Observatório Alviverde

02/04/2011

E SE O PALMEIRAS PERDER PARA O SANTOS?

Vejam para que buraco Juca e seus fantasmagóricos seguidores conduziram o triste cortejo do futebol brasileiro.

Ao fazerem lobby, anos a fio,  pela aprovação e implementação desse mostrengo a que chamaram de “Lei Pelé”, agora deixam o futebol brasileiro a um beco sem saída.

E seguem batendo no peito e proclamando. Nós somos foda. Nós somos a geração de cronistas de vanguarda que modernizou o futebol brasileiro. Somos, sim, os reis das cocadas preta, branca e vermelha. Só não conseguem, nunca, serem os reis da cocada verde. Ainda bem!

Esse arremedo de lei, ao ser parido pelo cérebro de monera que o concebeu, já era tão ou mais anacrônico quanto a lei maior que a contém, a caduquíssima CLT. Só aqueles mesmos idiotas da imprensa, que se julgam em patamar superior aos outros mortais, não pressentiram e nem se deram conta disso.

O carcinoma maligno, denominado Lei Pelé, só serviu para fechar clubes de reconhecida tradição, desvalorizar os profissionais do futebol, gerar desemprego, elitizar um esporte que deveria ser do povo e transferior a ascendência dos clubes sobre os jogadores a entrujões denominados, impropriamente, de empresários.

Os clubes de médio porte que ainda não morreram, empobreceram, definharam e estão às portas da insolvência e da falência. Muitos vêm sendo mantidos  pela dedicação das torcidas, de abnegados e pelo mecenato. Mas até quando?

Como se tudo não bastasse, situações exóticas vão surgindo no dia-a-dia, de jogadores orientados por advogados inescrupulosos, que, com o contrato em plena vigência, forçam a barra para se transferir de clube e ganhar mais dinheiro.

Subitamente param de treinar, desafiam a hierarquia clubística, envenenam o ambiente dos elencos e, de sobra, entram na justiça do trabalho contra os clubes, e são vencedores das ações, ainda que sem razão, em 90% dos pleitos.

Se o clube de origem toma medidas cabíveis ou se defende de alguma maneira, como probir os atletas rebeldes de treinar, eles entram na justiça do trabalho com ações que mereciam ser punidas com cadeia, reivindicando indenizações por danos morais e outras, quando os danos, se existiram foram causados por eles mesmos aos patrões..

Essa excrescência, denominada CLT, aplicada por juízes despreparados e desconhecedores dos meandros do futebol, tem levado os presidentes de clubes às raias da loucura. Os clubes estão sempre pagando algo a mais, ainda que não devam, por determinação de magistrados que desconhecem, completamente, a matéria.

Em contrapartida não se tem notícia de grandes somas pagas por atletas, nas raríssimas vezes em que os clubes obtém ganho de causa. Alguém tem notícia de que Deivid, aquele zagueiro revelado por nossa base, pagou alguma coisa ao Palmeiras após abandoná-lo, ir para a Grécia e voltar ao Brasil para jogar no Flamengo?

Certa vez, em uma audiência com um juiz do trabalho mais jovem, de nome Marcelo Ribeiro, arrogante e autoritário, fiquei estupefato quando ele, desequilibrado e juvenil, vociferando em altos brados, como se fosse um delegado de polícia do interior, perguntava sobre “onde estava o pagamento do décimo terceiro do obreiro”, um indiivíduo desclassificado que houvera sido dispensado por justa causa e que tentava, naquela audiência reverter a situação. Aliás, reverteu! Mas quem esperava pelo contrário?

Se em coisas banais como essas os juízes falham e desconhecem até os temas corriqueiros, escorregando na aplicação correta da lei, imaginem quando o assunto é futebol.

Como profissão de extensão curta, sui-gêneris, o futebol deveria ter uma legislação própria, um corpo judicante independente, próprio e ser regido por uma legislação mais específica e eficaz do que a Lei Pelé.

A lei, garantem, foi editada e escrita pelo próprio Juca, que pensa que sabe, arrota que sabe, mas que, na realidade, sabe muito pouco, muito menos do que admite a sua vã filosofia.

