Observatório Alviverde

19/04/2016

O PALMEIRAS VIU O CÃO, MAS QUEM SERVIU O CHOCOLATE FOI O VERDÃO!



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O Palmeiras venceu o São Bernardo por 2 x 0, ontem à noite, em um Allianz Park  quase lotado,  tomado por 30.731 espectadores.

Quem não viu o jogo pensa que tudo foi bem fácil, tanto e quanto imagina que o Verdão tenha passado como um trator sobre o seu oponente, mas não foi isso o que aconteceu.

O Palmeiras teve um início de jogo promissor e quase fez um gol-relâmpago logo aos treze segundos, após cruzamento de Robinho desviado de cabeça por Gabriel Jesus, numa bola bem defendida pelo goleiro Daniel.

Segundos após, um pênalti escandaloso para o Verdão, sobre o próprio Gabriel Jesus, derrubado por Castan na entrada da pequena área, bem à frente do árbitro

Como é de praxe, como é de hábito, como é de lei, sua senhoria Vinicius Forlan resolveu não assinalar. 

Mas o diretor de futebol do Palmeiras vai ao menos "corretar", quero dizer reclamar da arbitragem? Quando é que isso vai acabar?

Esse pênalti, se convertido, poderia ter facilitado sobremaneira o triunfo palmeirense sem exigir tanto da equipe, dos pontos de vista físico e emocional.

Quando se esperava que o time "pegasse no breu" e afirmasse toda a imposição e predominância dos minutos iniciais, o Palmeiras, declinou abruptamente de rendimento, perdeu, completamente, o domínio tático e territorial que impusera no começo da partida e começou a ser envolvido pelo Bernô..

A razão determinante do declínio palmeirense no jogo (mais uma vez) foi o crônico problema da falta de valorização da posse de bola e, em como decorrência disso, a perda do controle de jogo no meio de campo...

Tudo em função da ausência de um armador nato no elenco por ordem expressa, dizem, do próprio presidente Nobre.

Com a fixação mental de que a contratação de um armador seria passar um recibo de incompetência por dois erros crassos cometidos, o Palmeiras se encheu de atacantes e meio campistas, mas, jamais, procurou um jogador para a função e pagou um alto preço por isso.

Os erros? A estúpida dispensa de Valdívia sem a devida e necessária reposição e a contratação de CX10 em estado físico lastimável, só agora em condições de jogo para substituí-lo.

De passagem: sou convicto de que Cuca, ontem contra o Bernô, não colocou Cleiton Xavier em ação para não "dar pinta" de seu esboço tático para o clássico do final de semana contra do Santos.   

A partir dos 9 minutos o time do ABC despertou para o jogo, após o desperdício de um lance iminente de gol...

Foi uma jogada aguda de bola cruzada, extremamente perigosa, em que Eduardo, da ponta esquerda, cruzou à meia altura para as penetrações de Walterson e Henan que só não fizeram o gol porque Arouca os acompanhou até à boca do gol e, de carrinho, os atrapalhou.

Depois disso o São Bernardo criou inúmeras situações de pontuar, só não conseguindo em face da existência de um paredão verde chamado Fernando Prass...

Embora não tão firme e seguro como de habito, Prass contou, ontem, com decuplicada dose de sorte, a mesma que sempre acompanha os grandes goleiros como ele.

O domínio do "Bernô" em certos momentos do jogo no primeiro tempo, no primeiro tempo, no primeiro tempo, foi de tal monta que parecia que o São Bernardo, (o pequeno) era o grande, e (o grande), o Palmeiras, era o pequeno. 

O vareio de bola do time do ABC sobre o Verdão só me deu uma certeza, a de que o time de Cuca está fechado, focado, empenhado, com toda a pinta de que vai decolar, muito longe daquela fase de falta de comprometimento existente no tempo de Marcelo Oliveira.

Enfrentou um adversário que, mesmo com a paralização do jogo por mais de três minutos em razão dos sinalizadores queimados pela torcida palmeirense, não esfriou em seu ímpeto ofensivo e continuou criando muitas chances de abrir o marcador.

Sem deter a posse de bola o Palmeiras se sentia acuado e jogava atrás -repito- feito time pequeno, muito mais se defendendo, intentando engatar um contra-ataque que lhe proporcionasse a abertura do marcador.

