Observatório Alviverde

23/03/2010

QUANDO BRIGAM AS COMADRES APARECEM AS VERDADES!

A explosão juvenil, imatura e passional de Marcos, abre ensanchas para que o Palmeiras, novamente, seja passado a limpo.

Não fosse a presença indesejável do Dr. Cipullo no depto de futebol, já estaria em pleno curso o processo revisional palmeirense, para a melhora do elenco e a volta do futebol em alto nível.

Na verdade, o homem que manda mais do que Belluzzo, não parece desejar qualquer alteração no fracassado projeto do time futebol, umbelicalmente ligado à Traffic, e esta, epidermicamente ligada a Cipullo.

Quando este blog e outros insurgiram-se contra a decisão do presidente de dispensar Muricy, por sugestão ou a mando de Cipullo, sabíamos o que estavamos falando.


Hoje, Cipullo abriu fogo contra Marcos a quem acusa de atirar gasolina sobre a fogueira verde que arde nos bastidores palestrinos, tachando-o de incontrolável.

Incontrolável? Nem os chamados "bad-boys" do futebol brasileiro, nem Edmundo, nem Edilson, nem Vampeta, nem Viola, nem ninguém foram incontroláveis, quanto mais Marcos. Isso só pode ser uma brincadeira!

Nem Almir pernambuquinho, o rei das confusões, o jogador mais valente, mais bravo, mais rixento, mais briguento e mais marrento da história do futebol brasileiro era incontrolável, quando as equipes que defendia tinham diretores de personalidade no Depto de Futebol.

Ao acusar Marcos de incontrolável, Cipulo assume, publicamente, a sua tibieza, indecisão e impotência na resolução de crises comportamentais dos atletas, principalmente os de renome.

Se, como Cipullo insinua nas entrelinhas, Marcos é useiro e vezeiro em criar situações difíceis para o clube, por que, até hoje, não foi punido exemplarmente?


O problema, pelo que se denota, não é Marcos, mas o próprio Cipullo. Senão, vejamos.

Cipullo sabia, tinha plena consciência dos problemas que assolam o futebol do Palmeiras?

Ao menos teve o interesse de tentar descobrí-los através de Marcos, um atleta veterano de militância antiga e exemplar no clube e respeitabilidade e confiabilidade comprovadas?

Foi feita alguma reunião para a lavagem de roupa suja, visando a apurar e a resolver os problemas?

Foi realizada alguma acareação entre os jogadores?


Conclusão:

Se Cipullo não sabia, é um desinformado! Qualquer um sabia, eu, inclusive...

Se já sabia, por que não tomou, ao menos, as providências mais elementares?

Agora, como que para preservar-se de inevitáveis críticas à sua pífia administração, Cipullo tenta desviar o foco do assunto, incluindo na discussão o ex-técnico Muricy Ramalho.

Dispensado já há 40 dias, Muricy torna-se o bode expiatório de Cipullo que o culpa de forma absolutamente injusta por toda essa mixórdia de fatos e consequencias que estão levando o time à derrota e a torcida ao desespero.

Um portento, o Sr. Cipullo. Quer livrar-se da responsabilidade debitando a Muricy a conta inteira dos fracassos palmeirenses em 2010.

Certamente julga-se professor de Maquiavél e mentor intelectual de "O Principe" a julgarmos por sua ladinice em querer arrolar o ex-técnico em uma questão na qual Muricy foi, de fato, apenas e tão somente uma grande vítima.


Quem não sabe que Cipullo odiou a dispensa de Luxa e lutou para que tal não ocorresse?

Se houvesse um grama de brio, vergonha ou auto-estima em nossos dirigentes, Luxemburgo jamais teria colocado novamente os pés no Palestra.

E, no entanto, Cipullo foi buscá-lo, guindando-o ao cargo com toda pompa e circunstância.

Contra o pensamento da torcida Cipullo trouxe de volta o mercenário estrategista.

O Palmeiras não merecia semelhante praga!

Os antecedentes de Luxa incluiam no pacote o maior vexame da história do clube, a nossa queda para a segunda divisão.

Mas Cipullo concedeu-lhe carta-branca, ampla liberdade para contratar, autonomia completa para trabalhar e para fazer o que bem entendesse e o que bem lhe aprouvesse no futebol do Palmeiras.