Esse indivíduo jamais viveu e conviveu com o futebol e com o maravilhoso povo do interior.

Ele faz questão absoluta de ignorar e minimizar as extraordinárias sagas dos clubes, repletas de histórias lindas e comoventes, de lutas estóicas e históricas, de lágrimas, de glórias, de tradição de amor e de paixão que envolvem tantas cidades.

Na verdade os clubes do interior do Brasil que teimam em continuar vivos, lutam, agora, é pela sobrevivência, mesmo sabendo que as perspectivas de continuarem existindo são mínimas.

Vejam que não há para esses clubes, sequer, competições superavitárias ou subsidiadas que os mantenham em atividade.

Exceção feita a série B, as séries C e D representam um martírio para os clubes que por elas se aventuram, só gerando cansaço, prejuízos e decepções;

Enquanto isso os “brocoiós” da midia  continuam só falando em futebol internacional, em competições mirabolantes, no Corinthians, no São Paulo, no Flamengo, e em campeonatos brasileiros ou internacionais, de janeiro a dezembro

Em contrapartida, batem duro exiigindo a extinção dos estaduais ou dos regionais, último alento e fator de sobrevivência dos clubes que, tenazmente, continuam resistindo e mantendo-se milagrosamente em pé.

A essa gente, pouco ou nada importa a sobrevivência dos clubes do interior que para eles tem “menas” importância. Também não se importam em passar, publicamente, atestados de ignorância, discriminação e burrice, explícitas.

Mais vale a eles, colonizados que são, um Milan, um Real Madrid, um Barcelona, um Manchester, do que uma Ponte, um Guarani, um Botafogo um Comercial de Ribeirão, um América, um Rio Preto, um Londrina, um Noroeste, um Caxias, um Juventude, um Joinvile para que limitemos a exemplificação apenas ao sul e sudeste do Brasil exaltando clubes que outrora foram referência no futebol brasileiro.

Os clubes e os regionais são os instrumentos mais poderosos da renovação do futebol brasileiro, mas só a imprensa, com luminosas exceções, parece desconhecer ou finge não saber…

E depois os pulhas vêm a publico para afirmar que não está havendo suficiente renovação de valores no futebol brasileiro. Ouvi isso da boca do Juca, É muita desfaçatez, muita cara-de-pau, questão de caráter, aliás.   

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Tudo isso foi dito, projetado em um evento exótico que pode ocorrer no Palmeiras X Santos de amanhã, a propósito de Maikon Leite, que joga pelo Santos, mas tem contrato assinado com o Palmeiras a partir de julho..

Como se nota, criou-se uma situação inusitada, subproduto das idéias mirabolantes e “jeniais” com jota de Jeca e de Juca, (o grande coveiro) que matou e enterrou sem dó nem piedade, centenas de clubes brasileiros nas covas profundas de seu total desconhecimento da mecânica do futebol do interior brasileiro e de sua antropologia.

Maicon Leite, contratado pelo Palmeiras, pode jogar no ataque santista contra o clube que o terá sob contrato dentro de, aproximadamente, dois meses.

Só esses cabeças coroadas, sabe-se lá de que, para gerarem situações anômalas como essa, no contexto do futebol brasileiro.

Qual será a atitude de Maicon Leite, caso seja escalado amanhã contra o Palmeiras?

Dará tudo de sí, a ponto de, se necessário, se estranhar ou se confrontar, com os futuros companheiros?

Não seria de melhor alvitre que fosse retirado do jogo por questões éticas, morais e até por preservação, pelo técnico interino do Santos?

Felipão, que de bobo não tem nada,  explora o assunto com a malandragem e a sabedoria costumeiras. Nas entrelinhas, defende a escalação do jogador e afirma que deseja que Maikon faça um carnaval em campo.

Ele sabe, perfeitamente, que a tendência é o assunto virar uma enorme fogueira, gerar muita polêmica  e pressionar o jovem atacante, inibindo-o, perturbando-o emocionalmente, em total proveito do Verdão.

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A tônica principal do classico de amanhã, será o duelo entre o ataque mais realizador do Paulistão, o do Santos, contra a defesa do Palmeiras, a menos vasada até agora.