Bastante fustigado, Prass salvou dois gols certos num mesmo lance. Aos 18m abafou Alisson, porém espalmando para os pés de Cañete  que de fora da área chutou forte para outra defesa sequente de Prass.

Aos 26m outra defesa salvadora do goleiro palmeirense atirando-se aos pés de Lucas Néviton e mandando a córner... O ponteiro penetrou livre, pronto para o arremate, entre Vitor Hugo e Egídio mas falha de marcação foi setor esquerdo do meio de campo palmeirense, leia-se, de Arouca.

Aos 31m falha de Prass ao tentar deter uma bola alta, a deixa cair dentro da área, mas a sorte o acompanhou pois a bola pingou à frente de Matheus Sales e Thago Martins que aliviaram.

Aos 35m GOOOOOOOL DO PALMEIRAS. Origem, falta de Lucas Néviton sobre Egídio na ponta esquerda.

O próprio Egídio bateu a falta com perfeição para a cabeçada oportunista de Alecsandro, em lance que, antigamente, alguns chamavam de "peixinho" e outros de "aviãozinho". 

Foi um belíssimo gol muito comemorado pela torcida do Verdão. Palmeiras 1 x 0 São Bernardo. Estava aberto o caminho para as semifinais do Paulistão.

O gol deu mais confiança ao time do Palmeiras que passou a não errar tanto quanto errara desde o início do jogo, equilibrando as ações e passando a criar as melhores situações.

O Verdão chegou com grande perigo aos 43m em uma falta frontal, da intermediária que Robinho e Egídio (um dos dois) se preparavam para cobrar, mas Cuca exigiu que Jean fosse o cobrador. Jean acertou um "tirombaço" de direita obrigando Daniel a mandar a córner.

Aos 49 Walterson arriscou de longe, bola difícil, mas Prass não se embaraçou e segurou em sua última intervenção do primeiro tempo.

2º TEMPO

Na volta dos times, o Palmeiras não mexeu, conquanto o jogo pedia a entrada de Cleyton Xavier no lugar de Robinho... 

Não aconteceu -entendo desta forma-  porque Cuca tratou de preservar seu único armador para o jogo decisivo contra o Santos, tanto e quanto para não entregar sua formulação tática decorrente da inclusão de CX 10 no time.

Robinho só saiu aos 15m cedendo o lugar a Dudu que de acordo com as expectativas, também não conseguiu armar o time com a eficácia que o jogo requeria. Assim como Robinho ele pode até mostrar disposição, mas não tem essa característica.

O Palmeiras, a exemplo do começo do jogo, chegou forte nos primeiros momentos do 2º tempo com Alecsandro que sofreu falta cobrada por Egídio obrigando Daniel a se esforçar para defender.

Aos 4m a defesa do Bernô bloqueia Alecsandro em boas condições para o chute. A essa altura o Palmeiras começava a mandar no jogo, impondo a marcação alta e tentando tocar a bola no ataque.

Aos 8 o Verdão chegou com Allione que torceu o arremate e mandou longe do gol de Daniel.

Após grande arrancada de Gabriel de Jesus pela esquerda, ele cruzou para trás em direção a Jean. O lateral do Verdão estava pronto para o arremate, mas Robinho tomou-lhe a frente, se enrolou com a bola, atrapalhou-se e acabou perdendo o gol.

O São Bernardo também criou algumas situações possíveis de gol. 
Aos 13m com Henan que não conseguiu direcionar a cabeçada mandando para longe do gol de Prass... 
Aos 19 com Tatá que penetrou livre e foi abafado por Prass duas vezes seguidas... 
Aos 28, ainda com Tatá em chute forte de fora da área que Prass, em que pesasse o veneno do chute deteve bem... 
Aos 31 em bola cruzada por Lucas Newiton, muito perigosa que ninguém aproveitou 

A melhor chance do Palmeiras antes do gol de Gabriel de Jesus que carimbou o passaporte para as finais, ocorreu aos 32m.

Foi uma belíssima triangulação em contra-ataque perfeito entre Gabriel Jesus, Gabriel e Allione. Vindo de trás, o volante trocou passes com Gabriel Jesus e em seguida serviu o argentino que penetrou e bateu forte, com a bola cruzando toda a extensão da meta e GJ chegou com o retardo de um segundo perdendo o gol.

