Observatório Alviverde

13/05/2013

PAULO NOBRE, NO CAMAROTE DO PFC, FALOU MUITO E NÃO DISSE NADA, MAS MOSTROU QUE É UM CRAQUE DA PALAVRA!

Enquanto rolavam as primeiras partidas das finais paulista e mineira, cliquei o meu remoto no PFC à procura de outras possíveis decisões.

Ao passar pelo Canal 24 horas, eis que me deparei com o presidente Paulo Nobre concedendo uma entrevista ao programa Camarote..

Resultado: depois de um horroroso primeiro tempo, não assisti ao segundo tempo de Curintia x Santos que, dizem, foi excelente.

Da mesma forma, em alternância, nem ao Atlético e Cruzeiro, atento que fiquei à entrevista de nosso presidente, obviamente, gravada.

Foi a primeira vez a que assisti a Nobre em uma entrevista mais longa.

A bem da verdade, reconheço que o considerei um ótimo entrevistado, apto e preparado para falar em público com fluidez, função na qual o antigo presidente era um desastre de enormes proporções.

Aliás, Nobre foi perfeito na arte falar muito e dizer pouco, de dizer tudo e não falar nada.

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Não houve, como é praxe nos tempos de hoje, perguntas incisivas que colocassem em xeque o entrevistado.

A imprensa televisiva é essencialmente vaselina e “muralista” e tenho impressão que não haja exceções.

Creio, porém, que ainda que fossem feitas perguntas perturbadoras, Nobre as teria tirado de letra pois revelou-se um bagre ensaboado, no melhor estilo do saudoso Tancredo Neves e de outros políticos mineiros.

Nobre, repito, respondeu a tudo, revelou pouco mas não disse nada e os três entrevistados não tiveram habilidade para sacar-lhe as notícias que estão ocorrendo nos bastodores ou quaisquer declarações bombásticas.

Na verdade, passando por cima de tudo, insinuando apenas as culpas, sem jamais mencionar nominalmente qualquer cartola, técnico ou atleta, pode-se dizer sem medo de errar que Nobre conduziu a entrevista, levando-a para onde mais lhe interessava.

Quando falou sobre a saída de Barcos disse tudo aquilo que sabemos de cór e salteado.

Falou de direitos (que ele insistia em chamar impropriamente de luvas) atrasados, do aumento concedido a Barcos em outubro de 2012 que nunca foi pago, da enorme soma que o jogador tinha a receber que sufocaria ainda mais a péssima condição financeira em que pegou o clube.

Falou, também, da perspectiva de saída do argentino de graça, sem que o clube nada recebesse, mediante ação na justiça trabalhista;

Por último discorreu sobre a necessidade de aumentar o elenco que, pela falta de grana, ocorreu mediante trocas.

Como houvera feito com Luan trocado por Charles e Marcelo Oliveira, viu na negociação de Barcos uma esplêndia condição de realizar um negócio que aumentasse o potencial do elenco e livrasse o clube de dívidas com a consequente dimuição da folha de pagamento.

Elogiou muito o gringo que, frisou, era um cidadão correto e disse que os palmeirenses não devem ficar aborrecidos com o jogador.

Asseverou que a principal razão da saida de Barcos foi um acordo que a nova diretoria fez com o jogador, que havia comunicado que o técnico da Argentina afirmara que se Barcos estivesse atuando em um clube de segunda divisão, não teria como convoca-lo para a Seleção Argentina..

Então, foi estabelecido um acordo de que se surgisse uma proposta séria e clara e que fosse vantajosa para as duas partes ele seria negociado.

A primeira proposta que surgiu foi a do Grêmio e ele garantiu que o Palmeiras, além de Vilson, Leandro, Léo Gago e Rondinelly ainda tem um crédito a resgatar, referente à recusa de Marcelo Moreno em vestir a nossa camisa.

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A respeito de Valdívia enalteceu o empenho do chileno por se recuperar e garantiu que ele vai voltar a jogar assim que se recupere plenamente pois o Mago tem como objetivo voltar à Seleção de seu país.

