Observatório Alviverde

24/02/2011

A MAGRA VITÓRIA EM TERESINA NÃO FOI O MELHOR RESULTADO PARA O TIME, MAS FOI O MELHOR PARA A DIRETORIA PALMEIRENSE.

 

Há um visível contraste entre os sentimentos de Felipão e seu grupo de jogadores e os de Tirone e seu grupo de diretores.

Felipão e turma deixaram o estádio Alberto Silva tristes e chateados pela necessidade de um segundo jogo contra o Comercial de Campo Maior, quarta-feira que vem, no Pacaembu.

Não vi e ninguém me contou, mas aposto que os suados dois a um, foram o resultado ideal para a diretoria.

Sem dinheiro em caixa, Tirone antevê a boa perspectiva de um faturamento extra que possa fazer tilintar os cofres do clube.

Com o resultado em mãos e jogando em casa diante de um time semiprofissional e, tecnicamente,  limitado, o Palmeiras tem tudo para, empatando ou  vencendo, se classificar, com algo mais a faturar..

Entretanto, há algumas perspectivas de o tiro sair pela culatra, na medida em que o Palmeiras, joga, domingo,  o “choque-rei”, na casa do adversário.

Com toda a sinceridade, eu não aponto o Palmeiras como o favorito para o grande clássico contra os bambis.Explico porquê!

Além da tradicional “zica” que enfrentamos, tradicionalmente, contra esse rival, há o problema das arbitragens facciosas que  costumam decidir o jogo sempre em favor do time da ditadura (quem não se lembra?)

Além disso, o Palmeiras está mais acostumado a perder do que a ganhar do São Paulo, principalmente quando atua no Morumbi e, particularmente, em jogos do Paulistão.

Na hipótese de um resultado desfavorável contra os bambis, e é grande a possibilidade de ocorrer, o torcedor palmeirense ficará decepcionado e não terá motivação suficiente para comparecer massivamente ao Pacaembu na quarta-feira a fim de assistir ao Palmeiras X Comercial.

Que Tirone e a diretoria rezem por uma vitória, ou, no máximo, um empate, pois, em caso contrário, o Palmeiras vai atirar contra o próprio pé. Ficará sem a sua parte da boa renda de Teresina e amargará, na certa, um grande prejuízo.

Além disso existe outra história no contexto, que é aquela de o Palmeiras reabilitar enfermos, ressuscitar defuntos e de ser o protetor dos fracos e oprimidos do futebol brasileiro, entregando, em campo, a sua classificação para o time piauiense. Aliás. era só o que faltava.

É evidente que estou dissertando sobre hipóteses. Como torcedor fanático que sou, espero uma grande vitória sobre os bambis, em pleno Morumbi e casa cheia quarta-feira que vem no Pacaembu, com direito a comemoração pela classificação. Nós merecemos!

Pouco a falar sobre o jogo de ontem, cujo fator de decisão  foi Valdívia, embora não tenha jogado, sequer, trinta por cento do que sabe, pode e vai jogar com a nossa camisa.

Nossa defesa foi bem, mas mostrou desatenção em alguns lances. Entregou, literalmente, o ouro ao sofrer um gol de cabeça, oriundo de bola alçada em cobrança de córner. O gol provocou o segundo jogo em São Paulo e o Palmeiras perdeu o seu quinhão da boa renda de ontem em Teresina.

Nossos laterais apoiaram bastante, como conseqüência do domínio territorial imposto na maior parte do jogo, destaque-se, enquanto o Mago esteve em campo. Os maiores defeitos de Cicinho e Gabriel Silva foram a deficiência mostrada nas jogadas de ultrapassagem, e, principalmente, os reincidentes erros de cruzamento.

Márcio Araújo jogou bem, ajudando na porta da cozinha e, ainda, dando suporte ao meio campo e ao ataque em muitas oportunidades.

Apesar do gol, entendo que Adriano continua inibido e longe de nossas reais necessidades ofensivas.

Kléber foi o de sempre. Ciscou bastante, trabalhou como pivô quando esteve na área, chamou e recebeu muitas faltas e fez um gol de centro-avante típico, protegendo a bola com o corpo e finalizando o lance com um lindo giro, rasteiro, rápido, forte, sem dar chance ao goleiro, consignando um belíssimo gol.

De um modo geral mostramos o que somos e o que temos suido em tantos outros jogos. Defesa boa, meio-campo marcador e ataque ineficiente

Felipão, ao meu ver, continua errando em tentar resguardar resultados assumindo posturas defensivistas.

Tudo bem que ele retirasse Valdívia, ainda sem ritmo de jogo, a fim de preservá-lo para o “choque-rei”.

Mas Valdívia saiu cedo demais, aos 20 do segundo tempo, quando o Palmeiras vencia por 2 x 0 e o time perdeu, completamente, a sua força ofensiva.

Agora, tirar Valdívia e substituí-lo por um volante de contenção contra um time infinitamente mais fraco, foi  outro erro inadmissível do previsível Felipão.

Eu consideraria que ele estivesse poupando Cicinho para o clássico, mas quem tira um lateral ofensivo aos 33 do segundo tempo e o substitui por um meio-campista com recomendação explícita para marcar, não está querendo preservar nenhum jogador, e sim o próprio resultado.

O garoto Miguel entrou, apenas, aos 39 do segundo tempo, exclusivamente para ir se ambientando ao time e aos companheiros.

E, se voces querem saber, com toda a limitação de Rivaldo, senti falta de nossa dupla pela esquerda e acredito que ele e Luan estejam de volta domingo contra o São Paulo.

Também creio que Tiago Heleno seja o nosso terceiro zagueiro, com a passagem de Danilo para a zaga central e a remoção de Maurício Ramos, que mais uma vez jogou menos do que sabe, para o banco.

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PS – Enfim um bom locutor. Rogério Vaughan da ESPN. Assisti ao jogo com ele. Belíssima voz, sobriedade e descrição simples dos lances, sem rebuscamentos ou pilhérias. Paulo Calçade e Plihal também foram bem. Vaughan cometeu o erro de comentar assuntos aleatórios em vários momentos da transmissão. A decadência de Galvão parece que faz escola Todos os locutores parecem mais querer comentar do que fazer aquilo que realmente interessa ao telespectador, narrar o jogo e identificar os jogadores, como um complemento importante da imagem que é exibida na telinha. Que o Vaghan não incorra nesse erro!