Observatório Alviverde

17/10/2010

O CEARÁ É UM RIVAL PERIGOSO, MAS, APESAR DAS AUSÊNCIAS DE VALDÍVIA E KLÉBER, EU SOU MAIS VERDÃO!

Em 12º lugar com 38 pontos e 9 vitórias, só uma a menos do que o Palmeiras, o Ceará segue surpreendendo neste Brasileirão.

Com 9 pontos a mais do que o Atlético GO, o melhor entre os quatro lanternas, o alvinegro cearense ainda não garantiu, matematicamente, a sua permanência no Brasileirão do ano que vem. É aí que mora o perigo.

Sem Kléber e Valdívia, isto é, sem o seu ataque titular, o Palmeiras vai enfrentar um time arrumado, motivado, entrosado, maduro e que tem a seu favor uma coleção de resultados espetaculares.

 

A estréia do Ceará em casa, derrotando o Fluminense por 1 x 0,  mostrou que o time não veio ao Brasileirão apenas para cumprir tabela como muitos imaginavam.

Na segunda rodada, fora de casa, na Vila Belmiro, contra um Santos completíssimo, com Ganso, Neymar, Wesley, André, Dorival Júnior e companhia, o Ceará mostrou consistência e empatou em 1 x 1. Só que foi em um jogo no qual o time nordestino foi covardemente, violentamente, prejudicado pela arbitragem.

Depois disso, passou pelo Vitória, em casa,  por 1 x 0 e empatou, sem gols, em Goiânia com o Goiás.

Em seguida conquistou outro resultado expressivo  ao derrotar, pela contagem mínima,  o todo poderoso Cruzeiro, no Castelão.

Após passar pelo Avaí e derrotar o Galo em pleno Mineirão, empatou com o Corinthians no Castelão.

O Ceará, então, completava uma série invicta de oito jogos, quando o Vasco foi buscar seu técnico, PC Farias, seccionando um esquema, até então, vitorioso.

A partir de então a campanha do alvinegro cearense perdeu a regularidade, a começar por uma derrota para o Inter em Porto Alegre por 2 x 1, que mudou o curso da campanha do Vovô, até então vitoriosa. Mas foi outro jogo no qual a arbitragem também ajudou bastante o colorado e pesou muito contra os interesses alencarinos.

Em seguida, o Ceará empatou em Campinas com o Guarani  e, novamente, em casa, contra o Palmeiras, em 0 x 0.

Quando perdeu para os Bambis, o Ceará iniciou um processo traumático de maus resultados e troca constante de treinadores. Estevam Soares e Mário Sérgio tentaram substituir PC Farias a altura, não conseguiram e foram dispensados.

O Ceará só se estabilizou a partir do momento em que Dimas Filgueiras assumiu a equipe.

Dimas é um ex-jogador, quarto zagueiro, que chegou ao Ceará na década de 60 vindo do novo Botafogo "pós Garrincha, Didi e Nilton Santos".

Foi contemporâneo de Jairzinho, Paulo César Caju, Gerson e do controvertido craque paulista de Jaú, Afonsinho, um dos primeiros atletas brasileiros a contestar e a brigar pela extinção da "Lei do Passe".

Ele atuou em uma defesa muito famosa formada por Cáo, Moreira, Zé Carlos, Dimas e Valtencir. Quando perdeu a posição para o extraordinário Leônidas, (Não se trata de Leônidas da Silva e nem Leônidas da Selva, atacantes), foi embora, de mala e cuia para o Ceará onde está até os dias de hoje.

No Ceará Sporting, jogou por muitos anos e encerrou a carreira como ídolo,  ganhando o cargo de diretor remunerado,  exercendo funções de administração, supervisão e até de técnico nos momentos de crise.

Voltemos à campanha do Ceará:

Empatou em casa com o Atlético GO, perdeu no Maracanã para o Flamengo, derrotou o Grêmio gaúcho no Castelão, perdeu para o Botafogo no Engenhão, empatou com o Grêmio Prudente em casa, perdeu para o Atlético em Curitiba, perdeu em casa para o Vasco encerrando a sua trajetória no primeiro turno .

Estreou na segunda fase do Brasileirão com uma derrota para o Fluminense no Engenhão, seguida de uma vitória sobre o Santos no Castelão.

Em seguida, arrancou um bom empate em Salvador contra o Vitória, mas empatou em casa com o modestíssimo Goiás, um dos times de pior campanha neste Brasileirão.

Depois, perdeu para o Cruzeiro em Sete Lagoas, foi goleado por 5 x 0 pelo Avaí na Ressacada  e  empatou em casa com o Galo em 0 x 0.

Seus três último resultados foram bastante expressivos, pois empatou com o Corinthians em pleno Pacaembu, derrotou o Inter no Castelão por 1 x 0 e, também no Castelão,  derrotou o Guarani por 2 x 0.

Estamos, agora,  na 30ª rodada deste Brasileiro, há oito do encerramento da competição.

O Ceará sabe que precisa ganhar ao menos mais três vezes, cravar nove pontos para exorcizar o descenso e, muito mais que isso, para garantir um lugar na Copa Sul-Americana.

Essas são as grandes motivações do perigoso time nordestino que enfrenta o Palmeiras daqui a pouco na Arena Barueri.

O Palmeiras, dia a dia, vem melhorando, se entrosando e, como se diz aqui em Minas, vem comendo pelas beiradas, com boas perspectivas.

Hoje, porém, vai jogar sem Kléber e sem Valdívia, titularíssimos, que devem ser substituídos, respectivamente, por Diney e  Lincoln. Há, também, uma boa possibilidade do aproveitamento de Tadeu em vez de Diney.

Lincoln, afastado da titularidade há muito tempo, anda aborrecido e desmotivado pela falta de pagamento do dinheiro que emprestou ao clube para liberá-lo do Fenerbache da Turquia, cerca de 5 milhões de reais.

Diney, por sua vez, entrou muito pouco na equipe e, caso tenha a escalação confirmada, vai ter hoje a chance de mostrar o seu futebol e o seu valor.

A respeito de Tadeu, não compactuo com as críticas pesadas que parte da torcida dirige ao jogador. Se o time aprender a jogar com ele temos condições de fazer muitos gols.

As boas notícias correm por conta da recuperação física e da possibilidade das escalações de Maurício Ramos, Pierre e Edinho que estavam em vias de não jogar.

Assim, Felipão deverá , muito provavelmente, escalar este time par enfrentar os cearenses:

Deola, Marcio Araújo, Maurício Ramos, Danilo e Gabriel Silva. Edinho (Pierre), Marcos Assunção, Lincoln, Tinga e Rivaldo. Diney (Tadeu)

Apesar das ausências de nossos dois melhores jogadores, Kléber e Valdívia, arrisco-me a dizer que o Palmeiras não vai sofrer muito para derrotar o Ceará.

Além de jogar em casa o time está com o moral elevado, de olho nas amplas perspectivas de subir na pontuação e na classificação.

A motivação maior fica por conta da perspectiva de classificação, via Brasileirão, na própria Libertadores, se a CBF conseguir junto a Confederação Sul Americana, uma resposta positiva à sua reivindicação de aumentar mais uma vaga para equipes brasileiras nessa competição.

Você acha o jogo de hoje com tranqüilidade?  Ou Vovó vai dar trabalho? Aliás, em matéria de avós, sou muito mais o "Nôno"!

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