Nobre fez questão de dizer que Valdívia está alegre e motivado e que, nessas condições, seja, talvez, o melhor jogador em sua posição do futebol brasileiro.

Também falou sobre torcidas organizadas, afirmando que já fez parte delas quando era jovem, em um tempo em que havia mais respeito ao clube.

Afirmou que quando do episódio Valdívia no aeroporto de Buenos Aires pediu a expulsão dos agressores da Mancha e que como não ocorreu esse procedimento, ele continua rompido com os manchados.

Ressaltou que não recebeu apoio dos dirigentes dos outros clubes em relação a ações que gostaria de implementar em conjunto contra as uniformizadas.

Deixou claro que quando tentou iniciar o movimento recebeu um telefonema do presidente do Santos,que, à época, estava hospitalizado, e ficou, apenas, nisto.

Disse, também, compreender os presidentes dos bambis e das galinhas, que têm laços com as torcidas, sublinhando que cada dirigente sabe onde aperta o sapato,

Foi mais além afirmando que não os condena pela omissão pois cada clube tem as suas carências, mas que no Palmeiras as uniformizadas não vão participar da administração porque ele não vai deixar.

Afirmou, em outra pergunta acerca da recusa e resistência de jogadores em assinar contratos pelo Palmeiras.

Foi contuntentemente franco – apenas nessa hora – realçanco que as ameaças das organizadas criaram esse tipo de dificuldade que não existia no Palmeiras em outros tempos.

Frisou que há bandidos e maus elementos infiltrados nas organizadas e que tanto a agressão a Valdívia como outros episódios de ameaça aos jogadores têm ocasionado recusas, sim, de muitos jogadores em se transferir para o Verdão.

Assinalou que a quebradeira na sala de troféus é o atestado maior de que essa gente não respeita o passado do clube.

Mas, sem alterar a voz ou citar ninguém nominalmente,  cutucou, também, as diretorias que o antecederam, afirmando que ninguém quer trabalhar em um clube que atrasa os salários.

Fez questão de mencionar que o Palmeiras é um dos maiores clubes do mundo e que, apesar de todas as situações citadas, qualquer jogador teria de ter orgulho em vestir a camisa palmeirense, pois representaria o ápice de sua carreira.  

Em seguida disse que não criticava nenhum de seus antecessores – já havia criticado - em função da dívida contraída pelo clube;

Ressaltou que cada administrador que o antecedeu tinha a sua filosofia de trabalho e que alguns imaginavam que, se investissem, o Palmeiras se recuperaria mais facilmente.

A respeito da contratação de um centro-avante, deixou claro que não há, neste momento, nada em andamento porque ele confia em Kléber, atleta de renome internacional contratado junto ao Porto de Portugal.

Afirmou que a perda do gol incrível contra o Tigres na primeira fase da Libertadores lá na Argentina, desgastou um pouco a imagem de Kléber junto a torcida.

Afirmou que, em razão disso, Kléber abalou-se emocionalmente e não rendeu o que sabe e pode até agora, para o que muito contribuiu, também, a contusão sequente e recente do atleta.

Ao perguntar sobre contratações, informou que o Palmeiras está mantendo contatos mas que não está fácil porque o mercado está inflacionado..

Ao ser instado sobre quais seriam os nomes ou posições, pretendidos pelo alviverde, afirmou que o clube só divulgará nomes a partir do momento em que os jogadores já estivessem sob contrato e que se recusava, terminantemente a quebrar esse pacto.

De qualquer forma ele deixou nas entrelinhas, embora os entrevistadores não tenham percebido, que o Palmeiras está em tratativas com jogadores de força.

Várias vezes afirmou, reafirmou e repetiu que a série B é uma competição que exige muito da parte física e que o time precisa apresentar um futebol de força se quiser subir, porque a camisa sozinha, nem a nossa ou qualquer outra, consegue ser vencedora.

Isso deixa transparecer que os jogadores que estão sob a mira do Palmeiras não são refinados técnicamente, mas operários.

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PS – Estão falando que o Palmeiras está querendo trazer de volta Kléber Judas.

Seria uma boa?

Por favor, nem perguntem pela minha opinião!