Observatório Alviverde

23/07/2018

A FALTA QUE FAZ BORJA E A NECESSIDADE DE UM MELHOR APROVEITAMENTO DE LUCAS LIMA!


Discordo, radicalmente, dos que consideram Borja um jogador caro e inútil, embora concorde que, vestindo a camisa palmeirense, ele jamais jogou como na época em que defendeu o também alviverde América de Medellin.

Indo mais além, reitero que, em meu entendimento, ocorreu com Borja o mesmo que acontece com Lucas Lima e já ocorreu até com o craque Valdívia, quando comandado por Scolari: 
o desposicionamento.

Desposicionamento (palavra não dicionarizada) nada mais é do que a exigência dos técnicos que um jogador exerça funções táticas ou individuais que desconhece e para as quais não está devidamente preparado.

Um ponto comum existe nos desposicionamentos impostos anteriormente a Valdívia pelo gaúcho Scolari e atualmente a Lucas Lima e Borja pelo também gaúcho Róger Machado: 
os três foram obrigados a marcar forte, embora sem o menor jeito ou cacoete para o desempenho da função, deixando de render, por consequência, o que poderiam, efetivamente, render ou ter rendido.

A cobrança por marcação constante, transformada em exigência e obrigação, levou Valdívia à decadência e à aposentadoria precoce... Profundamente lamentável!

Nas mesmas proporções liquida com Lucas Lima (jogador criativo porém essencialmente ofensivo de meio de campo para a frente) e com Borja, um centro-avante de ofício dotado de porte físico acima da média, que precisa -muito mais- ser acionado e ter sempre fôlego, força e disposição para a chamada jogada final ou "a bola do gol".

E, no entanto, o que vem ocorrendo com ambos é um desperdício técnico, tático e, sobretudo, individual, que os coloca longe da condição que ostentavam nos times que defendiam.

Lima e Borja custaram muito aos cofres palmeirenses, mas os técnicos que os treinaram não tiveram sensibilidade para montar esquemas ou estratégias que exigissem menos desses atletas no chamado quesito marcação, limitando (muitíssimo) o talento de ambos, tanto e quanto as perspectivas de que pudessem ajudar bem mais o time em campo.

O que se nota é que tem havido, por parte da torcida, grandes restrições a ambos, notadamente a Borja.

Entendo, porém, que quem tem de ser cobrado não são os jogadores, mas Róger Machado, posto que jogador algum desaprende ou deixa de jogar de uma hora para outra. Isto é ponto pacífico!

Na esmagadora maioria das vezes o problema reside no esquema de jogo, porquanto a melhor forma possível de jogar é aquela que explora a individualidade e o talento dos atletas em benefício do time. Numa frase, "o esquema depende essencialmente das peças de que um time dispõe!"

Lucas Lima, se dispensado da obrigação de marcar o tempo todo, tem tudo para jogar de forma muito mais produtiva, criativa e dar mais força e alento ao ataque palmeirense. E, se mal pergunto me desculpem, por acaso ele, Lucas Lima, consegue marcar alguém?

Da mesma forma o Palmeiras tem, também, de liberar Borja da exigência de marcação total, para a qual ele não tem a menor aptidão ou vocação, deixando-o livre para brigar -minimamente- nas mesmas condições físicas  dos zagueiros que o marcam.

Tanto e quanto meu irmão (de quem pego carona na Internet) tenho saudades de Borja não apenas em razão dos gols importantes que marcava, mas, sobretudo, por segurar, invariavelmente, no mínimo, dois zagueiros adversários.

Operado do joelho no dia 9 de julho e com o prazo de retorno e recuperação estimado pelos médicos em 45 dias, retornou ontem aos treinamentos e garante que estará em campo vestindo a camisa 9 do Verdão no dia 9 de agosto contra o Cerro Portenho, em Assunção, contra o Cerro Porteño, antecipando em quase dez dias o seu retorno. 

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