Observatório Alviverde

08/11/2014

AINDA NÃO HÁ MOTIVO PARA QUE O PALMEIRAS COMEMORE NADA!


  
A festa de inauguração da Allian'z Arena encanta, comove e envolve, completamente, a torcida do Palmeiras!

Muitos torcedores já assumiram o clima! Festejam, às pampas, como se o time, pela simples inauguração do estádio,  estivesse em condições de comemorar algo, a esta altura do Brasileiro. Não, não está! Definitivamente, não!

A comemorar, só a recuperação técnica, tática e pessoal de Valdívia, o maior responsável pela guinada do Palmeiras neste Brasileiro!

A reconhecer, a inquestionável melhora do time!

A ressaltar, a promoção, mesmo à muque e na medida das necessidades, da garotada da base...

A saudar, os pontos que vão sendo conquistados, jogo a jogo, à custa de inaudito esforço, contra tudo e contra todos, com a constatável melhora da equipe na tábua de classificação. 

Isso, tudo, que, reputo, m-u-i-t-o, em um contexto global de fuga de crise, representa, quase n-a-d-a, em face da situação atual vivenciada pelo clube. 

Há, ainda, que se considerar o risco palpável de o Palmeiras cair, da ordem de 3%, segundo os matemáticos, antes da rodada deste final de semana.

Esse risco, num repente, pode transformar-se em percentual preocupante, no caso de uma inesperada derrota, esta noite, para o Galo, acompanhada da implacável combinação de resultados que, ao menos até agora, jogou sempre a favor do Verdão.

Sem querer chato, implicante ou encarnar uma entidade de mau agouro, quero antecipar que não me agradam quaisquer manifestações eufóricas antecipadas de palmeirenses, que possam desfocar o time de seu verdadeiro esforço de guerra para não cair. 

Que, a festa e o já ganhou, neste momento e, por enquanto,vão bater em outro lugar!

Este ano, apesar de Nobre, os deuses do futebol trataram de tomar conta do Palmeiras e essa intervenção, creio, livrará o time de uma "tri-humilhação" no sofrido ano do centenário.

Confiram como o acaso, que eu defino como a ação inarticulada dos deuses do futebol, tem interferido, amparando o Palmeiras, em que pesem as sucessivas lambanças de seus dirigentes.

A primeira bênção espargida pelos deuses da bola sobre a, então, sombria aura palmeirense, pode ser definida pelo atendimento instantâneo de Nobre ao chamamento deste, (o primeiro) e de outros sites de palmeirenses autênticos e atentos que nos seguiram, propugnando, a tempo e hora, pela imediata saída de Gareca. O Palmeiras foi salvo aí!

Nunca, antes, na história do clube, um presidente entendeu tão rapidamente uma situação e, tão prontamente, atendeu uma sugestão de dispensa de um treinador, embora com a agravante delonga de duas rodadas.

O fato de, Nobre, à época, ter desconsiderado (não é de seu feitio) os conselhos da mídia convencional que, de há muito, norteia e baliza a sua administração, também incluo na quota das ilimitadas bênçãos e da imensurável proteção espiritual com que o Verdão tem sido aquinhoado, ao completar cem anos de existência.

Nobre, em parte, errou na escolha do novo comandante e, sem omissões, fizemos o reparo.

Na medida certa, a tempo certo e com o homem certo, leia-se Jair Picerni ou alguém de sua têmpera e personalidade, Nobre, certamente, já teria salvo a equipe do rebaixamento, com grande antecipação.

É evidente que, com Dorival, (bom treinador para trabalhos a longo prazo), hoje, perfeitamente, adaptado e ajustado ao time, também estamos chegando lá!

Mas, como previ e escrevi, com redobradas dificuldades em relação àquelas que, imagino, em outras circunstâncias, iríamos enfrentar.

Quando o Palmeiras, sem grana e premido pela necessidade de reforçar o elenco, foi, na marra, buscar na base a solução para os seus problemas, deu para sentir, novamente, a ação e a intervenção das mãos invisíveis dos deuses que, este ano, parece que não querem, mesmo, que o Palmeiras mude de divisão!  

Notem que, concomitantemente, "obrigaram" o Palmeiras a empreender um trabalho em que o clube, há mais de um século, está defasado, da renovação do elenco a partir de suas bases, essa, sim, uma mudança radical e indispensável no futebol da atualidade.

Mas que intervenção dos deuses terá sido maior e mais benéfica do que o retorno de Valdívia após ter sido ele negociado com o futebol árabe? E ainda há quem não reconheça que, mais do que os deuses, Ele, Deus, torce pelo Verdão! 

Para o jogo decisivo de hoje, contra o Galo, verifica-se outra intervenção deísta, porque o time mineiro, (leia-se diretoria, jogadores, mídia e torcida), está completamente desfocado e omisso em relação ao jogo de hoje pelo brasileiro, que pode cristalizar a nossa fuga do rebaixamento! Depende de nós!