Assim, no desmoralizado organograma funcional palmeirense, Luxa mandava mais que Cipullo, que mandava mais que Belluzzo, exceto nos momentos em que esteve em jogo a vaidade pessoal e o presidente impôs o peso do cargo.

Com a conivência e apoio de seu diretor de futebol, Luxa extrapolou e trabalhou sempre em conluio com a parceira, em detrimento visível aos interesses da S.E.Palmeiras.

Recheou o time de profissionais medíocres e sempre escalou os jogadores da Traffic, nos bons e nos maus momentos, ignorando, simplesmente, os atletas de propriedade do clube, com raríssimas exceções.


O auge desse torvelinho de mediocridade e interesses escusos, culminou com a venda estúpida e estabanada de Valdívia.

O único craque da equipe, foi cedido ao futebol árabe, a mando do próprio treinador que parecia incomodado com a presença de alguém que o superava em importância e prestígio junto à coletividade alviverde.


Belluzzo, faça-se justiça, teve ao menos o "feeling" de sentir a influência nefasta de Luxa.

Economista que é, percebeu que o Palmeiras estava sendo usado e não passava, exclusivamente, de um fiel depositário do patrimônio da Traffic, com a conivência de seu espertíssimo treinador.

Essa, na realidade, foi a razão determinante da saída de Luxemburgo, embora o motivo alegado tenha sido a quebra da hierarquia pelas declarações acerca do inexpressivo Keirrison.

Só um ingênuo acredita que Muricy não estava contratado ou, ao menos, contatado, na hora H da dispensa amadora, imediata e tresloucada de Luxa.

Com tudo, por tudo, e acima de tudo, aquele não era um momento favorável para a troca de treinador.

Qualquer presidente que se sentisse desautorizado chamaria o técnico a sua sala para uma conversa informal, para uma lavagem de roupa suja...

Desencaixar tanto dinheiro para indenizar um treinador que não vinha tão mal no campo por uma "cápsula de minúcia" no terreno das relações patrão e empregado, não tem outra explicação: a um primeiro olhar, foi uma baita, uma enorme i-r-r-e-s-p-o-n-s-a-b-i-l-i-d-a-d-e.


Como no futebol tudo é nebuloso e, às vezes, até, surreal, há a hipótese do presidente ter descoberto alguma crassa irregularidade na incestuosa relação Palmeiras/Traffic/Luxemburgo.

O imediatismo automático da demissão de Luzemburgo sob a fútil e descabida alegação de quebra de hierarquia, deixam no ar um certo odor de podridão.

Quebra de hierarquia e desrespeito são capitulos inseridos na CLT. Luxa deveria ter sido punido e não premiado com uma dispensa que previa uma polpuda indenização, de dimensão lotérica.

Por que o Palmeiras não tomou as providências legais para puní-lo? Foi por medo, conveniência ou covardia?

Por que não solicitou rescisão contratual na Justiça do Trabalho, se havia motivos para tal?


É honesto e imperioso que se ressalve: Cipullo não queria a demissão de Luxa, concretizada por iniciativa e ato do próprio presidente.

Na ocasião, como é de seu feitio, Cipullo não gostou, mas, mesmo contrariado, chegou a prestar algumas entrevistas de apoio ao presidente.

Mas ficou, como os fatos posteriores vieram a comprovar, à espreita de uma chance de vingar-se da afronta, devolvendo tudo ao presidente na demissão de Muricy.

Dizem que a vingança é um prato que se come frio, mas Cipullo, não teve paciência para tal.

Iniciou bem cedo a fritura do treinador, continuando-a, ininterruptamente, até o fim e saboreou um prato bem quente do cardápio das vaidades humanas.

Quem perdeu foi o Palmeiras, mas isso, certamente, não lhe interessa!

Dizem que Cipullo fritou Muricy não só por desagravo à dispensa de Luxa, como, principalmente, por ver os seus interesses pessoais e os da parceira contrariados por um técnico politicamente correto mas teimoso e obstinado em sua ação de dar vôo próprio ao Palmeiras.

Quem não desconfia que as contratações não chegaram no tempo esperado por Muricy, a fim de que o ele não conseguisse se encaixar no Palmeiras, para que se use a mesma expressão de Cipullo, ontem no programa da TV Band?


