

Qualquer palmeirense que tenha um grama de vergonha na cara o desmascara, usando, simplesmente a vetusta expressão do Padre Quevedo suficiente para colocar um fim nessa demagogia, nessa mixórdia surrealista: isto não "equixiste"! 

Traduzindo, significa, isto não existe!

Até com uma camisa metade palmeirense e metade curicana  Osmar, um dia, teve o desplante de aparecer no Pacaembu em pleno dia de "derby".  

Essa foi outra inominável aberração que, ao menos a mim, transmitia esta mensagem subliminar: 

"O Curica é maior, mais forte, mais importante e atraente do que o Palmeiras, meu primeiro time. Pelo Curica arranquei metade de minha camisa palmeirense passei a torcer também por ele!

Em minha visão, só em decorrência de seu problema de saúde que a torcida do Palmeiras não o coloca onde merece e nem o hostiliza nos estádios, no que ela está, rigorosamente, certa.

Independentemente disto, quem conhece a história do futebol paulista lembra-se, perfeitamente, de sua nefasta atuação enquanto cronista...

Quem pode esquecer a sua pouca seriedade na condução dos programas, o seu excesso de brincadeiras com os entrevistados em assuntos de grande relevância, a sua condição de piadista contumaz, metido a cunhar expressões cuja maioria, não tinha, absolutamente, nada com nada e nem o menor nexo.

No entanto, entrincheirado no humorismo, na galhofa e em um jornalismo calculisticamente festivo e dirigido que o tornava uma espécie de Ibrahin Sued ou um Zózimo Barroso do Amaral do rádio esportivo, tenho de acrescentar:

Ao seu modo e do seu jeito, (tenho de reconhecer que, quanto à forma, brilhante) ele, de fato, acabou se tornando uma espécie de cronista social da bola, passando a abordar temas que pouco ou nada tinham a ver com o futebol. 

Na esteira dessa filosofia, ele, amigo íntimo de Sócrates, contumaz esquerdista, tornou-se o criador oficial do movimento denominado "Democracia Curicana" que projetou o Curica dentro e fora de campo, fazendo-o renascer das cinzas. 

Nem é necessário afirmar que este simples fato da duplicidade da camisa, muito compatível com a personalidade que ostenta, confirma integralmente que O.S. traiu as nossas cores e a rasgou nossa camisa ao meio.

Será que alguém que viveu aqueles tempos se esquece que, do espaço de uma hora de programa que ele apresentava (de 18 às 19H) na Rádio Globo AM, o "Globo Esporte", ele dedicava, no mínimo, 40 minutos ou mais para o Curica?

E o fazia sob a fantasiosa alegação de que a "mulambada" tinha uma torcida que, juntadas as outras quatro, Palmeiras, Bambis, Peixe e até a Portuguesa, conseguia ser maior! Equivocada constatação!

Mas ele, genial na narração (quanta voz, quanta criatividade e quanto talento desperdiçados pela míope visão clubístico-partidária ou, vá lá saber, por intere$$e$ pe$$oais), não foi feliz também na escolha do caminho político que trilhou.

Osmar, cujo cognome "pai da matéria" foi copiado do bordão de Valdemar Fiúme, jogador do Palmeiras campeão do mundo em 1951 e denominado "O Pai da Bola", adorava brincar de Deus.

Gabava-se em pleno ar de antever os fatos mas entre as muitas coisas que não previu (ou será que previu e se omitiu?) foi o destino político do Brasil que ele próprio ajudou a alterar, metamorfosear e, principalmente, desvirtuar através de uma militância cega de esquerda totalmente desprovida de bom-senso!

Hoje, analisando a situação da política brasileira (Osmar foi o locutor oficial das "Diretas Já", movimento político que Lula e o PT ajudaram a criar e faziam parte da liderança) eu começo a ligar as peça$ desse quebra-cabeça$ pois as consequências para nós, meros mortais e para o povo brasileiro estão aí, abertas, às escâncaras, graças à Operação Lava-Jato, em que todos podem ver e, pior  ter de sentir, infelizmente, na própria pele.

Detentor de um imenso prestígio e de tanto poder, ele, na qualidade de um dos melhores narradores do país, acabou se tornando o locutor principal da TV Globo, a matriz, onde não ficou, imagino, porque a arrogância e o poder o transformaram inicialmente em um deslumbrado...

