Observatório Alviverde

13/01/2014

AGORA FALTA, APENAS, O TIME CORRESPONDER!




 
 Peço-lhes que anotem o que vou dizer, agora, em suas agendas ou em seus cadernos, com muita antecipação.

"a política de contratações do Palmeiras vai fazer escola no futebol brasileiro".

Não, não me acusem de estar defendendo Nobre, posto que, além de não ser sócio do clube e de não participar de sua política, sequer conheço o presidente.

Ademais, se, por coincidência, eu o estiver defendendo terá ocorrido porque Nobre está defendendo o Palmeiras.

Não, não sou um oportunista, um puxa-sacos, um aproveitador de situação, ou, em última análise, um incoerente, haja vista que em postagens anteriores eu sempre me posicionei em apoio à política do bom e barato!

É óbvio, e que fique claro, que o bom e barato que defendo e ao qual me refiro, não é aquele do R$ 1,99 da lojinha de turco, empreendimento suicida que levou o time para o buraco.

O bom e barato a que me refiro tem de ser lógico, racional e proveitoso, implementado por profissionais que, como Brunoro, -a quem já critiquei muitas vezes aqui-, conhecem futebol e, sobretudo,  conhecem o mercado..

Sempre fui partidário de um futebol mais realista, moderado nos gastos, impulsionado, exclusivamente, pela política dos pés no chão, em consonância com a realidade financeira de nosso clube e do próprio país.

É muito fácil, um qualquer ou qualquer um, vir a público pela web e direcionar críticas e diatribes à diretoria, exigindo a contratação de jogadores renomados, sob a alegação de que o Palmeiras é um dos maiores clubes do Brasil.

Aliás, essa prática virou rotina e tornou-se uma constante na vida do Verdão e tem sido e será um grande obstáculo a ser transposto, se o Palmeiras pretender voltar a ser, novamente, o melhor clube do país.

Há um excesso de infantilidade e de arrogância nas manifestações de nossa torcida, permeados por uma interminável insatisfação com tudo o que acontece no clube em relação ao futebol.

Não sei, e, muito menos, entendo porquê, a torcida palmeirense só quer saber de jogador de nome e marketing, quando já está provado -nem é preciso pensar mais no caso- que as vedetes que o Palmeiras contrata a cada ano, só inflam e elevam a folha salarial sem resultados objetivos e práticos de boas colocações e títulos dentro de campo..

O que a nossa torcida -de um modo geral- não compreende, ou, em sua vaidade imensurável, faz questão absoluta de não entender é o seguinte:

pelo que o Palmeiras arrecada, 
pela necessidade de pagamento de dívidas anteriormente contraídas, 
pelo passivo que pesa, e como pesa,
pela situação econômica reinante no país,
pela desvalorização de nossa moeda, 
pelo altíssimo custo dessas contratações,
pelos salários extremamente altos que tais jogadores exigem,
pelo prejuizo que representam na relação custo/benefício -esse fator de tem ser auferido, sim-
pelo fato de os veteranos contratados não terem mais condições de ser negociados pois sempre se aposentam no Verdão,

o Palmeiras, -se seus dirigentes estiverem gozando de todos os seus atributos mentais e se portarem um mínimo de responsabilidade-, conterá os gastos e jamais, contratará velhotes, a não ser em condições pontuais e especialíssimas como essa de Lúcio.

Contratar craques jovens, como se sabe, ou jogadores um pouco acima da média em idade razoável e em condições físicas que o permitam jogar em nível profissional, mesmo no Brasil é proibitivo pois exige investimentos que só clubes europeus têm condições de fazer.

Daí decorre que só velhotes são contratados pelo Verdão, proporcionando à torcida duas alegrias: uma, no momento em que chegam. Outra quando os caras vão embora. O resto é um mar de frustrações. Mas quem quer assim é a própria torcida... È preciso que se mude essa cultura suicida!

Muitos têm exagerado nas críticas à diretoria, simplesmente em razão de os jogadores adquiridos não terem o perfil de "prima donas" como adorariam que tivesse.