Hoje, decorrido tanto tempo, ainda nos vem a cabeça o episódio que culminou com as demissões intempestivas de Obina e de Maurício quando do Gremio x Palmeiras no 2º turno do Brasileirão.

Cipullo sabia que o elenco era pequeno, que não tinhamos opções ofensivas, mas, ainda assim, fez questão de dispensar os dois jogadores ainda no vestiário, sem o menor constrangimento.

Obina e Maurício erraram, mas. lá mesmo no camarim, já haviam feito as pazes com o apoio unânime e inconteste dos companheiros.

Todos sabiam do grave erro dos dois colegas, mas tinham o amadurecimento e o discernimento que Cipullo e Belluzo não têm, e colocaram o lamentável episódio abaixo dos interesses do grupo.

Cipullo e Belluzzo, não! Emprestaram uma importância exagerada ao fato e tudo culminou com as dispensas traumáticas de Obina e Maurício, a poucos jogos das decisões do titulo e da vaga na Libertadores.

Pela atitude atrabiliária de Cipullo, um verdadeiro tiro no pé, o elenco, que já estava arrasado do ponto de vista psicológico, baixou ainda mais a cabeça e sucumbiu pelos desvãos do desequilíbrio emocional.

Foi um horror. Deu no que deu!


Não teria sido essa, outra jogada maquiavélica para engessar, imobilizar e inviabilizar o trabalho de Muricy, que com tantas contusões no elenco promovia sequentes improvisações de escalação e já nem tinha mais quem escalar?

E se querem saber mesmo, em meu entendimento, a razão primacial da demissão de Muricy foi, sem qualquer dúvida, a sua tentativa de sanear o elenco e de escalar os melhores profissionais, independentemente de serem ou não propriedade da Traffic.

Em outras palavras, pagou o pato por contrariar os grandes interesses que continuam rolando paralelamente ao nosso futebol, altamente prejudiciais ao próprio Palmeiras.

E, se perguntar não ofende, como deveria se sentir Cipullo quando Muricy afirmava reiteradamente pelos microfones e câmeras mais representativos do país, em circuito nacional, que o Palmeiras podia ter um time, mas não dispunha de um elenco qualificado?

Com todo o dinheiro investido por Luxa e por ele na aquisição de tantos bondes, as declarações do técnico deviam soar como a exibição pública de um atestado de incompetência.

Mas Belluzo não captou o recado, ou, se captou, fingiu que não entendeu!

NOTAS FINAIS:
O que se comenta é que Marcos e Diego estão brigados a sangue e a fogo.

Que no ano passado Danilo e Diego se atracaram e sairam na mão em pleno vestiário no intervalo de um jogo.

Que Marcos entrou para apartar e na discussão que se seguiu, teria dado apoiado Danilo.

Que, a partir daí, Diego e Marcos não tiveram mais o mesmo relacionamento.

Que Marcos começou a cobrar violentamente Diego no campo, nos treinos e pela imprensa.

Quando Marcos falou no potencial de Diego como o craque e termómetro do time, no fundo aquilo representava uma crítica às oscilações e irregularidade do companheiro.

Quando Diego fez o gol contra o Santos, virou-se para o gol em que estava Marcos e ficou batendo no braço para dizer que ele tinha sangue nas veias.

Que Marcos, à distância, aplaudiu o companheiro e disse que tinha de ser assim mesmo.

Alguns dizem que Marcos e outros jogadores estariam ressentidos porque a diretoria voltou a aumentar no início deste ano o salário de Diego quando ele insinuou que iria para o Flamengo.

Esse ressentimento existia em relação a Vagner Love, também pelo elevadíssimo salário que recebia. Havia também um grupo de jogadores ligados a Love que agora está sem saber se pende para o lado de Marcos ou de Diego.

Que a boleirada não gostou da bronca que Ewerthon deu em Lenny à frente as câmeras de tv em Belém, no jogo contra o Paysandu e exigiu que ele pedisse desculpas ao companheiro.

Que o ambiente anda pesadíssimo e incontrolável, inadministrável.

Se as coisas estão assim, quem permitiu que chegassem a esse ponto?

DEIXE A SUA OPINIÃO