Do deslumbramento ao "coquetismo profissional" foi um passo para que viesse a se tornasse um chato de galocha, e, finalmente, uma ilha, verdadeira ilha de fantasia, cercada de puxa-sacos por todos os lados. 

Será que todos esses amigos aproveitadores de outrora enviaram-lhe sequer um Whats-Up no ano que findou? Sou convicto de que não pois o mundo é cruel, muito cruel, como dizia outro grande narrador de TV que esqueci de mencionar, Januário de Oliveira, do Rio de Janeiro.  
Como narrador não classifico Osmar como o melhor de todos. 

Coloco-o, porém, com muito destaque, no panteão dos melhores, mas esta é apenas uma opinião que sustento, respeitadas todas as outras. 

Concorria com o vetusto Fiori sem, entretanto, disparar na audiência. Apesar da idade provecta Fiori ainda era o poeta Gigliotti de quem a massa tanto gostava e se recusava a deixar de ouvir. 

Da mesma forma, pelo Brasil havia uma coleção imensa de espetaculares narradores  e rádio.

Quem ouviu Fiori na década de 50 sabe que, ao menos em Sampa, Fiori foi, entre todos o melhor, mas ao lado Edson Leite, de Pedro Luís e de Geraldo José Almeida, os maiores expoentes da narração esportiva paulistana desde que o "speaker metralhadora", o jundiaiense Nicolau Tuma inaugurou as transmissões de futebol pelo rádio na capital dos paulistas na década de 30, há quase 90 anos.

Depois deles, surgiu o espetacular Haroldo Fernandes que começou a carreira imitando Geraldo José de Almeida até firmar o estilo próprio e inconfundível que o tornou também um dos melhores locutores brasileiros de todos os tempos.

Em seguida surgiu uma nova geração de jovens relatores cujos expoentes foram o saudoso araraquarense Enio Rodrigues, o barretense Marco Antônio, o sãocarlense José Carlos Silva três de meus bons e inesquecíveis amigos da mídia.

No Rio de Janeiro ainda reinavam o mineiro Jorge Cury (a voz mais conhecida do país, dos anos 40s até a sua morte em acidente de carro em 1985), meu grande e particularíssimo amigo apesar da diferença etária), o paulista de Marília Doalcey Benedito Bueno de Camargo e  o verdadeiro "garotinho" José Carlos Araújo de quem um político inescrupuloso e radialista surrupiou o apelido. Até apelido, se necessário, eles levam, hahahahahaha.

Em BH havia o extraordinário Vilibaldo Alves (um Pedro Luís mais rápido, voz mais bonita, possante e muito mais vibrante) e Jairo Anatólio Lima uma espécie de Fiori Gigliotti das Alterosas, locutor antigo, preciso e de narração fidelíssima sempre em cima do lance, tanto e quanto aquele que foi o mais perfeito, tecnicamente, entre todos os locutores, o legendário Pedro Luís Paoliello, mineiro de São Tomás de Aquino.

Em Goiânia Jota Júnior (Vai buscar lá dentro - Leão, Félix, Raul - mencionando o goleiro que sofreu o gol-, um outro Jota, o mais velho, o original, inventor da frase de efeito após os gols, copiada depois em todo o Brasil.

Da Bahia ao Ceará, do Ceará a Recife, como esquecer o fantástico Ivan Lima, voz padrão da narração esportiva nordestina, um dos mais completos narradores da história do rádio no Brasil...

Em Natal, Roberto Machado, voz cheia, baritonal, extraordinário comentarista, até hoje vivo e, assim como eu, testemunha visual e auditiva de tudo o que estamos relatando...

Em Porto Alegre Armindo Antonio Ranzolin, o sucessor de Pedro Carneiro Pereira, que, por sua vez, sucedeu o professor Mendes Ribeiro o maior nome gaúcho  da locução esportes na era do rádio...

Querem mais? 

Havia também o Resende da Rádio Gaúcha, "um gago que narrava demaaais", que relatou o Pan-Americano do México, vencido pelo Brasil na década de 50 e titular da emissora por muitos anos, tanto e quanto outro globetrotter, o paranaense Willy Fritz Gonser (falecido aqui em BH no ano passado, 2017) que era o chefe de esportes e titular da Jovem Pan quando Osmar foi contratado...

Escrevi todos esses nomes para mostrar que Osmar Santos, fenômeno paulista que acabou se tornando, também, um fenômeno nacional não estava sozinho e tampouco reinava absoluto nos "dials" brasileiros como muitos de seus seguidores costumam, irresponsavelmente, afirmar... 