De fato, com a exceção de Lúcio, o Palmeiras, sob Nobre e Brunoro, reforçou o time com jogadores jovens e de boa qualidade.

Por isso, terá, agora, a vantagem de poder projetar investimentos para o mercado futuro e ter lucratividade, a exemplo do que está acontecendo com Leandro.

Na realidade, é só disso que estamos precisando, a fim de romper -definitivamente- com a farra dos veteranos! Parece que aconteceu. Ótimo! Obrigado, Nobre! 

De passagem: que bom que Ronaldinho Gaúcho não vem mais! Nesse caso em função de um salário, sem qualquer dúvida, desagregador.

Entretanto o trabalho de Nobre, de Brunoro e do Palmeiras só será completo se houver a promoção dos juniores mais destacados de nossa base. 

Quem tem bom-senso e visão de futebol profissional, sabe que não existe outra maneira, senão essa, de romper com o passado pesado e tenebroso do Palmeiras.

É preciso dar um fim nessa era fantasmagórica de pesadelos financeiros,  em que os investimentos no time eram, sempre, feitos, visando mais a aplacar a fúria de uma torcida sofrida, ávida por nomes que lhe trouxessem esperança de títulos do que, propriamente dentro de um quadro de previsão de necessidades e projeção de negócios. Afinal, o futebol que se faz hoje, antes de tudo, é um negócio.. 

Entretanto, a minha satisfação maior, neste momento, é a de verificar que certos nomes da mídia, que dedicavam um desprezo colossal e brutal pelo Palmeiras, parece que estão mudando o tom do discurso.

Sempre que podiam, ampliavam as críticas e o noticiário negativo do clube, mas, parece que, agora, já começam a enxergar além do alcance, atrás do horizonte e começam a reconhecer o trabalho de Nobre e de sua diretoria.

Em outros tempos você esperaria deste autor uma matéria assim?

(Leia a matéria deles, mas volte!)

http://blogdobirner.virgula.uol.com.br/2014/01/10/a-exemplar-politica-de-contratacoes-do-palmeiras/

Querem apostar que os outros clubes, todos -apertadíssimos- no vermelho e  no "pau do mamoeiro", vão copiar a política salarial implementada por Nobre, dentro de pouco tempo?

Não há mais saída, minha gente!

Não raciocinem ingenuamente, imaginando que o que se paga a um boleiro fica restrito ao que ele acertou e recebeu do clube ao final do contrato...

Há um gargalo em todas as profissões -o futebol não é uma exceção- que exala um cheiro repugnante e nauseabundo de esgoto, a que se chama de (In) "Justiça do Trabalho".

Os caras, assim que terminam os contratos, vão à justiça, ainda que tenham recebido tudo o que lhes era devido e de direito! O pior é que, ainda que não tenham razão ou motivação, embolsam, de quebra, significativas somas.

As ações na (In) Justiça do Trabalho também envolvem muitos milhões de reais, mas ninguém da conta ou se importa com isso.

Lá os advogados de porta de forum, reclamam, indevidamente,  que as contas não bateram, que seus clientes não tiveram férias, que o 13º foi pago a menor, que o FGTS teria de ter maior, que teriam de receber mais pelo aviso prévio, que as luvas atrasaram, que a multa recebida pela rescisão está errada, que os reflexos dos direitos não foram depositados e tantas outras coisas que se eu pesquisasse e divulgasse, haveria necessidade de muitos outros espaços como este.

Conclusão: 90% dos boleiros ganham as ações movidas contra os clube e isso os anima a agir dessa forma ao final de cada contrato.

Ah, mas sobre isso o Mau Senso, digo, o Bom Senso FC não falou, não fala e nunca vai falar...

O que esse movimento, na realidade, está visando, é procurar fazer com que o jogador profissional trabalhe cada vez menos e ganhe cada vez mais. 

É por isto que eu digo: a atitude do Palmeiras, mais do que correta e sensata, foi muito corajosa e tende, naturalmente, ainda que sem forçar absolutamente nada,  a ditar as normas futuras dos mercados das contratações e dos salários do futebol brasileiro.

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