Observatório Alviverde

08/03/2015

A ÚNICA COISA BOA DA ESCALAÇÃO DO MISTÃO FOI MOSTRAR QUE OSWALDO ESTÁ CERTO E A PARTE DA TORCIDA E DA MÍDIA QUE O CRITICA, REDONDAMENTE ENGANADA!

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Eu sei, antecipei -todo mundo sabe- de quem partiu a idéia de jerico que levou o Palmeiras a se arriscar, desnecessariamente, e usar um time misto contra o Braga: de alguns setores da mídia!

Tive o desprazer de acompanhar, em programas de TV, -quinta e sexta-feira-, discursos de aconselhamento a Oswaldo, instando-o a escalar um mistão contra o Braga.

O objetivo seria "descansar" o elenco, após o "imenso sacrifício" decorrente da "conturbada" volta da viagem a Vitória da Conquista, via Ribeirão Preto. É preciosismo (frescura) demais para o meu modesto entender e a minha maneira antiga de ler futebol!

Quando atuantes curintianos, bambis e sereias da mídia (só os cronistas ditos palmeirenses cultivam ser isentos) aplacam (aparentemente) a ira, aliviam as críticas, abrandam as censuras, maneiram nas críticas e aconselham o clube a poupar jogadores, existem motivos que os levam a agir assim.

No fundo, no fundo, os caras não estavam (nem estão) mais suportando as quatro vitórias sequentes do Palmeiras no Paulistão, 3 x 0 Rio Claro, 1 x 0 São Bento, 2 x 0 Penapolense,  2 x 0 Capivariano, pois perderam de vista o "saco de pancadas". Com o 1 x 0 de ontem, já são cinco vitórias em sequência e isso é letal para eles.

Vejam como são sectários e sem-vergonhas, muitos deles. Após a goleada do Palmeiras sobre o Vitória da Conquista, que determinou a eliminação útil, desejável  e precoce do adversário baiano, logo no primeiro jogo, muitos usaram câmeras e microfones para afirmar que o Palmeiras houvera sido "otário" de matar o jogo na Bahia, pois poderia ter um jogo de volta que renderia, por baixo, um milhão e seiscentos mil reais aos cofres do clube.

Pois, coincidentemente, essas vozes que queriam que o Palmeiras jogasse mais uma vez, arriscando-se a uma zebra, por uma renda que não resolveria os problemas financeiros do clube e nem o tornaria mais rico ou mais pobre, não se preocuparam nunca, se o Palmeiras iria ou não ter de mobilizar o elenco durante quase uma semana visando a um jogo desnecessário. 

Quem são eles para dizer, em seguida, que o time tem de se poupar e que não devia entrar com os titulares contra o Braga?

Como se nota, não houve um pingo de sinceridade quando falaram em o Palmeiras poupar jogadores, pois fica muito claro que o que eles desejavam, ardentemente, é que a série de vitórias do Verdão no Paulistão fosse seccionada, interrompida.

De nada adiantaram tais elocubrações, pois o Verdão, ainda que com sacrifício e com um time desentrosado, conseguiu jogar melhor que o adversário, mesmo que sem a necessária profundidade ofensiva que o levasse aos gols.

O importante é que o time venceu e sustentou a boa série de vitórias,  importantíssima,  pois tem proporcionado ao time o espírito de vencedor. É com isso que eles querem acabar.

Oswaldo, num primeiro momento, conforme publiquei, ontem, recusava-se a poupar os jogadores e esse era o caminho certo. O velho ditado que diz "que em time que está ganhando não se mexe", nunca foi tão pertinente e atual.

Inexplicavelmente, de uma hora para outra, não se sabe porquê, talvez premido por forças ocultas, ele mudou de posição e acabou cedendo. 

O Palmeiras, time ainda em formação, que, sequer, conseguiu escolher os onze titulares,  não pode ficar dando-se a esse tipo de luxo!

A partir daí, desnecessariamente, correu riscos, entrando em campo para enfrentar o Bragantino, representado por um incerto mistão.

Teria sido por livre e espontânea pressão de Alexandre Mattos que Oswaldo capitulou? É possível, é possível! 