Não cito essas coisas objetivando diminuir a importância, o talento e as qualidades de Osmar, mas apenas para mostrar que o rádio de meu tempo era extremamente rico em talentos, cada qual em seu quadrado. 

E olhem que eu nem citei os narradores do interior de São Paulo daquela época como José de Alencar, de Presidente Prudente e Rio Preto, Elton Pimenta e Nelson Antonio, o Nag de Ribeirão Preto e Catanduva ou o esplêndido Hans Kláus de Limeira...

Da mesma forma não citei os narradores de TV como Luciano do Vale, Silvio Luiz e volto a citar Marco Antonio Matos agora como narrador de TV (um dos mais completos e perfeitos que conheci) e outros que, pelo simples fato de narrarem em TV, eram mais conhecidos e prestigiados. 

Amo o rádio, sou extremamente grato ao rádio, mas, tenho de reconhecer, a TV (para a qual não migrei definitivamente, porque o rádio de meu tempo pagava muito mais) é, hoje, um veículo de muito maior importância e abrangência pois se trata de uma mídia completa com som e imagem, constituindo-se, ao menos para mim, na mídia das mídias.

Eu gostaria muitíssimo de reverenciar Osmar, de elogiá-lo e cravá-lo de loas, mas num blog ironicamente dirigido ao Palmeiras, como destacar ou enaltecer alguém que aderiu ao maior adversário?

Como celebrar o demagógico criador da "democracia curicana" de Sócrates, de Zenon, do amante de Lúcifer (leia até o fim e descubra quem assim se confessou), de Vladimir, do sindicato dos boleiros e de outros menos votados?

Retornando ao Jota Júnior atual, o Jota Júnior do Sportv, tinha de ser Jota, na transmissão de Palmeiras 5x0 Moto, o primeiro e único profissional a divulgar a épica conquista palmeirense da Super-Copa São Paulo dos clubes campeões, a mais importante entre todas até hoje realizadas.

Aliás, fosse essa competição ganha pelo Curica ou pelos Bambis e a mídia jamais discutiria o fato de anexá-la aos títulos dos dois maiores adversários do Palmeiras.

Embora sem aquela contundência capaz de deixar claro que "a mídia desavisada" tem a obrigação de parar de dizer que o Palmeiras não é e nunca foi Campeão de uma Copa São Paulo de Juniores, Jota, ao menos, mencionou o fato e o fez, reconheça-se, com capricho, ênfase e destaque.

Da mesma forma "a mídia desavisada" está tendo de engolir os títulos do Mundial  de 51 reconhecido pela Fifa, um do Brasileiro e outro da Copa Brasil num mesmo ano (1960) porque a CBF teve a coragem de proclamar e, sobretudo, de sustentar a verdade.

No entanto imbecis de diploma e muitos ex-jogadores que invadiram e tomaram de assalto a profissão de jornalista, escolhidos sempre pelo critério de terem atuado no Fla, no Curica ou nos bambis, continuam afirmando e garantindo que não! 

Estupidamente, eles (que não vivenciaram os fatos, posto que não eram, sequer, nascidos àquela época) passam um atestado público de ignorância ao afirmar que o Palmeiras não foi Campeão Brasileiro duas vezes em 1960 porque nenhum time pode ser campeão brasileiro duas vezes no mesmo ano, quando a própria CBF oficializa e dá divulgação ao fato.

Um dos defensores dessa tese furadíssima é Casagrande, que noves fora ter reconhecido a legitimidade do título mundial palmeirense de 1951, discorda em relação aos títulos de 1960. 

Mas como crer nele que disse claramente em entrevista a uma rádio paulistana que dá mais importância e prefere a filosofia de Lúcifer à de Jesus. 

Isso explica alguma coisa?  

Ou faz mister que se acrescente algo mais, um rotundo "vade retro", invasor? 
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Atenção, todos:

Como a postagem acima é longa e exigiu muito trabalho vou deixá-la aberta também nesta quinta-feira, para quem não teve a oportunidade de ler, ontem, 4ª feira. 

Com a volta do campeonato vamos voltar nossas atenções apenas para o time e sua participação no Paulistão e na Libertadores.

Quem quiser levantar novos temas e comentar sobre outros assuntos, por favor, o faça! O tema é livre! 

Abraços (AD)