À essa altura o Palmeiras já houvera colocado em campo -acertadamente- Róger Guedes jogador egresso do Criciúma e, pela primeira vez em muitos anos, vejo o Palmeiras colocar os recém contratados para jogar, naquilo que deveria ser uma constante na vida do clube.

Guedes que mostrou uma incrível capacidade aeróbica e completa doação em campo e foi um dos responsáveis pelo gol que selou a vitória palmeirense. 

Recebendo a bola em contra-ataque pela direita e evidenciando ser um jogador de velocidade além da média ele avançou, foi à linha de fundo e cruzou na medida para o oportunista Gabriel Jesus mandar para o barbante. GOOOOOL do Palmeiras e vitória por  2 x 0 sobre um time tinhoso e ameaçador que vendeu caro a derrota ontem no Allianz Parque.

FICHA TÉCNICA
PALMEIRAS 2 X 0 SÃO BERNARDO
Data: 18 de abril de 2016, segunda-feira
Local: Estádio Palestra Itália, em São Paulo-SP
Horário: 21 horas (de Brasília)
Árbitro: Vinicius Furlan
Assistentes: Alberto Poletto Masseira e Eduardo Vequi Marciano
Público: 30.731 presentes
Renda: R$ 1.759.380,50
Cartões amarelos: Gabriel Jesus (PAL); João Francisco, Eduardo, Tatá e Luciano Castan (SBR)
GOLS:
PALMEIRAS: Alecsandro, aos 35 minutos do 1º Tempo, e Gabriel Jesus, aos 41 minutos do 2º Tempo
PALMEIRAS: Fernando Prass; Jean, Thiago Martins, Vitor Hugo e Egídio; Matheus Sales, Arouca (Gabriel), Robinho (Dudu) e Allione; Gabriel Jesus e Alecsandro (Roger Guedes)
Técnico: Cuca
SÃO BERNARDO: Daniel, Lucas Newiton, João Francisco, Luciano Castan e Eduardo; Marino, Felipe Mateus (Tatá), Cañete e Alyson (Túlio); Walterson e Henan (Jefferson Kanu)
Técnico: Sérgio Soares

Notas dos palmeirenses: 
Prass, 8. Jean, 7,5. Thiago Martins, 7,5. Vitor Hugo, 7,5. Egídio, 9. 
Matheus Sales, 7,5. Arouca, 7. Gabriel, 7,5. Robinho, 6,5. Dudu, 6.0. Allione, 7,0. Alecsandro, 8. Roger Guedes, 8. Gabriel Jesus, 9.

Destaques palmeirenses: Prass e Alecsandro. Craque do jogo: Gabriel Jesus. Melhor em campo Egídio.

Amigo palmeirense, pelo que vi e apesar dos pesares o Palmeiras já tem time para competir em pé de igualdade ou até em condições de superioridade com qualquer adversário do quarteto de times que passou para as finais.

Que venham, agora, as sereias!

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NA TV
Com Jota Júnior narrando, a conversa é outra, muito outra. 

Além de narrar desapaixonadamente, ele, se me permitem a crendice, não coloca peso sobre o time. 

Mas querem apostar que a turma do Ceretto não o escalará para narrar o próximo, ou, queira Deus, os dois próximos jogos do Verdão?

Pago um copo de leite para quem advinhar quem vai narrar! 

Noriega, longe de Milton Leite, é outro profissional nos jogos do Palmeiras. Completamente diferente, muito melhor. 

Isso se explica pelo fato de Jota que comanda a jornada sem estrelismos ou imposições e sem emitir tanta opinião, atendo-se, como manda o figurino, à bola rolando, deixar o comentarista à vontade para a emissão de seus conceitos.

Ontem Noriega foi enfático ao denunciar o pênalti não marcado sobre Gabriel Jesus. Tem de ser sempre assim, a partir do momento em que o comentarista tem plena convicção do lance.

Da mesma forma não tenho restrições ao seu comentário técnico (quase nunca tenho) sempre abalizado e coincidindo na maioria das vezes com os meus pontos de vista. 

Tiago Maranhão (cobrindo o Palmeiras) e Tiago Crespo (cobrindo o Bernô) estiveram bem nas reportagens em uma das mais redondas transmissões do pay-per-view ultimamente.

Mas querem apostar que aquela repórter que não sabe nada de bola estará presente na transmissão do Santos e Palmeiras e certamente "cobrindo" o Verdão? (AD)