Pois fiquem todos sabendo que Mattos, conquanto profissional e inteligente, é novo, não é o dono da verdade e tem muito a aprender, ainda, nessa intrincada matéria que se chama futebol.

A tese de poupar jogadores, servilmente copiada pela mídia ao futebol europeu, virou febre e tomou conta do futebol de São Paulo.

O assunto está na boca de nove entre dez  jornalistas, como um discurso pronto para os clubes que disputam, paralelamemte, duas competições.

A turma da mídia quer fazer dele um paradigma de comportamento para as equipes disputam torneios concomitantes, quem sabe para sonhar que está cobrindo um jogo do Barcelona ou do Real Madrid.

Antigamente quem participasse da imprensa, tinha como objetivo cobrir um Palmeiras x Curintia, um Fla/Flu, um Grenal ou os clássicos que envolviam os chamados grandes do futebol brasileiro...

Porém, a submissão cultural, que extrapolou todos os limites, já chega, ao ponto de os caras terem como objetivo cobrir os jogos que ocorrem na Europa. Sem saber bem porquê, de repente ocorreu-me a idéia  que tem viagem internacional e diária em euros.

De há muito que o futebol brasileiro, via de consequência, não passa de coadjuvante no cenário mundial, pois perdeu as suas raízes e a própria identidade. Mas se esquecem, todos, que o futebol sul-americano, entre os quais o brasileiro, faz a força e o prestígio do futebol europeu, circunscrito  a uma ou duas equipes de ponta em cada país.

Foi-se a época, no Brasil, em que os times eram grandes e sabíamos de cor as suas escalações. 

Que time do Palmeiras, em todos os tempos, ganhou mais do que este?

 Leão, Eurico, Luiz Pereira, Alfredo e Zeca. Dudu e Ademir. Edu, Leivinha, César e Nei, mais o maior reserva da história do futebol brasileiro em todos os tempos, Fedato.

Com Brandão, não tinha essa de poupar ninguém, a não ser um ou outro jogador, em situações especialíssimas.

E, no entanto, esse time, coletivamente o melhor da história recente do Palmeiras, está longe de ser, do ponto de vista técnico-individual, o melhor, desde que me conheço por gente, da década de 50 aos dias de hoje.

A primeira academia, Valdir, Djalma Santos, Djalma Dias, Valdemar e Scotto. Zequinha e Chinesinho. Julinho, Américo Murolo, Vavá e Rinaldo (entre várias formações) foi melhor, tanto e quanto o time montado por Otacílio Ferreira e treinado por Luxa, da década de 90, cuja escalação nem é necessário repetir.

Qual foi, então, o segredo do time de Brandão? Simplesmente, o entrosamento!

Como se adquire entrosamento? Simplesmente jogando junto o maior número de vezes e pelo maior tempo possível, definidas, primeiro, as individualidades do time que se quer treinar.

Ontem, contra o Braga, o Palmeiras, simplesmente, perdeu tempo.

É bem verdade que foram dadas as devidas oportunidades a vários jogadores, mas nenhum deles evidenciou em campo que é melhor do que o titular de sua posição, o que nos leva, por dever de consciência,  a referendar as escolhas de Oswaldo, até agora.

João Pedro, que eu tanto gostaria de ver no time principal, jogou mais do que Lucas, ontem, no contexto do time e na dualidade apoio e defesa ? Não!

Victor Ramos jogou mais do que Tôbio? Não!

Jackson esteve bem, mas está longe de ser um Vitor Hugo!

João Paulo esteve muito bem, mas não teve o trabalho reconhecido, ontem, contra o Braga e nem terá.

É claro que com Zé Roberto o setor fica mais bem servido e até com Victor Luís fica melhor, mas o garoto da base só será lateral emergencialmente, visto que Oswaldo o enxerga como mais um meio-campista.

Não tenham dúvidas de que a sina de João Paulo, por melhor que se apresente, será a de suceder Luan e Rivaldo (o genérico) como o novo Judas Iscariótis do Palmeiras. Maicon Leite vai, por enquanto, vai lhe fazer companhia.

Em relação ao meio de campo, não existe qualquer dúvida de que os titulares, Gabriel, Robinho, Allione e Arouca (quando chegar ao ponto) fazem um setor muito mais forte do que Amaral (Victor Luís), Renato, Zé Roberto e Rafael Marques.