Em contrapartida a pior defesa entre os grandes, a do Santos, enfrentará o  ataque menos realizador, também entre os grandes, o do Palmeiras.

Na confrontação entre as duas linha de meio campo, o do Palmeiras defende mais e melhor, mas o setor adversário é mais ofensivo e muito mais criativo, sobretudo se Ganso vier a jogar bem.

Felipão afirmou que não haverá marcação individual sobre Ganso ou Neymar porque seria contraproducente.

Mas será que se pode levar Felipão a sério quando se sabe que ele é, nessas horas, um grande dissimulador? E poderia ser diferente? Deveria ser diferente?

Imagino que Neymar, não, será marcado por zona. Ganso, sim, deverá ter uma incômoda sombra que, possivelmente, deve chamar-se Márcio Araújo.

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A ausência confirmada de Valdívia, ainda em recuperação, causa-me uma preocupação. O chileno e o Felipão estariam estremecidos?

Prefiro pensar que não, acreditando que o mago esteja se preparando para entrar tinindo na fase aguda do campeonato,  estabelecer a diferença craque que é, e ajudar-nos, novamente na conquista de mais um título.

Um título, é claro, que a imprensa vai chamar de Paulistinha, na eventualidade de o Palmeiras levantar o caneco, minimizando-lhe a repercussão que, sequer, alcançará o prazo de uma semana.

Se forem os gambás, os bambis ou o próprio Santos, vão chamá-lo de Paulistão, cujas repercussões vão durar meses, ou, até anos.

Mesmo que seja no apito como o Santos esbulhou o Santo André no ano passado.

A imprensa, em sua totalidade, minimizou ou omitiu os erros crassos de arbitragem e comemorou muito o título do Santos.

Da mesma forma não teve culhões e dignidade para afirmar que o melhor time paulista da temporada de 2010 foi o Santo André.

Como esses “babacas” adoram colocar no ar a expressão “meninos da vila”… É irritante!

Lembram-se de como ameaçavam as arbitragens no ano passado ao dizer que os outros times “batiam demais nos meninos e que se as arbitragens não tomassem providências os adversários iriam inutilizá-los”? Até a excessão Alberto Helena, sério e experiente caiu nessa!

Por que nunca disseram que o “menino” Ganso (menino?) enfrentou Fábio Costa na concentração e, segundo dizem, sairam na mão grande?

Por que nunca disseram que Ganso, ele mesmo, quase antecipou a aposentadoria de Ronaldo Fenômeno em uma jogada maldosa e dura. Ganso confessou em entrevista que fez uso da violência propositadamente porque tinha de mostrar aos adversários que era um menino,mas que era homem.

O que que a imprensa disse arespeito? : Como sempre, nada!  E não era contra o Palmeiras, era contra o Corinthians!

Finalmente, vamos citar que o Palmeiras não perde para o Santos desde 1989, mas esse aspeco não se reveste de tanta importância.

Talvez funcione como fator psicológico e iniba um pouco o time do Santos, ao mesmo tempo em que motiva o time do Palmeiras. Dou pouco valor a esses números que servem, apenas e tão somente, para motivar os jogos.

Saliento que se o Palmeiras perder hoje para o Santos, a derrota não vai em nada mudar o meu ânimo e a minha esperança de título.

É melhor, muito melhor que o Palmeiras mantenha a ponta e não perca o jogo, mas, se isso vier a ocorrer, menos mal que seja hoje e não no octogonal, quando cada jogo será uma decisão.

O mais importante era a classificação e nesse aspecto já estamos sacramentados e garantidos.

O clássico de hoje tem uma importância apenas relativa, traduzida pela rivalidade entre as equipes e pela luta pelo primeiro lugar.

Quem vencer terá a melhor  perspectiva de  fruir dos benefícios proporcionados pelo regulamento aos clubes mais bem colocados.

Assim, o que  vier de bom daqui até o início do octogonal será lucro.

Concluindo:

SEM PERDER DESDE 2009 PARA O SANTOS…

SEM VALDÍVIA, MAS COM LINCOLN EM FRANCA ASCENÇÃO…

COM O TIME LÍDER, COESO, PREPARADO E MOTIVADO…

O PALMEIRAS É O FAVORITO?

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