As atenções do Atlético estão voltadas, exclusivamente,  para a decisão da Copa Sul-Americana, semana que vem, contra seu maior rival, o Cruzeiro EC, na reedição, em gráu supremo, do maior jogo de Minas.

Aqui em BH se fala no "maior jogo do planeta", decidindo, pela primeira vez, entre dois times mineiros, um importante título de âmbito internacional. 

Em razão disso, pode-se afirmar, sem medo de errar, que atleticanos menos informados existem, por aqui, que nem se dão conta de que o Galo joga, esta noite, em São Paulo contra o Palmeiras.

Embora tenha levado o grosso do time titular a Sampa, Levir Culpi já adiantou que vai colocar em campo um time misto e poupar vários jogadores, o que sinaliza que ele deve optar por uma equipe mais jovem, mas nem por isso, menos agressiva. 

Justamente ao contrário do -ainda- time do atraso, o Palmeiras, cuja torcida continua cantando e contando como vantagem, há anos, o slogan "defesa que ninguém passa"e afirmando que temos "uma escola de goleiros"! Assim tem sido, é, e (se não mudar) será sempre o Palmeiras, em carne, osso e veia, o time que não goleia!

O Galo, "do ataque que ninguém segura", sempre priorizou o gol e sempre dispôs de muitos atacantes em seu elenco. Do time que pega o Palmeiras quero destacar, entre muitos, apenas, um, Carlos! Cuidado com ele!

Dois jogadores do Galo, importantíssimos, já estavam fora do jogo contra o Verdão, diminuindo, teoricamente a capacidade técnica do time de Levir:

Josué (meiocampista) de grande fôlego e pegada, e, Diego Tardelli, simplesmente o principal atacante atleticano, jogador da seleção e craque do time. 

Essas duas ausências, em condições normais, seriam, muito sentidas, mas as outras, determinadas por questões de poupança e cautela, vão, certamente, tornar o time atleticano bem mais limitado, tecnicamente.

Mesmo assim, com a escalação de muitos jovens (o Galo, há anos, trabalha com proficiência e profissionalismo a base e contrata revelações do interior), não se iludam, o time do Atlético, se tudo acontecer como prevejo, vai correr muito e, mesmo mutilado, dará insano trabalho ao time de Dorival.

Aí é que entra aquilo pelo que me debato há anos, da necessidade de o Palmeiras ter, na mesma medida de seus adversários, times, marcantemente, jovens, fortes, de ilimitada capacidade aeróbica, capazes de enfrentar, de frente, todos os adversários fisicamente muito aptos.

Essa tem sido, através dos anos, a razão precípua de nossa inferioridade, em relação, principalmente a Santos e Cu-rintia que, normalmente, montam times predominantemente jovens! Desta vez, porém, sinto que temos um time, quase, assim!

A torcida palmeirense, nesse aspecto, tem de ajudar a renovação de valores dentro do clube, mudando o seu enfoque e atitude em relação ao elenco.

Para que mudem, principalmente, a mentalidade e a filosofia, os palmeirense têm de parar de exigir a contratação de medalhões, a maioria velhos, superados, fisicamente inaptos para atuar em um clube da exigência do Palmeiras. 

É preciso acabar com a lenda de quem ganha os jogos são esses jogadores, como há algum tempo acreditaram, ressuscitando Edmundo. Pelo contrário, na maioria absoluta das vezes, só fazem atrapalhar.

Dito isso, quero manifestar a minha despreocupação em relação ao jogo de hoje! Não em relação ao resultado pois tudo pode acontecer. O Atlético, além do bom elenco que tem, costuma levar sorte quando enfrenta o Palmeiras! 

Refiro-me, sim, ao fato de que, hoje, temos um time com reserva técnica suficiente para encarar e vencer, não só esse  jovem time do Atlético, mas, até o principal, se necessário, também pelo fato de jogarmos em casa. 

Dorival, no que faz muito bem, mantém a escalação básica para enfrentar o Galo, e suas dúvidas são, apenas, pontuais e decorrem da suspensão de Wesley e de uma opção: são duas vagas, do meio de campo para a frente, que estão sendo disputadas entre Allione, Mouche e Mazinho.

Sem qualquer dúvida, eu entraria com Mazinho, que, do ponto de vista individual, ressalvado Valdívia, é o melhor atacante palmeirense!

Falta a Mazinho, ganhar moral para fazer aquilo que sabe mais, isto é, partir driblando sobre as zagas fechadas (como fazia no Oeste de Itápolis), a fim de abrir e desestabilizar os sistemas de marcação adversários e, principalmente, chutar mais ao gol.

Da mesma forma, se for para atacar usando mais João Pedro, seria aconselhável a escalação de Allione, destro, fundista e de muito fôlego. 

Se João Pedro atuar de forma mais conservadora, guarnecendo a defesa e em posição mais fixa, será melhor a escalação de Mouche.

O time que eu escalaria:

João Pedro, Nathan, Tobio e Victor Luis; 
Renato, M.Oliveira, Mouche, Valdivia e Mazinho; Henrique. 

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