Em relação ao ataque, como comparar Dudu e Cristaldo (ambos, cada dia se entendendo melhor) com Maikon Leite e Leandro Pereira?

Aliás, Maikon Leite, completamente sem confiança, é um atleta que, apesar de seu grande potencial, já está completamente queimado pela torcida.

O Palmeiras deveria negociá-lo assim que surgisse um bom negócio, porque a torcida não vai proporcionar condições psicológicas para que ele se recupere e venha a render satisfatoriamente.

Em resumo, a tese de poupar jogadores que a mídia, simplesmente, copia do que vê na TV, do futebol europeu, mostrou que não se aplicava, ontem, ao Palmeiras.

Além de arriscar-se a perder pontos há que se considerar que o Palmeiras ainda não garantiu a classificação e terá de lutar para ter mais pontos do que os adversários visando às vantagens das próximas fases do Paulistão.  

Fossem os bambis ou os gambás, a tese seria, até certo ponto, útil e factível, haja vista o grau de dificuldade, muito maior, que essas equipes enfrentam em longas viagens e confrontos internacionais.

Ainda assim os técnicos dessas equipes poupam, pontualmente, apenas alguns jogadores mais veteranos ou aqueles que mereçam cuidados especiais.
 


Aliás, se mal pergunto, por que a mídia não fez campanha para que o Santos, (que a exemplo do Palmeiras disputa a Copa do Brasil e será nosso adversário quarta-feira), poupasse o time titular no jogo de hoje contra o Botafogo que, por sinal, será na "longínqua" Ribeirão Preto? 

Ou só o Palmeiras desconhece que existem as vias Anhanguera e a Washington Luiz e retorna a São Paulo por estradas vicinais?

O que se pode dizer, ao final de todo esse embrulho é que ficou muito claro que duas lições podem ser tiradas, a propósito do desnecessário jogo de ontem em que o Palmeiras lançou em campo um time misto:

primeira: Oswaldo está certo! 

Até que experimente Valdívia e Xavier os jogadores que escolheu para a titularidade provaram que são os melhores.

segunda: Gabriel de Jesus tem condições de entrar no time principal!

Independentemente do que afirma a mídia e a parte elitista da torcida do Palmeiras, Gabriel de Jesus tem de jogar sem essa de que ele pode se queimar.

O Palmeiras precisa aprender com os times mineiros que lançam os jogadores novos sem receios ou medos e, em razão disso, colhem, sempre grandes frutos.

Gabriel de Jesus, em pouco tempo, poderá ser o homem de área que não temos há tanto tempo e com o qual tanto sonhamos. (AD) 

NA TV

Excelente a transmissão de Linhares Júnior, que supera, muito, o titular do Sportv

Linhares foi preciso no relato o tempo todo e proporcionou um audiovisual que deixa o telespectador satisfeito e realizado. 

Um conselho: ele precisa se cuidar porque as vezes acelera a narração (ele está fazendo tv, não rádio) até em jogadas que ocorrem no meio de campo. Não pode dar uma de Téo José!

Não citou o Cu-rintia nenhuma vez (isso é raro) por não haver notícias que justificassem qualquer menção e respeitou o torcedor do Palmeiras o tempo todo.

Se o Sportv (eles não vão fazer isso nunca) deixasse Linhares como locutor oficial dos jogos do Palmeiras, ou o colocasse para narrar a maioria deles,  aplacaria, em parte, a raiva da torcida palmeirense em relação à Globo.

André Hernan esteve bem nas reportagens e deu até uma boa informação sobre Valdívia. 

Muitos não gostam desse repórter, mas devo dizer que o respeito, porque ele não faz perguntas óbvias e age com os curintianos, sãopaulinos e santistas da mesma forma que age em relação aos palmeirenses.

Noriega foi pouco acionado, mas, como sempre, esteve bem na análise do jogo. 

Discordo, frontalmente, de sua tese de N-E-C-E-S-S-I-D-A-D-E de poupar jogadores por alguns motivos (nem todos são direcionados a ele) expostos na postagem! (AD).

PS: material postado com pressa, sem copydesk