Observatório Alviverde

08/08/2021

O PORTUGUÊS, ONTEM, ENTREGOU O OURO PARA O FORTALEZA!

 

Meus amigos do OAV, quero começar dizendo que não estou exercendo a minha prerrogativa de criticar com o objetivo de tirar Abel Ferreira do comando técnico do Palmeiras.

Embora eu não esteja satisfeito com o resultado de ontem, tanto e quanto com as circunstâncias que o ocasionaram, isto é, a maneira com que o Palmeiras perdeu, quero, na postagem de hoje, apenas advertir o português.

Como se sabe, ele está há muito tempo à frente do time, realiza boa campanha  no Brasileiro e tem razoáveis perspectivas de chegar às semifinais da Libertadores, com alguns títulos conquistados, mas boa parte deles -lamentavelmente- desperdiçados.

Entrando objetivamente na questão, quero apontar o erro básico Abel, do qual decorrem todos os outros: a indefinição do time-base.

Partindo do erro palmar do português, aquele de nunca definir um time principal, de mexer constantemente na escalação ainda que não se faça necessário ou até por aspectos de somenos importância, principalmente as tais "poupanças" de jogadores exigidas pelos teóricos da mídia. 

Ontem ocorreu com Marcos Rocha e Deyverson que, ninguém sabe porquê, de repente foram sacados do time principal sob a alegação de necessidade de descanso, embora tenham ficado uma semana sem atuar.

O fato é que esse time do Palmeiras, muito mexido, perde o entrosamento, perde a consistência e deixa de render em campo aquilo que sabe e pode.

Essa falta de estabilidade na definição de quem joga e na escalação do time titular (sou capaz de apostar que não é opção tática) gera nervosismo e desconfiança nos atletas, cria um ambiente de expectativas desnecessário mesmo em jogos que nada decidem e, ao mesmo tempo, coloca um jogador contra o outro em face do ambiente de rivalidade e disputa que passa a dominar as relações entre eles.

Ontem contra o Fortaleza, o Palmeiras (em muitos momentos) até mostrou um futebol de boa qualidade, embora com um buraco tático entre o meio de campo à grande área defensiva e, sobretudo pelos flancos inibindo um apoio mais consistente dos laterais. 

Em razão das mudanças necessárias, (volta de Luan ao miolo de zaga) e das desnecessárias, opção por Mayke que até não jogou mal, mas não passa de um mediano inferior a Marcos Rocha e da saída de Deyverson que hoje, quer queiram ou não muitos, é o melhor atacante entre todos de que o time dispõe e das alterações sem método ou critério de promovidas por Abel foi que o Palmeiras fracassou.

Outro equívoco, é bom realçar, é que o português entrou em campo com um meio de campo, ao que me lembre, inédito e se não foi assim, essa formação foi vista pouquíssimas vezes: Patrick, Zé Rafael, Rafael Veiga e Scarpa, coincidentemente todos jogadores de chegada excelentes do meio de campo pra frente e apenas razoáveis na marcação. 

O que faltou, mesmo, foi a presença de um volante de contenção que atuasse do meio de campo pra trás, garantindo o primeiro combate, cobrindo o avanço dos meias e o apoio dos laterais, principalmente de Maike. Esse marcador que substituísse Danilo à altura, foi o que mais fez falta ao Verdão. 

Aí lembrei-me de Felipe Melo, aquele que a mídia quer ver fora do time e a torcida já começa a criticar pedindo-lhe a cabeça nem seu porquê ... 

No entanto, dos pontos de vista técnico, tático e psicológico, Melo sempre foi o melhor do time. Que falta, ontem, fez o veterano Felipe, atualmente ainda insubstituível! 

Encerrando, quero dizer que, ao menos em minha avaliação, Abel anda dividindo para  reinar.  Só isso justifica a entrada de tantos jogadores diferentes e a opção por  tantas escalações diferentes. A história ensina que times assim, muito alterados e constantemente mexidos, dificilmente ganham os campeonatos.

Por que quando o time "pega no breu" e está entrosado, unido e ajustado, o portuga, do nada e sem a menor necessidade, altera a escalação e o Palmeiras vai a campo com um time diferente?

Outro aspecto com o qual não concordo é essa mania do português em não escalar os novos contratados o mais rapidamente para jogar (aconteceu de novo, ontem, com o uruguaio Piquerez), ainda que Renan esteja atuando improvisado. 

Da mesma forma não consigo entender a formalidade de Abel, tanto e quanto em sua obsessão por não não mudar o time no intervalo do jogo, quando, muitas vezes, se faz necessário, perdendo ele, com tal atitude, minutos preciosos para mudar o rumo ou o ritmo de um jogo.

Em suma, até pela boa campanha desempenhada pelo Palmeiras nas competições das quais vem participando e pela importância dos seus próximos compromissos contra os Bambis pela Libertadores temos -todos- de diminuir o tom das críticas e dar todo o apoio e confiança a Abel.

Ontem, porém, não há como esconder que o português entregou o ouro para o Fortaleza. 

Escalou mal e mexeu pior ainda!

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